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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Coronavírus - Nova Cepa - O Estado de S. Paulo

Não se pode subestimar nada mas, nesses dois anos formou-se uma casta que, por razões diversas, tem tirado vasto proveito da covid

Nada como uma boa cepa nova, sobretudo se ela vem de algum fundão perdido deste mundo, para encher de esperanças, mais uma vez, todos os que criaram nestes dois últimos anos um estado de dependência em relação à covid. Uma parte da sociedade, de fato, não sabe mais viver sem o vírus. Quem está nela inventou um universo particular, o “novo normal”, viciou-se em seu estilo e agora não quer voltar à vida de antes. A epidemia está cedendo? Então é preciso que ela volte com tudo.

Essa variante sul-africana, a “ômicron” que está triunfando nas manchetes, no horário nobre e nos comissariados de médicos-burocratas que se encantaram com a tarefa de dar ordens a todos, é um clássico. Até agora, a nova cepa revelou-se de baixo impacto; espalha-se muito rapidamente, mas agride pouco o organismo. Ou seja: o sujeito pega a covid, mas não vai para a UTI. Na verdade, até agora, não está indo nem para o pronto-socorro. 

É o caso, agora, da tal variante sul-africana. A médica que a descobriu (e revelou o que havia descoberto, ao contrário da China, que descobriu o vírus original e chamou a polícia para esconder a sua existência) garantiu, várias vezes, que essa cepa causa muito pouca consequência; se espalha com mais rapidez, mas não leva os infectados à UTI, ou nem ao hospital. Pura perda de tempo por parte da boa doutora. O complexo mundial pró-Covid declarou, imediatamente, estado de emergência urgentíssima, com fim do mundo a curto prazo.

Mas e daí? Uma bela cepa vinda da África, onde reinam o ebola, a mosca tsé-tsé e outras coisas horrorosas, resolve qualquer síndrome de abstinência causada por notícias positivas sobre a covid. Foi o que aconteceu. O Japão fechou o seu território, e até o espaço aéreo nacional, para se defender da nova variante. São Paulo, que vinha pensando em suspender a obrigação de usar máscaras em público, resolveu “repensar”. A mídia, desprovida de mortos em escala suficiente para dramatizar o noticiário, recuperou as esperanças
Pegaram três infeccionados em São Paulo, anuncia-se com entusiasmo. Parece que há um em Brasília. 
Interceptou-se um viajante que passou pela Etiópia. 
O Marrocos não permite mais a entrada de brasileiros. Estão fazendo isso na Holanda. Estão fazendo aquilo na Mongólia Exterior – e etc. etc. etc.

É fato inegável que o Brasil já teve 22 milhões de infeccionados pela covid, e mais de 600.000 pessoas morreram em consequência da epidemia. Está igualmente fora de discussão a necessidade de dar todo o combate à essa praga – como, por exemplo, mantendo o avanço da vacinação, área em que o Brasil obteve um notável sucesso com a aplicação, até agora, de mais de 300 milhões de doses. Não se pode, em suma, subestimar nada.

Mas é igualmente verdade que nesses dois anos de covid formou-se uma casta que, por razões diversas, tem tirado vasto proveito da epidemia – e está duramente empenhada em manter as vantagens que obteve.  
É toda essa gente que ganhou o direito de mandar na vida dos outros – a classe social que permite, proíbe ou exige, dá licenças, fornece certificados, faz as pessoas responderem a questionários. 
É o mundo do “home office” e das escolas fechadas. 
É a multidão de “autoridades locais” que receberam verbas de “emergência”, de cujo uso não precisam prestar contas. 
São todos os militantes da ideia de fazer a revolução mundial com o vírus e sem a necessidade das massas operárias.

