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segunda-feira, 7 de maio de 2018

Paralisação dos baderneiros - também chamados de 'rodoviários' - prejudica população do DF

Paralisação deixa usuários sem ônibus em cidades do DF no começo da manhã

Movimento dos funcionários da Urbi prejudicou o serviço em Recanto das Emas, Riacho Fundo, Samambaia, Taguatinga e Núcleo Bandeirante 

Uma paralisação-relâmpago de funcionários da Viação Urbi pegou desprevenidos, na manhã desta segunda-feira (7/5), os usuários do sistema de transporte das cidades atendidas pela empresa: Recanto das Emas, Riacho Fundo, Samambaia, Taguatinga e Núcleo Bandeirante. Com isso, as paradas nesses locais ficaram cheias logo cedo de manhã, prejudicando a chegada ao serviço de vários trabalhadores.

De acordo com os funcionários, o movimento se deve a problemas no pagamento dos planos de saúde. Por meio de nota, a empresa Urbi Mobilidade Urbana informa que os atrasos dos repasses ocorreram por conta da "situação de inadimplência do GDF junto à empresa, que ultrapassa a quantia de R$ 35 milhões, montante acumulado nos anos de 2015, 2016, 2017 e 2018". Ainda, esclareceu que os ônibus começaram a sair das garagens às 6h20. Contudo, o serviço foi sendo normalizado aos poucos, e o reflexos eram sentidos por volta das 7h30.
Em nota, o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) informa que fez a transferência "de R$ 4,4 milhões à empresa Urbi, referente aos subsídios/gratuidades (Estudantil e Pessoas com Deficiência) e complemento tarifário", na última quinta-feira (3/5). "Já o repasse dos valores de Vale-Transporte e Cidadão é feito diariamente e está em dia. A autarquia esclarece, ainda, que as Dívidas de Exercícios Anteriores, de 2015 a 2017, com a Urbi chegam a R$ 14,8 milhões, mas a atual gestão vem realizando os pagamentos do exercício atual", completa.

A paralisação acabou refletindo no metrô, que se tornou a melhor opção para muitos passageiros. Na estação Taguatinga Sul, a reportagem viu trens partindo sem que todos conseguissem embarcar, de tão cheios que estavam os trens. Segundo a vendedora Elisete Silva, que mora em Taguatinga e trabalha no Setor Comercial, é injustificável a paralisação quando ela não é comunicada à população com antecedência. "Se o salário deles foi pago, ticket foi pago também, não tem razão uma paralisação dessas assim de uma hora para outra. Deveriam primeiro falar com a empresa, entender por que não pagaram o plano de saúde e depois fazer alguma coisa. A gente apoiaria. Agora, da forma como foi, só vejo como irresponsabilidade. O prejuízo, de novo, é nosso", lamentou.
O pedreiro Antônio Silva conseguiu pegar um ônibus de outra empresa até a estação de Furnas, em Samambaia, na esperança de chegar à Asa Norte, mas também não conseguiu entrar nos dois primeiros trens que passaram. "Vou andar igual caranguejo agora, para trás. Porque vou ter que pegar o trem de volta até Samambaia Sul para ver se, de lá, eu consigo entrar. Teria que pegar um ônibus apenas e chegar ao serviço às 6h30. São quase 8h e ainda estou aqui batendo cabeça e rodando", reclamou.

