A
nova primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, definiu a si própria
com a seguinte descrição: “Sou mulher, mãe, italiana e cristã”.
O que
poderia haver de tão perigoso assim numa frase como essa?
Mas aí é que
está: sua definição foi carimbada pela imprensa europeia, mundial e
brasileira, automaticamente, como uma prova de que ela é “extremista”,
“fascista”, “totalitária” e, pior do que tudo, uma “ameaça à
democracia”.
Giorgia é condenada, também, por ser a política mais
popular da Itália de hoje – isso é considerado como crime de
“populismo”, nome com o qual se deprecia atualmente a atuação de todo
adversário conservador que tem a maioria do seu lado.
Giorgia
Meloni é a última prova da doença, até agora aparentemente sem cura,
que infecciona cada vez mais a vida política dos países que foram um dia
as grandes democracias do mundo: a ideia de que se o governante eleito
não for de esquerda ele é uma “ameaça à democracia”. Essa ameaça é tanto
maior, para as classes intelectuais, os devotos do “politicamente
correto” e as castas burocráticas que mandam na Europa sem nunca ter
tido um único voto na vida,
quanto maiores forem as votações de quem não
concorda com eles todos. Nada é mais insuportável do que isso: o apoio
que um político conservador recebe do eleitorado. A população, nesses
casos, é tida como “recalcada”, “autoritária” e incapaz de fazer as
escolhas que a elite quer que sejam feitas.
Giorgia é condenada, também, por ser a política mais popular da Itália
de hoje – isso é considerado como crime de “populismo”, nome com o qual
se deprecia atualmente a atuação de todo adversário conservador que tem a
maioria do seu lado
Giorgia Meloni é
acusada, como se fosse uma delinquente política, por ter posições
diferentes do pensamento único de esquerda – e, pior ainda, por ter o
apoio da maioria do eleitor italiano nessas suas posições. Ela é contra o
aborto, por exemplo, e essas últimas eleições provaram que milhões de
cidadãos pensam exatamente igual; qual é o crime, aí? Nenhum, é claro,
mas as mentes civilizadas da Europa e do mundo ficaram horrorizadas. Ela
é contra o aborto? Então só pode ser uma fascista empenhada em levar a
Itália 100 anos para trás, de volta ao fascismo de Mussolini. Ela é
contra a imigração descontrolada; diz que não se pode resolver a pobreza
na África trazendo os africanos para a Europa, e sim permitindo que a
África se desenvolva economicamente. Horror, de novo – sobretudo quando
ela mostra que todos esses países igualitários, inclusivos e
progressistas da União Europeia exploram de forma destrutiva os recursos
naturais da África, se beneficiam do trabalho infantil e se comportam
como potências coloniais; a França, por exemplo, continua a emitir as
moedas de 14 países.
A
nova chefe do governo italiano é denunciada como extremista por ser
favorável ao primeiro-ministro Viktor Orbán, da Hungria, cujo pecado
mortal é ser anticomunista, ganhar todas as eleições que disputa e nunca
violar nenhuma lei de seu país.
Outra prova do direitismo populista de
Giorgia Meloni é o seu esforço para minimizar com subsídios do erário os aumentos monstruosos nas contas de energia elétrica, que
subiram até 500% em um ano; acham que isso vai contra a “orientação da
comunidade” e não beneficia os imigrantes pobres da África. Ela é contra
as sanções à Rússia, que não trouxeram benefício absolutamente nenhum
para a Itália; só prejuízo. Eis aí, para as mentes progressistas, mais
uma ameaça à democracia.[nós também somos contra as estúpidas sanções;
até agora, quem está se ferrando são os países europeus - a Suíça já recomenda o banho coletivo, de chuveiro é claro, e logo será seguida por outros países.]
Giorgia Meloni, acima de
tudo, comete o desafio imperdoável de pensar com a própria cabeça,
propor medidas que os seus eleitores aprovam e não levar a sério, como
mandam as leis religiosas da mídia mundial, a política miúda das
merkels, macrons e outras nulidades absolutas, com pose de estadista,
que levaram a Europa à situação em que ela está no momento – recessão,
inflação recorde, mendicância energética e medo do frio no próximo
inverno. Giorgia, em suma, não é uma “globalista”. Por isso, e por todo o
resto, não tem perdão – e não terá nunca.
Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES