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domingo, 29 de outubro de 2023

Autoridades erram feio na Segurança e transformam Rio de Janeiro em território ocupado pelo crime - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Governos ficam lamentando, falam em mandar ‘tropas’, mas sabem que tudo o que tem de fazer é simular atividade e ficar esperando o tempo passar

O Congresso Nacional, o supremo sistema judiciário e as classes intelectuais, que querem pensar por todos os brasileiros, transformaram o Brasil num território livre para o crime
Tomaram 30 anos atrás, ou algo assim, uma decisão fundamental: ficar ao lado dos criminosos e contra os cidadãos. 
 Com o apoio da maior parte da mídia, dos “movimentos sociais” e dos advogados criminalistas mais bem pagos, o Poder Legislativo passou a aprovar sistematicamente, nestas três décadas, leis em benefício direto da bandidagem e dos bandidos.

A grande teoria é que o crime, no fundo, é um “problema social”, causado pela pobreza, pela incompetência dos governos e pela “sociedade”. Enquanto não se resolver isso tudo, sustenta o “campo progressista”, a prioridade do poder público não pode ser a repressão aos atos criminosos. Tem de ser a recuperação moral dos bandidos, a oferta de oportunidades para que possam viver honestamente e, acima de tudo, a multiplicação permanente dos seus direitos diante da Justiça.

Ônibus incendiado no Rio após morte de miliciano; regiões inteiras da cidade não fazem mais parte do território nacional Foto: Pedro Kirilos/Estadão - 23/10/23
Deu espetacularmente certo para os criminosos – e errado para o cidadão. Na última explosão de banditismo no Rio de Janeiro, os marajás do crime organizado queimaram ônibus, fecharam ruas e mostraram quem manda nas suas áreas de ação. 
O trabalhador ficou sem transporte. É o “novo normal” do Rio. 
Regiões inteiras da cidade não fazem mais parte do território nacional; é como se tivessem sido ocupadas por uma tropa estrangeira, que não reconhece a existência da República Federativa do Brasil, nem do “Estado”. 
Nos episódios mais recentes de violência, inclusive, as quadrilhas capricharam em esfregar na cara dos governos que no país controlado por elas existe a pena de morte – e que estão dispostas a continuar aplicando suas sentenças. 
As autoridades ficam lamentando; falam em mandar “tropas”, mandar “verbas”, mandar o Batman. Sabem que tudo o que tem de fazer no momento é simular atividade e ficar esperando o tempo passar. Daqui a pouco as pessoas esquecem – e o Rio de Janeiro voltará às suas condições normais de temperatura e pressão.

Os brasileiros que cumprem a lei sabem, há muito tempo, que o Estado deixou de assegurar o seu direito constitucional à vida.  

Sabem, também, que os peixes graúdos do aparelho público que controlam as suas vidas, além dos milionários, vivem num país onde não há crimes, nem qualquer ameaça para a sua segurança pessoal – rodam em carros blindados, têm esquadrões armados em sua volta e não precisam chegar a menos de 50 metros de distância da população. Sua única preocupação é condenar a até 17 anos de cadeia os acusados de um quebra-quebra que consideram “golpistas”.

 

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 


sábado, 2 de setembro de 2023

Crescer e preservar é possível - Carlos Alberto Sardenberg

O primeiro Orçamento preparado pelo governo Lula para 2024 suscita, entre outras, uma pergunta: qual o objetivo principal, o desenvolvimento econômico ou a preservação ambiental?

A verba para o Ministério do Meio Ambiente diminuiu. E o dinheiro dos Transportes aumentou. Para obras viárias. Mais: o novo PAC [PACO]  prevê investimentos de R$ 185 bilhões em rodovias. Estamos, pois, falando de caminhões, carros e ônibus, emissores de carbono.

Sim, os veículos elétricos já estão rodando por aí, mas muito pouco no Brasil. O país está com atraso de anos na introdução deles. 
Nem há política consistente nessa direção. 
No máximo, tem-se algum esforço de produzir motores a combustão menos poluentes. 
 
Mais ainda: o governo Lula tem planos grandiosos para o sistema de exploração de petróleo desde furar novos poços até construir refinarias, navios e plataformas. De novo, emissão de poluentes. [experiência anterior do governo petista mostrou para a esquerda que iniciar construção de refinarias, sem concluir, comprar refinarias sucateadas, fornecem as melhores oportunidades para corrupção = outro petrolão ou outros.]  Esses investimentos geram crescimento. Dirão: mas é desenvolvimento à moda do passado, queimando carbono. 
E onde estão as medidas de desenvolvimento verde?

Isso leva a uma questão subjacente no debate político mundo afora: há exclusão entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental? Esse foi o tema tratado por Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, realizada na semana passada em Belém. Blair comanda hoje o Instituto para Mudança Global, empenhado na estruturação de políticas públicas em países emergentes, incluindo transição energética e descarbonização.

Em entrevista ao Valor Econômico, ele sustentou que não pode, não deve ou, ainda, não deveria existir a exclusão entre crescer e preservar. 
O problema, diz ele, é que não há como impedir um país pobre de explorar suas reservas de óleo e gás. 
Na África, afirma, a escolha pode ser entre gás e queimar lenha. Ou, acrescentamos nós, entre petróleo e não crescer.

Os países ricos, já desenvolvidos, estão muito mais avançados em programas de descarbonização. Têm dinheiro para isso, até para desenvolver novas tecnologias. Mas mesmo esses ricos continuam queimando óleo. Dados os parâmetros atuais, incluindo políticas de transição energética, estima-se que o mundo estará consumindo algo como 50 milhões de barris de petróleo por dia em 2050.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse outro dia, também em Belém, que os países sul-americanos deveriam deixar debaixo da terra o petróleo que ainda não exploram.  
Faz sentido no plano da preservação ambiental, mas qual o efeito para o mundo se outros países continuarem a explorar o óleo, ganhando dinheiro com a demanda futura? 
 
