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sexta-feira, 9 de julho de 2021

O custo do erro político - Alon Feuerwerker

Análise Política

Comissões parlamentares de inquérito têm como objetivo central construir narrativas. Mais raro é chegar a provas definitivas de crimes. Entretanto, a consolidação de uma narrativa também ajuda a acelerar processos no âmbito da Justiça, pois aumenta a pressão social para evitar a suposta impunidade. Além de, naturalmente, contribuir para alterar a correlação de forças, e de vez em quando até para remover governos.

Por esses ângulos, a CPI no Senado da Covid-19 é um sucesso. Produz diariamente fatos noticiosos, e abundantemente noticiados. Se lá na frente alguma das múltiplas acusações será comprovada, é outra história. [a elevada produção de narrativas divulgando suspeitas, suspeitas em sua maior parte impossíveis de serem provadas, devido a  maior parte das suspeitas ser  da prática de crimes que não ocorreram, começa a enojar e suscitar reações enérgicas.
Está se revelando desagradável, inaceitável, o cidadão ver a todo momento acusações absurdas, sem sentido e que são meras interpretações. O que mais revolta é  o estofo moral dos acusadores.] Mas nesse intervalo já terá tido a oportunidade de produzir efeito político. Um bom exemplo foi a Lava-Jato. O juiz que a comandou acaba de ser declarado suspeito nos casos de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas no meio-tempo Dilma Rousseff foi removida, Lula preso e o PT derrotado na eleição de 2018. [só que DEUS dá o frio conforme a roupa; o tempo que a CPI ainda resistirá, antes de cair de podre, é bem menor que o necessário para o FIM DA PANDEMIA, com a consequente RECUPERAÇÃO da ECONOMIA,do NÍVEL DE EMPREGO.]

Aliás é sempre pedagógico observar a inversão de papéis quando o vento político muda o sentido. Os que lá atrás consideravam, na prática, delação como prova definitiva de crime hoje exigem não ser condenados sem provas no tribunal da opinião pública. E os ontem campeões da defesa dos direitos e garantias individuais carimbam "culpado" na testa de qualquer adversário acusado de qualquer coisa, ainda que sem a apresentação da prova cabal.

O cenário é paradoxal: o aspecto subjetivo vai degradando, mas os dados objetivos melhoram. Os últimos números da vacinação, dos casos de Covid-19, das mortes pela doença, das internações, todos são unânimes em apontar a melhora do quadro epidemiológico. Claro que há a incógnita da variante Delta, mas cada dia com sua agonia. E a economia também vai confirmando as previsões de recuperação, mesmo que com importantes déficits sociais, dos quais a alta taxa de desemprego é talvez o vetor mais cruel. Governos podem errar em várias coisas. Mas o custo de errar na política costuma ser muito alto. Em geral o mais alto de todos. Eis uma lição sempre repetida.
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político 
 

domingo, 26 de maio de 2019

Aprendendo a conviver

Bolsonaro governa como se estivesse numa montanha-russa, se arrasta na subida das reformas institucionais e desce vertiginosamente na agenda dos costumes”


Hoje é dia da grande marcha a Brasília dos partidários do presidente Jair Bolsonaro, que promete se manter ao largo da manifestação, assim como seus ministros e a maioria das lideranças políticas que o apoiam. Convocada para pressionar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), num momento de esgarçamento das relações entre os poderes, no decorrer da semana, a marcha foi sendo desarticulada e virou um duplo problema: caso seja realmente de grande envergadura, a pressão se voltará contra o recuo do presidente da República e cobrará sua participação no evento; se for um mico, sinalizará seu isolamento político e fragilidade perante o Congresso. Os dados foram lançados, mas é um jogo de perde-perde, porque uma escalada na radicalização política turva os horizontes da economia.

A oposição observa, sem capacidade de iniciativa política e temerosa de que a crise se aprofunde institucionalmente. O PT não quer nem ouvir falar em impeachment, muito menos na renúncia do presidente da República. A contradição principal dessa cena política é uma disputa entre os setores de extrema-direita umbilicalmente ligados ao clã Bolsonaro e as forças mais moderadas de centro-direita que o apoiaram no decorrer do processo eleitoral, sobretudo, no segundo turno. Esses setores têm duas âncoras: os militares, que controlam o Palácio do Planalto, e os políticos, cuja influência na Esplanada se restringe a alguns ministérios mas controlam o Congresso. Há uma certa sensação para o clã Bolsonaro e seus adeptos de que o “mito” ganhou, mas não levou. Será?

