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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Bolsonaro sofreu uma emboscada dentro do PL - Entrevista

Ricardo Salles revela bastidores de emboscada a Bolsonaro no PL

 
Entrevista com Ricardo Salles, deputado federal (PL-SP), sobre a desistência da pré-candidatura a prefeito de São Paulo em 2024 depois que o presidente do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto, declarou apoio à reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Salles revela os bastidores de como se deu essa aliança PL-MDB, fala de seu futuro no partido e também sobre o trabalho como deputado federal e relator da CPI do MST.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 17 de maio de 2023

CPI do MST é instalada e será comandada pela oposição a Lula

 O deputado federal Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) foi eleito presidente do colegiado

A Câmara dos Deputados instalou, nesta quarta-feira, 17, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). De autoria do deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), a CPI vai ter 27 titulares e 27 suplentes.

Logo após a instalação do colegiado, os membros tiveram de eleger uma chapa para presidir os trabalhos. Apenas uma chapa concorreu, sendo composta dos seguintes deputados: Zucco para a presidência; Kim Kataguiri (União Brasil-SP) para a primeira vice-presidência; Delegado Fabio Costa (PP-AL) para a segunda vice-presidência; e Evair de Melo (PP-ES) para a terceira vice-presidência

A expectativa era de que a vice-presidência ficasse com algum deputado da base governista. Contudo, isso não aconteceu. A chapa de Zucco foi eleita com 16 votos. O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) foi escolhido como relator.

Conforme noticiou Oeste, o governo vai olhar com lupa tudo o que vai acontecer no colegiado. 
O temor é tanto que a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), foi escalada para participar da comissão. 

Confira a distribuição de cadeiras da CPI do MST

  • PL: Titulares – Capitão Alden (BA); Caroline de Toni (SC); Delegado Éder Mauro (PA); Domingos Sávio (MG); e Ricardo Salles (SP). Suplentes: Coronel Chrisóstomo (RO); Gustavo Gayer; Joaquim Passarinho; Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira (MS).
  • Federação do PT: Titulares – Padre João (MG); Nilto Tatto (SP); Valmir Assunção (BA); e Paulão (AL). Suplentes: Gleisi Hoffmann (PR); João Daniel (SE); Dionilson Marcon (RS); e Camila Jara (MS).
  • União Brasil: Titulares – Alfredo Gaspar (AL), Kim Kataguiri (SP) e Nicoletti (RR). Suplentes: Coronel Assis (MT); Coronel Ulyssess (AC) e Rafael Simões (MG);
  • PP: Ana Paula Leão (MG); Delegado Fabio Costa (AL) e Evair de Melo (ES). Suplentes: ainda não foram indicados;
  • MDB: Hercílio Coelho Diniz (MG) e Marussa Boldrin (GO). Suplentes: ainda não foram indicados;
  • Republicanos: Messias Donato (ES); Tenente Coronel Zucco (RS); Suplentes: Diego Garcia (PR)
  • PSD: Titular – Charles Fernandes (BA). Suplente: Delegada Katarina (SE);
  • Federação Cidadania e PSDB: Titular – Lucas Redecker (RS). Suplente: Geovania de Sá (SC);
  • PDT: Max Lemos (RJ). Suplente: ainda não foi indicado;
  • PSB: uma vaga; ainda não foi indicado;
  • Podemos: uma vaga;
  • Patriota: Titular – Magda Mofatto (GO). Suplente: ainda não foi indicado;
  • Federação Psol e Rede: Titular – Sâmia Bomfim (SP). Suplente: Talíria Petrone (RJ);

Redação - Revista Oeste

 

domingo, 27 de junho de 2021

No STF, relação com a PF azeda por suspeita de vazamentos a Bolsonaro - Radar

Robson Bonin

Planalto teria demitido Ricardo Salles do Meio Ambiente após receber informações sobre avanços do inquérito no Supremo

Com quem conversou depois de ser exonerado no governo, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi curto ao falar da saída: “Cansei”. Pode até ser que Salles tenha cansado das brigas — foram muitas e em muitas frentes –, mas a ação da Polícia Federal contra ele, como mostrou o Radar, foi o motivo que levou o Planalto a encerrar sua passagem pelo governo.

O avanço sobre os sigilos bancários dele e da mãe dele e o risco de prisão por destruição de provas no celular, enviado aos Estados Unidos para quebra de senha, foram determinantes para que o governo tirasse Salles do cargo — e, por consequência do fim do foro, das garras do STF.

