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domingo, 10 de setembro de 2023

Condenados à morte - Revista Oeste

Cristyan Costa

Indígenas de São Gabriel da Cachoeira (AM) denunciam abusos e afirmam que ONGs ambientalistas não cumprem promessas

Rafael Castro, de 66 anos, com uma de suas netas, em Pari-Cachoeira (AM, 31/8/2023) | Foto: Cristyan Costa/Revista Oeste

 Em 2008, os indígenas da aldeia Pari-Cachoeira, localizada no coração da Amazônia, vibraram com a notícia de que a ONG Instituto Socioambiental (ISA) conseguira o dinheiro necessário para construir naquelas terras um criadouro de peixes bem abastecido, uma granja espaçosa e um centro para ensinar atividades culturais, além de implementar outras benfeitorias, como o saneamento básico. A grana necessária para tudo isso realmente chegou ao ISA. Passados 15 anos, contudo, as obras ou não saíram do papel ou estão abandonadas. É o que contam os moradores da vila localizada em São Gabriel da Cachoeira (AM), a mais de mil quilômetros de Manaus. Só se chega à tribo da etnia tucanos depois de sete dias de barco, partindo da capital, ou três horas de avião — e não há voos comerciais para aquele destino. 

O açude prometido pelo ISA, por exemplo, está prestes a se tornar um pântano. Os escassos peixes de pequeno porte que sobrevivem na água barrenta não garantem a subsistência dos 130 indígenas que moram ali. A vegetação proliferou ao redor, e até mesmo os nativos acostumados a andar naquele terreno tropeçam no matagal, cujo tamanho dificulta até mesmo que se enxergue a existência do local que deveria assegurar a atividade aquícola da aldeia.

(...)

Brandão conta que essas obras ajudariam a melhorar a qualidade de vida de uma aldeia que hoje depende de doações do Estado e pequenas roças, que também não são suficientes. Ao abrir a geladeira, o homem lamenta pela falta de alimentos, sobretudo de carne. Em vez de comida, panelas vazias amontoadas e poucos mantimentos, como mandioca, sacos de farinha, fubá e sal. “A maioria da nossa gente vive assim”, disse. Cabisbaixo, ele dirige o olhar para o chão de terra batida, salpicado pelos raios de sol que entram pelas frestas das paredes de barro. “As ONGs precisam sair para tomarmos o controle da nossa vida”, diz Brandão.

Parados no tempo
O cacique contou que a maioria dos moradores de Pari-Cachoeira ganha dinheiro do Bolsa Família. “Mas não queremos depender disso”, afirma. “Desejamos explorar o solo que armazena riquezas, como nióbio, ouro e diamantes. Precisamos de desenvolvimento.” A queixa de Brandão é a mesma do indígena Rafael Castro, de 66 anos, uma das lideranças dos tucanos. Coisas que para o homem da cidade são banais para os indígenas de São Gabriel da Cachoeira são um sonho inalcançável. Castro deseja um chuveiro, uma pia e um vaso sanitário dentro de casa. Há mais de 20 anos, o ISA prometeu saneamento básico para a aldeia. “Minha família faz as necessidades na floresta”, contou. Ele reclama também da inexistência do centro cultural que, entre outras atividades, ensinaria pintura e dança. “Minhas netinhas passam a maior parte do tempo em casa, vendo desenhos na TV que comprei com muito esforço.[pela vontade do cacique a TV não seria comprada e sim doada; dificil de entender é que  os indígenas recebem doações do Estado, ganham dinheiro do Bolsa Família, as terras indígenas chegam a 176 hectares por indígena - seja criança, idoso, adulto, mulher, homem.
Já milhões de brasileiros não indígenas - porém, tão brasileiros quanto aqueles - grande parte ganhando um salário mínimo (pouco mais de mil reais, após o fantástico aumento de R$ 18,00, concedido pelo 'pai dos pobres'), a grande maioria não recebendo nenhum auxílio do ATUAL DESgoverno, precisam se virar para pagar em torno de R$ 500, 00  por um aluguel de um barraco na periferia da periferia, com no máximo 50m2.
Quanto as ONGs é pacífico que a quase totalidade delas estão a serviço de governos estrangeiros.]