O xeque Zaki Yamani, príncipe da Arábia Saudita, foi o inventor da Organização dos Países Produtores de Petróleo, a poderosa Opep, lá nos anos 1960. Os países membros, nacionalizando suas reservas, ganharam muito dinheiro da noite para o dia, os petrodólares. 
Formado nas melhores universidades de Inglaterra e Estados Unidos, Yamani deixou um legado e conselhos sábios. 
Disse que os países da Opep deveriam usar a riqueza do petróleo na geração de reservas financeiras para o futuro e, sobretudo, para desenvolver uma “economia não petróleo”. Isso porque, arrematava: a Idade da Pedra Lascada não acabou por falta de pedra. 
 
Quer dizer, a Era do Petróleo acabará quando desenvolverem outras tecnologias para gerar energia eficiente, sustentável e economicamente viável. Tony Blair chama atenção para isso. A única maneira de escapar do dilema é pelo avanço tecnológico. Nisso, é preciso agir em todas as direções: desde melhorar os motores a combustão até implantar energias renováveis, hidrogênio verde e até energia nuclear.  
Nem todo mundo está fazendo isso. 
E, olhando bem o jeitão da coisa por aqui, parece que o governo Lula busca mesmo o crescimento à moda do petróleo.
Carlos Alberto Sardenberg, jornalista  - Coluna em O Globo  - 02 setembro 2023
 
 

terça-feira, 6 de junho de 2023

Risíveis planos de Lula: moeda única do Mercosul e o “caminhão popular” - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - VOZES

Foto: Agência Brasil

Eu não sei se é de rir ou de chorar essa história que foi anunciada para supostamente agradar o consumidor que deseja ter carro zero quilômetro, mas principalmente para agradar as montadoras, que estão fechando pouco a pouco, paralisando por falta de mercado
É o tal do carro popular. O governo promete que vai haver redução de impostos federais para carros até R$ 120 mil.
 
Imagina, R$ 119 mil ser carro popular. O ministro mudou a ideia, um dia depois. Não vai ser um bônus. Obviamente vai dar em corrupção. 
Vai dar falsificações aí no meio, nesse bônus. 
Claro que não vai dar certo, é mais uma interferência em mercado. 
É muito mais fácil o governo não se meter, gastar menos consigo mesmo, e cobrar menos imposto das pessoas, o que geraria menos imposto sobre o carro e deixaria mais barato todos os componentes de produção. 
Sobre todas as operações mercantis envolvendo um veículo.
 
Agora o ministro da Fazenda diz que foi repaginado o programa, que vai ser caminhão e ônibus. Como é que é? Caminhão e ônibus, popular, pra facilitar o moço ali que queria ter um carrinho, ele compra um ônibus? E aí leva família, amigos, todo mundo, né? 
Por isso que eu digo: é risível, mas é de chorar. Caminhão e ônibus, já são subsidiados com redução de impostos federais sobre o diesel, todo o combustível que caminhões e ônibus usam já é subsidiado. O programa do governo federal não tem lógica.
 
Moeda do Mercosul
E tem uma outra coisa que o presidente Lula confirmou, depois de tanto negar. O ministro da Fazendo e o presidente Lula falaram em moeda única no Mercosul durante aquele fiasco da reunião em Brasília na qual trouxeram o Maduro para tentar empurrar goela abaixo a ditadura venezuelana nos outros presidentes, que nem os esquerdistas aceitaram, como a gente viu no caso do Boric, do Chile, que criticou o governo de Maduro.  
O presidente fala de novo em moeda única no continente que não seja o dólar. Opa! Vai ser o grande herói que vai derrubar o dólar. Moeda única! Sabe quanto? O peso em relação ao dólar: 500 pesos por um dólar. Nós estamos aí a menos de cinco reais por dólar. 
Vai dar pra fazer moeda única com uma disparidade dessas? 
Só que o peso oficial, o câmbio oficial é 235.
 
Vocês acham que algum exportador argentino vai querer exportar, digamos, carne, a 235? Recebendo ele 235, em vez de receber 500? 
Não vai. Deram calote no FMI, vamos ver o que o FMI vai fazer
Nem no Brics - cujo banco é presidido pela Dilma - a direção não topou dar apoio à Argentina. Só o Lula. Só o Lula está dando apoio ao Maduro e dando apoio ao Fernandéz. 
Será que vai sobrar para o BNDES e pode sobrar para o Fundo de Amparo ao Trabalhador, essas coisas? 
BNDES é Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, ou seja, desenvolvimento econômico social nacional, da nação brasileira, que usa fundos brasileiros, dinheiro dos brasileiros, não é caixa beneficente de países que têm regimes que quebram a economia.
 
Ricardo Salles
E por fim, Ricardo Salles. O deputado desistiu de ser candidato à prefeitura de São Paulo. Diz ele que o Centrão venceu. 
 O fato é que o ex-presidente Bolsonaro julgou que ele não seria adversário para o Boulos. O bom adversário para o Boulos é o atual prefeito Ricardo Nunes, e Bolsonaro disse que o melhor candidato é Ricardo Nunes. E não o Salles. E eu vejo que eleitores do Salles já estavam reclamando. Votaram nele para nos representar por quatro ano e não só chegar na metade do mandato, jogar a nossa procuração fora, que é uma coisa que eu bato muito aqui. 
Bati no Eduardo Bolsonaro, quando ele quis ser embaixador em Washington. Eu disse que ele iria jogar fora seus milhões de votos e dar as costas para os eleitores. Acabou não dando as costas para os eleitores. É terrível isso! A pessoa vota em alguém para ser seu representante no Congresso, e essa pessoa resolve ser empregado do presidente da República, auxiliar do presidente da República. É horrível isso, devia ser proibido.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Alexandre Garcia,
colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 26 de fevereiro de 2023

O Brasil do agro, o bloco que saiu ileso e Daniel Silveira que segue preso - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

Fim da folia

O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).| Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O Rio Amazonas vai assistir a um recorde brasileiro. De Itaituba até Barcarena, que é um terminal lá do ladinho de Belém, vão ser transportadas 70 mil toneladas de grãos de uma só vez, colhidos na região produtora de Mato Grosso, do sul do Pará, etc. 
 E num trajeto aí de uns 1200 quilômetros, o equivalente ou substituindo 1666 caminhões.  
O recorde é um comboio de 35 barcaças juntas, dá uma largura de 75 metros, um comprimento de 364 metros, e uma carga de 70 mil toneladas
Imaginem a racionalidade desse transporte. Já chega lá no porto de exportação. É o Brasil do agro. É por conta da Hidrovias do Brasil esse registro.