Esse caso, aliás, virou um divisor de águas nas relações dos delegados com o STF. Ministros da Corte têm certeza de que Bolsonaro recebeu informações privilegiadas do caso.

Radar  - Veja

 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Siga o dinheiro

Siga o dinheiro

R$ 5.216.572,68
Valor previsto em pregão eletrônico da Novacap para a construção do Restaurante Comunitário do Sol Nascente
 
Comissão de Cultura da Câmara vai debater racismo religioso [ [Racismo religioso???  = só pode ser coisa de deputadas do perda total = pt;  
Aliás, as duas são figurinhas carimbadas sempre correndo atrás de holofotes. 
Elas certamente querem que a polícia avise com 72 horas de antecedência o local, ou locais, que serão alvo de diligências buscando prender criminosos. Se a polícia adotar essa prática será a instituição da impunidade =  todas as investigações serão prejudicadas.] A Comissão de Cultura da Câmara vai discutir, em audiência pública na próxima segunda-feira, ataques e ações violentas de cunho racista contra casas de matrizes africanas na região de Águas Lindas, Girassol, Cocalzinho e Edilândia, que teriam ocorrido durante as buscas ao criminoso Lázaro Barbosa. A iniciativa do debate é das deputadas federais Erika Kokay (PT-DF) e Benedita da Silva (PT-RJ). Kokay, que é coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, acredita que as ações revelam o racismo estrutural em nossa sociedade.

Só papos

“Vamos ver quem ri por último. Onde Salles estará em 2 anos e onde você estará. Até onde eu sei partidarismo dentro da Polícia Federal é no mínimo antiético”
Deputada Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente Bolsonaro
“E o que a senhora acha de defender madeireiro ilegal (ladrões) dentro do MMA (Ministério do Meio Ambiente)?”
Delegado Ricardo Alexandre Saraiva, da Polícia Federal, que investigou o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e perdeu o cargo de superintendente no Amazonas
[delegado Saraiva, com todo respeito = os holofotes já passaram, perdeu sua chance.
Agora é encontrar outro tema e torcer que voltem.
A propósito: quem pratica desmatamento em área de preservação ambiental e vende a madeira resultante  é ladrão?] 

 
CB-Poder - Correio Braziliense 
 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Regresso em marcha forçada - Nas Entrelinhas

Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense

O desmonte das políticas públicas voltadas para os direitos humanos está em pleno curso, mas é uma contradição com as necessidades imediatas dos brasileiros

Na sua primeira e única visita ao Jardim Botânico, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles — o homem que conduz as boiadas do desmatamento, das queimadas e das demais agressões ao meio ambiente — anunciou a intenção de transformar o Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, num hotel-boutique, espécie de pousada de alto luxo, acessível apenas aos mais privilegiados. O cara tem uma mentalidade mais atrasada do que a do D. João VI, o rei português que fugiu de Napoleão Bonaparte para o Brasil e mandou criar a instituição, nos idos de 1808, ou seja, mais de 212 anos atrás, com objetivo de aclimatar e cultivar especiarias e árvores exóticas, entre as quais, palmeiras imperiais, nogueiras, mangueiras, jaqueiras e cravos-da-Índia, que vieram do Oriente, das Ilhas Maurício a Macau.

Mal sabe o ministro: os cariocas têm apego àquele espaço privilegiado nas bordas da Lagoa Rodrigo de Freitas e ao pé da Serra do Mar, polo irradiador da cultura ecológica de suas crianças e adolescentes, parte integrante da memória afetiva da cidade; e da importância científica de suas pesquisas e do seu acervo, que preserva 7,5 mil espécies em pé, um herbário com 600 mil amostras e a maior biblioteca de botânica do país, com 32 mil volumes. Como a arrogância de Ricardo Salles não tem limites, ficamos imaginando: até onde vai essa sanha regressista em marcha forçada? O governo Bolsonaro se comporta como se estivesse no antigo regime militar (1964-1985) e não tivesse que dar satisfações a ninguém.