É mais do que compreensível que todo mundo, nesse bonde, esteja torcendo pela nova cepa.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Quem governa esta droga? - Revista Oeste

J. R. Guzzo
 
Não há mais uma Constituição em vigor; ela é desrespeitada, caso após caso, pelo STF 
 
Brasil está sem governo. As coisas essenciais para o cidadão, como o fornecimento de luz elétrica, o Corpo de Bombeiros e a coleta do lixo continuam funcionando, graças a Deus, nos lugares em que existem — as pessoas encarregadas de executar esses serviços vão trabalhar todos os dias, sabem o que têm de fazer e fazem direito. Não parou a extração de petróleo. O metrô abre às 4 da manhã e vai até a meia-noite
O sujeito que chega à porta de um pronto-socorro tem chances reais de ser atendido. A maioria dos sinais de trânsito está alternando o verde, o vermelho e o amarelo
O país já passou a marca dos 100 milhões de totalmente vacinados contra a covid, ou de 150 milhões com pelo menos uma dose — um bom exemplo mundial. Em suma: o que interessa, mesmo, está razoavelmente de pé, e isso não é assim tão pouca coisa. (Na Venezuela, por exemplo, a produção de 3 milhões de barris diários de petróleo caiu para 1 milhão. Pontes vão desabando aos poucos e as autoridades deixam cair, porque ninguém sabe como consertar. A inflação nos últimos 12 meses foi de 2.600%. O dia a dia é uma calamidade — e lá, claramente, existe governo demais. Ou seja: ter governo, mas governo ruim, não adianta nada.)

O governo não consegue, sequer, baixar uma portaria lembrando que o cidadão tem o direito legal de não ser demitido do emprego caso se recuse a tomar vacina

O problema é que no Brasil de hoje não existe governo nenhum no alto da árvore. Quem tem a obrigação legal, política e moral de governar não está governando [foi eleito para isso]  — ou, muito pior ainda, um dos Três Poderes está impedindo ativamente os outros dois de governarem, com a ilusão de que governa tudo; no fim das contas, acaba sem governar nada, pois o que governa é apenas a desordem

Não há mais uma Constituição em vigor; ela é desrespeitada, caso após caso, pelo Supremo Tribunal Federal. Não há segurança jurídica, pois cidadãos e empresas não sabem, simplesmente, se a lei de hoje é a mesma de ontem, e se vai estar valendo amanhã. Ninguém sabe, também, se quando o Congresso aprova algum projeto é à ganha ou é à brinca. Juízes, procuradores e outros barões da Justiça, que dão a si próprios salários de R$ 80.000 por mês, ou mais, paralisam quando bem entendem a administração pública. Decisões econômicas cruciais não podem ser tomadas. A lei diz que não pode haver presos políticos no Brasil; há presos políticos no Brasil. A lei garante a liberdade de expressão; as pessoas são punidas por expressarem suas opiniões. Investigam-se, julgam-se e punem-se crimes que não existem no Código Penal Brasileiro, como o de “desinformação”, ou o de fake news. Não há mais independência de Poderes; o Congresso e o Executivo nunca sabem, nunca mesmo, se as suas decisões vão valer ou não. Se isso não é desordem, então o que é?

O Executivo, com certeza, não manda nada. Mandar como, se as suas decisões mais simples são abertamente desrespeitadas? 
O governo não consegue, sequer, baixar uma portaria lembrando que o cidadão tem o direito legal de não ser demitido do emprego caso se recuse a tomar vacina. 
É uma coisa elementar. Mas o Ministério Público “do Trabalho”, que existe para proteger os empregos, diz que a decisão não vale; o prefeito de São Paulo diz que não vai aplicar a instrução e fica tudo por isso mesmo
 
O presidente Jair Bolsonaro quis nomear, como é seu direito legal, um diretor para a Polícia Federal; o STF proibiu, mandou nomear outro e foi obedecido. A cada 5 minutos, o mesmo presidente recebe de algum dos dez ministros do Supremo um prazo de “cinco dias”, ou coisa que o valha, para “explicar” por que fez isso ou aquilo. Uma entidade pública legalmente vinculada ao governo federal, a Fundação Palmares, está proibida de demitir qualquer funcionário, por qualquer motivo que seja um caso provavelmente único no mundo. O presidente da República, de novo ele, é censurado abertamente pelas “redes sociais” qualquer YouTube ou Twitter da vida se dá o direito de proibir o homem de falar, ou de selecionar o que ele fala.
 
