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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Covid-19: Pandemia desacelera no mundo

 Giulia Vidale, VEJA

Na quinta semana consecutiva de retração, novos casos caem 16%, segundo OMS

A pandemia de coronavírus parece estar perdendo a força no mundo. O número de novos casos de Covid-19 caiu 16% em todo o mundo na última semana, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Na semana de 8 a 14 de fevereiro, mais de 2,7 milhões de novos casos foram registrados, contra cerca de 3,1 milhões na semana anterior (1 a 7 de fevereiro). É a quinta semana consecutiva com redução de novos diagnósticos.

As regiões com maior taxa de queda foram África e Pacífico Ocidental, com cerca de 20%. Em seguida, estão Europa (18%), Américas (16%) e Sudeste Asiático (13%). A única região da OMS a apresentar um aumento no número de novos casos de Covid-19  – 7% – nesse período foi o Mediterrâneo Oriental, que compreende o Oriente Médio, além de partes da Ásia Central e Nordeste da África. Em números absolutos, Europa e as Américas continuam a ver o maiores quedas no número de casos.

O número de novas mortes registradas também caiu, com 81.000 novas mortes registradas na semana passada, um declínio de 10% em relação à semana anterior. Desde o início da pandemia, foram confirmados globalmente 110,7 milhões de casos da Covid-19 e 2,4 milhões de mortes.

O lento ritmo de distribuição e aplicação de vacinas no mundo ainda não é suficiente para gerar um impacto assim na doença então, especialistas acreditam que a retração da pandemia esteja associada a outras questões, como sazonalidade, medidas de prevenção e ações governamentais, como amplos lockdowns adotados na Europa, por exemplo.[os lockdowns devem ser vistos com reservas -  o Reino Unido já está no terceiro fecha tudo, cada um mais rígido que o anterior, e a queda do número de mortes é inferior ao esperado.]  O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o fato de os casos e mortes estarem caindo globalmente mostra “que medidas simples de saúde pública funcionam, mesmo na presença de variantes”.

O surgimento de variantes do novo coronavírus, mais infecciosas e menos suscetíveis às vacinas atuais que a versão original, é algo que preocupa autoridades de saúde do mundo mundo. Por isso, a OMS ressalta a necessidade de as empresas estarem prontas para adaptar e atualizar as vacinas contras as novas cepas, como já acontece com a vacina da gripe, por exemplo. Segundo dados disponibilizados neste domingo, 21, foram registrados 29.026 novos casos e 527 novas mortes. No total, são 10.168.174 casos e 246.504 óbitos confirmados em todo o território nacional.

Em Saúde-VEJA, MATÉRIA COMPLETA


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Educação pública é bem supérfluo — eis o único consenso nacional

O Globo


A polarização política contaminou as discussões sobre a crise sanitária

 ‘Já enfrentávamos uma crise de ensino anterior à pandemia. Agora, estamos diante de uma catástrofe de toda uma geração que pode desperdiçar potencial humano e levar a décadas de atraso, exacerbando a desigualdade.’  António Guterres, secretário-geral da ONU, concluiu dizendo que a educação merece o qualificativo de atividade essencial: “Colocar os alunos de volta às escolas da forma mais segura possível precisa ser a maior prioridade”. No Brasil, porém, o debate sobre o tema foi virtualmente interditado.

As escolas particulares de Manaus reabriram há 35 dias, colocando 60 mil alunos em aulas presenciais. A cidade vive nítido declínio da transmissão do vírus, mas está longe de erradicar o contágio. A maioria dos modelos epidemiológicos e dos estudos em países que retomaram aulas revelam riscos muito baixos
Nada, porém, parece capaz de evitar que as redes públicas de ensino brasileiras sigam fechadas indefinidamente.

Um fator relevante é psicossocial: os pais temem por seus filhos. Quando adotados padrões sanitários e de testagem apropriados, é muito reduzida a probabilidade estatística de contágio entre professores e funcionários e, especialmente, de complicações sérias em crianças. Obviamente, o risco não é nulo — como, aliás, no caso de outras doenças contagiosas. E se meu filho for o ponto fora da curva?

O medo tem um contexto. A polarização política contaminou as discussões sobre a crise sanitária. O negacionismo bolsonarista provocou uma reação dogmática, que domina a imprensa e a parcela mais esclarecida da opinião pública: “Se Bolsonaro fala em abrir, exigimos fechar”. [ATENÇÃO: com as devidas vênias, discordamos que se trate de reação dogmática, movida por uma conduta do presidente Bolsonaro,que foi classificada como negacionismo.
É uma reação política,muito bem orquestrada, de grupos que simplesmente decidiram derrubar Bolsonaro e para a consecução do objetivo vale tudo que seja contra o presidente. 
Todos sabem que o governo federal não foi omisso no combate à pandemia - foi retirado do front.] No lugar do debate racional de custos e benefícios de cada restrição sanitária específica, as vozes indignadas com a criminosa negligência do governo federal refugiam-se no clamor genérico por lockdowns. Nesse passo, o pensamento supostamente progressista limita-se a reproduzir a cartilha bolsonarista — apenas virando-a pelo avesso.

Na prática, como quarentenas prolongadas são insustentáveis, o clamor só contribui para moldar o ritmo e as formas da reabertura inevitável. Os governos autorizam a retomada dos setores politicamente organizados, capazes de exercer pressão eficiente, como templos, escritórios, indústrias e shoppings. Escolas? As crianças não têm associações de classe — e não votam. A política, não a epidemiologia, decide a sorte de “toda uma geração” de brasileiros sem voz.