A propósito, a postura de Salles não difere muito da adotada pelo ministro da Saúde, o general da ativa Eduardo Pazuello, que não presta contas à comunidade científica nem à sociedade, e cumpre as ordens do presidente da República sem pestanejar. Vamos ver o que vai acontecer em 25 de janeiro, quando o governo de São Paulo, segundo anunciou o governador João Doria (PSDB), pretende iniciar a vacinação em massa da população residente e de quem mais estiver por lá. A vacina ainda depende da aprovação da Anvisa, que hoje está sob absoluto controle de militares negacionistas como Bolsonaro, mas há controvérsias, porque a legislação é ambígua. Diz que as autoridades, no âmbito de sua competência, podem importar e distribuir medicamentos e outros materiais, equipamentos e insumos sem registro na Anvisa, desde que autorizados pela FDA, EMA ou entidade similar — a legislação nomeia – do Japão e da China. [curiosidade: quando é para atrapalhar o governo Bolsonaro,  a Anvisa pode tudo na área de fiscalização e registro de medicamentos - conduta normal e que tem como parâmetro o FDA.

Quando se trata de facilitar o caixeiro viajante da China (aliás sua atividade de adido comercial, oficioso, da República Popular da China, tem sido considerado normal;

fosse o presidente Bolsonaro o 'office-boy'  a serviço da China, já estariam pedindo seu impeachment. ) os poderes da Anvisa são cassados, sendo criada uma interpretação que permite que  agências japonesas e americanas interfiram em assuntos internos do Brasil = no caso, competência da Anvisa.]

Direitos humanos
Se ligarmos uma coisa com a outra, veremos que o regresso está em marcha forçada em toda linha, como na educação, por exemplo. Ontem mesmo, um manifesto de pediatras pedia que as crianças voltassem às aulas. A mesma coisa na área da segurança pública, onde a política do tipo compre uma arma e se defenda sozinho é narrativa dos violentos, e deixa a população à mercê de traficantes, milicianos e policiais despreparados. Temos um governo que não está nem aí para os direitos humanos, que remontam à Revolução Francesa, um mix de direito liberal, moral cristã e política humanista. Bolsonaro despreza esses valores, embora faça apologia da liberdade individual.
[outro assunto que surge sempre que uma interpretação feita via maldito politicamente correto, pode atrapalhar o governo Bolsonaro, é o clamor por direitos humanos.
Tudo que seja para criticar o governo é apresentado como violação dos direitos humanos.
Até os direitos dos manos tem prioridade sobre os direitos humanos dos humanos  direitos.
Exemplos:
- As escolas não voltam as aulas devido a excessiva pressão dos professores. Como bem diz o Augusto Nunes, enquanto não for descoberta uma vacina contra a vadiagem, as aulas não retornam.
- a Segurança Pública  não tem sido afetada pelo leve afrouxamento na posse e porte de armas.  As mortes continuam ocorrendo por ação dos bandidos. Tem áreas no Rio em que a polícia não pode entrar  - determinação do STF.
Os direitos humanos são invocados até para apoiar o aborto - esquecem que o mais fundamental dos direitos humanos é o 'direito à vida' e quanto mais indefeso for o ser humano cuja vida pretendem tirar via aborto (pela crueldade de uma mulher que chamam de mãe) mais tal vida deve ser defendida.
 
O Brasil tem direitos dos manos em demasia, direitos humanos dos humanos direitos sufocados e mal invocados e milhões de famintos - não lembram que a fome viola, mata, o segundo direito humano mais importante,  e essencial para manter o primeiro (A VIDA).
 
- Esqueçamos o museu que no Jardim Botânico, seja no Pão de Açúcar , em nada influirá no meio ambiente. 
- Esqueçamos a prioridade que querem dar às investigações sobre mortes de políticos - deixando a apuração do assassinato dos seres humanos não políticos em segundo, ou terceiro, ou mesmo no último plano. 
Vamos cuidar de combater a fome, a miséria, priorizando a educação, os empregos = um BRASIL melhor e om os direitos humanos mais básicos - vida, alimentação - atendidos.]

É falsa a ideia de que os direitos humanos perderam seu significado e limites com a globalização e a revolução digital. Direitos como atributos individuais, apenas, não podem combater a desigualdade, nem são sinônimos de justiça. Direitos humanos são prescrições: as pessoas não são livres e iguais, mas deveriam ser. O “direito à vida”, por exemplo, por si só, não responde as perguntas sobre o aborto. Nem às necessidades da sobrevivência, como alimento, abrigo ou cuidados de saúde. Na maioria dos casos, uma reivindicação de direitos humanos é o começo de um processo de desenvolvimento social e não o fim.

