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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O recado do general de Bolsonaro a Edson Fachin

Radar - VEJA

Ministro disse que falas do presidente do TSE foram irresponsáveis e levianas

Jair Bolsonaro e seus ministros decidiram rebater as declarações dadas nos últimos dias pelo presidente do TSE, Edson Fachin, e pelo ex-presidente do tribunal Luís Roberto Barroso.

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos não citou nomes, mas foi no pescoço de Fachin: “Na viagem (à Rússia) fomos surpreendidos por notícias vindas do Brasil de que uma alta autoridade, de uma instituição de Estado, afirmou de maneira leviana, e porque não dizer, de certa forma, irresponsável? Talvez sem ter a consciência do que estava falando, de que estávamos na Rússia liderados pelo presidente para levantar processos, alguma artimanha para os russos nos ensinarem, e no retorno nós usarmos no Brasil. Isso é inaceitável”, disse Ramos.

“Mais tarde, na mesma semana, tivemos a passagem de cargo de um órgão do Estado brasileiro, estávamos ainda na Rússia. E essa autoridade, a gente prevê que tenha uma conduta serena, pacificadora, utilizou do seu recurso de mais de 45 minutos para, de uma forma, desidiosa, meio camuflada, para atacar o senhor, presidente. Atacar, sem a consistência, e com objetivos inconfessáveis. E eu como seu ministro, me senti na obrigação de que alguém tinha que falar a verdade, e isso não aconteceu. O senhor, um democrata, uma pessoa que respeita a nossa Constituição. E concluo, me dou o direito, quando autoridades investigam um poder desse, começam a falar, a se expressar, com esse tipo de pronunciamento, me dá o direito de levantar dúvidas com relação à isenção e imparcialidade em futuros processos. Porque são críticas muito duras e pessoais a este homem que ele sempre diz que está sentado ali na cadeira porque é missão de Deus”, acrescentou o general.

Robson Bonin - Radar - VEJA 

 

sábado, 8 de setembro de 2018

A um mês das eleições, dúvida é se haverá aceno ao centro ou 'guerra santa'




Eleição líquida e voto volante

O ambiente é absolutamente fluído, e as consequências do atentado a Jair Bolsonaro podem ter os mais variados desdobramentos. Um mês antes das eleições, o tempo é líquido no Brasil. A situação do candidato do PSL antes de ir para Juiz de Fora era a de quem liderava a eleição sem Lula, mas havia tido um aumento da rejeição e perdia no segundo turno para Ciro, Marina e Alckmin. Agora, tudo dependerá dos próximos movimentos de cada um dos atores desta campanha. [quanto Bolsonaro for empossado, em 1º de janeiro - e será, DEUS vai permitir - ainda haverá manchetes criando hipotéticas situações e nelas a eleição de Bolsonaro (mesmo com ele já empossado) ainda será objeto de dúvidas.]

Na segunda-feira, o Datafolha poderá mostrar a reação no eleitorado nas primeiras horas do atentado. A pesquisa é preciosa como um instantâneo. Na terça-feira, o PT anunciará sua chapa. O que o candidato oficial a vice, Fernando Haddad, disse na Globonews, respondendo a Merval Pereira, foi que ele pode ser vice do Lula, mas de nenhum outro. O que ficou implícito é que se for vencedora no PT outra corrente que não a que tem sustentado o ex-prefeito de São Paulo, seja consagrando Gleisi Hoffmann, seja Jaques Wagner, a vice será a ex-deputada Manuela Dávila, do PCdoB.


A foto acima foi recebida por e-mail e é postada sob responsabilidade exclusiva do Blog Prontidão Total.

A decisão das principais campanhas de suspender as atividades foi importante para evitar qualquer palavra impensada. A um mês das eleições, a dúvida do eleitor é elevada, e foi isso que a pesquisa Ibope mostrou. Num quadro desses, qualquer fator interveniente produz efeitos encadeados e incertos, aumentando ainda mais a imprevisibilidade. Na pesquisa do Ibope, parte dos eleitores de Lula se dispersou de forma fragmentada, indo para Ciro, Haddad e até Bolsonaro. Os eleitores volantes nunca foram tantos e tão determinantes como nesta eleição. Nas simulações de segundo turno, Jair Bolsonaro perderia para Ciro, Marina e Alckmin, mas o percentual dos que votariam em branco ou nulo e dos que não souberam responder ficou em 23%, na hipótese com Ciro e com Marina, e 27%, quando o oponente de Bolsonaro é Alckmin ou Haddad. O representante do PT é o único que aparece empatado com Bolsonaro, mas ele ainda não é oficialmente o candidato e não teve tempo de exposição oficial. Quando a chapa do PT, na terça-feira, for definida, restarão apenas 26 dias para as eleições. O partido terá que correr na sua estratégia de transferência de votos.

Enquanto isso, a campanha de Bolsonaro seguirá sem ele. Por enquanto, os representantes oscilam entre vários tons. Desde o “agora é guerra”, do presidente do PSL, Gustavo Bebianno, até as declarações mais amenas do general Hamilton Mourão, em Porto Alegre, no dia do atentado. Quando falou no vídeo do senador Magno Malta, o candidato Jair Bolsonaro misturou no discurso Deus, pátria e família. Malta repetiu que Bolsonaro está em missão de Deus. Bolsonaro lembrou que era o dia 7 de setembro e que gostaria de estar no desfile militar no Rio de Janeiro. Como os eleitores reagirão a esses apelos é ainda uma incógnita.