Em 1978, folião não tinha medo

Ontem foi terça-feira gorda e saiu às ruas o bloco organizado por jornalistas e intelectuais de Brasília (DF). Foi criado em 1978, eu me lembro, para satirizar o governo. Aliás, jornalismo é a oposição, como diz Millôr Fernandes. O resto são secos e molhados. Não estou vendo isso agora, mas é assim. 
O bloco já saiu de cara satirizando o pacote de abril de Ernesto Geisel, que inventou o senador biônico, aumentou o mandato do presidente, etc. 
E o primeiro versinho da primeira marchinha era (fazendo trocadilho com o aiatolá do Irã): “Geisel você nos atolou, Figueiredo também vai nos atolar”. E ninguém foi preso. Era o governo militar e ninguém foi preso.
 
Estou dizendo isso pra comparar com hoje. Em 1978, debochando de Geisel e Figueiredo, dois generais, e ninguém terminou preso, não. 
Foi todo mundo para a casa. Se é que foi para a casa, não foi para o boteco de novo. Só para a gente comparar e eu vivi aquele tempo
O que estou vivendo agora são pessoas postas em ônibus de repente, sem saber para onde vão, e acabam na prisão, sem saber o porquê.

A marcha estranha do Judiciário
Por falar nisso, acho estranho o que está acontecendo com o Daniel Silveira, o ex-deputado. Está preso de novo. Foi indultado, mas está preso, porque não teria cumprido a ordem judicial de andar de tornozeleira eletrônica, não fazer declarações nas redes sociais e não dar entrevista. Encontraram na casa dele, na batida policial, em Teresópolis, R$ 270 mil. E agora a polícia está perguntando para o Supremo Tribunal Federal se tem de investigar a origem desse dinheiro.

Em primeiro lugar, a gente sabe que ele está com as contas bloqueadas, portanto não pode usar banco.  
E também perguntam a origem dos quatro carros que estavam na casa dele. 
Creio que não são Mercedes, nem Audi, nem BMW, porque se não estaria no noticiário
Mas acho estranho o seguinte: estou registrando isso porque ele não é mais deputado, não tem mais foro privilegiado no Supremo. Ele é primeira instância. E o Supremo já decidiu isso em relação ao Bolsonaro, com as denúncias de partido político, do Randolfe Rodrigues e tal. 
O Supremo já disse que é primeira instância porque o Bolsonaro não tem mais foro privilegiado
Então, não sei por que com o Daniel Silveira ficou diferente. 
São essas coisas que a gente não consegue entender pensando na lógica do devido processo legal, dos hábitos do poder judiciário.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do povo - VOZES


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Empresa que teve ônibus apreendido diz que também alugou veículos para petistas

Declaração foi feita para convencer STF a liberar coletivo que levou manifestantes para Brasília em 8 de janeiro 

Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), para pedir a liberação de um ônibus apreendido por ter transportado pessoas para Brasília em 8 de janeiro, a empresa Flecha Tur, do Mato Grosso, disse que também prestou serviços de transportes a petistas e que atua sem ideologias, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo.

Segundo a empresa, cujo veículo foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Sorriso (MT), em razão de ordem do ministro Alexandre de Moraes, o mesmo ônibus levou mato-grossenses para a posse de Lula, em 1º de janeiro.

A empresa também informou ao STF que já tinha alugado veículos para transportar militantes do PT para a vigília Lula Livre, montada em frente à Polícia Federal em Curitiba, onde o hoje presidente ficou preso por 580 dias, depois de condenado por crimes investigados pela Operação Lava Jato.

Com as informações, a empresa pretende convencer o ministro que não estava envolvida nas manifestações, mas apenas foi contratada para a fazer o serviço. Tanto a Flecha Tur quanto outras transportadoras pediram a liberação dos veículos porque estão tendo prejuízos sem os ônibus para integrar a frota.

Na manifestação, a Flecha Tur disse que atua “sem matizes ideológicos ou partidários”, conferindo a todos “igualdade de tratamento independentemente de sexo, raça, religião ou orientação política”. À Folha, o advogado da empresa, Reinaldo Ortigara, disse que a Flecha Tur “atua sem paixão partidária”, tanto que teria sido a única a disponibilizar veículos para a posse de Lula. “Alguns empresários se negaram a levar petistas para Brasília”, declarou.

A PRF apreendeu 30 ônibus apenas no Distrito Federal, mas, depois de 8 de janeiro, pelo menos 50 foram apreendidos em outros Estados nos dias seguintes.

LEIA TAMBÉM: 

Redação - Revista Oeste


domingo, 8 de janeiro de 2023

STF é invadido e Dino cobra reforços de Ibaneis contra atos antidemocráticos

Neste domingo (8/01), manifestantes invadiram o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Reforço ainda é aguardado. 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), utilizou as redes sociais para reforçar que cobrou providências do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF), por reforço no policiamento contra os manifestantes ligados a atos antidemocráticos. Neste domingo (8/1), extremistas invadiram o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).   
 
(crédito: Reprodução/Vídeo)

(crédito: Reprodução/Vídeo)

Às 15h50, o Supremo Tribunal Federal (STF) foi invadido por manifestantes dos grupos extremistas que se mobilizam desde as 14h na Esplanada dos Ministérios. Pelo menos uma hora antes, o Congresso Nacional já havia sido invado. 

Somente neste domingo, aproximadamente 100 ônibus com cerca de 3.9 mil pessoas chegaram a Brasília com o intuito de retomar as manifestações contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os números são apresentados com base em relatórios de inteligência do governo, que promete atuar com segurança reforçada para barrar possíveis vandalismos de apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assim como foi no dia 12 de dezembro do último ano.