O governo não consegue levar uma linha de transmissão de energia elétrica para um Estado inteiro, o de Roraima, porque meia dúzia de índios e o Ministério Público não deixam. Não consegue, da mesma forma, construir uma ferrovia estratégica para o interesse público porque seu traçado passa em menos de 0,1% de uma “floresta nacional” nem executar o seu projeto de “escola sem partido”, para limpar um pouco os currículos escolares da sua carga política e ideológica de esquerda. 
A administração federal está infestada por milhares de nomeações políticas feitas nos governos de Lula e Dilma Rousseff; os beneficiados não se subordinam aos seus superiores hierárquicos, mas à orientação do PT e de seus partidos auxiliares. 
O governo foi proibido de bloquear verbas de Goiás retidas por falta de pagamento das dívidas estaduais; a mesma coisa aconteceu com a Bahia
 
Durante a covid, especialmente, o Supremo deitou e rolou em cima da Presidência — a começar pela mais extraordinária decisão de todas, a que criou 6.000 repúblicas dentro do país, ao dar às “autoridades locais” independência quase absoluta para cuidar da epidemia. (Por conta disso, até hoje, dois anos letivos depois, há prefeitos que mantêm fechadas as escolas municipais.)

Ao todo, segundo uma lista que circulou no Palácio do Planalto, os ministros tomaram, de 2019 para cá, 123 decisões diretamente contra o governo

Não há nada que o STF tenha deixado de fazer para combater o governo. Bolsonaro foi intimado a “explicar”, em tantos dias, o decreto que facilitava o porte de armas, o corte de 30% nas verbas das universidades federais e o “Programa Verde Amarelo”. Exigiram, da mesma forma, que ele “explicasse” declarações que fez a respeito do pai do advogado Felipe Santa Cruz, presidente da OAB e destaque no atual palanque da oposição, sobre a ex-presidente Dilma Rousseff e sobre o jornalista americano Glenn Greenwald. Bolsonaro foi proibido de extinguir os “conselhos federais”, dinossauros burocráticos que prosperam sem controle de ninguém em Brasília. 

A medida que transferiu a demarcação de terras indígenas da Funai para o Ministério da Agricultura, um passo mínimo para enfrentar as fraudes na área, foi suspensa. Também foi cancelada a decisão de dispensar as empresas da obrigação de publicarem seus balanços em veículos de “grande circulação”. Foi anulada, igualmente, a extinção do “seguro obrigatório” para carros, o infame DPVAT. 
Enfim, são três anos inteiros da filosofia do “se é coisa do governo, então eu sou contra” — especialmente quando a “coisa do governo” é mexer em interesses materiais dos amigos do STF. Ao todo, segundo uma lista que circulou no Palácio do Planalto, os ministros tomaram, de 2019 para cá, 123 decisões diretamente contra o governo. 
Dá quase uma por semana. Faz algum sentido um negócio desses?
 
