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quarta-feira, 22 de junho de 2022

Cada um “milita” no que quiser, mas Educação não é para isso. - Percival Puggina

A providência legislativa barrando a linguagem neutra nas escolas de Porto Alegre fazia-se mais do que necessária. Era uma questão de respeito à lei, aos colegiais e à tarefa de educá-los. Ninguém nega o direito de cada um “militar” nas causas em que crê. Mas Educação é coisa séria e o educando demanda responsabilidade de quem se propõe a fazê-lo sendo pago para isso.

A linguagem de gênero não é uma forma de comunicação moderninha nem um suposto avanço na dinâmica da linguagem como astutamente afirmam aqueles que a pretendem difundir. Longe de ser um fim em si mesma, ela introduz de modo prematuro e prejudicial a temática da ideologia de gênero nas escolas. Foi pensada como uma gazua estratégica para abrir o ferrolho estabelecido nas incontáveis vedações legislativas a essa ideologia nos três níveis de organização da Federação.

Não posso escrever sobre o assunto sem dizer que percebo a forma insidiosa como certas seitas políticas vão capturando fieis e fazendo cabeças, mesmo que, para profaná-las, seja preciso usar o privilegiado espaço das salas de aula durante inteiros anos letivos. As consequências são visíveis nos deprimentes resultados do nosso sistema de ensino e nos espaços em que tais seitas “militam”. Enquanto as estatísticas reafirmam isso em frequência anualizada, os pais o constatam nos problemas que estão enfrentando.

Na última sexta-feira, foi publicada no Diário Oficial a sanção do prefeito da capital gaúcha ao projeto que proíbe a linguagem neutra nas escolas e na comunicação da municipalidade.

O projeto tem a autoria dos vereadores, Fernanda Barth (PSC), Hamilton Sossmeier (PTB), Alexandre Bobadra (PL), Nádia Gerhard (PP), Ramiro Rosário (PSDB) e Tanise Sabino (PTB), Jessé Sangalli (Cidadania). Meu aplauso à maioria da Câmara Municipal, aos autores do projeto e ao prefeito.

É óbvio que os militantes não desistirão. [Não será surpresa se logo uma canetada suprema revogue, ou suspenda, a proibição; se partir de determinado ministro, há chances da liminar ser lavrada em linguagem neutra.] Eles jamais desistem e é por isso que avançam em seus intentos valendo-se da passividade natural das famílias e das instituições.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

domingo, 25 de outubro de 2020

Declarações do Papa Francisco - Análise leiga sobre interpretações errôneas das declarações

O papa e os gays - Folha de S. Paulo - Opinião

Sem mudar a doutrina, declarações de Francisco aproximam a igreja da realidade

Desde que ascendeu ao posto de líder dos católicos, em 2013, o papa Francisco vem se notabilizando por introduzir pontos de vista mais avançados em temas que são tabus para a igreja, como o aborto ou o divórcio — embora, na prática, pouco ou nada tenha sido alterado na doutrina oficial da instituição.
O papa Francisco - Guglielmo Mangiapane/Reuters

Esse é o caso da recente defesa feita pelo pontífice da união homoafetiva. Mostrando-se muito mais aberto e afinado com a modernidade que seus predecessores, Francisco declarou, num documentário lançado há pouco, que “pessoas homossexuais têm o direito de estar em uma família” e defendeu uma legislação de união civil.

Trata-se de posição semelhante à expressada na época em que era cardeal em Buenos Aires, quando defendeu a aprovação de meios de proteção legal para casais do mesmo sexo — ainda que tenha se oposto a equiparar essa união ao casamento entre homem e mulher. Já como papa, deu declarações favoráveis a homossexuais. “Quem sou eu para julgá-los?”, questionou.

As novas manifestações, as mais incisivas já feitas por um pontífice, têm decerto o potencial de influenciar os debates sobre o status legal de casais do mesmo sexo ao redor do mundo, além de conter a oposição de bispos e outras lideranças a essas mudanças. Não é algo cuja importância deva ser desprezada. Hoje, apenas 28 nações permitem a união homoafetiva, quase todas nas Américas, incluindo o Brasil, e na Europa. [a propósito:  a união civil entre duas pessoas do mesmo sexo - na realidade um contrato civil - ganhou no Brasil 'status' de casamento devido uma suprema interpretação criativa da ausência do advérbio 'apenas' no  texto do § 3º, art.226 da CF.]As relações homossexuais são criminalizadas em 70 países, e em 6 deles a punição é a pena de morte.

Apesar da lufada de ar fresco, as palavras do papa em nada alteram a doutrina.  Embora os ensinamentos católicos não considerem um pecado ser gay, estabelecem que atos homossexuais são “intrinsicamente desordenados” e, por extensão, a orientação é vista como “objetivamente desordenada”.[a BÍBLIA SAGRADA contém vários trechos com rejeição expressa a práticas comuns no homossexualismo:

" -Também nos escritos dos Apóstolos se formulam catálogos de pecados, sobretudo em São Paulo. A lista mais completa e impressionante encontra-se na Carta aos Romanos (cf. 1, 24-32), onde achamos denunciado, de maneira muito especial, o nefando pecado da união homossexual entre homens ou entre mulheres (cf. 1, 26-28 = "26.Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mu­lheres mudaram as relações natu­rais em relações contra a natureza. 

27.Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario. 

28.Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno."

Romanos, 1 - Bíblia Católica Online  Leia mais em: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/romanos/1/).

Vale alertar que os textos citados não foram alterados. Oportuno ter presente os DEZMANDAMENTOS não foram alterados, nem adaptados aos tempos modernos.

Os valores da Igreja Católica Apostólica Romana  são perenes, eternos e diante da eternidade não existe tempo, não existe antiguidade nem modernidade.

Sua Santidade, Papa Francisco, em seu pronunciamento - que muitos, usando de má fé, tentam apresentar como uma aprovação da Igreja Católica Apostólica Romana às práticas homossexuais, à aceitação de 'casamento' entre pessoas do mesmo sexo e outras semelhanças. NADA DISTO. As DOUTRINAS católica, seus ensinamentos não mudam.

Sua Santidade apenas reconheceu o direito dos homossexuais a conduzirem suas vidas conforme o principio do LIVRE ARBÍTRIO e segundo o Ensinamento de JESUS CRISTO: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. ((Mt 22, 15-21). Com tal entendimento, o papa Francisco deixou claro que os homossexuais são pessoas humanas, filhos de Deus, cidadãos da mesma forma que os católicos, ateus também são. O papa Francisco passa uma aceitação de  uma legislação civil que contemple um contrato de união civil - que muitos poderão considerar casamento, obviamente sem nenhum valor religioso.

Quando exercendo o livre arbitrio praticam atos não aprovados pela Igreja Católica, violam dos DEZ MANDAMENTOS, incorrendo em pecado.]

É pouco realista esperar mudanças da água para o vinho numa instituição tradicional e conservadora como a Santa Sé. Ainda mais num tema que suscita oposição cerrada de muitas de suas lideranças. O antecessor de Francisco, Bento 16, ainda vivo, chegou a comparar o casamento entre pessoas do mesmo sexo ao “anticristo”. São visíveis, contudo, as inclinações do papa a promover uma necessária atualização da moral familiar católica, aproximando-a da realidade vivida pelos fiéis. [os fiéis católicos que se adaptem aos princípios da Igreja Católica, princípios estes que são imutáveis. Ser católico exige vivência e não adaptação do  INFINITO  aos desejos do finito.] 

 Opinião Folha de S. Paulo 


domingo, 22 de março de 2020

Qual importância têm as Missas privadas em tempos de uma pandemia?

Com as Missas públicas suspensas em vários países, os bispos pediram aos fiéis que vivam a Missa pela internet e a comunhão espiritual, enquanto se pede aos sacerdotes para celebrar Eucaristias em privado, o que é de suma importância e vale a pena ser explicado.