Trânsito intenso
O trânsito ficou intenso nas principais vias do DF. As saídas do Recanto das Emas e de Samambaia pela BR-060 ficaram congestionadas além do habitual, aparentemente porque muitos moradores resolveram seguir para o trabalho de carro. A mesma situação era vista na EPNB e na EPTG, que tinham tráfego intenso um pouco antes das 8h. Segundo os órgãos de trânsito, não há registro de acidentes, apenas excesso de carros.
 Correio Braziliense
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domingo, 30 de abril de 2017

Desrespeito com ciclistas e projetos ineficazes complicam o trânsito no DF

A cada mudança de governo, pensa-se em um plano de transporte diferente para a capital, dizem especialistas

Metrô, ciclovias, ciclofaixas, BRT, faixas exclusivas para ônibus, e um sistema que divide as empresas por região, para tornar o atendimento à população mais eficiente. O transporte público no DF tem ferramentas que deveriam transformar e facilitar a mobilidade urbana. Porém, não é o que acontece. Os sistemas foram feitos independentes uns dos outros. A integração é limitada e, na prática, o brasiliense continua a esperar por horas na parada de ônibus, a correr riscos ao pedalar nas rodovias e a insistir em juntar dinheiro para comprar um carro, que tampouco é a solução para o problema do transporte. A reportagem do Correio conversou com especialistas, ativistas da mobilidade urbana e com representantes do Governo do Distrito Federal para entender por que soluções que poderiam melhorar a vida do brasiliense demoram tanto a se concretizar.

De acordo com o engenheiro de transportes Rafael Stucchi, o problema é que, a cada mudança de governo, pensa-se em um plano de transporte diferente para a capital. O estudioso elogia o mais recente deles, o projeto Mobilidade Ativa, lançado em 25 de maio de 2016, mas lamenta que haja “muita resistência para seguir adiante”.  Um dos braços do projeto, o Circula Brasília (ciclovias conectadas com o metrô) só atende Águas Claras e, mesmo assim, não está finalizado. “Há uma falta de coragem política para implementar um plano pronto. Qualquer resistência é motivo para estancar o processo ou andar devagar. Isso acontece com o Circula Brasília, mas não apenas. O metrô é uma linha estagnada. Fala-se da expansão em Samambaia, em Ceilândia e na Asa Norte, que também não saem da fase do projeto. Eles (o GDF) não conseguem sequer ativar as estações previstas da Asa Sul”, critica.

Stucchi também critica o BRT, que, ele destaca, deveria ser uma alternativa para interligar a capital. A exemplo do metrô, o engenheiro lembra, o expresso Sul também não foi implantado por completo. O GDF fala em expandir o serviço para a região norte, atendendo Sobradinho e Planaltina, mas não há previsão.

 Redesenho
“Um projeto que era visto como uma forma de deixar mais eficiente a circulação acaba tornando mais penoso o deslocamento do usuário que tem que fazer transferências em épocas de muita chuva ou muito sol, por exemplo. Sobre as linhas de ônibus, é necessário redesenhar os trajetos. O DF está entre as capitais que mais dependem do automóvel para deslocamento. Existe uma descrença sobre a eficiência do transporte público. Enquanto o deslocamento por carro for conveniente, as pessoas não vão entender que o ônibus é mais vantajoso”, destaca.
Ainda de acordo com o engenheiro, é necessário rever, também, o horário de circulação dos ônibus. “É preciso que a fluidez do transporte público seja garantida o dia todo. Outra coisa é o número de ônibus no fim de semana. A oferta despenca. Com isso, as pessoas passam a contar menos com o transporte público”, aponta.

O especialista em trânsito e professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques concorda. Ele é categórico ao falar sobre a demora na integração do transporte público: “Não tem muita explicação, a não ser a falta de determinação política”. “Há uma resistência em favor do transporte individual. Historicamente, os governos não enfrentam essas forças. A solução, as pessoas pensam, é comprar o próprio carro, o que não soluciona o problema”, alerta.


Porta-voz da ONG Rodas da Paz, Bruno Meireles, também reclama da “falta de uma política única. “Acompanhamos as políticas do GDF há vários anos. Se conversamos na Secretaria de Mobilidade, eles têm um corpo técnico bom e o diálogo é produtivo. Mas, a cada governo, não há política única. Falta uma coisa ampla, de pensar a mobilidade como um todo”, critica.


