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domingo, 2 de janeiro de 2022

A eterna hipnose do rebanho assustado - Carol Constantino

Gazeta do Povo - VOZES

A eterna hipnose do rebanho assustado

Há alguns dias, em uma conversa com a minha mãe sobre se devemos ou não tomar a terceira dose da vacina, e após assistir ao filme “Não olhe para cima”, decidi que deveria escrever esse texto. Nessa conversa, descobri que minha mãe, uma senhora na casa dos 80 anos, muito lúcida e que sempre teve uma sabedoria invejável sobre o senso comum, foi capturada pela “eterna hipnose do rebanho assustado”. Como filha e psicanalista “aposentada” já que o inconsciente despertado jamais volta a dormir – me espantei quando ela me chamou de “negacionista”. Esse termo, tão em voga nos dias de hoje, me foi atribuído após ter-lhe dito que, em minha opinião, a questão da terceira dose deveria permanecer em aberto.

A questão central nem é se ela deve ou não tomar essa dose de reforço, mas sim o rótulo utilizado que banaliza quem está mais cético com tudo isso envolvendo autoridades e imprensa, que decidiram monopolizar a fala em nome da ciência. O primeiro-ministro britânico chegou a afirmar que 90% dos internados no momento não tomaram o tal “booster”, praticamente os culpando pela permanência da pandemia. Isso poucas semanas depois de basicamente prometer que com a vacinação (duas doses) estaríamos todos a salvo! Ou seja, agora o problema não são mais os não vacinados, e sim os que não tomaram a dose extra, tratados como párias. 
E quando o problema será de quem não tomou o reforço do reforço
Até quando vão com isso? 
O conceito de “totalmente imunizado” parece um tanto móvel, não? 
E ninguém desconfia, ao menos?

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“Mãe, o quê, de fato, eu estaria negando ao questionar o real intuito por trás desse “booster” que, além de não nos impedir de contrair O Vírus, contamina as pessoas com um pânico irracional, deixando-as à mercê de um poder tirânico sobre suas liberdades mais caras?                              Seria eu a “negacionista”, ao defender o direito ao livre arbítrio dos seres humanos?                                                                                                    Ou, ao revés, não seria ela hipnotizada por informações que nos escravizam e nos alienam de quem realmente somos, a verdadeira a negar a existência do que, de fato, importa?

Durante essa conversa, eu me convenci de que estamos entregando de mão beijada nossa liberdade, nossos pensamentos, nossa capacidade de raciocinar e, fundamentalmente, nosso livre arbítrio ao lado do Mal. Dominados pelo medo de morrer, estamos perdendo a nossa essência, aquilo que nos define como humanos e que pode, caso assim desejássemos, nos fazer alcançar uma vida de propósito pleno; uma vida sem garantias – é verdade – e, obviamente, sem as respostas sobre as questões que nos causam as mais profundas angústias. Por isso mesmo, uma vida livre e passível de ser criadora das mais infinitas possibilidades. Ou seja, por pura covardia, estamos fazendo exatamente tudo o que o Mal precisa para que o Bem fique recalcado, muito distante de nossos olhos e de nossos corações.

Falta coragem em nossa sociedade. A coragem de reagir a uma mídia falsa, vendida ao lado negro do mundo, que luta incessantemente para nos controlar, nos manipular, nos distrair. As distrações são inúmeras, infindáveis. Afinal, como é fácil distrair e controlar uma massa de gente que trabalha arduamente para pagar as contas do mês e chega em casa destruída pelo cansaço, sem nenhuma condição ou vontade para se instruir e alimentar minimante a alma! O “controle” aqui é a palavra-chave. Estamos nos transformando em um dócil rebanho, sedento por respostas cujas perguntas jamais serão respondidas já que, a rigor, não existem – e que precisa, assim como uma criança desamparada, de alguém que lhe garanta que vai ficar tudo bem. Alguém que lhe diga, sem sombra de dúvida, que nada de mal vai lhe acontecer, desde que ela faça exatamente tudo o que esse outro mande. Querem território mais fértil para o controle absoluto de quem somos e do que, de fato, viemos fazer nesse planeta?

Para alguns, pensar dessa maneira pode ser muito “radical”. Afinal, o que eles – mídia e poder vigente – estão ganhando com isso? A resposta é: TUDO! Esse é o verdadeiro pacto mefistofélico a que se referia Fausto. Trocar a vida eterna pela “eternidade” mundana. É isso que estamos fazendo, mesmo que sem perceber.