Imagem referencial / Crédito: Unsplash

ACI Prensa agência em espanhol do Grupo ACI –, entrou em contato com o Pe. Leandro Bonnin, sacerdote da Arquidiocese do Paraná (Argentina), que trabalhou por vários anos como professor de liturgia, para detalhar a importância da Missa particular e saber se é espiritualmente benéfica para os católicos. Pe. Bonnin disse que, “embora os fiéis não possam estar fisicamente presentes no templo ao redor do altar, quando um sacerdote celebra a Eucaristia em privado, todas as suas vidas também se unem ao sacrifício de Cristo e é entregue a Deus como hóstia, vítima e oferta”.

Além disso, recordou que o primeiro benefício é “que suas vidas, através do sacrifício eucarístico, se unem ao sacrifício de Cristo e chegam à presença do Pai”. “A Igreja não cessa de louvar ao Pai, não cessa de oferecer ao Pai a coisa mais agradável que tem, que é a entrega, amor, obediência de Jesus Cristo, seu eterno filho feito homem. Mas a Eucaristia também é o sacrifício da Igreja, que é a esposa que oferece o Filho ao Pai e oferece a si mesma junto a Cristo”, indicou.

Do mesmo modo, disse que de alguma forma “pode-se dizer que no altar, junto com o sacrifício de Cristo, vai toda a vida dos fiéis que se eleva ao alto”.

Um segundo benefício é que “em cada Eucaristia, além de adorar e pedir perdão, há intercessão”, disse Pe. Bonnin, acrescentando que é então “quando o sacerdote, sabendo que está na própria presença de nosso Senhor Jesus na forma de pão e vinho, pede ao Pai que, pelos méritos de Cristo, escute orações de toda a Igreja”.
“Em todas as Missas, pede-se pelo Papa, pelos bispos, por todos os homens de boa vontade, por todos os fiéis e pelos defuntos. Então, cada celebração tem em si mesma um poder de intercessão mais elevada que qualquer uma das demais formas devocionais que existem na Igreja”, assegurou Pe. Bonnin.

“A Eucaristia tem uma dupla realidade, por um lado, é a presença e a atualização do sacrifício de Cristo; em segundo lugar, é um banquete com duas mesas: a mesa da Palavra de Deus e a mesa do Corpo e do Sangue do Senhor”, recordou o sacerdote argentino.

Em uma entrevista realizada pela CNA – agência em inglês do Grupo ACI –, Padre James Bradley, professor de direito canônico da Universidade Católica da América, também explicou que os católicos participam da comunhão de Deus com a Igreja toda vez que é celebrada a Missa, estejam eles fisicamente presentes ou não. “A Missa não é algo que o sacerdote faz como indivíduo privado. Ele o faz como ministro da Igreja, envolvendo-a. Cada Missa que se celebra, em qualquer lugar e em qualquer momento, é para todos os que fazem parte da Igreja”, comentou.

Pe. Bradley recordou “que os anjos e os santos estão sempre presentes em todas as celebrações da Missa” e que “toda a Igreja está presente na terra e presente no Céu”.
“Então, em certo sentido, o sacerdote nunca está sozinho quando está de pé no altar. Está sempre rodeado pelas nuvens de testemunhas”, disse.

Frente ao problema que o mundo enfrenta por causa do surto de coronavírus, Pe. Bradley recorda que ,em primeiro lugar, a Igreja sempre quer cuidar do seu rebanho” e isso “significa que às vezes tem que fazer coisas que não queria fazer, mas que são necessárias”.

Assegurou que a suspensão da Missa celebrada publicamente é, “em última instância, um ato de preocupação” e “bondade por parte do bispo”. [vale informar que o  Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio Rocha, logo que o governador do DF, decretou a não realização de Missas, promulgou um Decreto válido em toda a Arquidiocese determinando a celebração de missas apenas nos conventos, sem presença dos fiéis.]  “Está tentando proteger o seu rebanho e é uma circunstância extraordinária. Não é ceder, não é uma concessão à sociedade civil. É o bispo agindo responsavelmente seguindo o conselho da sociedade civil quando se oferece, quando apresenta uma lei razoável”, concluiu
.