Tecnologia
Secretário adjunto da Secretaria de Mobilidade, Denis Soares admite que “há deficiências” no transporte público, mas destaca que o serviço oferecido à população “está entre os melhores do país”. “Não existe desintegração. Se eu tenho o Cartão Cidadão e quero sair de Planaltina para Brazlândia, pago apenas R$ 5. Conseguimos integrar os modais e estamos ampliando isso. Estamos integrando os sistemas de ônibus e metrô. Hoje, têm algumas catracas que o usuário passa com a integração e outras com o vale do metrô, mas isso vai acabar. O BRT, apesar de faltar detalhes, presta serviço de qualidade, com ar-condicionado e linha exclusiva. Sempre há questionamentos em qualquer lugar do Brasil ou do mundo, sobre a qualidade do transporte”, afirma.

Denis Soares acrescenta que com a regulamentação do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) e do Sistema Inteligente de Transporte (STI) em 16 de fevereiro, o GDF vai otimizar os serviços prestados. A expectativa é que ambos os projetos estejam implementados em meados de agosto. “O usuário não ficará mais 30 minutos esperando o ônibus. Vamos monitorar os veículos e ele poderá acompanhar isso em um aplicativo. Vai saber enm quanto tempo passa a linha que quer pegar e a seguinte. Faremos, também, uma central de vigilância para garantir maior segurança para rodoviários e passageiros. São ações com entregas concretas. Temos uma malha cicloviária na faixa de 420km de extensão e contratamos um estudo para diagnosticar defeitos, pontos de desconexão e ligaremos esses locais.” [sinceramente, o repórter deveria ter acordado o tal Denis para então iniciar a entrevista;
o cidadão estava dormindo durante a entrevista e sonhou durante toda a entrevista - ou estava sonhando é um descarado mentiroso para imaginar que algum dia o transporte público vai funcionar no DF, ou em qualquer local do Brasil da forma que ele sonhou.
Denis, não precisa falar tanto absurdo para manter teu cargo. O conteúdo da tua entrevista - destacamos em vermelho, como um sinal de perigo - vai fazer você perder o cargo.] 

Em análise
O diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), Henrique Luduvice, diz que a implantação do sistema BRT na área norte está pronta e foi enviada para análise da Caixa Econômica Federal. O financiamento para a execução precisa ser incluso no orçamento geral da União. O planejamento visa a implantação de um terminal na Asa Norte, antes da área do Torto, que irá pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), próximo ao Parque Água Mineral, seguindo em direção a Sobradinho e Planaltina.

Falta conexão

ÔNIBUS
O sistema de transporte público de ônibus atende a maior parcela da população do DF. São 1 milhão de usuários e uma frota de 2.720 veículos. As melhorias, no entanto, ocorrem a passos de formiga. A licitação do novo sistema de transporte público aconteceu em 2011. Porém, a gestão do GDF, à época, manteve o funcionamento nos moldes antigos, o que piorou a vida dos usuários. Em 2013, o sistema passou a atuar em bacias, mas usuários continuaram a se queixar da recorrente demora no atendimento.

METRÔ
O sistema metroviário conta com 29 paradas, sendo 24 em funcionamento e atende 170 mil passageiros por dia. Embora essenciais para a vida dos usuários do transporte público, as linhas são curtas e só atendem a um pequeno trecho do DF. Usuários enfrentam trens quebrados, lentos ou excessivamente lotados
com frequência.

BRT
O Expresso Sul interliga Santa Maria e Gama à estação do metrô do ParkShopping e à Rodoviária do Plano Piloto e registra cerca de 95 mil acessos por dia. Como o metrô, o BRT se tornou um sistema vital para o brasiliense e reduziu o tempo de viagem de, ao menos parte dos passageiros, de 90 minutos para 40. Ainda assim, a linha está incompleta. Não conta com o número de paradas previstas e não atende aos trabalhadores que se deslocam diariamente para o ParkWay, por exemplo. Outro desafio dos usuários é a transferência de linhas em épocas de muita chuva ou muito sol.