Segundo Castro, as ONGs nem sequer pavimentaram as vias da aldeia, como haviam se comprometido. Para chegar à residência do homem, é preciso descer uma estrada de terra tortuosa que vira um lamaçal em dias de chuva. “Nesses tempos, fica bem difícil sair de casa”, conta Castro. Ele afirma ainda que, se tivesse esperado as ONGs para conseguir energia elétrica — promessa feita há 20 anos —, Pari-Cachoeira ainda estaria no escuro. A luz que hoje ilumina as residências veio dos governos federal e estadual. “As ONGs impedem nosso progresso”, salienta Castro. “Elas inclusive não gostam que façamos casas de alvenaria, porque supostamente prejudicam o meio ambiente. Querem que moremos em residências com paredes de barro. Sinto que as ONGs preferem nos ver congelados no tempo.”

(...)

As reclamações sobre a atuação das ONGs, principalmente do ISA, não se restringem aos moradores de Pari-Cachoeira; elas atingem outras aldeias da região. Tule, um professor da etnia coripaco, afirmou que o ISA paga pouco pela pimenta produzida pelos indígenas e a revende por um preço muito maior a uma fábrica na Irlanda, sem dividir a participação nos lucros. “Ganham um bom dinheiro em cima do nosso conhecimento”, diz. O artesão Celestino Azevedo, de 63 anos, conta que fabrica peças de artesanato vendidas a ONGs que prometem fazer a mediação entre a aldeia e a cidade. Ele cobra R$ 500 por peça. Os objetos são comercializados no exterior por US$ 7,5 mil (cerca de R$ 37.500).


Nos Estados Unidos e no Canadá
Bem diferente do que acontece no Brasil,
tribos norte-americanas e canadenses há anos enriquecem com a extração de riquezas naturais do território onde vivem. É o caso da aldeia New Town, na Dakota do Norte, onde há correio, segurança policial, uma rede de hotéis, uma unidade de fast food Subway e até um cassino. Inspirado nos estabelecimentos de Las Vegas, esse negócio gerou empregos para a comunidade, tornou-se fonte de renda e foi, aos poucos, expandindo para incluir um restaurante e uma área de lazer com tobogã. Somando tudo o que é produzido na aldeia, a receita anual da reserva chega a US$ 400 milhões (quase R$ 2 bilhões). Os moradores também passaram a usar energia solar, que é mais barata, e ergueram um museu para preservar a cultura ancestral local.

O desenvolvimento também é realidade na reserva indígena Fort McKay, no Canadá, onde a população tem permissão para retirar petróleo e minério de ferro. O dinheiro das vendas ajuda inclusive a manter as tradições indígenas — algo com que as ONGs juram se preocupar. Hoje, os 800 moradores da aldeia têm controle sobre US$ 45 bilhões em petróleo (R$ 225 bilhões). A abundância de recursos per capita permitiu à comunidade um nível de prosperidade inimaginável para os brasileiros — indígenas ou não. Cada criança nascida na comunidade tem direito a dividendos dos negócios mantidos pela tribo. O jovem atinge os 18 anos com uma poupança de aproximadamente US$ 100 mil canadenses (cerca de R$ 390 mil). Se fizer um curso de educação econômica, já pode sacar metade do valor. Aos 21, ele tem o direito de retirar a outra metade.

 (...)

CPI começa a abrir a ‘caixa-preta’ das ONGs
Conforme moradores, o ISA atua na região de São Gabriel da Cachoeira desde a década de 1990. Em razão da falta de transparência e de fiscalização do governo, não se sabe ao certo como o grupo funciona. Agora, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs da Amazônia, que promete abrir a “caixa-preta” do terceiro setor que atua na floresta, rastreou a origem de valores obtidos pelo ISA e uma fonte de recursos, o Fundo Amazônia, criado em 2008 e abastecido com 80% de capital estrangeiro. Noruega e Alemanha são os maiores doadores, enquanto o Brasil injeta o restante do dinheiro administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Ainda em fase de investigação, a CPI revelou que, nos últimos anos, o ISA recebeu aproximadamente R$ 30 milhões do fundo para realizar projetos em Pari-Cachoeira. Recentemente, a comissão descobriu também que o ISA captou mais R$ 12 milhões do fundo, entre 2016 e 2022, para um “projeto de gestão em terras indígenas”. A comissão estranha o uso de termos considerados vagos e subjetivos. “O projeto estabelece a sistematização do conhecimento e o fortalecimento de estruturas de governança locais e das organizações indígenas”, informa um trecho do documento. A comunidade de Pari-Cachoeira assegurou nunca ter visto um centavo do que foi obtido pelo ISA, muito menos as benfeitorias prometidas. A CPI acredita que os valores são muito maiores que os descobertos até o momento. Por isso, vai convocar representantes do ISA e de outras ONGs.