Publicado originalmente em ACI Prensa

Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.


sexta-feira, 15 de março de 2019

Ataques contra mesquitas deixam 49 mortos na Nova Zelândia

Testemunhas descreveram cenas caóticas e corpos ensanguentados. Crianças e mulheres estão entre as vítimas fatais

Ao menos 49 pessoas morreram em ataques, nesta sexta-feira (15/3), contra duas mesquitas da cidade neozelandesa de Christchurch e, segundo as autoridades locaisum dos autores foi identificado como um extremista australiano. Os ataques na cidade da Ilha Sul também deixaram 20 pessoas gravemente feridas, informou a primeira-ministra Jacinda Ardern. Um dos assassinos é australiano, descrito como 'terrorista de extrema direita'

Ao citar um dos "dias mais obscuros" do país, ela denunciou uma violência "sem precedentes". Testemunhas descreveram cenas caóticas e corpos ensanguentados. Crianças e mulheres estão entre as vítimas fatais. A polícia fez um apelo para que as pessoas não compartilhem nas redes sociais "imagens extremamente insuportáveis", depois que foi divulgado na internet um vídeo feito por um homem branco no momento em que atirava contra os fiéis em uma mesquita. "Está claro que isto só pode ser descrito como um ataque terrorista. Pelo que sabemos parece que estava bem planejado", disse Ardern.  "Foram encontrados dois artefatos explosivos em veículos suspeitos e foram desativados", completou.

O atirador de uma das mesquitas era um cidadão australiano, revelou em Sydney o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison. "É um terrorista extremista de direita, violento", disse. O número exato de criminosos não foi revelado, mas, de acordo com Ardern, três homens estavam detidos. A polícia afirmou que um homem com pouco menos de 30 anos foi acusado de assassinato. Esta pessoa será apresentada a um tribunal de Christchurch no sábado. A polícia afirmou ainda que não procura outros suspeitos. 

As duas mesquitas atacadas são as de Masjid al Noor, no centro de Christchurch, e Linwood. As duas estavam lotadas nesta sexta-feira para a sessão vespertina das orações.

"Corpos por todos os lados"

Um imigrante palestino que pediu para não ser identificado afirmou que viu o momento em que um homem foi atingido por um tiro na cabeça. "Escutei três disparos rápidos e depois de uns 10 segundos tudo começou de novo. Deve ter sido uma arma automática porque ninguém consegue apertar o gatilho tão rapidamente", disse o homem à AFP. "As pessoas começaram a correr, algumas estavam cobertas de sangue".

Outro homem contou à imprensa local que viu o momento em que uma criança foi atingida por tiros. "Havia corpos por todos os lados", declarou.Em uma das mesquitas estava a equipe de críquete de Bangladesh, mas os jogadores conseguiram fugir do local. "Estão sãos e salvos, mas em estado de choque. Pedimos ao time que permaneça confinado no hotel", afirmou uma fonte da delegação. A partida entre as seleções de Bangladesh e Nova Zelândia foi cancelada.

Diversos vídeos e documentos que circulam na internet, mas que não foram confirmados oficialmente até o momento, indicam que o autor transmitiu o ataque no Facebook Live.  Uma equipe da AFP examinou as imagens, que pouco depois foram retiradas dos sites. De acordo com os jornalistas, especialistas em fact check, são autênticas. Um "manifesto" vinculado às contas desta página do Facebook faz referência à "teoria da substituição", que circula entre a extrema-direita e que fala do desaparecimento dos "povos europeus". As forças de segurança bloquearam o centro da cidade, mas poucas horas depois suspenderam a medida. A polícia pediu aos fiéis que evitem as mesquitas em toda Nova Zelândia.

O município abriu uma linha direta para os pais dos estudantes que participavam em um protesto contra as mudanças climáticas em uma área próxima aos ataques. Todas as escolas da cidade foram fechadas. A polícia pediu a "todos os que estavam presentes no centro de Christchurch que não saiam às ruas e apontem qualquer comportamento suspeito".

