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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Conta outra, doutor - Elio Gaspari

O Globo
 

A vida e a morte de Adriano da Nóbrega, do Escritório do Crime, tornaram-se duas histórias mal contadas

Ganha um fim de semana em Rio das Pedras quem conseguir montar um cenário plausível para a seguinte situação:
Setenta policiais participam de uma operação para a captura doCapitão Adriano”, foragido desde o ano passado. Suspeitando-se que ele se escondeu na chácara do vereador Gilsinho da Dedé (PSL), alguns deles formam um triângulo e cercam a casa. Tratava-se de uma área rural, sem vizinhos.
Segundo a versão da polícia baiana, ratificada pelo governador Wilson Witzel (Harvard Fake ’15), “chegamos ao local do crime para prender mas, infelizmente, o bandido (Medalha Tiradentes ’05) que ali estava não quis se entregar, trocou tiros com a polícia e infelizmente faleceu”.

Conta outra, doutor. Ou, pelo menos, conta essa direito. Adriano da Nóbrega estava cercado. O bordão “trocou tiros” é um recurso gasto. Antes da chegada da polícia, o miliciano já fugira da casa onde estava com a família, na Costa do Sauípe, e do esconderijo onde se abrigara, numa fazenda próxima. Os policiais podiam ficar a quilômetros da casa, e o bandido poderia atirar o quanto quisesse, mas continuaria cercado. Se a intenção fosse capturá-lo vivo, isso seria apenas uma questão de tempo. Três dias depois da operação, as informações divulgadas pelas polícias foram genéricas e insuficientes para se entender o que aconteceu.

Na melhor da hipóteses, os policiais foram incompetentes. Na pior, prevaleceu o protocolo de silêncio seguido pelo ex-PM Fabrício Queiroz, chevalier servant da família Bolsonaro e administrador da “rachadinha” de seus gabinetes parlamentares, onde estiveram aninhadas a mãe e a mulher de Adriano. O silêncio de Queiroz é voluntário, o do miliciano foi inevitável. Fica no ar um trecho da fala triunfalista de Witzel, no qual ele disse que a operação “obteve o resultado que se esperava”.

Quando a polícia estava no rastro de Adriano, o ministro Sergio Moro vangloriou-se de ter organizado uma lista dos criminosos mais procurados. Nela estavam 27 bandidos, mas faltava o “Capitão Adriano”. No melhor burocratês, o ministério explicou: “As acusações contra ele não possuem caráter interestadual, requisito essencial para figurar no banco de criminosos de caráter nacional”. Conta outra, doutor. Dois dos listados eram milicianos municipais do Rio de Janeiro. Ademais, a interestadualidade de Adriano foi comprovada na cena de sua morte, com policiais baianos e fluminenses. [Certamente, o ministro classifica interestadual, quando os atos criminosos dos listados foram praticados em mais de um estado.
O ex-capitão Adriano, do Bope da PMERJ, era acusado de crimes apenas no estado. Antes de críticas ao alcance da lista do ministro Moro, deve se verificar se nela tem algum criminoso de atuação restrita apenas a um estado.
Não havendo nenhum, se confirma o caráter interestadual da lista e justificada a não inclusão do ex-capitão.
Quanto a promessa de transparência do secretário de Segurança, abaixo, o que complica é governo petista - acreditar em petista é fria e o primeiro passo para ser enganado. ]

O secretário de Segurança do governo petista da Bahia prometeu transparência na investigação da morte do miliciano. Seria uma pena se a cena do tiroteio tiver sido alterada. Numa troca de tiros deveriam existir cápsulas da arma de Adriano. Seria razoável supor que a polícia disparou mais tiros, além dos dois que atingiram o bandido. A cena poderia ter sido filmada, mas isso seria pedir demais, mesmo sabendo-se que se tratava de uma operação de relevância nacional. A captura de Adriano lustraria a polícia e jogaria luz sobre suas conexões. A morte do ex-capitão serviu apenas para aumentar as trevas que protegem essa banda das milícias do Rio.

Faz tempo, uma patrulha do Exército perseguiu outro ex-militar foragido pelo interior da Bahia. Chamava-se Carlos Lamarca. Apesar de ter teatralizado a cena de sua morte, o oficial que comandava a patrulha não falou em troca de tiros. Narrou uma execução. [execução merecida: o executado era um desertor e traidor das Forças Armadas - o que se lamenta é que tenha sido abatido a tiros, quando o que merecia era a execução pelo garrote.]
 
 
O Globo - Coluna Elio Gaspari, jornalista
 
 
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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

O Natal do Papa Francisco - Elio Gaspari



Folha de S. Paulo - O Globo

O padre que criou os Legionários de Cristo agia como um miliciano, a boa notícia é que seu protetor renunciou 

Francisco mostra estar disposto a livrar a Igreja de regalismo 


[Convém lembrar: Mateus 16, 18-19
18E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.19Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.]


Num dos mistérios do Natal, a ordem mexicana dos Legionários de Cristo penitenciou-se pelos crimes de pedofilia cometidos por seu fundador e de outros 32 padres de seu culto. Um dia antes, o Papa Francisco obteve a renúncia do cardeal Angelo Sodano da posição de decano do Sacro Colégio. Aos 92 anos, ele já não votava no conclave que elege os Papas. Durante os pontificados de João Paulo II e de Bento XVI, Sodano foi um dos homens mais poderosos de Roma, secretário de Estado do Vaticano durante 14 anos. Sua vida foi de diplomata, ex-núncio em Santiago, teve boas relações com o general Augusto Pinochet. [o cargo de Núncio Apostólico é o equivalente,  no Estado Soberano do Vaticano, ao de diplomata - sendo o ocupante do cargo acreditado como embaixador do Vaticano no país onde está credenciado.] Em 2005, quando o cardeal Ratzinger foi eleito, Sodano teve quatro votos no primeiro escrutínio. Pouca gente soube, mas um argentino chamado Jorge Bergoglio foi o segundo mais votado em todos os quatro escrutínios.


O pontificado de Ratzinger durou sete anos, Bergoglio virou Francisco e no mesmo fim de ano em que a Netflix apresenta o filme “Dois Papas”, de Fernando Meirelles, ele congelou Sodano e desentulhou o lixo do padre Marcial Maciel, fundador e dono da ordem dos Legionários de Cristo. 

(.....) 

Quindim da plutocracia mexicana, o padre Maciel foi um miliciano da Santa Madre. Inigualável arrecadador de fundos (tanto no caixa um como no caixa dois), drogava-se, seviciava jovens e teve pelo menos seis filhos, um deles com uma menor de idade. A proteção de João Paulo II preservou-o, . as Bento XVI afastou-o do sacerdócio, sem que Roma expiasse na sua amplitude os crimes que havia cometido. Sodano chamava as denúncias de pedofilia do clero de “fofoca vazia”. [Somos visceralmente contra a pedofilia, estupro e outros crimes sexuais - defendemos que os autores sejam castrados quimicamente, por um período mínimo de dez ano, voltando a cometer novos crimes que a castração seja física e por esmagamento testicular.

Mas, admitimos que temos uma certa dificuldade em entender denúncias de pedofilias feitas com grande atraso - tem denúncias que são efetuadas após mais de 30 anos da ocorrência do ato denunciado. Convenhamos que uma criança ter receio de denunciar um pedófilo que a assedia, é normal. Mas, guardar o fato por mais de 30 anos é dificil de se explicar.

Não estamos entre os 'devotos' do médium João de Deus. Mas, é dificil entender como uma mulher é abusada sexualmente, vai para casa, após alguns dias volta ao abusador, é abusada novamente e passado alguns anos resolve denunciar. Entendemos que tal comportamento - sem que signifique posição favorável ao abusador (uma vez provado o abuso, deve ser punido com rigor) - que a abusada ficou em dúvidas se o abuso foi prazeroso ou não e voltou para um 'confere'.

Quanto a Netflix - somos apenas um grão de areia - mas, já cancelamos a assintura que tínhamos e outros amigos nos seguiram.
É a forma que entendemos adequada para expressar o nosso repúdio àquela empresa ao divulgar um filme que ofende gravemente JESUS CRISTO, por extensão à Igreja Católica, aos católicos e a todos os cristãos.]


Para o andar de cima do México e para uma parte da elite do catolicismo conservador americano, onde ele também militava, Maciel, que era chamado de “Nuestro Padre”, foi uma espécie de Dom Hélder Câmara dos ricos. Enquanto a elite carioca produziu um “bispo dos pobres” austero, militante e reto, os mexicanos e seus amigos encantaram-se com um lúcifer. Em 1992, pediu aos seus fiéis que não começassem seu processo de canonização antes que se completassem 30 anos de sua morte. Ele morreu em 2008 e em 2038 será difícil achar um conservador católico disposto a lembrar-se de sua figura. O cardeal chileno Silva Henriquez chamava os Legionários de Maciel de “os milionários de Cristo”.


João Paulo II e Sodano blindaram Maciel, e Bento XVI afastou-o, mas Francisco mostrou que está disposto a livrar a Igreja Católica da sua banda de promíscuo e onipotente regalismo. Os malfeitos de Marcial Maciel e de alguns de seus Legionários têm a ver com as suas condutas. O acobertamento teve a ver com o autoritarismo de uma parte do clero católico. A denúncia de que ele se drogava surgiu em 1956. Ele havia sido expulso de dois seminários e em 1997 foi acusado de abusos sexuais por seis homens. Seu filho mais velho tem 33 anos.

Folha de S. Paulo - O Globo - Elio Gaspari, jornalista

 

sábado, 22 de junho de 2019

Mortes e violência doméstica marcam passado de Fabrício Queiroz


As suspeitas contidas no relatório do Coaf não são os únicos problemas do policial militar reformado com a Justiça

[classificar o conteúdo do relatório do Coaf sobre Queiroz de  'suspeitas',  equivale a emitir um certificado de inocência para o PM reformado.]

Sumido desde que suas movimentações financeiras viraram um problema para a família Bolsonaro, no final do ano passado, o policial militar reformado Fabrício Queiroz tem muito o que explicar. VEJA apurou que na longa ficha corrida do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) há um homicídio ocorrido em 2003 em que ele está envolvido ao lado de Adriano Magalhães da Nóbrega, o temido chefe da milícia de Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio, foragido desde janeiro. Clique para ler a reportagem completa, publicada na edição desta semana.

Em meio aos mais de 20 boletins de ocorrência e à dezena de inquéritos em que Queiroz aparece, há pelo menos dois supostos autos de resistência com sua participação. Um ocorrido em 2002 e o outro em maio de 2003, pouco depois dele conhecer Adriano nas fileiras do 18º Batalhão, em Jacarepaguá, onde trabalharam juntos por apenas seis meses. Os laços de amizade daquela época, no entanto, foram intensos: anos mais tarde, Queiroz recrutou a mãe e a esposa do miliciano, que à época já era notório no submundo do crime, para trabalharem com ele no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando este ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro. Ambas são suspeitas de fazerem parte do esquema investigado pelo Ministério Público que apura se Queiroz comandava um esquema de coleta e repasse de dinheiro público dentro do gabinete do “01”.

 Queiroz não está foragido, não há contra ele qualquer ordem de prisão, mas seu sumiço alimenta dúvidas e reforça especulações sobre seu papel na vida dos Bolsonaro. Enquanto a Justiça se movimenta vagarosamente para definir o seu futuro, a edição de VEJA desta semana traz detalhes de seu passado e de seu currículo, que além dos vínculos com o mais procurado miliciano do Rio, transparece a imagem de um homem temido, violento até com a mulher, e que tem diversos “rolos” a explicar.

Revista VEJA

 

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Faltava alguém dizer em público que vai matar Dilma e arrancar sua cabeça. Não falta mais

Um recado claro à presidanta Dilma Roussef. (…) Renuncie, fuja do Brasil ou se suicide. Dia 7 de setembro a gente não vai pacificamente pras ruas. Juntamente com as Forças Armadas, vamos te tirar do poder. Assuma o seu papel, tenha humildade para sair do país porque, caso contrário, o sangue vai rolar. E vamos fazer um memorial na Praça dos Três Poderes: um poste de cabeça pra baixo. Nós vamos arrancar sua cabeça e fazer um memorial.”

O autor dessas ameaças é Matheus Sathler, que se apresenta como advogado num vídeo gravado no último dia 25.
Sathler foi candidato a deputado federal pelo PSDB. Não se elegeu.
No ano passado, causou barulho por causa de sua proposta de criação do “kit macho” e “kit fêmea” — como ele mesmo explicou, cartilhas para distribuição nas escolas ensinando “homem a gostar de mulher e mulher a gostar de homem”.


Ele se declara líder de um certo Movimento Mais Valores, Menos Impostos.  
Mais do que visivelmente limítrofe, Sathler é o que a jornalista alemã Anja Reschke chamou de “pequeno ninguém” da internet. Reschke falava do alcance do ódio dos extremistas: “Até recentemente, esses comentaristas estavam escondidos atrás de pseudônimos, mas agora essas coisas estão sendo feitas sob os nomes verdadeiros dos autores”, disse ela em seu telejornal. “Aparentemente, não é mais embaraçoso.”

Cometeu um crime. Mas, como em tantos outros casos para citar apenas dois deles, o do psicótico que invadiu a comitiva presidencial nos EUA e o do agente da PF que praticava tiro ao alvo com uma foto de Dilma —, este também vai ficar impune.
[na matéria é esquecido que o Vagner  qualquer coisa - pau mandado que preside a CUT - ameaçou pessoas na frente da Dilma e ela nada fez e nenhuma autoridade questionou o tal Vagner; 
o estrupício do Lula ameaçou colocar o 'exército do stédile' nas ruas e também ninguém o incomodou.
Qual o motivo do Matheus Sathler ser incomodado pelas suas ameaças? virou rotina qualquer imbecil fazer ameaças de matar, colocar bandidos do MST nas ruas, etc.
Se apertarem o Sathler, vão ter que apertar o Lula, o Vagner da CUT. ]
 
O Brasil é o país onde a noção de tolerância se transformou num laissez faire em que se incita o assassinato numa boa, enquanto a polícia militar faz escolta para um boneco inflável e o ministro da Justiça dá tapinhas nas costas de um miliciano.


Os pequenos ninguéns estão vencendo. [CERTÍSSIMO; afinal tem exemplo melhor da vitória de um 'pequeno ninguém' do que o Lula,  que venceu duas eleições? 

- ou Dilma, um legitimo exemplar de 'pequeno ninguém' que conseguiu falir uma loja de R$ 1,99, mas, venceu duas eleições presidenciais no Brasil?]