A Constituição brasileira de 1988 consagrou como direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Três emendas constitucionais, em 2000, 2010 e 2015, incluíram no artigo 6º da Carta Magna, os direitos à moradia, à alimentação e ao transporte. Sempre houve muitas críticas ao texto constitucional, mas essa é uma agenda que corresponde às necessidades do nosso desenvolvimento social. O desmonte das políticas públicas voltadas para esses objetivos está em pleno curso, mas é uma contradição com as necessidades mais prementes da grande maioria da população. De certa forma, a pandemia do novo coronavírus tornou isso mais evidente e desnudou o caráter regressivo da atuação do governo federal nessas áreas. Isso ficará mais evidente com o fim do auxílio emergencial, que mitigou os efeitos mais perversos desse desmonte.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense 


quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Os ataques ao Conama e o respeito à preservação das áreas de mangue

O Estado de S. Paulo

No que diz respeito à preservação das áreas de mangue, o que Conselho Nacional do Meio Ambiente fez foi voltar à legislação vigente sobre o assunto – a única disponível no momento, até que seja aprovada alguma outra

É possível que nunca tenha havido um ministro do Meio Ambiente tão detestado pelas organizações e militantes ambientais quanto o atual ocupante do cargo, Ricardo Salles e aí estamos falando de uma multidão, dentro e fora do Brasil. Mas isso não faz com que ele esteja errado quando diz que dois mais dois são quatro; a conta não passa a ser cinco só porque é ele quem está dizendo que são quatro

É o caso desses protestos contra a mais recente decisão do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) a respeito da preservação das áreas de mangue. Na opinião dos ativistas ecológicos, apresentada como um fato objetivo, a resolução acabou com a proteção legal dos manguezais. No mundo das coisas reais, o que o Conama fez foi voltar à legislação vigente sobre o assunto – a única disponível no momento, até que seja aprovada alguma outra.

O que o Conama mudou não foi a lei, mesmo porque não poderia fazer isso, mas uma decisão do próprio conselho, baixada em 2002. Na ocasião, os conselheiros criaram novas restrições em relação às áreas de mangues e suas vizinhanças. Desde então, o setor do Ministério Público que fiscaliza as questões ambientais vem acionando os órgãos competentes do governo para aplicar a resolução – que, tanto quanto se saiba, não pode se sobrepor à lei.

O que os atuais conselheiros fizeram foi determinar que se aplique a legislação em vigor no momento o Código Florestal de 2012, que não inclui as exigências criadas dez anos antes por seus antecessores. Elas não existiam, por sinal, no Código Florestal vigente na época da resolução, e que foi substituído pelo atual. Pode estar errado. Mas para mudar isso é preciso que o Congresso aprove uma nova lei para substituir a que está valendo hoje.

J.R. Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo


sábado, 23 de maio de 2020

O golpista e o interventor - O Globo

 Ascânio Seleme 

A nação assistiu estarrecida ao vídeo da fatídica reunião ministerial que culminou na demissão do ministro da Justiça, Sergio Moro. Foi um festival de barbaridades e palavrões capaz de fazer corar até mesmo Celsinho da Vila Vintém. Tão grave quanto a reunião, ou até mais, foi a nota do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, que ameaçou o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, e de resto todo o país, numa defesa despropositada do presidente Jair Bolsonaro. Foi a declaração mais acintosamente antidemocrática de um general desde o fim da ditadura, há 35 anos.

A nota de Heleno, sugerindo uma instabilidade nacional no caso da apreensão do celular de Bolsonaro, é tão absurda que enterra de uma vez por todas a aura de democrata que o general tenta mostrar. Como uma biruta que sopra de acordo com o vento, dois dias antes ele afirmara que não haverá golpe no país. Claro que não haverá. Estamos tratando de um aloprado, com certeza. Mas um aloprado com propósito. No mínimo, Heleno queria atrair para si a atenção do dia, toda voltada para o vídeo da reunião ministerial. No limite, queria constranger ou assustar um ministro do STF, tentando subverter sua vontade, a vontade da Justiça.

O fato é que a nota é uma ameaça ignóbil e deve ser tratada distintamente da questão que envolve o presidente e a intenção de interferir na Polícia Federal. Heleno deve responder pela nota absurda e ser sancionado adequadamente. O que ele fez foi igual ao que fazem os que carregam faixas pedindo o fechamento do Congresso e do Supremo. Mais grave, na verdade, porque o ministro tem assento do Palácio do Planalto e, por ser um ex-chefe militar, alguma ascendência sobre outros oficiais. O biruta pregou um golpe.