Correio Braziliense


sexta-feira, 11 de março de 2016

Lulinha que venceu em 2002 com o ‘Lulinha, paz e amor’ quer vencer em 2018 como jararaca – mas será uma minhoca



De paz e amor a jararaca
A crise brasileira é tão asfixiante que às vezes preciso de uma pausa, ouvir música, ler algumas páginas de romance. Em síntese, recuperar o fôlego. As crises assumem ritmos mais rápidos no seu final. A reação de Lula na entrevista coletiva, ao sair da PF, não me pareceu a de um candidato.

Em 2002 foi difícil vencer com o “Lulinha paz e amor”. Em 2018 será impossível vencer como jararaca. Um candidato não se identifica com uma cobra peçonhenta. Nem se considera a alma mais honesta do Brasil. Verdade que seu marqueteiro está na cadeia. Mas onde está a intuição política que sempre lhe atribuem?

Ele perdeu a cabeça e, com ela, a chance de representar a serenidade do inocente. Seu marqueteiro representou. Não evitou a cadeia, mas, pelo menos, era um script mais elaborado.  Lula queria ser algemado. O marqueteiro e a mulher, também. Eles colocaram as mãos para trás, incomoda menos que as algemas reais, mas não tem o mesmo efeito. No fundo, um tremendo esforço para se fazer de vítima, conquistar pela emoção a simpatia que os fatos liquidaram.

Na Justiça, a decisão vai trabalhar com os fatos. Se alguém, realmente, quer contestar sua provas, precisa argumentar também com evidências. Nem sempre as decisões na esfera do crime são bem recebidas. Em muitos pontos do Rio, prisões resultam em protestos, queima de pneus e bloqueios. Alguns líderes religiosos, quando presos, também emocionam seu rebanho.  No campo da política, há sempre o cuidado com os conflitos sociais. 

Para quem viu conflitos sociais, o que aconteceu na sexta passada foi apenas uma briga de torcidas e, na verdade, mais pacíficas que as de futebol. Leio num jornal brasileiro que iriam buscar, entre outros, um gesto de solidariedade de Nicolas Sarkozy. Leio num jornal francês que Sarkozy também está às voltas com a polícia. Apesar de seu ritmo, os últimos dias têm trazido uma ponta de otimismo, mesmo nos mercados, que são tão voláteis. 

Esse otimismo está baseado na queda de Dilma, mas deve ser estendido também a Eduardo Cunha. Os dois são rejeitados pela maioria. Não se trata apenas de festejar uma queda, desfazer-se de uma pedra no caminho. É criar uma chance de, superando o impasse político, recuperar a economia.

O que move as pessoas no domingo não é só a unânime luta contra a corrupção, mas também a clareza sobre as dificuldades cotidianas. Elas podem não ter uma noção clara do que deva ser feito. Mas sabem que algo precisa ser feito. E urgente.  Sempre que foi preciso, a sociedade brasileira manifestou-se claramente. Será assim no domingo e, para dizer a verdade, não acredito em conflitos, como algumas vozes do PT sugerem e Dilma confirma, a seu modo, pedindo paz.

As coisas vão se resolver de forma tranquila e o bicho-papão não tem como amedrontar ninguém. Escaramuças pode haver, mas seriam mais um caso de polícia: mais gente presa e neutralizada. É ingênuo supor que as pessoas, dando-se conta de que o país está à deriva, com um governo que se elegeu com grana da Petrobras, numa enorme crise econômica, vão ficar em casa só porque uns caras de camisa vermelha fazem cara feia ou gestos obscenos com o dedo.

Quando as pessoas denunciam a corrupção estão baseadas em fatos reais, documentados, investigados com rigor. Sabem que a Petrobras foi saqueada, sabem dos milhões de dólares que foram repatriados. Não adianta cara feia. Se isso fosse uma saída histórica, bastava saquear o país e dizer: não me prendam porque senão vamos para as ruas gritar; não apareçam para protestar porque estou bravo, viro uma jararaca.