Os manifestantes saíram do acampamento em frente ao Quartel General do Exército, no Setor Militar Urbano - SMU, por volta de 13h30, em direção à Esplanada, com cartazes de: “Forças Armadas, cumpra seu julgamento” e “Para libertar o Brasil do comunismo”. Apesar de não terem sido cadastrados junto à Secretaria de Segurança Pública, a pasta garantiu que os atos públicos seriam monitorados de maneira integrada entre as forças de segurança e outros 29 órgãos. 

Política - Correio Braziliense


quarta-feira, 23 de março de 2022

Futuro vice - General Braga Netto é garantia de amizade, discrição e confiança

Alexandre Garcia

VOZES - Gazeta do Povo

O presidente Jair Bolsonaro indicou já estar escolhido o seu candidato a vice-presidente na disputa para a reeleição. Disse ser ele um ministro nascido em Belo Horizonte e que tem formação militar. Será, portanto, o general Walter Souza Braga Netto, que estudou no tradicional Colégio Militar de BH e que se formou na Academia Militar das Agulhas Negras de 1978 – Bolsonaro foi da turma de 1979.

General Walter Braga Netto, atual ministro da Defesa, é favorito para compor chapa com Bolsonaro como candidato a vice-presidente - Foto: Alexandre Manfrim/Ministério da Defesa

Recentemente, Braga Netto foi interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, comandante militar do leste, chefe do Estado-Maior do Exército e ministro da Casa Civil de Bolsonaro no auge da pandemia, quando organizou um gabinete de crise que operou 24 horas por dia para atender aos estados, principalmente na crise de Manaus.

Hoje, ele é ministro da Defesa e uma garantia de amizade, discrição e confiança. Não é político, mas é uma garantia política, que dá respaldo, para o presidente Bolsonaro.
Lula ofende Congresso; Moro na Alemanha
Adversário de Bolsonaro nas eleições, o ex-presidente Lula disse que nunca viu um Congresso pior que o atual. Até achei estranho que um político experiente tenha resolvido ofender deputados e senadores que são cabos eleitorais de qualquer candidato à Presidência da República.

Estranho também é o candidato Sergio Moro que, em um momento de decisões e ajustes na sua chapa, esteja na Alemanha, distante, num congresso tecnológico. Estranha também foi a declaração da candidata do MDB, senadora Simone Tebet, que disse: "estamos doente de corpo e alma". Esse "estamos", se ela não restringir a "nós do MDB ou políticos", subentende-se que somos todos. 
Mas todos estamos doentes, de alma doente? 
Acho que não. Assim como Lula ofendeu os políticos, ela ofende os eleitores.
 
Bolsonaro pega ônibus
Nesta segunda-feira (21) foi aniversário do presidente Jair Bolsonaro e ele festejou indo de ônibus de casa para o trabalho, do Palácio da Alvorada para o Palácio do Planalto.

Foi em um ônibus movido à biometano, um gás produzido a partir da decomposição de lixões e dejetos da agropecuária, e que já está sendo usado para movimentar veículos experimentais em Ribeirão Preto (SP).

É mais um pioneirismo brasileiro, que já desenvolveu o etanol, o combustível vindo da cana de açúcar, e agora vem aí o combustível criado a partir de dejetos. E num momento em que o gás de cozinha e todos os derivados de petróleo estão muito caros.
 
China sai ganhando
Um analista palestino falando sobre a situação do Oriente Médio em função da guerra na Ucrânia disse que eles estão descontentes com os países petrolíferos e a política de Joe Biden, presidente dos EUA, sobre o petróleo. E afirmou que a Arábia Saudita convidou o presidente chinês Xi Jinping para fazer uma visita e que eles estão pensando em vender petróleo para a China em iuane, a moeda chinesa, e não em dólar.

Ou seja, é aquilo que se previa desde o início. As posições dos Estados Unidos afastam a Rússia, seus aliados e até outros países em direção à China. A sanção é um tiro saindo pela culatra.
 
 Alexandre Garcia, colunista - VOZES - Gazeta do Povo
 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

VEJAM COMO O BEM FAZ BEM

Autor desconhecido (mas eu o felicito)

Há alguns anos, fiquei preso num ônibus que cruzava a cidade de Nova York durante a hora do rush. 

O tráfego mal estava se movendo. 

O ônibus estava cheio de pessoas frias e cansadas que estavam profundamente irritadas umas com as outras e com o próprio mundo.  Dois homens latiram um para o outro sobre um empurrão que pode ou não ter sido intencional. 

Uma mulher grávida subiu e ninguém lhe ofereceu um assento.

A raiva estava no ar;  nenhuma misericórdia era encontrada ali.

Mas, quando o ônibus se aproximou da Sétima Avenida, o motorista pegou o interfone:

 - "Gente", disse ele,  "Eu sei que vocês tiveram um dia difícil e estão frustrados.  Não posso fazer nada sobre o clima ou o trânsito, mas aqui está o que posso fazer: Quando cada um de vocês descer do ônibus, estenderei minha mão para vocês. Enquanto você passar, coloque seus problemas na palma da minha mão, certo? Não leve seus problemas para casa, para suas famílias esta noite. Apenas deixe-os comigo.  Meu caminho passa direto pelo rio Hudson, e quando eu passar por lá, mais tarde, abrirei a janela e jogarei seus problemas na água."

Foi como se um feitiço tivesse se dissipado. Todos começaram a rir. 

Os rostos brilharam de surpresa e deleite. Pessoas que vinham fingindo na última hora não perceberem a existência um do outro, de repente, estavam sorrindo um para o outro:

"Como, esse cara está falando sério?"

Sim, ele estava falando sério!!!

Na próxima parada, conforme prometido, o motorista estendeu a mão com a palma para cima e esperou. Um a um, todos os passageiros que saíam colocavam suas mãos logo acima da dele e imitavam o gesto de deixar algo cair em sua palma.

Algumas pessoas riram enquanto faziam isso, outras choraram. 

O motorista também repetiu o mesmo adorável ritual na próxima parada. 