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Leia também “Supremas diferenças”

 

 Coluna Crystian Costa, Revista Oeste

 

A reportagem da Revista Oeste viajou para São Gabriel da Cachoeira, em um voo da Força Aérea Brasileira, a convite da CPI das ONGs, que fez uma diligência na região.

 

 


sexta-feira, 8 de setembro de 2023

A contradição do Relógio Quebrado - Silvio Munhoz

         Chamou atenção recente decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em Recurso Extraordinário do Mato Grosso do Sul contra decisão de anulação pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) de flagrante de drogas, por violação de domicílio e, via de consequência, atribuição da pecha de ilícita à prova decorrente e derivada da apreensão dos ilícitos entorpecentes.

Quem acompanha o noticiário sabe o quanto o STJ, nos últimos tempos, atrapalha a atuação da polícia anulando flagrantes e mais flagrantes – de tráfico de entorpecentes, crime deletério que assombra a sociedade brasileira e, comandado por ORCRIMs, deixa um rastro de sangue por onde passa - sob as mais variadas desculpas, deixando a sociedade à mercê da bandidagem, pois, levadas ao pé da letra, praticamente impedem a atividade de polícia preventiva.

Quando li a decisão, lembrei de recente crônica escrita pelo Mestre Puggina: ”O STF formou Maioria”, expressão que causa arrepio e terror aos cidadãos brasileiros, no dias atuais. 
No caso presente, entretanto, como no velho ditado “até relógio quebrado acerta duas vezes por dia”, foi um acerto.
 
Qual a situação que ensejara a anulação do flagrante. A Polícia recebeu uma denúncia anônima acerca de “determinada pessoa” estar praticando tráfico de entorpecentes e foi verificar. 
Encontrou o “sujeito”, porém este, ao avistar a guarnição, empreende fuga e esconde-se no interior da residência ali próxima. 
A polícia entra na casa e lá apreende 109 tijolos de maconha pesando 89.400gramas. 
 
 A Constituição Federal, no inciso XI do artigo 5º, disse ser a casa o “asilo inviolável do indivíduo”, mas, estabeleceu exceções como a ocorrência de FLAGRANTE DELITO e, sabidamente, o tráfico é um delito permanente, ou seja, está sempre em situação de flagrância enquanto estiver ocorrendo. 
Acerca da matéria o STF já decidiu em caso de repercussão geral (tema 280 – deve ser seguido, obrigatoriamente) onde estabeleceu a possibilidade de violação de domicílio, mesmo à noite, “quando existam fundadas razões, justificadas a posteriori, demonstrando a ocorrência de uma situação de flagrância na casa”.
 
No caso, além de denúncia anônima, o avistar do sujeito e a fuga, o STJ queria para validar o flagrante que “ocorresse alguma diligência investigatória prévia”. 
Na realidade, ao exigir tal tipo de diligência, está buscando acabar com o flagrante em tal delito e deixando a sociedade, que deveria proteger (chamado um dia de Corte Cidadã), à mercê do tráfico.

O STF foi incisivo e deixou claro que estava ocorrendo verdadeiro “ativismo judicial”, pois interferindo indevidamente ao estabelecer requisitos inexistentes para o flagrante (diligência investigatória prévia) – no executivo e em matéria de segurança pública, e disse que não é função institucional do Poder Judiciário “a atribuição de formular e implementar políticas públicas”. [a exigência do STJ,  diligência investigatória prévia, nos remete a duas situações absurdas. CONFIRAM: flagrante perenemente perpétuo E mandado de prisão em flagrante =.] 

Quanto ao flagrante por tráfico de entorpecentes, estabeleceu que a justa causa para sua fundamentação “não exige certeza da ocorrência do delito, mas, sim, fundadas razões a respeito”.

Acerto, com certeza, e alguém deve estar se perguntando, cadê a contradição? Como diz o velho ditado “pimenta nos olhos dos outros é refresco”, pois, há tempos, o STF profere inúmeras decisões com igual cunho ativista, por exemplo: está a um voto de descriminalizar o uso da maconha, questão afeta ao Congresso Nacional com lei em vigor; ou a ADPF 635, que proibiu a polícia carioca de subir o morro para combater o tráfico, política de segurança de responsabilidade do Executivo estadual, dentre tantas outras.