Sobre a denúncia propriamente dita, não resta dúvida que Bolsonaro ameaça intervir na Polícia Federal por não receber dela informações que julga merecedor. Reclama que a instituição não o ajuda: “Eu não posso ser surpreendido com notícias, eu tenho a PF e não tenho informações.” Depois reclama também das que recebe da Abin e das Forças Armadas. Diz que prefere não ter informação a ser mal informado. A certa altura, afirma: “Não sou informado, eu vou interferir”, e olha para Moro.

Ao se referir à segurança no Rio, é óbvio que se referia à Superintendência da PF, mas não é claro o suficiente nesse ponto específico. Depreende-se essa conclusão ao se entender o todo. Como este é o ponto crucial da investigação em curso contra Bolsonaro, haverá argumento para quem quiser varrer a sujeira para debaixo do tapete. Significa que, se o procurador Augusto Aras for um mau entendedor, pode isolar a fala, dizer que dela não se consegue retirar nenhuma vontade intervencionista e engavetar o inquérito.

A reunião tem tudo aquilo que já se publicou. Mas é assustador ver e ouvir as sandices e os palavrões do presidente da República num ambiente que deveria ser de alto nível. Fala em liberdade com a mesma entonação com que ataca jornais. Fala em armar a população para impedir uma ditadura e diz que o povo armado não aceitaria o decreto de prefeitos regrando o confinamento contra o coronavírus. Um absurdo. Chama os governadores João Doria e Wilson Witzel de “bosta” e “estrume”. Diz que eles querem “nossa hemorroida”, não explicando direito o que queria significar.

Não há dúvida que quem inflama Heleno e outros ministros é o próprio Bolsonaro. Ele nunca fala baixo, grita muito e extrapola no uso de palavrões, mas isso é quase uma bobagem quando se observa o teor das suas colocações. Ele pinta o governo como se fosse um ente ungido por Deus sendo atacado por todos os lados, mas nomeia apenas a imprensa. E ameaça ministro que for elogiado pelo GLOBO ou pela Folha.

O ataque de Weintraub ao Supremo está lá, com todas as mesmas letras que escrevemos e lemos nos últimos dias. O ministro fala de modo inflamado em liberdade, sem explicar a que tipo de liberdade se referia, já que acrescenta que se dependesse dele “colocava todos esses vagabundos na cadeia, começando pelo STF”. Weintraub vira-se na cadeira apontando para a Praça dos Três Poderes. Ninguém o condena.

Festejando o quê?
A reunião de quinta-feira do presidente da República com os presidentes da Câmara e do Senado e com governadores (estes online) não seria nada mais do que um encontro importante, porém normal, se esse fosse um governo normal. Mas em se tratando de Bolsonaro, foi um sucesso que entusiasmou muita gente, dentro e fora do Palácio do Planalto. Por quê? Porque Bolsonaro não levantou a voz, não xingou, não ameaçou ninguém, comportou-se como um ser humano civilizado. Alguma coisa está muito errada quando se festeja um presidente que faz nada mais do que sua obrigação. O chato é que não vai durar.

Bobo ele não é
Curioso que o modo civilizado, para não dizer bonzinho, de Bolsonaro ocorreu no dia seguinte à divulgação de uma pesquisa em que 60% dos brasileiros dizem que seu governo é ruim ou péssimo e 76% apoiam o isolamento social contra o coronavírus. Outro fator que influenciou favoravelmente o humor do presidente foi a iminente retirada do sigilo sobre o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Era bom mesmo mostrar alguma inimaginável civilidade.

O uso do cachimbo
No domingo passado, dezenas de manifestantes que carregavam faixas com dizeres antidemocráticos deixaram os estandartes dentro dos seus carros antes de se agruparem na Praça dos Três Poderes para ovacionarem o capitão. Mas a coceira foi tanta que uma mulher não aguentou o novo comando do gabinete do ódio e deu uma paulada na cabeça de uma jornalista com o mastro da bandeira do Brasil que portava. É a boca torta que não consegue esconder o velho hábito da intolerância.

Oposição?
A frase que deve ter acordado o ex-presidente Lula é do filósofo e professor Luiz Felipe Pondé. “O Brasil não tem governo nem oposição”, disse Pondé numa live com o jornalista Willian Corrêa. Lula deve ter pensado “calma lá”, e rapidamente reintroduziu a oposição no festival de besteiras que assola o país (obrigado, Sergio Porto).