E a próxima. 

Todo o caminho até o rio.

Vivemos num mundo difícil, meus amigos. 

Às vezes é extremamente difícil ser um ser humano. Às vezes, você tem um dia ruim. 

Às vezes, você tem um dia ruim que dura vários anos. Você luta e falha. Você perde empregos, dinheiro, amigos, fé e amor.

Você testemunha eventos horríveis acontecendo no noticiário e fica com medo e retraído.

Há momentos em que tudo parece envolto em trevas. Você anseia pela luz, mas não sabe onde encontrá-la.

MAS, E SE VOCÊ FOR A LUZ?

E se você for o próprio agente de iluminação que uma situação escura exige? 

Isso é o que esse motorista de ônibus me ensinou: qualquer um pode ser a luz, a qualquer momento. 

Esse cara não era um sujeito poderoso. Ele não era um líder espiritual. Ele não era um influenciador experiente em mídia.

Ele era um motorista de ônibus, um dos trabalhadores mais invisíveis da sociedade. 

Mas ele possuía poder real e o usou lindamente para nosso benefício.

Quando a vida parece especialmente sombria ou quando me sinto particularmente impotente em face dos problemas do mundo, penso nesse homem e me pergunto:

O que posso fazer, agora, para ser a luz?

Eu tenho alguma influência sobre todos que encontro, mesmo que nunca falemos ou aprendamos o nome um do outro.

Não importa quem você seja, ou onde esteja, ou quão mundana ou difícil sua situação possa parecer. Eu acredito que você pode iluminar o seu mundo.

Na verdade, acredito que esta é a única maneira pela qual o mundo será iluminado: um brilhante ato de graça de cada vez.

Sejamos Paz e Luz! 

Puggina.org - Liberais e Conservadores

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Perigo lá fora? - Resumo da Nova Ética

Guilherme Fiuza

Tem um perigo lá fora e todos devem ficar em casa. Quem sair coloca não só sua própria vida em risco, mas também – e principalmente – a dos outros, porque o perigo é contagioso
 
O perigo está no mundo todo, então a solução é simples, porque é a mesma para todas as pessoas em todos os lugares: não circule
Uma pessoa andando sozinha ao ar livre é um ser incompreensivo, insensível e abjeto.
O herege moderno. Deve ser imediatamente detida e recolhida exemplarmente, com a energia necessária, e o mundo aprenderá a ver uma mulher sozinha algemada e arrastada por vários homens armados como uma imagem redentora, um emblema da salvação, um manifesto humanista. A coletividade quando resolve ser ética e levar sua empatia até as últimas consequências ninguém segura. É o maior espetáculo da Terra. E aqueles ali, circulando amontoados?  
 
Olha! Tem mais ali! Lá também! Pra cima deles! Pega! Prende! Esfola! Não? Por que, não? Eles não estão colocando vidas em risco? Ah, eles estão indo trabalhar para servir aos empáticos que estão fazendo o distanciamento social perfeito em suas residências espaçosas, coberturas e sítios? Ufa. Então pode, né?
 
Claro. Para podermos parar o mundo com segurança é preciso abastecer os que estão parados, senão eles morrem de fome e não poderão nem tirar foto do seu isolamento ético. Fica resolvido assim: fotografamos as mais lindas quarentenas (a da Lady Gaga ficou sensacional) e não fotografamos a muvuca nos ônibus, para não confundir o público e não prejudicar a mensagem da nova ciência sanitária. 
É muito importante que ninguém se confunda. Com o pessoal das belas quarentenas bem abastecido pelo pessoal dos ônibus e dos trens fica tudo bem e ninguém morre de fome. 
E os que não trabalham em casa de rico e precisam buscar informalmente a sua sobrevivência a cada dia nas ruas? 
Aí a mensagem da nova ciência é clara: quem mandou ser informal? Agora aguenta. Mas isso não é desumano?
 
Segundo a nova ciência, desumano é caminhar na praia. Fica assim: o governo (você) se endivida para dar dinheiro de graça para uma parte desses informais e o resto fica aglomerado nas periferias esperando que a sorte lhes caia do céu, porque na nova agenda de higienização social não tem lugar para gente desorganizada. 
Por falar em higiene, além do distanciamento profilático você vai inocular uma substância que te protege do perigo. Protege você e os outros. Ou, mais exatamente, protege os outros de você. Quem não se inocular está colocando vidas em risco. Lembra dessa parte? Então não se esqueça nunca mais dela.

Este será para sempre o chamado irrecusável de todas as medidas que a nova ética te mandará tomar e você obedecerá, porque é um cidadão consciente, empático e moderno. Mas considerando-se que o perigo não se revelou fatal para a imensa maioria das pessoas, não seria suficiente os que forem vulneráveis ou que assim desejarem se protegerem com a substância inoculável e tocarem todos a vida em frente? Não. Os não-inoculados são um perigo para os inoculados. Mas a substância não protege os inoculados contra o perigo? Claro que protege, mas na dúvida melhor não arriscar. Dúvida? Que dúvida?

Apareceram inoculados infectados.
Ok, mas se o inoculado pode se infectar, consequentemente pode transmitir, por que determinar a inoculação de todos? Cala a boca e dá o braço. Ok. Mas é seguro mesmo, né? É. E as pessoas jovens e saudáveis que tiveram reações graves e eventualmente letais exatamente após se inocularem?

Provavelmente foi coincidência, devia ser a hora delas. A hora de todos um dia chega. Ah, ok. E como foi possível atestar a segurança sem o tempo de observação que todas as outras substâncias imunizantes na história demandaram? Muita grana. Hein? Isso mesmo que você ouviu: dessa vez tinha muito dinheiro envolvido, e os caras são bons demais, entende? Os caras são feras. Eu vi numa palestra do Bill Gates que... Ok. Não precisa continuar. Já entendi. Viva a ciência e a ética.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 26 de setembro de 2021

Bolsonaro comemora ostracismo do MST

Presidente diz que estratégia de esvaziar o poder do movimento foi bem-sucedida 

Na entrevista que concedeu a VEJA na última quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro comemorou o que ele considera ser o ostracismo do MST durante seu governo. Bolsonaro deixou bem claro que o esvaziamento do movimento social foi uma estratégia milimetricamente estudada pela sua administração.