Outro dia, o bispo auxiliar de Aparecida recomendou aos seus fiéis pisarem na cabeça da jararaca. E um juiz condenou um adversário do PT a pagar multa de R$ 1,00 por ter criticado o partido. E ironizou que é um partido que tem a pessoa mais honesta de todas.  O bispo via a luta contra a jararaca como a luta entre o bem e o mal. Quem se colocou como cobra venenosa foi o próprio Lula. E o fez num recado para a Justiça. É uma declaração subconsciente de culpa: jararaca eu sou, acontece que vocês não atingiram minhas funções vitais, sigo sendo uma cobra venenosa.

Dilma reclamou de injustiça, mas até hoje não defendeu Lula no mérito. Colaborou na forma: protestou pelo fato de a Lava Jato tê-lo levado a depor debaixo de vara. 

Inconscientemente, Lula pediu para ser destruído. O bispo levou-o ao pé da letra. A Lava Jato certamente entendeu de outra forma. E optou pela pesquisa. São os fatos que já existem e os que ainda não foram divulgados que vão definir o destino do governo e de Lula.

Tanto parlamentares como juízes precisam saber claramente o que a sociedade pensa. Não trabalham com pesquisa e, de qualquer forma, não se antecipam nunca. São viciados no único estímulo: um sopro na nuca, de preferência um vento bem forte, 100 km por hora. Em outras palavras, a manifestação de domingo pode ser o sopro que falta para romper o impasse político. Mas, de qualquer maneira, a vaca já foi pro brejo. Não há horizonte com o governo Dilma, exceto empobrecer mais, enquanto ela luta por se agarrar no cargo.

No domingo há, ainda, a chance de uma aproximação maior de todos os que querem mudança. É fundamental que estejam próximos durante a travessia até 2018. Esta, sim, já me preocupa mais que as bravatas de Lula. Precisa de um mapa do caminho para recomeçar em 2018 com a economia recuperada e um grau de consciência nacional que não deixe jamais o Brasil chegar ao ponto a que chegou.Essa é minha esperança. Por ela vou às ruas. Não para me expressar, pois isso posso fazê-lo com liberdade na imprensa. Nem para flertar com a política, interesses partidários ou eleitorais. Vou para a rua porque acho que é o lugar onde devem estar todos os que queiram tirar o Brasil do buraco e encerrar este triste episódio histórico.

Fonte: Estadão – Fernando Gabeira


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Exemplo a ser seguido. É necessário e urgente um boicote a qualquer atitude que apoie casamento entre pessoas do mesmo sexo.



Se tratando de situação em paróquia da Igreja Católica, no mínimo, a paróquia deve ser boicotada
Fiéis abandonam igreja luterana após arcebispo apoiar casamento entre pessoas do mesmo sexo
Episódio aconteceu na Finlândia onde debate sobre legalização está em processo
Milhares de fiéis abandonaram uma igreja luterana na Finlândia após o arcebispo afirmar “com todo seu coração” que concorda com a legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo.

De acordo com notícias locais, entre a votação na sexta-feira e a meia-noite de sábado, cerca de oito mil pessoas assinaram suas resignações da Igreja usando um sistema on-line. Cada pessoa que se desliga da comunidade religiosa também deixa de ter o compromisso de pagar uma taxa para a igreja, o que constitui a principal fonte de renda da entidade luterana. Comentários deixados pelos fieis no site sugerem que uma parcela considerável dos desligamentos foram devido aos comentários feitos pelo Arcebispo da Finlândia, Kari Makinen.

Makinen, disse nesta sexta-feira que apoia a decisão de legalizar o casamento de pessoas do mesmo sexo e que vai ver casais de gays e lésbicas na Finlândia serem capaz de se casar, adotar filhos e compartilhar o mesmo sobrenome, mas que acredita que isto vai demorar algum tempo para vigorar. Os primeiros casamentos gays são esperados para ocorrer em 2017. — Eu sei o quanto este dia significa para a comunidade gay, os seus entes queridos e muitos outros. Alegro-me com todo o meu coração para eles e com eles. Falando por mim, eu acho que é hora de reconsiderar. O evento será realizado a partir do ponto de vista de princípios próprios da igreja — teria afirmado Makinen na ocasião.

Fonte: O Globo