Restos do vídeo
Não dá para deixar passar o que falou o ministro do Meio Ambiente, o absurdo Ricardo Salles, na reunião ministerial do dia 22 de abril. Disse que era hora de aproveitar que a imprensa está ocupada com a Covid-19 para “passar de boiada” medidas que dependem apenas de parecer e caneta para “simplificar” os controles ambientais no Brasil. Parecia uma pessoa querendo cometer um crime enquanto ninguém vê. Bobagem, ministro, haverá sempre um jornalista atento aos seus movimentos.

O cientista e o sábio
O cientista Jair Bolsonaro recomenda o uso da cloroquina desde os primeiros sinais do contágio, tanto que mandou o Ministério da Saúde baixar protocolo nesse sentido, que nenhum médico assinou. O sábio Osmar Terra, que há um mês disse que o número de casos estava desabando, assina embaixo, embora ele próprio seja um ex-médico. Por sorte não estão juntos. Caso estivessem, sábio e cientista encaminhariam o país rapidamente para a beira do precipício.

Ascânio Seleme, colunista  
Em O Globo - Leia  MATÉRIA COMPLETA



quinta-feira, 23 de maio de 2019

Placa de Marielle Franco é vetada em Ibama no Rio após visita de ministro [medida acertada.]

Um servidor do Ibama do Rio de Janeiro teve que retirar de sua mesa uma placa de rua” com o nome de Marielle Franco, ex-vereadora do PSOL - RJ. O fato ocorreu durante visita do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, à superintendência do órgão,  visto propagando política ser proibida em órgãos públicos. 


Segundo servidores, Salles mostrou certa irritação ao ver a placa. Dias depois, o superintendente do Ibama no Rio, o contra-almirante Alexandre Augusto Amaral Dias da Cruz, foi até a sala do funcionário e pediu a retirada do objeto. Como o servidor estava em viagem, Cruz sugeriu à secretária que removesse a placa de rua.  A alegação foi de que manifestações políticas estavam proibidas no órgão e que o servidor até corria risco de responder a um processo disciplinar pelo gesto. [apesar de legislação proibir manifestações políticas, nenhuma medida foi adotada para apurar os fatos.]  Por fim, a placa ilustrativa foi removida.

[causa estranheza que os devotos da vereadora insistam em transgredir as leis a pretexto de homenageá-la.

Recentemente, destruíram uma placa indicando um nome de rua no centro do Rio para substituir por uma placa ilegal com o nome da vereadora - a nomeação das ruas e afixação das placas com o nome determinado, depende de lei municipal que, no caso foi duplamente transgredida:
- destruição da placa existente, com a denominação oficial do logradouro;
- afixação de uma placa ilegal.
De acordo com a lei, a placa ilegal foi removida e uma outra, com a denominação anterior, a  oficial e legal afixada.

Agora, um funcionário público,  resolve fazer proselitismo no interior de uma repartição pública.
Nada justifica tal atitude. 
A vereadora foi assassinada, juntamente com seu motorista Anderson Gomes - fato duplamente revoltante e reprovável;

tem dois suspeitos, presos - prisão preventiva, aplicada por outros crimes, já que até o presente momento a polícia não apresentou provas que foram os dois os autores do duplo homícidio.

Esclarecemos também que a audiência de instrução e julgamento do próximo dia 6, não se refere ao assassinato e sim a posse indevida de 117 fuzis, envolvendo os dois presos. - Confira aqui

Não cabe que o assunto permaneça sendo motivo para transgressões das leis, inclusive sob o aspecto disciplinar.


Blog Bela Megale - O Globo


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Irrelevância dos diálogos é o que mais impressiona [= jogar conversa fora]

O que mais impressiona nos áudios entre o presidente Bolsonaro e seu ex-ministro Bebianno é a irrelevância.

[as conversas são irrelevantes e sequer valem o tempo despendido para ouvi-las;

seu valor não é o conteúdo e sim que mostram que Bolsonaro manteve a postura firme que o caracteriza e foi um dos fatores determinantes para sua vitória; ele deixa claro o que aceita e não aceita, a repulsa que tem ao Grupo Globo (é pacífico que a TV Globo tem feito oposição sistemática a Bolsonaro desde antes das eleições) e as restrições que faz ao comportamento do ex-ministro.]

Ouça os áudios trocados entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro Gustavo Bebianno

Exonerado da Secretaria Geral da Presidência da República após ser chamado de mentiroso por Carlos Bolsonaro (PSL), Gustavo Bebianno não mentiu sobre ter conversado com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), conforme revelam áudios divulgados nesta tarde pela revista Veja.