Bolsonaro governa como se estivesse numa montanha-russa, se arrasta na subida das reformas institucionais e desce vertiginosamente na agenda dos costumes. A aprovação da reforma da Previdência e outras mudanças com impacto na economia segue a reboque desses altos e baixos, que imobilizam os investidores e causam turbulências no mercado financeiro. Há todo tipo de análises sobre o comportamento do presidente da República, que emite sinais contraditórios em relação aos demais poderes, principalmente o Congresso. Faz um governo de avanços em recuos, em razão dos compromissos de campanha e das reações da sociedade civil e do mercado. Se há algum método no seu estilo de governar, é o do ensaio e erro. Às vezes parece apostar na teoria do caos, como bem disse o ex-presidente José Sarney, mas os militares que o cercam não estão nessa, foram educados nos princípios da bandeira: ordem e progresso, ou seja, seguem o velho positivismo castrense.

Previdência
A semana passada começou com um cenário de muita instabilidade, no seu decorrer, o clima foi se desanuviando em razão do alto lá dos militares e do ativismo legislativo dos políticos, que aprovaram a reforma administrativa do governo com poucas modificações, deram início à própria reforma tributária e anunciaram que vão aprovar a reforma da Previdência em 60 dias na Câmara. As decisões mais polêmicas foram a volta da Funai para o Ministério da Justiça, o que não faz muita diferença para o agronegócio, e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Economia, o que afrontou a bancada alinhada com o ministro Sérgio Moro e a força-tarefa da Operação Lava-Jato. O mais importante, porém, foi garantido: auditores-fiscais continuam com suas atuais prerrogativas.

A política como ela é funciona como o movimento dos mares: é preciso respeitar as correntes e marés para se chegar onde quer. A reforma administrativa entrará em discussão no Senado na próxima terça-feira. Se houver alguma modificação em relação às mudanças feitas pela Câmara, a medida provisória caducará e não haverá reforma administrativa. Resultado, o Palácio do Planalto trabalha para que não haja marola no Senado e a reforma administrativa seja aprovada do jeito que chegou da Câmara.

Também não convém muita onda em relação à reforma da Previdência, que gerou expectativa no mercado e pôs o ministro da Economia, Paulo Guedes, na berlinda. Todos os indicadores são na direção da aprovação da reforma da Previdência com alterações que a torne mais palatável para os principais atingidos, a grande massa de assalariados. O problema do valor da reforma — o ministro da Economia, Paulo Guedes, faz o discurso de que ele precisa valer a economia de R$ 1 trilhão ou o país vai à breca — é o lobby das corporações que gozam de muitos privilégios, entre as quais policiais militares e civis, auditores-fiscais, procuradores e magistrados. Bolsonaro, a vida inteira, foi um político corporativista. Defende, por exemplo, o regime especial dessas categorias na aposentadoria. Qual a diferença para os demais aposentados? Em tese, todos estão em casa, com direito a receber seus vencimentos sem fazer nada.

Nesse aspecto, a manifestação de hoje é uma grande incógnita. Seus participantes apoiam a reforma ou estão contra ela? Os discursos de seus líderes, faixas e cartazes traduzirão com mais exatidão seu verdadeiro caráter. Quantos são os que estão contra a reforma da Previdência e defendem privilégios? Logo saberemos. Todos têm direito a se manifestar livremente; o contraditório e o direito ao dissenso são pilares da democracia. Na verdade, estamos numa situação que pode ser comparada a um copo pela metade. Para uns, está quase vazio, e, para outros, está quase cheio. Pode ser que esse processo resulte em mais autonomia entre os poderes da República, o que é muito bom, desde que cada um respeite as prerrogativas do outro poder. O Congresso também precisa aprender a conviver com o governo Bolsonaro.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB 


domingo, 3 de fevereiro de 2019

Alcolumbre fomenta dúvidas no Supremo

Surpreendidos com a reviravolta pelo comando do Senado, integrantes do STF avaliam que o novo presidente da Casa representa uma incógnita

[que tal uma sugestão: começar seguindo o exemplo do saudoso marechal Arthur da Costa e Silva que sempre perguntava ' o que diz o livrinho', quando desejava saber o que a Constituição determinava sobre um assunto.

Vamos à sugestão:

- que os ministros do STF exerçam seus supremos deveres, sendo o principal deles o de julgar segundo a Constituição, esquecendo o lado político e respeitando a independência dos poderes;

- e o Senado Federal, exerça sua principal função: LEGISLAR.]