O fato de que o Bem e o Mal existem e que, inevitavelmente, precisam coexistir para que possamos separar o joio do trigo, é inegável. Não é preciso ser um religioso ou um “carola” para saber disso. A questão, aqui, é como fazer o Bem prevalecer sobre o Mal, e a única resposta possível para isso é: escolhendo! É preciso escolher acordar e enxergar a luz. Acordar de uma hipnose que não é nova, que existe desde que o mundo é mundo, e que representa o lado das trevas, o lado da mais profunda ignorância, dos sete pecados capitais, enfim, o lado do Mal. Eis a hipnose eterna do rebanho assustado.

A história se repete e, certamente, tudo isso já aconteceu e continuará acontecendo sob outras roupagens e contextos. É preciso conhecer o inimigo e saber que ele trabalha incessantemente para que nos afastemos cada vez mais da verdade e da luz. O problema é que, além de não querer pensar, a maioria de nós não quer saber nada sobre a nossa essência, sobre aquilo que realmente somos e que poderia nos libertar da maior parte dos sofrimentos durante nossa breve existência nesse mundo. Os incalculáveis trilhões que o lado negro fatura às custas de cerca de sete bilhões de seres humanos, – pois é uma mínima minoria aquela que se atreve a pensar – é algo que faz estremecer.

Estamos estremecidos e assustados, é verdade, mas quem, de fato, está e sempre esteve profundamente apavorado nessa batalha eterna são eles: aqueles que diariamente escolhem o lado do Mal. Perder todo esse controle e todo esse poder deve ser muito angustiante, algo praticamente impensável. O Mal, o lado negro da força, tenta nos assustar e nos desviar da verdade desde os primórdios. Faz isso em todos os âmbitos da nossa sociedade, pois sabe, melhor do que a maioria de nós, que o Bem sempre vence. Resta saber quantas vezes precisaremos repetir a mesma história até acordar, olhar para cima, e poder escolher a liberdade da vida eterna.

Carol Constantino - Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 

 


sexta-feira, 4 de junho de 2021

O ‘mau exemplo’ da Copa América - O Estado de S. Paulo

 J.R. Guzzo

Doria arrependeu-se de ter feito um acerto e optou pelo erro ao vetar campeonato entre seleções enquanto permite torneios como o Campeonato Brasileiro

De duas uma: ou a decisão inicial do governador João Doria de aceitar a disputa de jogos da Copa América em São Paulo estava certa ou estava errada. Não há, realmente, uma terceira possibilidade. Se estava certa, não há motivo para proibir os jogos agora – e fazer exatamente o contrário do que ele havia decidido. Se estava errada, por que o governador não pensou no que estava dizendo antes de mudar, cinco minutos depois, o que tinha acabado de resolver?

Errar é humano, claro, e voltar atrás nos erros é uma excelente virtude. Mas no caso da Copa América em São Paulo o governador conseguiu o oposto: arrependeu-se de ter feito um acerto e optou pelo erro. Conseguiu o mais difícil, que era separar com sucesso o joio do trigo – mas, imediatamente em seguida, jogou fora o trigo para ficar com o joio. Doria, num primeiro momento, fez a única coisa que deveria ter feito: não tem nenhum sentido, disse ele, proibir os jogos da Copa América em São Paulo, com estádios fechados, enquanto se permite com a maior tranquilidade do mundo que sejam disputados os jogos do Campeonato Brasileiro. Parabéns.

Mas, no Brasil de hoje, as “autoridades locais” não gostam de acertar – e quanto por acaso acertam, voltam para trás, correndo, e caem de novo na sua vidinha de sempre. Resumo da ópera, neste caso: enquanto Brasil e Argentina, por exemplo, jogam em Goiânia, ou qualquer outro lugar onde o exercício da lógica continua legal, Corinthians e Chapecoense jogam em São Paulo. Pelo que deu para entender da decisão final de Doria, o primeiro jogo é um “mau exemplo”. Já o segundo ninguém saberia dizer o que é.

O governador, mais uma vez, deixou o Estado de São Paulo ser governado não por quem foi eleito para executar essa tarefa ele mesmo – mas pelo comitê de “cientistas” que administra a covid. Cedeu, na verdade, à confederação nacional pela proibição de tudo, por tempo indeterminado, e de preferência até o Dia do Juízo Final. Ela é reforçada, no caso, pelo coletivo dos comentaristas de futebol, que há mais de um ano está recebendo remuneração sem sair de casa e, ao mesmo tempo, não quer que haja jogos – ainda que o público não possa entrar nos estádios. (Com público, então, acham que o futebol seria genocídio direto na veia.)

A covid, com o tempo e a vacinação em massa, dá sinais de que pode estar cedendo. É de se esperar, em troca, um esforço permanente para resistir à melhoria e manter tudo igual nos comissariados que mandam no país sem terem recebido um único voto, nas CPIs da vida e no mundo do “home office”.