O general Mourão define Bolsonaro como vítima de um crime político, de um atentado contra o Estado. A dúvida é se a campanha o apresentará como a vítima vingadora, numa guerra santa contra os “inimigos”, ou se haverá uma mudança no discurso para trazer mais seguidores para o seu grupo. O grande desafio de qualquer candidato, de direita ou de esquerda, é capturar parcelas mais ao centro. Lula conseguiu isso em 2002 e iniciou a sua escalada de popularidade. Na pesquisa Ibope, a rejeição de Bolsonaro havia subido de 37%, em agosto, para 44%, em setembro. Na intenção de votos, ele oscilou na margem de erro, de 20% para 22%, mas o percentual dos que acham que ele vai ganhar subiu de 27% para 38%. [sabemos que a maior parte dos adversários de Bolsonaro são covardes o bastante para tentar se aproveitar da temporária fragilidade do futuro presidente; resta saber se tal covardia dará 'coragem' àqueles adversários para assacarem acusações caluniosas contra o presidenciável, que padece em um leito de hospital, com limitações físicas e sob o efeito de diversos remédios - portanto sem condições de se defender, de esclarecer e desfazer as acusações e de contra-atacar.

O eleitor estará atento para os que forem capazes de acusar vitimas indefesas - não será surpresa que tal covardia ser concretize, afinal entre os adversários de Jair Bolsonaro (que também são adversários de um Brasil melhor e de que os brasileiros tenham melhores condições de vida) muitos são favoráveis ao aborto, que é o assassinato de seres humanos inocentes e indefesos e o candidato do PSL está, no momento, indefeso.]
 
Para o sociólogo Zygmunt Bauman, a era em que vivemos é de incerteza e falta de referências; de relações fluídas, voláteis, que escorrem pelos dedos. Nestes tempos líquidos, a um mês de uma eleição dramática, com um candidato na UTI, depois de um atentado, e outro impugnado dirigindo a campanha da prisão, nunca foi tão verdadeira a frase “tudo pode acontecer”. O voto volante pode ser atraído por qualquer dos candidatos. Até parte dos eleitores que já têm candidato pode migrar, sem obediência aos compartimentos políticos definidos como esquerda, direita e centro. Isso tudo faz com que estejamos definitivamente numa eleição líquida.



quinta-feira, 8 de março de 2018

Antes da filiação ao PSL, Bolsonaro diz que cumpre 'missão de Deus'

Deputado faz minicomício no corredor da Câmara no meio de simpatizantes 

Em meio a uma profusão de celulares transmitindo ao vivo um minicomício do deputado Jair Bolsonaro (RJ) no corredor de seu gabinete, na Câmara, o vereador Neguinho da Borracharia, de Juína, em Mato Grosso, disputava espaço ao redor do presidenciável com um representante da caravana de Pacajus, no Ceará, que queria lhe entregar um quadro com moldura dourada com uma imagem da última ceia de Jesus. O encontro de caravanas vindas de todo país precede um grande ato que acontecerá nesta quarta-feira, no início da noite, para marcar a filiação de Bolsonaro e cerca de 10 a 15 deputados no PSL, partido pelo qual o pré-candidato pretende disputa a Presidência da República.


Sem o ex-presidente Lula na disputa, Bolsonaro lidera, isolado, as pesquisas de intenção de votos. Dentro do gabinete de Bolsonaro, dois bonecos pixuleco de Lula decoram a parede.  Manda um abraço aqui para o Cariri — grita um simpatizante agarrando Bolsonaro e mirando o celular em sua direção.  — Agora manda um abraço para Anápolis — pede o goiano, sendo atendido por Bolsonaro:
— Estamos juntos firme e forte Anápolis, estive lá recentemente no Colégio Militar.
Entre uma fala e outra, os militantes de Campos de Goytacás, sul do Paraná, entoam o grito : “mito, mito, mito!”


No meio do empurra empurra uma mulher consegue chegar mais perto e pede que Bolsonaro mande uma mensagem para os jovens que estão tirando o título de eleitor pela primeira vez para votar nele. Bolsonaro atende: — Parabéns para os jovens do Brasil que nos livraram das garras da esquerda. Vocês farão a diferença!
— Manda um abraço para o meu filho Daniel! — pede a mulher.
— Um grande abraço Daniel!
Um simpatizante representando o agronegócio comunica que uma caravana de caminhoneiros, começando com 10 mil caminhões, irá rasgar o país defendendo sua candidatura.
— Capitão, estou aqui ao vivo, manda um abraço para o Amapá — pede outro portador de celular

O produtor da “live” publicada na página de Bolsonaro na rede social muda o foco do parlamentar e dá um close no enorme painel que ocupa a parede de fora a fora na porta do gabinete. Em determinado momento Bolsonaro resolve falar direto para os internautas e diz que está cumprindo uma missão de Deus. Como está o ibope dessa live aí? Pessoal que está nos assistindo nessa live, estou aqui com simpatizantes, que, como eu, tem o propósito de mudar o Brasil. Estamos nessa batida, é cansativo, mas nós sabemos que isso é uma missão de Deus. É “Ele”! E Não temos como mudar — discursa Bolsonaro, apontando o dedo para cima.

O Globo