Com o Congresso, o desastre é o mesmo. Até outro dia, numa aberração que jamais será explicada, a Câmara dos Deputados do Brasil era a única Casa parlamentar do planeta a aceitar que um dos seus membros, em pleno exercício do mandato, estivesse na prisão ficou preso nove meses, aliás, por decisão pessoal de um ministro do STF. Foi um momento realmente extraordinário. O deputado não foi cassado em nenhum momento pelo plenário da Câmara. 
Recebeu todos os seus salários e vantagens. Seu suplente não assumiu. Com o mandato válido, poderia perfeitamente ter votado — mas não podia comparecer às sessões porque estava na cadeia, e não foi permitido, também, que ele votasse em esquema de xadrez-office, ou de teletornozeleira
Durante toda a sua prisão, como mostra a reportagem de capa desta edição, os 513 deputados federais da República aceitaram como coelhos assustados o ministro Alexandre de Moraes mandando chover e fazer sol; se tivesse decidido que o deputado Daniel Silveira ficaria preso pelo resto da vida, ninguém iria fazer nada. Que autoridade pode ter um Congresso desses? [os Estados Unidos estão ignorando a ordem de extradição do blogueiro Allan dos Santos e também a de prisão - não dão nenhuma explicação. Talvez a motivação seja falta de amparo legal em ambas as determinações. Desagradável será se o juiz Alexandre de Moraes determinar que o presidente informe em cinco dias as  razões do silêncio dos ianques. 
O presidente terá que informar que o tratado de extradição firmado entre o Brasil e os irmãos do Norte, só autoriza extradição, quando o extraditando cometeu atos que são tipificados como crimes em ambos os países.
 
Os atos dos quais o blogueiro bolsonarista é acusado não estão tipificados em nenhuma lei do Brasil e nos Estados Unidos são considerados exercício da liberdade de expressão, prática que tanto lá, como cá, não é considerada crime.]
 
O presidente do Senado foi obrigado pelo ministro Luís Roberto Barroso, como quem dá ordens a um subordinado, a aceitar a realização da sinistra “CPI da Covid” Esse mesmo Senado morre de medo da ideia de examinar a conduta dos ministros do STF, como é seu direito e sua obrigação legais — os senadores passam mal só de ouvir falar no assunto. A lei criando o voto “impresso”, ou com comprovante de votação, foi aprovada de forma aberta e legítima pela Câmara; foi anulada, simplesmente, pelo mesmo ministro, e votada uma segunda vez — aí, com uma decisão aprovada pelo STF. 
 
Ainda agora, a lei do pagamento das emendas parlamentares, que representa exatamente a vontade da maioria dos deputados e foi aprovada da maneira mais lícita que se possa imaginar, foi vetada pelo STF. A ministra Rosa Weber, com o apoio dos colegas, decidiu legislar diretamente em lugar dos deputados: baixou uma série de ordens a que a Câmara deve obedecer em relação à matéria aprovada. 
Não há nenhuma razão lógica, administrativa nem constitucional para isso — a nova lei, morta ao nascer, é pura e simplesmente a decisão legítima de uma Câmara dos Deputados legalmente eleita.  
Sua anulação é apenas mais uma demonstração de que o Supremo continua dando a si próprio, como faz o tempo todo, o direito de dizer se as leis aprovadas pelo Congresso Nacional valem ou não valem — e como, exatamente, elas devem ser.
 
Não interessa se a lei das emendas “do relator” é boa ou é ruimse ela foi aprovada legalmente pelo Poder Legislativo, o STF não tem nada a ver com isso. Tem apenas de aceitar, como o Executivo e o resto da nação. Mas os ministros, cada vez mais, acham que cabe a eles decidir o que é bom e o que não bom para o Brasil. 
 
Seu trabalho não é mais aplicar a Constituição, mas decidir como o país tem de se comportar, da publicação de anúncios de sociedades anônimas à venda de seguros de carro, em nome do superior bem de “todos” — isso quando não estão ocupados em decidir o que é a verdade e enfiar gente na cadeia por fake news e atos contra o seu estilo de democracia.