Desde o início do mandato, Jair Bolsonaro começou a cortar fortemente o dinheiro público com o qual os governos do PT abasteciam ONGs ligadas ao movimento social. Além disso, Bolsonaro reduziu quase a zero os assentamentos da reforma agrária e passou a distribuir títulos de propriedade para as famílias já assentadas. “Por que não tem mais invasão do MST? Praticamente quase que zerou”, disse Bolsonaro. “Primeiro que eu cortei dinheiro de ONG para eles. ‘Pô, mas tem ONG boa’. Lamento, é igual um câncer”. [ONG boa? são centenas de ONG  inúteis, a maior parte vendidas a interesses alienígenas, iguais aos partidecos de aluguel sem votos, sem noção, sem representatividade, sem utilidade; 
Se existir no Brasil 10 ONGs sérias, honestas, boas, tem muito. Presidente tem que mandar investigar todas as ONGs que repassavam recurso para o famigerado mst e coisas da mesma laia.] O presidente disse que nos assentamentos da reforma agrária as próprias famílias demonstraram que o maior interesse era por títulos de propriedade, que além de permitir financiamento em bancos com as escrituras, valoriza a terra.

Com a titulação de terras e com o corte do dinheiro para as ONGs que financiavam os movimentos, Bolsonaro diz que conseguiu acabar ao mesmo tempo com as invasões e com os protestos do MST. “Não passa mais um ‘buzão’ na frente da propriedade onde o cara tá, o cara é obrigado a entrar num ônibus aqui para invadir lá, isso acabou”, disse Bolsonaro. “Paz para o campo. Não é à toa que o campo está comigo”.

Durante os dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002, o MST realizou 2.442 invasões de terras no país. Nos dois mandatos de Lula, de 2003 a 2010, o movimento invadiu 1.968 propriedades rurais. No mandato e meio de Dilma, de 2011 a 2016, foram 969 invasões. No curto período de governo Temer, foram 54 invasões. Até abril deste ano, o MST tinha realizado 14 invasões em todo o governo Bolsonaro, uma queda muito brusca em relação a anos anteriores. [não esqueçamos que no governo do presidente sociólogo o Exército foi empregado para proteger fazendas daquele ex-presidente (fazendas situadas fora do DF) e não houve nenhum protesto, todos acharam normal; 
fosse nos dias atuais, sendo Bolsonaro o  presidente do Brasil, e fosse ele fazendeiro, ocorresse a invasão de alguma de suas propriedades, imediatamente, um desses partidecos SEM nenhuma qualidade ou utilidade, iria ao STF solicitar liminar para impedir que qualquer força policial fosse empregada para defender a propriedade do presidente. Solicitação que seria deferida de imediato.] 
 
Brasil - Revista VEJA
 

 

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

QUE INTERESSES ESTÃO POR TRÁS DESTAS MANIFESTAÇÕES - Alexandre Garcia

Muita gente se pergunta o que são esses índios acampados em Brasília e que tocaram fogo na frente do Palácio do Planalto, e que agora muitos estão se retirando. O que é isso afinal? 
Em primeiro lugar, eu passei pelo acampamento dos índios na sexta-feira (27), no dia que eles puseram fogo na frente do Palácio do Planalto e vi uma quantidade enorme de ônibus estacionados. Não eram ônibus que eventualmente parados lá, estavam à disposição dos índios.

As centenas de barracas eram uniformes, como se tivessem feito uma licitação para comprá-las; além disso, todo mundo se alimentou durante o período que estiveram lá.

Fica a pergunta: quem está sustentando isso? Porque o pessoal não estava trabalhando e muitos ainda ficaram por lá. A segunda pergunta é como eles conseguiram material para produzir aquela fumaça preta ao pé da rampa do Palácio do Planalto? Aliás, num momento que o presidente estava em Goiânia.

E terceiro: o que está sendo julgado no STF? Esse caso é de Santa Catarina, de uma reserva que foi demarcada em 1965 de 14.000 hectares. De repente, estão aumentando a reserva para 37.000 hectares. Isso iria desalojar 5 mil pessoas, cerca de mil famílias de pequenos agricultores que tem escritura dos terrenos desde 1902. E qual é a base para essa disputa? O artigo 231 da Constituição, que diz que as terras são “indígenas” quando ocupadas tradicionalmente por eles, ancestralmente. É óbvio que “ocupadas” a partir da data quando foi promulgada a Constituição, em 5 de outubro de 1988.

Porque senão os índios podem ocupar terra para o resto da vida, até expulsar todo mundo para seus continentes de origem: África, Ásia e Europa. Nesse caso, como lembrou o ex-deputado Aldo Rebelo, os descendentes de Tibiriçá e Bartira vão exigir de volta o Parque do Ibirapuera, e coisas do gênero. O STF vai votar nesta semana para decidir esse caso. Se a maioria do STF decidir que as ocupações após o ano de 1988 valham, aí vai ser um horror.

Lá no Alto-Uruguai no Rio Grande do Sul, os pequenos agricultores estão desesperados.

Porque lá tem grupos de Caingangues, e Santa Catarina tem Guaranis e Caingangues. 
No Mato Grosso, a área potencial para pegar 4 milhões e meio de hectares de soja, milho, algodão, pastagens para gado, e milhões de pessoas.
Já chega a maluquice que fizeram em Roraima. Só o STF não reconhece, porque não tem humildade para reconhecer o erro. 
Aquilo foi um atentado a soberania nacional com a demarcação contínua de terras indígenas em plena fronteira com a Venezuela, num local onde índios e não-índios antes viviam em simbiose produtiva para ambos.
 