J.R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O povo não é bobo

Os que estão no governo querem mesmo é censura prévia ou, como se diz por aí, controle social da mídia

“Sim, eu sei o que fazem os editores, eles separam o joio do trigo e publicam o joio". A frase clássica de Adlai Stevenson, político americano do Pós-Guerra, pode ser utilizada com variadas intenções. Trata-se, claro, de uma divertida crítica à qualidade da imprensa. Por aí, as verdadeiras notícias estariam na lata de lixo das redações e, lógico, a sociedade ficaria sempre mal informada.

Mesmo quando não admitem, políticos de todas as tendências concordam com Stevenson. Os que estão no governo, então, acham que a frase é perfeita e justifica medidas corretivas. Não é censura, dizem, apenas encontrar meios para melhorar a qualidade da imprensa. Conversa. O que querem mesmo é censura prévia ou, como se diz por aí, controle social da mídia.

Jornalistas estão o tempo todo decidindo, primeiro, o que se vai apurar, segundo, o que se vai publicar e, terceiro, como se vai apresentar a notícia. Tudo considerado, caímos na mais antiga questão da profissão: o que é notícia? Há várias respostas clássicas produzidas por jornalistas: — Se o cachorro morde o homem, não é notícia, se o homem morde o cachorro, é;
— Notícia é tudo aquilo que alguém não quer ver publicado, o resto é propaganda;
— Jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes);

Examinamos essas teses em coluna aqui publicada em 22/12/2011, com o título “O povo não é bobo". Também pode ser encontrada no arquivo de www.sardenberg.com.br.  A questão hoje é anterior: quem decide o que é notícia? Os patrões, os donos dos jornais, rádios, TVs e sites — diz o pessoal que quer introduzir a censura prévia, perdão, o controle social.

Sim, há veículos nos quais as redações são instruídas a publicar apenas o que os patrões consideram a notícia correta. Exemplo? Todos os veículos cujo patrão é o governo — a conhecida imprensa chapa-branca.

Somos contra a censura prévia e/ou “controle social" — o leitor já terá notado — mas se a regra for introduzida, a aplicação tem que começar pelos veículos do governo. Estes publicam um enorme joio, as versões oficiais: ninguém rouba nada, não há mensalões nem petrolão, tudo funciona e, se não funciona, é por causa da seca, do azar, do mundo, da oposição ou da imprensa do contra.

Ainda tem aí uma baita farsa. O verdadeiro patrão é o povo, que paga os impostos e assim financia a chapa-branca. Mas os políticos, governantes de plantão, usurpam o papel de patrões e controlam essa mídia no interesse dos respectivos partidos. Sim, foram eleitos, e por isso representam a população. Mas, numa democracia, não podem esquecer que tiveram o voto de parte dos eleitores, havendo, pois, uma outra parte que merece respeito — e informação não partidária.

A saída — segundo uma velha tese — é colocar os veículos do governo sob controle de um comitê com representantes dos diversos partidos, em número proporcional aos votos por eles conseguidos. Esqueçam. Não funciona. Um veículo público assim dirigido vai noticiar não uma, mas várias versões oficiais, o joio do governo e o da oposição. Duplo desperdício de dinheiro do povo.

Há quem recomende a proibição legal: governos, federal, estaduais ou municipais, não poderiam editar veículos de informação geral — de suposta informação geral, no caso. A TV pública, por exemplo, divulgaria apenas programas educativos, cursos e informação efetivamente pública, como campanhas para combater a dengue, chamada para vacinação, previsão do tempo, instruções para agricultores e assim por diante.  Seria mais barata e mais útil.

Outros sugerem que os veículos do governo sejam, afinal, dirigidos como os da imprensa privada de qualidade — aquela cujos jornalistas são guiados por um código formal ou informal, com o objetivo de apurar e publicar o que é notícia ou opinião relevante.
Na prática, é difícil conseguir tal isenção no setor público. Além disso, se a TV pública vai fazer a mesma coisa que a TV privada faz, por que gastar dinheiro do contribuinte com a primeira?

O que retorna a questão: como garantir que os jornalistas escolham o trigo? Ou como a lei pode garantir a qualidade da imprensa? Não pode. A lei tem que garantir a liberdade da imprensa e, sim, dos jornalistas. A qualidade — ou, a notícia de interesse, publicada de forma correta, isenta e independente —, isso depende do público, do leitor, ouvinte, telespectador e internauta.

O povo não é bobo, sabe onde buscar a informação. Olhem as audiências. É eloquente a audiência zero dos noticiários das TVs públicas. É evidente a baixa credibilidade dos veículos que só divulgam a voz do dono, seja o governo ou a empresa privada.  O tema seguinte é: como distinguir e quem pode distinguir entre ofensa e crítica? Na próxima.

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg,  jornalista - O Globo