A reviravolta na disputa pelo comando do Senado surpreendeu integrantes do Supremo Tribunal Federal. A avaliação é a de que o novo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), representa uma incógnita. Não se sabe como ele comandará as relações institucionais que deverão ser mantidas entre os Poderes em meio à discussão de projetos com alto potencial de judicialização. Uma das dúvidas que pairam sobre Alcolumbre é se ele será capaz de construir maioria entre os parlamentares, costurar consensos dentro e fora do Congresso e conter eventuais excessos de medidas defendidas pelo governo Bolsonaro. 

A transmissão da conturbada sessão foi acompanhada por ministros do Supremo, que trocaram mensagens se mostrando incrédulos com o embate desenfreado entre os senadores. A disputa no Senado é importante porque muitas das decisões tomadas no Congresso são questionadas na Corte. Nesse sentido, uma ala de ministros avaliava que a eleição de nomes tradicionais para o comando das Casas ajudaria a tirar o STF da rota de temas polêmicos. Na Câmara, isso ocorreu com Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas no Senado não. 

Representantes de baixo clero sem influência política ou interlocução com os demais poderes são temidos. [os ministros do Supremo temem o novo, as novidades, afinal novidade = mudança = modificação, e muita coisa precisa mudar.] Segundo um dos ministros, muitas soluções para turbulências são negociadas em conversas, não são escritas. É uma relação de confiança, mas que envolve medo. Há temor até de as conversas serem gravadas. Na Corte, não havia torcida oficial por nenhum dos candidatos, mas expectativas. Antes do resultado, o que se ouvia era: “Seja lá o que Deus quiser”.

Política - O Estado de S. Paulo 
 

 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Bolsonaro, pré-candidato a presidente reage a artigo da jornalista Míriam Leitão

O pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro reagiu de forma ofensiva a uma coluna da jornalista Miriam Leitão que fala sobre o cenário eleitoral de 2018

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à Presidência, fez uma série de ofensas à colunista do jornal O Globo Miriam Leitão em seu perfil no Twitter em reação a um texto da jornalista que critica a falta de preparo do parlamentar para falar sobre economia.

Em uma primeira postagem, Bolsonaro disse que a jornalista “faz juz ao sobrenome”. Em seguida, ele fez uma postagem mais longa em que disse que o lugar de Miriam é o “chiqueiro da História”: “Miriam Leitão, a marxista de ontem, continua a mesma. Se eu chegar lá vai querer lamber minhas botas, como fez com todos que chegaram ao Poder. Seu lugar é no chiqueiro da História.”  

A coluna de Miriam Leitão desta terça-feira (14) aborda encontros que Bolsonaro tem tido com agentes do mercado. Ela narra algumas das respostas que ele deu diante de questões econômicas. Em um episódio, quando perguntado sobre a dívida pública, Bolsonaro teria respondido que chamaria os credores para conversar – algo impossível, como observa a colunista. Eu outra ocasião, quando perguntado sobre o crescimento da economia, ele desandou a a falar sobre o nióbio. [este Blog publicou a Coluna da jornalista Miriam Leitão que gerou toda essa celeuma; comentando o Post os editores  esclareceram que nem sempre para ser um excelente presidente é necessário que o presidente entenda de economia ou de assuntos específicos - citando inclusive o sucesso de Itamar Franco que assumiu o governo em condições bem semelhantes as encontradas pelo Michel Temer.]

Na opinião de Miriam, Bolsonaro tem um “entendimento raso” sobre economia. Neste momento, ele está sendo aconselhado por economistas liberais defensores de ações como a privatização de estatais, o que não mudaria necessariamente sua visão particular sobre o tema. Ela observa que a trajetória do pré-candidato sempre esteve mais próxima do estatismo. “Suas verdadeiras crenças na economia são mais bem definidas como o nacional-estatismo dos governos militares. Isso põe o deputado próximo ao pensamento de raiz do PT”, escreveu a jornalista.

No texto, Miriam também aborda o fato de Lula ser outra incógnita na área econômica. Ele estaria inclinado, na opinião da jornalista, a abraçar as propostas que forem mais convenientes para seu projeto eleitoral. Assim, neste momento ainda seria cedo para traçar um cenário de como os dois líderes nas pesquisas eleitorais realmente vão lidar com a economia caso se elejam.

A postagem de Bolsonaro contra Miriam Leitão levantou uma reação de amor e ódio no Twitter.  Juntas, as duas postagens tiveram mais de 3 mil likes e 400 comentários até o fim da manhã. A se envolveu na discussão criticando o linguajar do parlamentar e recebeu como resposta que a “dignidade não está na mansidão da resposta”.

Gazeta do Povo