Depois, ficaram os índios escanteados, muitos migraram para a periferia de Boa Vista. Os arrozeiros de lá perderam os negócios. Uma maluquice que poderia ter sido resolvida reservando uma pequena área para os índios. 
Aldo Rebelo, que era do PCdoB, e foi ministro em várias pastas durante o governo do PTou seja, é insuspeito para opinar nesse assunto falou que isso é interesse das ONGs e não dos índios. 
Essas ONGs disseminam ódio entre índios e não índios, os dois lados igualmente brasileiros. Isso é crime de lesa-pátria.  
E alguém está financiando a manifestação dos índios para tentar atemorizar o STF.

Contudo, acaba o viés político e ideológico ao tacar fogo ao pé da rampa do Palácio do Planalto, sendo que quem vai julgar o caso é o STF. Mas isso é bem revelador do que está por trás desse movimento.

Alexandre Garcia, jornalista

 

 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Desempregados - O Estado de S. Paulo

 J.R.Guzzo

Não são os radicais do ‘distanciamento social’ ou a ‘turma do home office’ que estão perdendo postos de trabalho; quem está sofrendo é a massa pela qual ninguém jamais se interessa

A humanidade ainda não conseguiu inventar um sistema realmente eficaz através do qual sociedades e governos, em momentos de adversidade comum à população, possam adotar medidas que representem “sacrifícios para todos”. Não há nenhum problema com os sacrifícios. Eles vêm sempre. A questão está no “todos”. Eles nunca são todos. 
Sempre, invariavelmente, os sacrifícios de verdade vão para a maioria, apenas e justo a maioria mais pobre, mais vulnerável, menos instruída, menos assistida pela tecnologia. 

É a multidão, imensamente maior que as classes intelectuais, artísticas e financeiramente bem resolvidas, que mora longe, trabalha pesado e chacoalha todos os dias na trinca ônibus-metrô-trem de subúrbio. É esse mundo de gente, mais uma vez, que está de fato sofrendo com o pretenso “problema para todos” – no caso, a calamidade social de primeiríssima classe criada com a covid e com as providências que foram adotadas pelo poder público para gerir a epidemia. Não é “problema para todos”. É problema para eles.

Tome-se, para ficar só num dos grandes desastres da covid, e talvez o maior de todos: o desemprego. Já são mais de 14 milhões de brasileiros que estão tendo suas vidas destruídas pela eliminação da produção e do trabalho nas atividades que exerciam seja com carteira assinada, seja por conta própria, seja no oceano de empreendimentos que foram e estão indo para o diabo porque o governador, o prefeito e os seus médicos querem fechar tudo. Enquanto os “cientistas” e as autoridades locais estão dizendo “fique em casa”, e socando fiscal e polícia em cima do povo, a sociedade se arruína – e essa ruína cai direto em cima dos que têm menos.

Não são os funcionários públicos, os professores e os vigilantes mais radicais dodistanciamento social que estão perdendo o emprego ou a condição de ganhar o sustento através do trabalho livre. Não são os executivos de empresas bem sucedidas e bem equipadas para enfrentar o tranco gigante na economia. Não é, obviamente, a turma do “home office”, do “trabalho remoto”, etc. etc. 
Não são, nem mesmo, os trabalhadores mais qualificados, ou mais experientes. 
Quem está sofrendo é a massa pela qual ninguém jamais se interessa os que ganham menos, os que tem menos preparo profissional, os que podem ser trocados em cinco minutos por um outro disposto a ganhar salário menor. 
São os mais moços, os que sabem fazer pouco, os que não conhecem ninguém.  
São os negros – não os negros “fashion” da publicidade da televisão, mas os da vida real.
Para toda essa gente, a elitezinha que vive na câmera asséptica da quarentena mental só propõe uma coisa: peçam dinheiro ao governo federal. É o maior espetáculo de hipocrisia que a sociedade brasileira já viveu
Os militantes “pela vida” ficam em seus apartamentos. Mas exigem que os porteiros, os faxineiros e os demais empregados do prédio venham trabalhar todo o dia, no horário marcado; ou é assim, ou é o olho da rua
Para a minoria ficar em casa, dar entrevista e viver na sua bolha, é preciso que milhões não fiquem em casa. 
O resto é conversa de CPI.
 
J.R. Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo
 
 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

A quarentena dos desvalidos - Revista Oeste

Augusto Nunes

Os governantes fingem ignorar a existência de um Brasil maior e mais populoso que o conhecido pelos loucos por lockdowns

 Neste 13 de abril, o governador João Doria foi enfim confrontado com a pergunta que não queria ouvir — e nenhum jornalista havia ousado formular nas mais de 200 entrevistas coletivas sobre a pandemia de coronavírus concedidas desde março de 2020: 
o que pretende fazer para ao menos reduzir as aglomerações nos ônibus, trens metropolitanos e vagões do metrô?  
O repórter tinha numa das mãos fotografias que escancaravam o tumor medonho: amontoada em ambientes opressivos e mal ventilados, a multidão de passageiros confirmava que, todos os dias, esquadrilhas de vírus chineses sobrevoam os meios de transporte público para expandir a morte e o medo no maior conglomerado urbano do país.  
O que tinha a dizer sobre isso o líder do combate ao inimigo invisível na frente paulista?
Os doutores que compõem o Centro de Contingência da Covid-19, codinome do Altíssimo Comando da Guerra Sanitária em São Paulo, que tem em Doria o Chefe Supremo, certamente trataram dessa questão. As sumidades ali aglomeradas (com as devidas cautelas aconselhadas pelo distanciamento social, ressalvam) tratam de tudo. Já faz mais de um ano que se juntam quase todos os dias para decidir o que pode e o que não pode, o que ajuda e o que atrapalha, o que é verdade e o que é negacionismo. Como Doria, recitam de meia em meia hora que estão lá para salvar vidas. Conhecem a covid-19 só de vista, mas estão sempre grávidos de certezas
Não é atormentado por dúvidas quem ouve o tempo todo a voz da Ciência e os conselhos da Saúde. 
No fim da semana, o grupo comunica ao governador — que tem a última palavra quais municípios merecem ser alojados, por exemplo, na fase amarela, e quais devem continuar de castigo na fase vermelha, antessala da temida fase emergencial. (Nascida há poucas semanas, a emergencial seria batizada de “fase preta” se alguém não tivesse advertido que poderia parecer coisa de racista.)