Os ministros têm uma capacidade praticamente ilimitada para fazer o mal, mas quase nenhum repertório para fazer o bem

A atuação do STF não é neutra. É perfeitamente inútil esconder os fatos: dos dez atuais ministros do STF, sete foram nomeados por Lula e Dilma. Como é possível pretender que, uma vez no Supremo, eles deixaram de ser quem eram e passaram a se conduzir como juristas imparciais? 
O mundo político, a mídia e a elite podem fazer de conta que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas é óbvio que tem tudo a ver; na verdade, só tem a ver. 
As decisões do STF, assim, são as decisões de um partido político de oposição e geralmente de esquerda — aliás, virou um hábito de o PT e seus satélites recorrerem ao Supremo, e ganharem, a cada derrota que sofrem em votação no plenário
E a confirmação da independência do Banco Central, aprovada em lei no Congresso? 
E a recusa do Tribunal Superior Eleitoral, um derivativo do STF, em anular a chapa Bolsonaro-Mourão? 
São, de fato, decisões que saem da “curva” do tribunal, mas e daí? 
O conjunto da sua conduta compõe uma condenação maciça aos dois outros Poderes, o Executivo e o Legislativo, ambos eleitos livremente pela população brasileira o que não tem nada a ver com as funções e os deveres constitucionais da mais alta Corte de Justiça do país.

O grande problema para o Brasil, nessa salada, é que o STF não deixa o governo nem o Congresso governarem, mas também não consegue, ele próprio, governar o que quer que seja — cria a baderna jurídica, política e administrativa na sociedade, e fica flutuando acima dela, impotente para gerir problemas da vida real e sem responsabilidade pelas ruínas que cria. Os ministros têm uma capacidade praticamente ilimitada para fazer o mal, mas quase nenhum repertório para fazer o bem; o resultado é isso que se vê aí. 

Cada vez mais, os ministros se comportam — quase sem exceções como o chefe que grita nas reuniões e acha que está impondo respeito, quando está apenas demonstrando falta de controle sobre si mesmo. É evidente, olhando com um pouco mais de atenção o que dizem nas suas decisões, que “caiu” o sistema em que se processa a atividade mental de suas excelências. Em algum lugar do circuito, um fio acabou desencapado e o resultado é o espetáculo de ministros lançando bulas de excomunhão para castigar os culpados pela “polarização entre Poderes”, a “animosidade” na população, “ataques contra agentes políticos” e uma penca de disparates do mesmo tamanho. Como assim? 

Nada disso, obviamente, é proibido por lei. Desde quando dar notícias apresentadas “de forma parcial” é um crime, um desvio moral ou uma ameaça “à democracia”? Não tem mais muita coisa a ver com sanidade; tem tudo a ver com jurista de ditadura bananeira lendo sentença de condenação contra preso político.

Governar não é isso.

Leia também “A polícia das ideias”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

 
 
 
 

 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

IBANEIS administrando a Saúde Pública = Pronto-socorro e ambulatório do hospital de Taguatinga seguem fechados

[O que restou em funcionamento esse Ibaneis vai decepcionar os milhares que votaram nele.]

Pacientes que estavam no pronto-socorro foram transferidos para outras alas da unidade de saúde. Serviços ambulatoriais e consultas serão reagendadas com prioridade [que prioridade?combinaram com a doença parar de progredir até que os já doentes sejam atendidos?]

O pronto-socorro e os serviços ambulatóriais do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) seguem suspensos nesta sexta-feira (25/1), após o princípio de incêndio ocorrido na manhã de quinta-feira (24/1), causado por um curto circuito. Os pacientes que estavam no pronto-socorro foram levados para outras alas da unidade de saúde.  
Por enquanto, um gerador atende a unidade de saúde, mas funciona apenas em áreas críticas, como a ala de cirurgia (foto: Arquivo Pessoal)
 
 O HRT - único hospital público de Taguatinga - está vazio, já que os pacientes foram mandados para casa, sem atendimento; A única coisa que está pegando é que os que estão doentes, em casa e sem medicação a doença tende a piorar e as pessoas, como é normal, não param de adoecer = mais doentes.


Quem necessita de atendimento de urgência, é orientada a procurar outras unidades de saúde. Por enquanto, a energia disponível é a de um gerador. Mas apenas em áreas críticas, como a ala de cirurgia são atendidas. Ontem, funcionários jantaram à luz de velas, porque o refeitório não se enquadra na prioridade. A área onde ocorreu o curto circuito foi liberada no fim da tarde de ontem, e os reparos foram iniciados. 
 