Deveria o relator, da decisão, enquadrar e colocar em lugar bem visível, para ser lida todos os dias pelos Ministros, a frase que citou em seu voto:

      “Inovação excessiva e aventuras judiciais devem ser evitadas. Sem negar o valor ou a legitimidade do desenvolvimento judicial do direito, levado a extremos, tal criatividade judicial pode ela mesma destruir o estado de direito.” Gary Slapper, David Kelly.

Que Deus tenha piedade de nós!..

 

Conservadores e Liberais - Silvio Munhoz


quinta-feira, 8 de julho de 2021

Senador Aziz: na "régua" de Vossa Excelência, seus familiares presos por envolvimento com corrupção, estão do lado BOM ou do podre?

Pimenta nos olhos…
É voz corrente nas três Forças que querer criminalizar a caserna é o mesmo que querer criminalizar a política, colocando todos no mesmo balaio. Esse é o sentimento geral que permeia Exército, Marinha e Aeronáutica, e que serviu de base para a nota, divulgada ontem à noite, pelo Ministério da Defesa e pelos comandantes militares.

… mas nem tanto
Os congressistas consideraram que a nota foi acima do tom, uma vez que Aziz não generalizou e ainda disse que os bons oficiais das Forças Armadas “devem estar envergonhados” com essa situação, ao ver alguns dos seus enroscados na CPI da Covid.

Denise Rothenburg - Correio Braziliense 

sábado, 27 de abril de 2019

Senadores pedem explicações sobre banquete do Supremo

Integrantes do Senado querem explicações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o processo licitatório para contratação de empresa especializada em serviços de fornecimento de “refeições institucionais” revelado por Isto É nesta sexta-feira.  

A licitação prevê a contratação de um buffet para a realização de almoços e jantares com artigos de alta gastronomia, como medalhão de lagosta e vinhos com pelo menos quatro premiações internacionais. 

O requerimento com pedidos de explicações ao Supremo foi impetrado nesta sexta-feira (26) pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO). O documento será subscrito por outros 21 parlamentares na segunda-feira, segundo Kajuru. Entre os senadores que se comprometeram a também pedir explicações ao STF sobre a licitação está líder do PSL no Senado, Major Olímpio, as senadoras Soraya Thronicke (PSL-MS), Selma Arruda (PSL-MT), Leila Barros (PSB-DF) e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP); Esperidião Amin (PP-SC), o senador José Antonio Reguffe (sem partido-DF) e o ex-candidato à presidência da República, Álvaro Dias (Podemos-PR).
O senador Jorge Kajuru classificou o processo licitatório do Supremo comosurreal”. “É surreal. Você comprar lagosta, camarão, vinhos, não tem cabimento. No momento em que o país está se aprovar um gasto desses, é uma palhaçada”, disse Kajuru à IstoÉ nesta sexta-feira.

Além disso, esses senadores acreditam que a revelação de IstoÉ dará ainda mais força para que o Senado institua uma investigação sobre os tribunais superiores, que já foram negadas duas vezes. A expectativa é que um novo requerimento de instalação da CPI Lava Toga seja apresentado ainda em maio. De acordo com a concorrência do STF, devem ser gastos até R$ 1,1 milhão na farra gastronômica. Entre os itens exigidos pelo Supremo, estão medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada, bobó de camarão, camarão à baiana, bacalhau à Gomes de Sá, arroz de pato, pato assado com molho de laranja, galinha d’Angola assada, vitela assada, codornas, carré de cordeiro, medalhões de filé, tournedos de filé com molho de mostarda, pimenta, castanha de caju com gengibre, entre outros.
Ainda na lista de compras do STF, estão previstos vinhos de seis uvas de variedades diferentes: Tannat, Assemblage, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc. 

(...)
 
A concorrência já foi alvo de duas impugnações. Ambas negadas. Nos questionamentos, empresários criticaram a especificidade dos itens alegando que poucas microempresas teriam condições técnicas de atendê-las.
Não é a primeira vez que uma licitação gastronômica causa polêmica. Em 2013, uma licitação para aquisição de itens para a residência oficial do Senado, na época comandado por Renan Calheiros (MDB-AL), foi suspensa em virtude de vários luxos solicitados pelo emedebista. Na lista de compras, havia itens como camarões e a projeção de consumo de 1,7 toneladas de proteína (peixe, carnes ou aves) em um período de seis meses. O preço inicial da licitação era R$ 98 mil; mas após as denúncias, o Senado refez o certame e os gastos supérfluos caíram pela metade.