 Claro que o conselho de sábios tratou do assunto. Mas a reação de Doria ao ouvir a expressão transporte público lembrou a do avô surpreendido pelo neto que, no meio do jantar da família, resolve contar aos berros um segredo do clã transmitido aos sussurros por sete gerações. Num longo circunlóquio, o governador ressaltou que tal problema não é uma exclusividade paulistana. Outras capitais são assoladas com superlotações do gênero. Tampouco se trata de uma complicação restrita ao Brasil: Londres, Paris, Nova York — mesmo metrópoles mais avançadas ainda não descobriram como adaptar a mobilidade urbana a estes tempos estranhos. Já avisando que a entrevista chegara ao fim, Doria disse que o governo estadual recomendou mais de uma vez o uso de horários alternativos inviáveis e reiterou que os passageiros devem lavar as mãos com álcool em gel, além de proteger o rosto com máscara.

O próprio orador desconfiou que discursava sobre o nada, compreendeu que seria difícil debitar mais esse pecado na conta de Jair Bolsonaro e partiu para a ofensiva. “Não posso impedir o deslocamento de trabalhadores de serviços essenciais”, subiu o tom. 
Como vetar o embarque no metrô da enfermeira que salva vidas, do bombeiro que salva vidas, do policial militar que salva vidas? 
 
Quem imagina que desde o início da pandemia apenas esses profissionais usam o transporte não faz ideia do mundo que se espreme em qualquer vagão da Linha Vermelha, nem viu por dentro algum ônibus que leva do centro da cidade a Sapopemba
Nesses mosaicos do Brasil, espremem-se nos horários de pico camelôs, desempregados, assaltantes, domésticas, pedintes de esquina, babás, garçons, pequenos negociantes, gente honesta, vigaristas, vendedores de bugigangas, aposentados e jovens à procura de trabalho, além de incontáveis brasileiros forçados a exercer a profissão na clandestinidade porque a ordem é ficar em casa.
 
Ou na semiclandestinidade exigida pelo farisaísmo: 
os cabelos bem cortados dos homens e os penteados impecáveis das mulheres denunciam a passagem recente de barbeiros e cabeleireiras que mantêm seus salões fechados por determinação dos ilustres fregueses. Para chegar às casas dos clientes loucos por lockdowns, falta a esses trabalhadores de serviços considerados não essenciais dinheiro para chamar um Uber. Usam o transporte público. 
Se ficassem em casa, o elenco que protagoniza as entrevistas coletivas no Palácio dos Bandeirantes estaria parecido com uma tribo de hippies dos anos 70. 
A boa aparência, sublinhada por máscaras customizadas e pelo sorriso de quem vive entre o chuveiro e uma sala com ar condicionado, avisa que o que ali se vê é um bando de hipócritas. Portadores de miopia seletiva, fingem não enxergar os milhões de excluídos da quarentena feita sob medida para integrantes da classe média alta, funcionários públicos indolentes, ricos, advogados de corruptos, corruptos com bons advogados e o restante da elite nativa. Seria excessivo esperar que essa turma se preocupe com aglomerações decorrentes do isolamento dos excluídos.

Previsivelmente, os fechadores compulsivos de bares, restaurantes, templos, museus, cinemas, teatros, shopping centers, prateleiras de supermercados, salões de cabeleireiros, barbearias, escolas, fábricas, lojas e outras vítimas da epidemia de autoritarismo fecharam os olhos à dramática piora da paisagem formada pelas favelas brasileiras, onde sobrevive uma imensidão de gente que ajuda a transformar o transporte público no maior e mais alarmante foco de disseminação do coronavírus do Brasil. 

O palavrório das entrevistas coletivas não incluiu sequer um asterisco sobre os brasileiros amontoados em barracos. Também não foi nem será dedicada uma mísera vírgula à pesquisa feita entre 9 e 11 de fevereiro pelo Instituto Data Favela, em parceria com a Locomotiva – Pesquisa e Estratégia e com a Central Única das Favelas (Cufa).

Foram entrevistados habitantes de 76 favelas espalhadas por todos os Estados brasileiros. As constatações são desoladoras. 
Nas duas semanas anteriores ao levantamento, por exemplo, em ao menos um dia 68% dos moradores não tinham conseguido dinheiro para comprar comida. 
As refeições diárias caíram de 2,4 em agosto de 2020 para 1,9 em fevereiro, e 71% das famílias agora sobrevivem com menos da metade da renda obtida antes da pandemia.
Nove em cada dez favelados receberam alguma doação. Sem esse gesto solidário, oito em cada dez famílias não teriam condições de se alimentar, comprar produtos de higiene e limpeza e pagar contas básicas. 
Nas favelas, o número de casos confirmados e óbitos é o dobro do registrado nos bairros nobres, mas apenas 32% procuram seguir as medidas de prevenção. Outros 33% tentam de vez em quando ajustar-se às regras, 30% afirmam que não conseguem segui-las e 5% abdicaram de tentativas. É certo que, do começo de fevereiro para cá, esse cenário se tornou ainda mais cinzento.
A imprensa velha está fora do universo pesquisado. Os moradores não entendem o que dizem comentaristas da Globo, o grego antigo lhes parece menos complicado que o subdialeto falado por ministros do Supremo e o alcance da internet é muito menor que nas regiões habitadas por quem desfruta de três refeições por dia. Mas também nos barracos se manifesta a sabedoria subjacente do povo brasileiro. Os favelados sabem o que fez e faz cada governante e cada instituição no Brasil da pandemia. 
 Acuados pela fome e pela insegurança, usam o transporte público para buscar algum dinheiro em outros pontos da cidade. 
Sabem que as aglomerações nos ônibus, trens urbanos e vagões do metrô são perigosas
Mas os participantes involuntários do isolamento dos desvalidos acham muito mais perigoso esperar num barraco a salvação que não virá.

Leia também a matéria de capa desta edição, “A aglomeração dos invisíveis”

Augusto Nunes, jornalista - Coluna na Revista Oeste