Ambulatório fechado
Em relação ao atendimento ambulatorial, a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde informa que os pacientes que tinham consultas ou procedimentos previstos para ontem (24/1), hoje (25/1) e a próxima segunda-feira (28/1) terão os serviços reagendados com prioridade. Os usuários devem aguardar, em casa, o contato que será feito pela equipe do hospital.
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Segundo a Secretaria de Saúde, o abastecimento de energia deve ser retomado até o fim da tarde desta sexta-feira (25/01).  O fornecimento de água está normalizado. Não foi informado o prazo para a conclusão dos reparos no local onde houve a pane elétrica. 

Correio Braziliense


terça-feira, 13 de junho de 2017

Pronto-Socorro Gilmar Mendes: só para amigos na mira da Justiça

A maior vitória do ministro que se promoveu a Juiz dos Juízes pode ter sido também a última

Uma imensidão de brasileiros descobriu na semana passada que o Tribunal Superior Eleitoral é presidido por um ministro da defesa de réus soterrados pela avalanche de provas do crime. Quem acompanha a trajetória de Gilmar Mendes sabe disso pelo menos desde 2008, quando esse mato-grossense de Diamantino assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal — e passou a mostrar que o professor de Direito Constitucional era a fachada que camuflava um doutor em absolvição de culpados.

Em 27 de agosto de 2009, por exemplo, Gilmar conseguiu arquivar “por falta de provas” a denúncia que identificava Antonio Palocci como o mentor da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que testemunhara as frequentes aparições do ainda ministro da Fazenda na suspeitíssima “República de Ribeirão Preto”. Para inventar o estupro encomendado sem mandante, valeu-se do duplo papel de presidente da corte e relator do caso.

O relator negou-se a enxergar a catarata de evidências. O presidente foi o primeiro a votar pelo sepultamento da bandalheira. A mentira venceu por 5 a 4 porque Gilmar, como reafirma o vídeo abaixo, não viu nada de mais. Talvez aceitasse a denúncia se Palocci fosse pessoalmente à agência da CEF, obrigasse o gerente a mostrar-lhe a conta e convocasse uma entrevista coletiva para confessar o que fizera. Como não agiu assim, sobrou para o caseiro.

Por ter contado a verdade, Francenildo perdeu o emprego, o sossego, a mulher e a chance de conseguir trabalho fixo em Brasília. O culpado ficou dois meses deprimido com a perda do emprego, elegeu-se deputado federal, coordenou a campanha de Dilma Rousseff, virou chefe da Casa Civil, teve de cair fora do primeiro escalão por ter enriquecido como facilitador de negociatas disfarçado de “consultor”, voltou ao palco para ajudar a candidata à reeleição e acabou no pântano drenado pela Lava Jato.

Preso em Curitiba desde 26 de setembro de 2016, Palocci tentou recentemente escapar pela trilha que começa na Segunda Turma do STF. O malogro da tentativa de ser resgatado da cela pela trinca formada por Gilmar, Lewandowski e Toffoli convenceu o ex-ministro a buscar um acordo com o Ministério Público Federal. No momento, o Italiano da Odebrecht ensaia a delação premiada que assombra as madrugadas de Lula. Promete fazer revelações que comprometem banqueiros e empresários. Tomara que não se esqueça do Poder Judiciário.

Em dezembro de 2009, enquanto Palocci saboreava o regresso à Câmara dos Deputados, Gilmar valeu-se de um habeas corpus para devolver à liberdade o médico Roger Abdelmassih, engaiolado desde agosto pela autoria de pelo menos 56 crimes sexuais contra 37 pacientes e condenado a 278 anos de prisão. Convencido de que o popstar da inseminação artificial já não ameaçava ninguém por ter sido proibido de exercer a profissão, decidiu que quatro meses de confinamento estavam de bom tamanho.