CICLOVIAS E CICLOFAIXASA malha cicloviária do DF tem, aproximadamente, 420km de extensão. As faixas exclusivas e ciclovias foram construídas em várias gestões, sempre priorizando o carro em detrimento da bicicleta. O resultado é uma malha extensa, mas pouco efetiva, que não interliga cidades ou endereços. [a matéria tem título que deixa a impressão que vai tratar de vias para ciclista e na realidade abrange o transporte público no DF como um todo.

Nada temos contra os ciclistas - temos muitos amigos que são ciclistas, vez ou outra também usamos bicicletas, sabemos que a prioridade no Código Brasileiro de Trânsito - CBT, é a segurança e que pedestres e ciclistas gozam absoluta prioridade, mas, ainda assim, fazemos questão de registrar o absurdo do CBT - Lei Federal vigente desde o século passado - estabelecer:
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
        Infração - média;
        Penalidade - multa.

Senhores, na maior parte das cidades brasileiras é inviável o cumprimento desta norma.
Nas vias com várias faixas de rolamento em um único sentido, ainda se concebe como viável que  uma das faixas, preferencialmente a da direita, seja reservada para ciclistas (o ideal era sinalizar como CICLOFAIXA).
Mas, existem milhares de vias de mão dupla, obviamente com apenas duas faixas de rolamento, uma em cada sentido e que são passagem obrigatória para centenas de veículos, especialmente no horário de 'rush'.
Em Brasília se contam essas vias as centenas. Tem uma em Taguatinga, próximo da área central e na qual circulam no mesmo horário, em ambos os sentidos centenas de veículos.
Se um ciclista decidir pegar a faixa de rolamento sentido norte/sul daquela via entre 6 as 8h da manhã o caos está instalado.
O ciclista vai na sua faixa, a uma distância razoável do meio-fio e o carro que vem logo atrás, seguido por dezenas de outros, decide ultrapassar, mantendo a distância regulamentar do CBT.
NÃO CABE, NÃO TEM ESPAÇO.
Para se afastar lateralmente do ciclista o carro que pretende ultrapassar terá que adentrar na faixa contrária - contra mão - entre meio metro a um metro e colidir frontalmente com o outro veículo.
RESULTADO: dezenas de veículo terão que circular naquela via, naquele horário, a uma velocidade de no máximo 20km/h por um longo trecho.
E se vier um outro ciclista na pista contrária também não poderá ser ultrapassado pelos veículos que o seguem.
DESAFIAMOS qualquer um a apresentar uma solução para esse impasse.
Essa excrescência está no CBT há mais de 20 anos.
Tem mais: em Brasília, as carroças, puxadas por animais, são livres para transitar a qualquer horário, em qualquer local de Brasília, mesmo que se trate de uma via igual a acima descrita.
PODE??? 
Antes que alguns me considerem um 'assassino' de ciclistas, o terror dos usuários de bicicletas, asseguro que NUNCA ATROPELEI UM CICLISTA.
Nem tão pouco atropelei uma carroça. Ao contrário, eu e dois amigos um dia desse, ao ver um carroceiro espancando um animal, que não estava dando conta de puxar a carroça com uma carga excessiva, paramos o cidadão e o obrigamos a derramar metade da carga na margem da via, levar o restante ao destino e depois voltar para apanhar o resto.
Somos bem convincentes: ou ele fazia o que estávamos mandando ou ele assumiria o lugar do cavalo.
Por sorte, ele foi sensato e não precisamos transformar a carroça de veículo de tração animal em veículo de tração humana.]