Bebianno disse que teve três conversas com o presidente na última terça-feira, 12. O relato era uma tentativa de mostrar que não havia mal-estar envolvendo acusações de pagamentos a laranjas pelo PSL. Na quarta-feira, 13, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL), filho do presidente, foi ao Twitter dizer que Bebianno havia mentido.
O presidente Bolsonaro compartilhou a mensagem do filho, num sinal de aval.
Porém, os áudios mostram que, de fato, Bebianno recebeu três mensagens do presidente.

[WhatsApp está mais para troca de mensagens, tipo diálogo das antigas cartas, do que conversa - uma mensagem vai e depois a resposta volta. 
NÃO É CONVERSA - tanto que o próprio ex-ministro diferencia as mensagens da conversa, visto que interrompe o diálogo para conversar pessoalmente.]

Confira o teor:
A primeira trata da reunião do então ministro com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo.
Bolsonaro: “Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do Planalto: eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras emissoras? Que nós estamos se aproximando da Globo. Então não dá para ter esse tipo de relacionamento. Agora… Inimigo passivo, sim. Agora… Trazer o inimigo para dentro de casa é outra história. Pô, cê tem que ter essa visão, pelo amor de Deus, cara. Fica complicado a gente ter um relacionamento legal dessa forma porque cê tá trazendo o maior cara que me ferrou – antes, durante, agora e após a campanha – para dentro de casa. Me desculpa. Como presidente da República: cancela, não quero esse cara aí dentro, ponto final. Um abraço aí”.

Na segunda mensagem, Bolsonaro responde a mensagem de Bebianno sobre a viagem que ele e outros ministros fariam ao Pará.
Bolsonaro: “Gustavo, uma pergunta: ‘Jair Bolsonaro decidiu enviar para a Amazônia’? Não tô entendendo. Quem tá patrocinando essa ida para a Amazônia? Quem tá sendo o cabeça dessa viagem à Amazônia? Um abraço aí, Gustavo, até mais.”

Depois, Bolsonaro volta ao assunto, aparentemente após falar com os outros ministros:
Bolsonaro: “Ô, Bebianno. Essa missão não vai ser realizada. Conversei com o Ricardo Salles. Ele tava chateado que tinha muita coisa para fazer e está entendendo como missão minha. Conversei com a Damares. A mesma coisa. Agora: eu não quero que vocês viajem porque… Vocês criam a expectativa de uma obra. Daí vai ficar o povo todo me cobrando. Isso pode ser feito quando nós acharmos que vai ter recurso, o orçamento é nosso, vai ser aprovado etc. Então essa viagem não se realizará, tá OK? Um abraço aí, Gustavo!”.

No quarto áudio, Bolsonaro nega que tenha falado com o agora ex-ministro:
Bolsonaro: “O caso incitando a saída é mais uma mentira. Você conhece muito bem a imprensa, melhor do que eu. Agora: você não falou comigo nenhuma vez no dia de ontem. Ele esteve comigo 24 horas por dia. Então não está mentindo, nada, nem está perseguindo ninguém”.

Também em áudio, Bebianno argumenta que eles se falaram sim, por áudios.
Bebianno: “Há várias formas de se falar. Nós trocamos mensagens ontem três vezes ao longo do dia, capitão. Falamos da questão do institucional do Globo. Falamos da questão da viagem. Falamos por escrito, capitão. Qual a relevância disso, capitão? Capitão, as coisas precisam ser analisadas de outra forma. Tira isso do lado pessoal. Ele não pode atacar um ministro dessa forma. Nem a mim nem a ninguém, capitão. Isso está errado. Por que esse ódio? Qual a relevância disso? Vir a público me chamar de mentiroso? Eu só fiz o bem, capitão. Eu só fiz o bem até aqui. Eu só estive do seu lado, você sabe disso. Será que você vai permitir que o senhor seja agredido dessa forma? Isso não está certo, não, capitão. Desculpe”.