 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Decisão de Moro parece açúcar, mas é pimenta



Em despacho divulgado nesta quarta-feira, Sergio Moro anotou que “não são materialmente falsos” os recibos apresentados pela defesa de Lula para atestar o suposto pagamento dos alugueis do apartamento contíguo à sua cobertura, em São Bernardo.
À primeira vista, parece que o juiz da Lava Jato serviu açúcar para o réu. Engano. No mesmo despacho, Moro avisou que decidirá sobre a “falsidade ideológica” do papelório na hora de redigir a sentença do processo. Ou seja: vem aí a pimenta.

Ocupado por Lula desde 2011, o apartamento vizinho à cobertura foi presenteado pela Odebrecht, acusa a força-tarefa da Lava Jato. O amigo José Carlos Bumlai arranjou um laranja, Glauco Costamarques, para encenar o papel de proprietário. E a ex-primeira dama Marisa Letícia entrou em cena como hipotética locatária do imóvel.

Costamarques, o proprietário cenográfico, disse em depoimento que, por cinco anos, não recebeu um níquel de aluguel. A Lava Jato atestou que, de fato, não há vestígio dos pagamentos. A defesa de Lula alegou que, entre 2011 e 2015, Marisa, que já está morta, pagou o aluguel em dinheiro vivo. Hummm…  Nessa versão, em plena era das transações bancárias eletrônicas, madame teria movimentado R$ 189 mil em grana viva. Ninguém esclarece como madame fazia o dinheiro chegar às mãos de Costa Marques, que morava em Mato Grosso.

Só no final de 2015, com a Lava Jato na jugular de Lula, o aluguel começou a ser pago, contou Costamarques a Sergio Moro. No leito hospitalar, o ''laranja'' assinou os recibos de um ano num dia. Assim, não há mesmo nenhuma dúvida quando à existência material dos papeis. O problema é outro.  Se tudo o que está na cara não for mais uma conspiração da lei das probabilidades contra a “alma mais honesta desse país”, os recibos apresentados pela defesa foram preparados com o objetivo de simular a comprovação de pagamentos que jamais foram feitos.

[os recibos apresentados por Lula não provam pagamentos, mas, demonstram de forma inequívoca que foram confeccionados por alguém possuidor de extrema burrice, excesso de falta de inteligência. 
Tem recibo que faz referência a 31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015 - datas que não existem; 
alguns recibos contém o mesmo erro de digitação - apesar de se referirem a datas diferentes quem os datilografou escreve São Bernardo como fosse São Bernamrdo.
Confira tudo, clicando aqui. 
A explicação para os dias extras nos meses de junho e novembro é que os dias daqueles meses foram contados nos nós dos dedos e possuindo Lula apenas nove dedos, deu erro.]

A questão é que eles contam uma história que faria mais nexo se fosse contada por Alice no país dos espelhos. , Moro não abordou se os documentos foram confeccionados para forjar comprovação de pagamentos que não foram feitos. ''Julgo improcedente o incidente de falsidade, uma vez que os recibos de aluguel não são materialmente falsos”, escreveu Moro, antes de emendar: . “Quanto à afirmada falsidade ideológica, a questão será resolvida na sentença da ação penal.''
 
Escaldados, Lula e o PT evitaram soltar fogos. Vivem a neurose do que está por vir.


 

sábado, 16 de maio de 2015

O estranho segredinho no caso Rosemary

"Pobre do País que precisa de herói para condenar corruptos e peculatários".  
Não há como discordar desta frase do advogado Antônio Ribas Paiva, na atual conjuntura e estrutura capimunista brasileira. Até o juiz Sérgio Moro, heroicamente exaltado nas ruas e nas redes sociais, não concorda que seja tratado como herói por apenas cumprir seu dever de ofício como servidor público de um judiciário - que deixa demais a desejar no Brasil da injustiça e da impunidade. O triste é que, na falta de outros que ajam da mesma forma, os usurpadores da coisa pública continuam fazendo a festa, se locupletando com o poder, sem qualquer previsão concreta de sofrer alguma punição.