Fonte: Correio Braziliense 

 

sábado, 24 de janeiro de 2015

O APAGÃO da Dilma = o inicio do fim antecipado do segundo mandato

O blecaute de Dilma

Falta de planejamento do governo, baixo investimento e falhas na transmissão provocam um apagão que deixa três milhões de brasileiros no escuro e trazem de volta ao País o fantasma do racionamento energético 

Nos últimos anos, tornou-se comum para os brasileiros conviver com sucessivas quedas de energia elétrica. Bairros, cidades e até regiões do País ficavam no escuro e, em todas as ocasiões, o governo alegava que eram problemas localizados, provocados por defeitos nas redes de distribuição. Essa desculpa deixou de valer no início da tarde da segunda-feira 19. A partir das 14h55, a população de 11 Estados ficou mais de uma hora no breu. Com o blecaute, linhas de metrô deixaram de funcionar, o comércio teve grandes prejuízos e, mais uma vez, o brasileiro perdeu a confiança no sistema energético nacional. Às pressas, o Planalto acionou os órgãos do setor para explicar as razões do apagão. Em entrevistas e notas divulgadas pela imprensa, apesar de alegarem que havia uma “folga de geração no Sistema Interligado Nacional”, as autoridades reconheceram que o fenômeno foi provocado pelo alto consumo de energia, em decorrência do uso em excesso de aparelhos de ar-condicionado, ligados para atenuar o calor sufocante do verão. Atribuíram o problema também a falhas na transmissão de energia das regiões Norte e Nordeste para a Sudeste. Em razão do pico de demanda, as usinas foram desligadas preventivamente para evitar um colapso do sistema.
Dilma, a imagem do fracasso e incomPTência
CAMINHO ERRADO
Dilma apostou no investimento nas termelétricas. Agora, se vê que a aposta
deu errado. Não supriu a demanda e ainda encareceu a energia
O governo não pode alegar que se surpreendeu com o aumento de consumo provocado pelos aparelhos de ar-condicionado neste verão. O consumo nacional de energia havia crescido 3,7% em 2014 e os sinais de que os reservatórios estavam com a capacidade reduzida já apareciam havia três anos em relatórios dos especialistas da consultoria PSR. No final do ano passado, estudos indicavam que os consumidores residenciais e de comércio precisariam reduzir em 6% os gastos de eletricidade, caso não quisessem conviver com eventos como os de segunda-feira 19. Em maio de 2014, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou, no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), que se cogitava fazer um racionamento, mas a medida extrema esbarrava em um dilema. “Existem dois riscos. O primeiro, de se precipitar e ter arrependimento. O outro, de não fazer e ter um problema mais sério no futuro”, afirma Hermes Chipp. Mas a decisão de adiar medidas de gestão de consumo obedeceu a uma agenda política. Às vésperas da eleição, o governo não ousou mexer no consumo de energia, porque sempre usou o racionamento de 2001, feito pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, como arma eleitoral contra os tucanos. À época, os brasileiros que ultrapassassem o consumo mensal de 320 megawatts tiveram de pagar 50% a mais na tarifa. Atualmente, calcula-se em 1 mil megawatts o gasto mensal por família. O racionamento gerou prejuízo de mais de R$ 40 bilhões à economia.
 VÍTIMA
Em razão do apagão da semana passada, o metrô de São Paulo
chegou a parar. Diversas pessoas tiveram que ser levadas a centros médicos

A baixa dos reservatórios e o atraso nas obras de ampliação do sistema elétrico indicam que, em 2015, uma saída para se evitar novos apagões pode ser a volta do racionamento de energia. As medidas de restrição, seja lá que nome tenham, são inevitáveis. Esta é a previsão de Raimundo de Paula Batista, presidente da Enecel, empresa que comercializa energia. “Se nós tivéssemos no País uma economia aquecida, com mais demanda energética da indústria, o quadro seria mais grave. Como um sistema com capacidade para 120 mil megawatts tem que cortar fornecimento por causa de 2,2 mil megawatts? É preciso orientar a população, dar um choque de realidade, pois o apagão vai acontecer outra vez”, vaticina.