Em 2011, a polícia comunicou à Justiça que Abdelmassih havia regularizado o passaporte e pediu autorização ao STF para prendê-lo antes que fugisse. De novo, Gilmar garantiu-lhe o direito de ir e vir, que usou em 2011 para ir embora do Brasil e não voltar. Foi recapturado três anos mais tarde, quando saboreava a vida mansa no Paraguai. Hoje é um dos hóspedes do presídio de Tremembé.

Nos anos seguintes, a agenda sempre sobrecarregada de Gilmar Mendes não deixou de abrir espaço para atendimentos de emergência a amigos do Estado natal, sobretudo aos que reconhecem e festejam a influência do ministro. Em 10 de maio de 2013, ao receber a medalha da Ordem do Mérito de Mato Grosso, o homenageado incluiu nesse grupo de elite o governador Silval Barbosa: “Somos amigos há muito anos, sempre tivemos conversas proveitosas”, diz Gilmar no vídeo abaixo. Uma dessas conversas proveitosas ocorreria um ano mais tarde, quando a residência de Silval foi alvo de um mandado de busca e apreensão executado pela Polícia Federal.

Ao vasculharem a casa do político investigado no Supremo Tribunal Federal por corrupção, os agentes da PF encontraram uma pistola com registro vencido. Depois de pagar a fiança fixada em R$ 100 mil, Silval teve prontamente atendido o pedido de socorro a Gilmar, como atesta o áudio abaixo.  — Governador, que confusão é essa!!!??? — ouve-se a voz de Gilmar Mendes num tom que desenha um buquê de pontos de exclamação e interrogação.
— Barbaridade, ministro, isso é uma loucura! — ouve-se a voz de Silval Barbosa num tom de quem faz o possível para simular espanto.
Que coisa! Tô sabendo isso agora! — Gilmar continua perplexo.
É… é uma decisão aí do Toffoli — começa o cortejo de palavras desconexas, frases truncadas e explicações incoerentes, interrompido a cada meia dúzia de sílabas por vírgulas bêbadas e reticências que denunciam a ausência de álibis. Entre um e outro hum-hum rosnado por Gilmar, o governador menciona Blairo Maggi, uma delação premiada e denúncias envolvendo a campanha eleitoral de 2010 que nem sabe direito quais são. Precisa conferir o processo. — É uma loucura, viu? — recita com voz chorosa.
— Que loucura!, que loucura! — concorda Gilmar, antes de avisar que o socorro está a caminho. — Eu vou ver. Vou agora para o TSE conversar com o Toffoli.
O governador repete o falatório incongruente. O ministro do STF reitera a promessa de ajuda:
— Eu vou lá e, se for o caso, depois a gente conversa — combina Gilmar, que se despede com “um abraço de solidariedade”.

Silval pôde dormir em sossego enquanto desfrutou do foro privilegiado. Terminado o mandato, ficou exposto a instâncias do Judiciário fora do alcance do nada santo protetor de corruptos. Em 17 de setembro de 2015, depois de ficar foragido por dois dias para escapar da prisão preventiva decretada pela juíza Selma Arruda, Silval entregou-se à Justiça. Passados quase dois anos, continua engaiolado. Mas não parece figurar na agenda de preocupações do especialista na absolvição de culpados.

Gilmar, que vive prometendo marcar encontros com “as prisões alongadas ocorridas em Curitiba”, não deu as caras na cadeia que há quase dois anos aloja Silval. Feroz inimigo de delações premiadas, decerto não gostou de saber que o ex-governador negocia um acordo com a Justiça que o obrigará a contar tudo o que sabe. A amizade entre essas duas celebridades mato-grossenses pode estar perto do fim.