Bebianno diz, em outro áudio:
Bebianno: “Eu só prego a paz, o tempo inteiro. O tempo inteiro eu peço para a gente parar de bater nas pessoas. O tempo inteiro eu tento estabelecer uma boa relação com todo mundo. Minha relação é maravilhosa com todos os generais. O senhor se lembra que, no início, eu não poderia participar das reuniões de quarta-feira, porque os generais teriam restrições contra mim? Eu não entendia que restrições eram aquelas, se eles nem me conheciam. O senhor hoje pergunte para eles qual o conceito que eles têm a meu respeito, sabe, capitão? Eu sou uma pessoa limpa, correta. Infelizmente não sou eu que faço esse rebuliço, que crio essa crise. Eu não falo nada em público. Muito menos agrido ninguém em público, sabe, capitão? Então quando eu recebo esse tipo de coisa, depois de um post desse, é realmente muito desagradável. Inverta. Imagine se eu chamasse alguém de mentiroso em público. Eu não sou mentiroso. Ontem eu falei com o senhor três vezes, sim. Falamos pelo WhatsApp. O que é que tem demais? Não falamos nada demais. A relevância disso… Tanto assunto grave para a gente tratar. Tantos problemas. Eu tento proteger o senhor o tempo inteiro. Por esse tipo de ataque? Por que esse ódio? O que é que eu fiz de errado, meu Deus?”.

Bolsonaro, por sua vez, nega que a troca de mensagens signifique que eles conversaram:
Bolsonaro: “Ô, Gustavo, usar da… Que usou do Whatsapp para falar três vezes comigo, aí é demais da tua parte, aí é demais, e eu não vou mais responder a você. Outra coisa, eu sei que você manda lá no Antagonista, a nota (sobre Bolsonaro não atender Bebianno) foi pregada lá. Dias antes, você pregou uma nota que tentou falar comigo e não conseguiu no domingo. Eu sabia qual era a intenção, era exatamente dizer que conversou comigo e que está tudo muito bem, então faz o favor, ou você restabelece a verdade ou não tem conversa a partir daqui pra frente”.

Bolsonaro reclama ainda que Bebianno estaria tentando envolver o presidente no caso da laranja:
“Querer empurrar essa batata quente desse dinheiro lá pra candidata em Pernambuco pro meu colo, aí não vai dar certo. Aí é desonestidade e falta de caráter. Agora, todas as notas pregadas nesse sentido foram nesse sentido exatamente, então a Polícia Federal vai entrar no circuito, já entrou no circuito, pra apurar a verdade. Tudo bem, vamos ver daí… Quem deve paga, tá certo? Eu sei que você é dessa linha minha aí. Um abraço”.

(...)

Bebianno retruca: “Não, capitão, não é isso, não. Eu não tentei ligar pro senhor, eu não falei, não vazei nada pra ninguém. Eu nem tentei ligar pro senhor. O senhor mandou um recado que era pra eu não ir ao hospital. Não fui e não liguei pro senhor nenhuma vez. Deixei o senhor em paz. É… Se eu tentei ligar uma ou duas vezes, também não me lembro pelo motivo que foi, é… Não é isso, não, capitão, tá? Eu não vazei nada pra lugar nenhum, muito menos pra Folha, com quem eu praticamente não falo. Abraço, capitão”.

Bebianno completa: “Em relação a isso, capitão, também acho que a coisa está… Não está clara. A minha tarefa como presidente interino nacional foi cuidar da sua campanha. A prestação de contas que me competia foi aprovada com louvor, é… Agora, cada Estado fez a sua chapa. Em nenhum partido, capitão, a nacional é responsável pelas chapas estaduais. O senhor sabe disso melhor do que eu. E, no nosso caso, quando eu assumi o PSL, houve uma grande dificuldade na escolha dos presidentes de cada Estado, porque nós não sabíamos quem era quem. É… Cada chapa foi montada pela sua estadual. No caso de Pernambuco, pelo Bivar, logicamente. Se o Bivar escolheu candidata laranja, é um problema dele, político. E é um problema legal dela explicar o que ela fez com o dinheiro. Da minha parte, eu só repassei o dinheiro que me foi solicitado por escrito. Eu tenho tudo registrado por escrito. Então é ótimo que a Polícia Federal esteja, é ótimo que investigue, é ótimo que apure, é ótimo que puna os responsáveis. Eu não tenho nada a ver com isso. É… Depois a gente conversa pessoalmente, capitão, tá? Eu tô vendo que o senhor está bem envenenado. Mas tudo bem, a minha consciência está tranquila, o meu papel foi limpo, continua sendo. E tomara que a polícia chegue mesmo à constatação do que foi feito, mas eu não tenho nada a ver com isso. O Luciano Bivar que é responsável lá pela chapa dele. Abraço, capitão”.

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Entenda o caso Bebiano - vídeo a partir 4m50s