O Ministério de Minas e Energia faz planos decenais de investimentos. Mas entraves burocráticos na cadeia de licenciamento ambiental e na execução de grandes obras de infraestrutura levaram o governo a contar com as chuvas para adiar por mais um ano o fantasma da falta de energia elétrica. O último balanço do eixo de energia do PACo mostra que apenas 53% das obras de ampliação do sistema de geração e transmissão foram entregues no prazo contratado. Oito hidrelétricas em fase de construção poderão aportar 18,8 mil megawatts ao sistema e as usinas eólicas, outros 2,3 mil megawatts. Os projetos, porém, estão emperrados. “A tendência natural dos políticos é culpar a natureza, mas nós técnicos sabemos que a natureza é cíclica, não nos rendemos a essa tentação. Não se trata apenas de uma horinha sem luz, a crise é séria, mas os políticos negam até a última hora”, lamenta Rafael Herzberg, consultor da Interact Energia.

Em fevereiro de 2014, quando uma falha na rede de transmissão em Tocantins provocou um apagão em 18 Estados, a situação dos reservatórios já não era boa. Mas o governo se blindou para evitar que a oposição no Congresso discutisse o problema. O Planalto também errou ao direcionar grandes investimentos para a matriz termelétrica. 

Essa foi a solução encontrada por Dilma Rousseff em 2004, quando ela ainda era ministra de Minas e Energia. As termelétricas funcionam como um sistema de segurança para falhas ou para aporte do sistema hídrico. O modelo, no entanto, não conseguiu suprir a demanda e o alto preço da energia gerada ajudou a elevar a tarifa, impactando também os índices de inflação e equilíbrio do mercado. Em maio de 2013, Dilma desestabilizou o setor de energia. Na ocasião, a presidente editou um decreto que reduziu artificialmente o valor da tarifa elétrica. Como a energia termelétrica é muito mais cara, a medida gerou um rombo nas contas dos governos e nas finanças das empresas. Só nos dois últimos meses de 2014, as companhias do setor tiveram prejuízo de mais de R$ 3 bilhões para manter as tarifas em níveis mais baixos.

Ainda este mês, o governo anunciaria o início de reajustes, que podem chegar a 40% até o final do ano, no custo da energia elétrica. A má notícia para os consumidores foi adiada após o apagão. Titular da Comissão de Minas e Energia da Câmara, o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) reclama que o Palácio do Planalto mobilizou sua base aliada para vetar, no ano passado, a convocação do ex-ministro Edison Lobão para falar de possibilidade de apagão em 2015. “Todo setor elétrico dizia que o apagão aconteceria, mas o governo não queria falar disso no período das eleições. Assim como mudaram a meta de superávit na canetada, queriam fazer São Pedro mudar a meta de chuvas”. Pode não ser agora, mas o aumento no preço da energia para os consumidores vai acontecer. Mesmo assim, nada indica que os brasileiros estarão livres de novos apagões.

“Vamos atrair investimentos”
O engenheiro eletricista Eduardo Braga, 54 anos, assumiu o Ministério de Minas e Energia no dia 1º de janeiro e, logo na terceira semana, enfrentou uma crise no sistema energético brasileiro. Nesta entrevista, ele fala sobre os problemas do setor e aposta na modernização das redes de baixa tensão como uma das soluções para o País.

ISTOÉ – Chegamos ao limite do sistema energético?
Eduardo Braga
– Não. Nós estamos trabalhando em situações extremas, com uma reserva de água menor e menos chuva do que nos anos anteriores. O que aconteceu foi consequência de um problema técnico em uma rede de transmissão e foram feitos desligamentos preventivos.
[
ISTOÉ – O sistema está preparado para um longo período de estiagem?
Braga –
Nosso sistema é bastante robusto e eficiente. Diferentemente de outros países, o Brasil tem um Operador Nacional do Sistema Elétrico. Temos uma matriz energética diversificada, com um preponderante papel da matriz hidráulica. Isso é bom, mas nos obriga a ter um sistema de térmicas de base para suportar longos períodos de estiagem. Os nossos estudos foram feitos até o ponto de referência mais crítico pelo cenário histórico. Se ultrapassarmos esse cenário, correremos algum risco. 

ISTOÉ – O que deve ser feito para evitar novos problemas?
Braga –
Teremos alguns fatos novos, por exemplo, na matriz eólica, na matriz foto-voltaica e de biomassa, que farão uma grande diferença na geração distribuída na próxima década. Precisamos modernizar a nossa rede de baixa tensão, essa que passa na rua, e a iluminação pública.
ISTOÉ – O sr. afirmou que é necessário construir um ambiente propício aos negócios. O que significa isso?
Braga –
É preciso diálogo com o setor privado, com o setor público e com os diferentes agentes reguladores para que haja um ambiente de confiança. Vamos buscar fontes de financiamento e atrair mais investimentos. Isso vai fazer com que possamos ter os leilões cada vez mais disputados, seja de distribuição de geração, seja de novas tecnologias.

Eumano Silva
Fotos: Adriano Machado/AG. ISTOE; Fernando Nascimento/Folhapress; Wilson Dias/Agência Brasil Shutterstock

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Situação só piora no governo Dilma: aumento de juros, aumento de impostos, aumento de combustíveis, aumento da energia elétrica, apagões e continua piorando



Primeiro apagão do segundo mandato da Dilma   - ONS determina cortes de energia em Rio, São Paulo e Minas

Por determinação do ONS, distribuidoras cortam entrega de energia em São Paulo, Rio e Minas
Em São Paulo, cortes chegaram a parar linhas do metrô; no Rio, há falta de luz em alguns bairros nas Zonas Norte e Oeste
ONS determina que distribuidoras reduzam fornecimento de energia
No Rio, há falta de luz em alguns bairros, e em SP, cortes afetam o metrô
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou na tarde desta segunda-feira que distribuidoras reduzam um pouco o fornecimento de carga. A informação foi confirmada por fontes do setor e das operadoras. O movimento provoca falta de luz em Rio, São Paulo, Espírito Santos, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do fechamento de duas estações do metrô da capital paulista.

O objetivo do ONS é reduzir a pressão sobre a demanda de energia elétrica, que está elevada neste verão. Ainda não está claro se é algo pontual ou se é um tipo de racionamento. Com a iniciativa o ONS está tentando preservar o corte de energia em locais com maior impacto social, ou seja, tentará manter o fornecimento para hospitais, escolas e transporte público, como metrô e trens.

A Light, distribuidora de energia no Rio, informou que a solicitação do ONS diz respeito a um "alívio de carga" necessário.  A Ampla, distribuidora de energia em Niterói e em parte do interior do Estado do Rio também confirmou que a empresa foi obrigada a cortar parte do fornecimento de energia. Neste momento, a Ampla está dimensionando o impacto do corte, mas áreas dos municípios de Niterói e São Gonçalo foram afetadas.

A AES Eletropaulo foi a primeira distribuidora a atribuir a queda de energia em algumas regiões de São Paulo à determinação do ONS de reduzir em 700 megawatts a distribuição de energia. Esse montante representa 10% do que a empresa distribui na capital e Grande São Paulo (20,1 milhões de pessoas). Segundo a companhia, o corte foi feito no início da tarde. Após reclamações de interrupções no fornecimento de energia, notificaram o ONS e, às 15h50, foram autorizados a liberar a carga total, ou seja, retornando os 700 megawatts à rede de distribuição. Não há informações sobre o número de bairros e clientes afetados.

A Cemig, responsável pela distribuição de energia em Minas Gerais, também confirmou o pedido de redução do fornecimento de carga. A Copel, do Paraná, confirmou a falta de luz, mas informou que o apagão foi rápido.

EM SP, FALTA DE ENERGIA AFETA TRANSPORTE
O consórcio que administra a Linha 4 do Metrô, a Via Quatro, informou que uma falha elétrica atingiu, pouco após as 14h30, a circulação de trens nas estações Luz e República, que estão paralisadas. O trajeto entre a Paulista e o Butantã não foi afetado. As demais estações da mesma linha (Paulista, Fradique Coutinho, Faria Lima, Pinheiros, e Butantã) operam normalmente.

Entre os bairros atingidos por cortes de energia estão Alphaville, na Grande São Paulo, Itaim, A região da Avenida Faria Lima, Vila Mariana, Jaçanã e Luz.  Segundo a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), as demais linhas da cidade estão operando normalmente. A Linha Amarela 4 é a única concedida à iniciativa privada. A Eletrobrás afirmou que suas distribuidoras não foram afetadas pelo corte de luz sofrido hoje no país por pico de consumo. Suas distribuidoras no Piauí, Rondônia, Acre Amazonas, Alagoas e Roraima não sofreram corte no fornecimento.

Fonte: O Globo

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Casal gay tem comportamento inadequado em vagão do metrô de São Paulo e é "disciplinado", de forma rigorosa e adequada, por outros passageiros



‘Parem de se beijar, saiam do vagão’, ordenou o grupo antes de agredir os dois rapazes. Um deles sofreu fratura no nariz
Um casal de rapazes foi agredido, no último domingo, dentro de uma composição do metrô de São Paulo, entre as estações Armênia e Luz. Segundo depoimentos publicados pelas vítimas em redes sociais, o ataque foi realizado por 15 homens, que espancaram Raphael Martins, de 20 anos, e Danilo Ferreira Putinato, de 21. Raphael sofreu uma fratura no nariz.

Abraçados, os namorados trocavam beijos dentro do vagão do metrô, por volta das 14h de domingo, quando o grupo, que, segunda as vítimas, pareciam fazer parte de uma torcida organizada, entraram no trem. Logo que avistaram o casal, os homens começaram a proferir ofensas: “Parem de se beijar, seus viados. Olha o respeito! Saiam do vagão!”, teriam dito os agressores, segundo as vítimas. “Não quisemos ceder porque é o nosso direito. Nós temos direito de ir e vir, nós temos o direito de frequentar espaços públicos, de manifestar o nosso amor”, escreveu Raphael em seu perfil no Facebook.

Como os rapazes não deixaram o vagão, o grupo se aproximou, fez uma roda em torno dos dois e desferiu chutes contra eles. “Os chutes acertaram o meu rosto e o rosto do Dan. Meu nariz inchou e sangrou muito. O Dan também se machucou no rosto e no braço”, descreveu Raphael.

Quando as portas da composição se abriram na estação seguinte, Danilo e Raphael foram empurrados para fora do metrô. “Que respeito é esse que eles pediam?”, questionou Danilo em seu perfil.

Depois de pedir ajuda aos funcionários do metrô, os dois jovens foram encaminhados ao atendimento médico na Santa Casa e, em seguida, ao Instituto Médico Legal, para exame de lesões corporais. Por fim, eles se dirigiram à delegacia do Terminal da Barra Funda, onde o boletim de ocorrência foi registrado. O caso foi classificado como lesão corporal e encaminhado para a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) da Polícia Civil.

Passado o susto com o episódio, Raphael descreveu, numa rede social, a humilhação que sentiu no momento das agressões e pediu para que os cidadãos se manifestem contra a homofobia e o preconceito.

“Na hora eu chorei muito, me senti humilhado, mas agora estou melhor. Isso não me abalou e eu vou continuar lutando por um Brasil mais justo. Convido todos a participar dessa luta”, conclamou o jovem.

Transcrito do O Globo