Como reiterou a entrevista publicada pela Folha nesta segunda-feira, Gilmar vê no espelho uma figura onipotente, onisciente e onipresente. Mas mesmo quem pode muito não pode tudo. Já não pode, por exemplo, livrar Aécio Neves da enrascada em que se meteu com a divulgação da conversa telefônica em que tentou conseguir R$ 2 milhões de Joesley Batista — e mostrou ao país que um ex-candidato à Presidência da República também sabe falar um subdialeto de encabular o mais desbocado brigão de cortiço.

Até então, o senador mineiro figurou na lista VIP dos clientes do ministro. Aos integrantes desse grupo é permitido até pedir que um ministro do Supremo interfira em votações no Senado, como atesta a gravação abaixo reproduzida, que registra o diálogo entre entre Gilmar e Aécio ocorrido em 26 de abril deste ano. Ou pode, como fez Michel Temer, pedir ao presidente do TSE que o absolva por excesso de provas. Foi a maior vitória do Juiz dos Juízes. Talvez tenha sido a última.

 MATÉRIA COMPLETA, incluindo vídeos, Coluna do Augusto Nunes - VEJA

 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Tragédia na Saúde Pública do DF

Três mulheres morrem no Distrito Federal contaminadas por superbactéria

Outros oito pacientes estão internados após contaminação; Secretaria de Saúde descarta surto

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou nesta segunda-feira que oito pacientes estão contaminados com superbactéria. Cinco deles, estão internados no Hospital de Taguatinga (HRT) com enterococo e outros três no Hospital Regional do Guará (HRG). 
 
No último domingo, três mulheres que morreram no HRT também estavam infectadas, e em uma delas foi detectada a bactéria do tipo KPC. Os contaminados foram isolados em uma enfermaria especial para evitar o alastramento do contágio e o pronto-socorro do hospital, onde eles eram atendidos, foi interditado. Todos os pacientes são idosos. A primeira vítima, de 79 anos deu entrada no hospital por conta de uma fratura no fêmur e as complicações da infecção da KPC contribuíram para o óbito, segundo a Secretaria de Saúde. As outras duas mulheres, de 70 e 80 anos, estavam contaminadas pelo enterococo, e tinham problemas cardiovasculares como hipertensão. Outras vinte pessoas que tiveram contato com a primeira paciente a apresentar a bactéria passaram por exames e foram liberadas depois que o teste deu negativo. 
  Desde a última quinta-feira, quando um exame de sangue acusou a presença de bactéria no sangue de uma das doentes, os atendimentos no pronto-socorro foram suspensos. Quem procurava a emergência do HRT tinha de buscar tratamento em hospitais de cidades próximas, já que as alas de ortopedia, cardiologia e clínica médica também foram isoladas, pois ficavam perto do pronto-socorro. Agora, todo o setor de emergência, que atende a cerca de 400 pessoas por dia, passa por uma limpeza para desinfecção e só deve ser reaberto para a população nesta terça-feira. 

A coordenadora de infectologia da Secretaria de Saúde do DF, Maria de Lordes Lopes, afirma que o uso exacerbado de antibióticos favorece que as bactérias da própria flora corporal desenvolvam resistência a esses medicamentos. Os hospitais seriam os principais locais de contaminação, que ocorre por meio do contato físico. A especialista descartou a possibilidade de surto, mas reconheceu que a proliferação é endêmica.— Não estamos vivendo surto. Em todos os hospitais temos uma situação endêmica: há endemia de KPC e casos pontuais de enterococos, que adquiriu resistência aos medicamentos. 

Os três pacientes internados no Hospital do Guará também estão em leitos isolados. Apesar de não terem desenvolvido a infecção, os testes mostraram que eles têm um outro tipo de superbactéria, a ahietobacterea. Ainda não há previsão de alta para nenhum dos pacientes isolados nos dois hospitais. 

No ano passado, no Hospital Materno de Brasília (HMIB), três bebês foram isolados na UTI neonatal pois foi havia sido detectada a presença de KPC.