Paralisação deixa usuários sem ônibus em cidades do DF no começo da manhã
Movimento dos funcionários da Urbi prejudicou o serviço em Recanto das Emas, Riacho Fundo, Samambaia, Taguatinga e Núcleo Bandeirante
Uma paralisação-relâmpago de funcionários da Viação Urbi pegou
desprevenidos, na manhã desta segunda-feira (7/5), os usuários do
sistema de transporte das cidades atendidas pela empresa: Recanto das
Emas, Riacho Fundo, Samambaia, Taguatinga e Núcleo Bandeirante. Com
isso, as paradas nesses locais ficaram cheias logo cedo de manhã,
prejudicando a chegada ao serviço de vários trabalhadores.
De
acordo com os funcionários, o movimento se deve a problemas no
pagamento dos planos de saúde. Por meio de nota, a empresa Urbi
Mobilidade Urbana informa que os atrasos dos repasses ocorreram por
conta da "situação de inadimplência do GDF junto à empresa, que
ultrapassa a quantia de R$ 35 milhões, montante acumulado nos anos de
2015, 2016, 2017 e 2018". Ainda, esclareceu que os ônibus começaram a
sair das garagens às 6h20. Contudo, o serviço foi sendo normalizado aos
poucos, e o reflexos eram sentidos por volta das 7h30.
Em nota, o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) informa
que fez a transferência "de R$ 4,4 milhões à empresa Urbi, referente aos
subsídios/gratuidades (Estudantil e Pessoas com Deficiência) e
complemento tarifário", na última quinta-feira (3/5). "Já o repasse dos
valores de Vale-Transporte e Cidadão é feito diariamente e está em dia. A
autarquia esclarece, ainda, que as Dívidas de Exercícios Anteriores, de
2015 a 2017, com a Urbi chegam a R$ 14,8 milhões, mas a atual gestão
vem realizando os pagamentos do exercício atual", completa.
A
paralisação acabou refletindo no metrô, que se tornou a melhor opção
para muitos passageiros. Na estação Taguatinga Sul, a reportagem viu
trens partindo sem que todos conseguissem embarcar, de tão cheios que
estavam os trens. Segundo a vendedora Elisete
Silva, que mora em Taguatinga e trabalha no Setor Comercial, é
injustificável a paralisação quando ela não é comunicada à população com
antecedência. "Se o salário deles foi pago, ticket foi pago também, não
tem razão uma paralisação dessas assim de uma hora para outra. Deveriam
primeiro falar com a empresa, entender por que não pagaram o plano de
saúde e depois fazer alguma coisa. A gente apoiaria. Agora, da forma
como foi, só vejo como irresponsabilidade. O prejuízo, de novo, é
nosso", lamentou.
O pedreiro Antônio Silva
conseguiu pegar um ônibus de outra empresa até a estação de Furnas, em
Samambaia, na esperança de chegar à Asa Norte, mas também não conseguiu
entrar nos dois primeiros trens que passaram. "Vou andar igual
caranguejo agora, para trás. Porque vou ter que pegar o trem de volta
até Samambaia Sul para ver se, de lá, eu consigo entrar. Teria que pegar
um ônibus apenas e chegar ao serviço às 6h30. São quase 8h e ainda
estou aqui batendo cabeça e rodando", reclamou.
Trânsito intenso
O
trânsito ficou intenso nas principais vias do DF. As saídas do Recanto
das Emas e de Samambaia pela BR-060 ficaram congestionadas além do
habitual, aparentemente porque muitos moradores resolveram seguir para o
trabalho de carro. A mesma situação era vista na
EPNB e na EPTG, que tinham tráfego intenso um pouco antes das 8h.
Segundo os órgãos de trânsito, não há registro de acidentes, apenas
excesso de carros.
Correio Braziliense
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