Tão escandalosa quanto a descoberta de um grampo (interceptação telefônica e de informática ilegal) contra a Força Tarefa da Operação Lava Jato (demonstrando um lamentável racha na Polícia Federal) é mais uma notícia lamentável sobre os rumos das investigações na Operação Porto Seguro, deflagrada no distante ano de 2012. A Justiça Federal insiste em manter o estranho sigilo nos processos que correm contra a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha, amiga do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Ministério Público Federal denunciou Rose por improbidade administrativa. Ela já é alvo de uma ação criminal por corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica. Nunca se cogitou, sequer, a prisão da poderosa figura.



Agora, mais um fato que beneficia Rosemary. O juiz José Henrique Prescendo, da 22ª Vara Cível Federal, declinou da competência para conduzir a ação e determinou a remessa do processo para Brasília porque outras ações civis relacionadas à Operação Porto Seguro já correm na capital federal. O Ministério Público Federal recorre para que o processo seja mantido em São Paulo. O juiz também determinou o segredo judicial sobre o processo por causa da existência de documentos decorrentes da quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancário dos réus. Rosemary deve ter comemorado a decisão. Certamente, o amigo Lula, também. A estratégia é investir na embromação do caso, para que os crimes prescrevam no final das contas...



O MPF listou os favores recebidos pela ex-chefe do escritório da Presidência para fazer indicações de nomeações e marcar reuniões para o ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Vieira. Rose também é acusada de indicar o irmão de Paulo, Rubens Vieira, para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os irmãos Viera comandariam uma quadrilha de venda de pareces em órgãos federais. Eles também foram denunciados por improbidade administrativa na nova ação proposta pelo MPF. O caso envolve o suposto favorecimento da empresa Tecondi, que explora terminais no Porto de Santos (SP), em processos no Tribunal de Contas da União (TCU) e na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e ingerência da ex-chefe do escritório da Presidência da República no Ministério da Educação.

O escândalo é mais um dos tantos que conseguem ficar sob estranho sigilo, enquanto se arma a impunidade final. Reportagem de O Globo refresca a memória do caso: "A Operação Porto Seguro da Polícia Federal revelou que Rose obteve para o seu ex-marido José Cláudio Noronha um diploma universitário falso para que ele pudesse ser nomeado para o conselho de administração da BrasilPrev, seguradora do Banco do Brasil. José Cláudio também foi denunciado por improbidade administrativa, assim como João Batista de Oliveira Vasconcelos, outro ex-marido de Rose. A empresa de Vasconcelos conseguiu um contrato com a Cobra, braço tecnológico do Banco do Brasil. A PF também descobriu que Rose e Paulo Vieira planejavam abrir uma escola de inglês. A unidade, da rede Red Ballon, registrada em nome de Meline e Mirelle, as duas filhas de Rose, e de seu ex-marido Noronha, começou a funcionar no início do ano passado, em São José dos Campos (SP)".

Rose permanece blindadíssima. O amado amigo Luiz Inácio Lula da Silva, também. A Operação Lava Jato começa a sofrer sabotagens. Imagina as pressões que correm nos bastidores - que não chegam aos ouvidos e olhares profanos. As gravíssimas provas obtidas nos acordos de "colaboração premiada" demoram a atingir os poderosos do andar de cima. Por enquanto, são punidos apenas os empreiteiros e os que não tem foro privilegiado de julgamento. Até a otimista Velhinha de Taubaté duvida que o caso pegue pesado contra os políticos poderosos, quando chegar a ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal. Provavelmente, até isto acontecer, passarão vários anos. Muitos das penas prescreverão. A lenda do Mensalão tende a se repetir, como farsa.



O povão está perdendo a paciência. A revolução dos smartphones, que democratiza a circulação de informações e opiniões antes censuradas pela mídia tradicional, ajuda a intensificar a insatisfação social com tanta coisa errada, sem previsão de se tornar correta algum dia. O barril de pólvora nunca pareceu tão próximo de ser aceso. Alguns ditos poderosos ainda fingem que nada é com eles. Mas, no íntimo da consciência, sentem a pressão das ruas subindo.


Quando a bomba vai estourar? Ninguém ousa prever a data com exatidão. O mais recomendável é se preparar para a mudança - que vai ser brusca, quando efetivamente ocorrer. A crise econômica de verdade está apenas começando. Vai faltar pimenta "Lasca Prega" no mercado...

Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão