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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Placa de Marielle Franco é vetada em Ibama no Rio após visita de ministro [medida acertada.]

Um servidor do Ibama do Rio de Janeiro teve que retirar de sua mesa uma placa de rua” com o nome de Marielle Franco, ex-vereadora do PSOL - RJ. O fato ocorreu durante visita do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, à superintendência do órgão,  visto propagando política ser proibida em órgãos públicos. 


Segundo servidores, Salles mostrou certa irritação ao ver a placa. Dias depois, o superintendente do Ibama no Rio, o contra-almirante Alexandre Augusto Amaral Dias da Cruz, foi até a sala do funcionário e pediu a retirada do objeto. Como o servidor estava em viagem, Cruz sugeriu à secretária que removesse a placa de rua.  A alegação foi de que manifestações políticas estavam proibidas no órgão e que o servidor até corria risco de responder a um processo disciplinar pelo gesto. [apesar de legislação proibir manifestações políticas, nenhuma medida foi adotada para apurar os fatos.]  Por fim, a placa ilustrativa foi removida.

[causa estranheza que os devotos da vereadora insistam em transgredir as leis a pretexto de homenageá-la.

Recentemente, destruíram uma placa indicando um nome de rua no centro do Rio para substituir por uma placa ilegal com o nome da vereadora - a nomeação das ruas e afixação das placas com o nome determinado, depende de lei municipal que, no caso foi duplamente transgredida:
- destruição da placa existente, com a denominação oficial do logradouro;
- afixação de uma placa ilegal.
De acordo com a lei, a placa ilegal foi removida e uma outra, com a denominação anterior, a  oficial e legal afixada.

Agora, um funcionário público,  resolve fazer proselitismo no interior de uma repartição pública.
Nada justifica tal atitude. 
A vereadora foi assassinada, juntamente com seu motorista Anderson Gomes - fato duplamente revoltante e reprovável;

tem dois suspeitos, presos - prisão preventiva, aplicada por outros crimes, já que até o presente momento a polícia não apresentou provas que foram os dois os autores do duplo homícidio.

Esclarecemos também que a audiência de instrução e julgamento do próximo dia 6, não se refere ao assassinato e sim a posse indevida de 117 fuzis, envolvendo os dois presos. - Confira aqui

Não cabe que o assunto permaneça sendo motivo para transgressões das leis, inclusive sob o aspecto disciplinar.


Blog Bela Megale - O Globo


segunda-feira, 20 de maio de 2019

Armados e perigosos

Grupo assume autoria de mais um atentado em Brasília, desdenha da Polícia Federal e agora ameaça de morte o ministro do Meio Ambiente



Na madrugada de 28 de abril, um estrondo quebrou o silêncio em uma das sedes do Ibama, na Floresta Nacional de Brasília. Dois vigilantes correram para verificar o que havia acontecido. No estacionamento, encontraram um carro da fiscalização do órgão em chamas. Antes que conseguissem conter o incêndio, houve outra explosão. Um segundo automóvel começou a pegar fogo. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas os veículos ficaram destruídos. Por se tratar de patrimônio público, a polícia foi chamada para realizar uma perícia. Em meio às cinzas, os técnicos recolheram palitos de fósforo, restos de fita adesiva e vestígios de um líquido inflamável — indícios de um incêndio criminoso. Além disso, havia pichações com ameaças ao ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente. No mesmo dia, o grupo que se autointitula “Sociedade Secreta Silvestre” reivindicou o atentado numa página na internet.

Num país sem tradição de grupos ou de atos extremistas violentos, a primeira impressão que se tem de um caso assim é de uma brincadeira irresponsável. O tal grupo se apresenta como ecoterrorista e anticristão e mantém um site na chamada deep web área da internet difícil de ser rastreada e, por isso, muito usada por criminosos de todos os tipos, de pedófilos a traficantes. Pela página, o grupo reivindicou o atentado ao Ibama e informou ter utilizado bombas incendiárias no ataque aos carros. Para provar o que dizia, postou um vídeo com imagens dos artefatos, mostrando o material usado — o mesmo encontrado pelos peritos da polícia no local do crime. O ataque, de acordo com a postagem, foi um alerta ao ministro Ricardo Salles. “Cuidado, Salles. Você é uma figura pública. Não somos como os desprezíveis do Partido da Causa Operária que rosnam o tempo inteiro babando radicalismo, mas que quando te encontram dão tapinhas em seu carro. Operamos terroristicamente apenas. Não temos pressa, só disposição, arsenais e objetivos, e você é um deles, junto com a turma incompetente e pateta dos ‘Bolsonaros’ e outros que já mencionamos”, diz o texto.

ALVOS –  Bolsonaro, Damares e, agora, Ricardo Salles: ameaças de morte (Daniel Marenco/Agência O Globo - Gero Rodrigues/Ofotografico/Agencia O Globo - Nacho Doce/Reuters)

A ação do grupo preocupa as autoridades de Brasília. No fim do ano passado, a tal “Sociedade Secreta Silvestre” assumiu a autoria de outro atentado. Uma bomba de fabricação caseira foi deixada perto de uma igreja a cerca de 50 quilômetros do centro de Brasília. O artefato só não provocou uma tragédia de grandes proporções porque houve falha no detonador, o que impediu a explosão. Como ocorreu agora, foi divulgado um vídeo com detalhes que só mesmo quem construiu o dispositivo poderia saber. Na época, o grupo afirmou que o objetivo era provocar o caos às vésperas da posse do presidente Jair Bolsonaro. “Se a facada não foi suficiente para matar Bolsonaro, talvez ele venha a ter mais surpresas em algum outro momento”, dizia um texto. “Temos armas e mais explosivos estocados”, alertava o comunicado. Desde então, a Polícia Federal investiga o caso.

Segundo um documento sigiloso obtido por VEJA, o objetivo da investigação é apurar “condutas extremamente graves, inclusive com a utilização de artefatos explosivos”, e “ameaças a figuras públicas, notadamente ao presidente da República Jair Messias Bolsonaro”. O caso está sendo conduzido com prioridade pela Divisão Antiterrorismo da PF e conta com o apoio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Civil de Brasília. Apesar dos esforços redobrados, ainda não se sabe quem está por trás das ameaças e dos ataques. Três pessoas chegaram a ser presas no fim do ano passado. Com elas, foram encontrados um manual supostamente ensinando a fazer bombas caseiras e tubos de vidro com substância suspeita. No entanto, poucos dias depois, elas foram soltas. O documento, ficou provado, não pertencia a elas e o líquido era, na verdade, um remédio fitoterápico.

Além do presidente Bolsonaro e de Ricardo Salles, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, já havia entrado na mira da “Sociedade Secreta”. No início do ano, os supostos terroristas postaram um texto intitulado “Damares andando no vale da morte”. Num determinado trecho, diziam: “Já pensou um culto em sua igreja voando pelos ares como no Sri Lanka? Ou um evento seu? E uma toxina mortal em alguma alimentação sua? Uma bala na sua cabeça enquanto se desloca a trabalho?”. VEJA revelou no começo deste mês que, diante dessas ameaças, a ministra mudou de endereço, de rotina e reforçou a segurança. Foi aconselhada até a evitar o consumo de alimentos sem saber sua origem exata. “Deixamos clara a posição ameaçadora e nossas intenções homicidas também contra Damares Alves. Que fique claro que elas ainda existem, e estão cada vez mais perigosas”, ameaçou o movimento. O ministro Ricardo Salles reforçou as medidas de segurança pessoal e da sede do ministério. Em uma postagem recente, o grupo extremista desdenhou das autoridades brasileiras: “A Polícia Federal com ajuda da Abin e outros órgãos realizou um grande operativo, mas deteve pessoas aleatórias, não a nós. Seguimos nos desenvolvendo e atacando”.

Publicado em VEJA de 22 de maio de 2019, edição nº 2635

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

#SanatórioGeral: Estafeta de presidiário

Haddad teria nomeado Fernando Pimentel para o cargo de ministro do Meio Ambiente


“Má escolha: o governo errou ao nomear para ministro do Meio Ambiente alguém cujas posições estão na contramão do que o país precisa. Bolsonaro, até ontem, só fala em afrouxar a fiscalização e facilitar o licenciamento. Veremos agora”. 
(Fernando Haddad, estafeta de presidiário, ao comentar no Twitter o rompimento da barragem em Brumadinho, garantindo que o crime ambiental não teria ocorrido se Bolsonaro instalasse no Ministério do Meio Ambiente um dos presidentes da Vale indicados por Lula ou o ex-governador Fernando Pimentel, um dos arquitetos da tragédia de Mariana)


Blog do Augusto Nunes - Veja