Fora do Brasil, há negacionistas de direita, como Trump, e de esquerda, como o sandinista nicaraguense Daniel Ortega e o nacionalista mexicano López Obrador. No Brasil, porém, a esquerda cavou sua trincheira no quadrante mais extremo do fundamentalismo epidemiológico. O medo elege: a bandeira da irredutível “defesa da vida” descortina caminhos oportunos para a denúncia geral de governadores e prefeitos que, ao longo do tempo, flexibilizam quarentenas. É nessa moldura que se inscreve a exigência da manutenção de escolas fechadas “até a vacina”, já explicitada pelo candidato do PT à prefeitura de São Paulo.

Os alunos não têm voz, mas os sindicatos de professores têm — e utilizam poderosos megafones para sabotar o mero debate sobre reabertura escolar. Manaus é mais um indício de que é possível reabrir escolas com segurança [favorecida pela imunidade de rebanho] nas cidades que descem a ladeira da curva pandêmica. Daí surge a palavra de ordem “Não antes da vacina!” — que, nas condições atuais, equivale a aguardar a descoberta do genuíno Santo Graal ou do mapa da Serra das Esmeraldas. Escolas, só depois da Segunda Vinda de Cristo, diriam os chefões sindicais, se empregassem a linguagem dos bispos.

Guterres não tem chance no Brasil. Bolsonaro, que fingiu decretar a reabertura de quase tudo, nunca falou em abrir escolas. Aqui, a elite segregou seus filhos em colégios-butique, cujas anuidades são mais bem expressas em dólar, os governos de esquerda jamais se importaram com a tragédia educacional retratada nas comparações internacionais do Pisa, e o governo da extrema direita entregou o MEC a um analfabeto funcional malcriado.
Educação pública é bem supérfluo — eis o único consenso nacional.

Demétrio Magnoli, colunista - O Globo



quarta-feira, 22 de julho de 2020

Disciplina lá, resiliência aqui - Alon Feuerwerker

Análise Política 


O G1 traz interessante reportagem sobre o sucesso do combate à Covid-19 na Mongólia, onde simplesmente não se registraram até agora transmissões locais do SARS-CoV-2 (leia). E nenhuma morte. Sim, zero mortes.

A receita? Medidas precoces, como fechamento radical de fronteiras, monitoramento estrito de possíveis casos e casos confirmados e, principalmente, alta disciplina social na implementação de providências de isolamento e afastamento.

[Um comentário se faz necessário:
 o 'excesso de democracia' e a judicialização de qualquer detalhes, só atrapalham o combate ao coronavírus.
Em certas situações o BEM ESTAR da população de um país exige medidas draconianas, que implicam em mínima discussão o que impõe necessidade da centralização, que no interesse maior tem que tornar dispensáveis longas e quase sempre estéreis discussões.]

Mas nem tudo são flores. Lá, como cá, cresce a pressão pelo afrouxamento das medidas draconianas. Lockdowns são como as guerras: relativamente fáceis de entrar, bem mais difíceis de sair.
E o efeito de longo prazo na popularidade dos governantes?

Por aqui, num país recordista em números complicados, as pesquisas mostram que Jair Bolsonaro começa a se recuperar do algum sofrimento que a popularidade dele viveu nos meses recentes (leia). O presidente da República parece manter a resiliência.
Aguardam-se os próximos capítulos.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


domingo, 17 de maio de 2020

Sacrifício perdido? - Alon Feuerwerker

Análise Política


A lógica por trás do isolamento social e dos lockdowns é simples. Ao evitar o contato entre as pessoas você faz cada infectado por SARS-CoV-2 infectar menos de um indivíduo. O tal R<1. Mas tem de ficar um certo tanto abaixo de 1 mesmo, para que quando as atividades reabrirem e o R subir ele continue abaixo de 1.

Nosso problema é que depois de dois meses de isolamentos, afastamentos e ensaios de lockdowns, tudo meia-boca, a sociedade já está cansada dos sacrifícios mas a precariedade da execução das medidas impediu baixarmos esse R o tanto que deveria ter sido baixado para permitir reentrada mais segura numa atmosfera da (quase) normalidade.

Ou seja, estamos arriscados a viver o pior dos mundos. Uma economia ferida por causa das medidas restritivas, mas que no entanto não foram nem de longe suficientes para a vida poder voltar a alguma normalidade sem corrermos o risco de uma segunda onda catastrófica de espalhamento da Covid-19.

Não quero ser pessimista, mas é uma possibilidade.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política

domingo, 10 de maio de 2020

Um "êxodo rural"? Alon Feuerwerker

Ontem abordei aqui certa característica comum entre Brasil e Estados Unidos no momento atual da disseminação da Covid-19: a interiorização e a “periferização”. O avanço rápido da doença rumo às cidades menores e aos bairros mais pobres.


Apenas países em que o Estado tem autoridade real para impedir deslocamentos populacionais e impor lockdowns radicais conseguem bloquear a marcha batida do vírus. Estados Unidos e Brasil são o contraexemplo.

Principalmente o Brasil, em estado de pré-anomia do Estado. Resta saber como vamos lidar com um efeito imediato: o deslocamento maciço de pessoas para os grandes centros em busca de atendimento médico de alta complexidade indisponível nas pequenas localidades. [o destaque dado ao Brasil está certíssimo;
além do enfraquecimento das leis, temos uma situação em que um presidente da República, eleito com quase 60.000.000 de votos, é vítima de um processo implacável de redução de sua autoridade, tanto que até para decisões menores precisa realizar uma pesquisa de opinião - devendo considerar como principal da pesquisa a opinião de alguns que estarão entre os que irão julgar a contestação aos atos presidenciais.]

Um “êxodo rural de novo tipo” (desconte a figura de retórica) em pleno Brasil do século 21.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política