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domingo, 22 de outubro de 2023

UTILIDADE PÚBLICA - A hipertensão arterial é uma assassina silenciosa’, diz cardiologista - O Globo

Quem nunca ouviu uma recomendação para reduzir o consumo de sal para evitar o desenvolvimento da pressão alta? 
Ou que uma rotina de atividades físicas ajuda a controlar a pressão sanguínea? 
Muitas vezes, essas recomendações podem ficar de lado, especialmente para adultos jovens que encaram a hipertensão como um diagnóstico da terceira idade. Mas a realidade não é bem assim.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 45% dos brasileiros adultos têm a pressão acima do ideal, e que cerca de metade dos pacientes sequer sabem disso. De fato, segundo a pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, somente 27,9% da população relata um diagnóstico.

O cenário acende o alerta, já que a doença é o principal fator de risco para problemas graves como AVC e infarto. Por isso, será o tema da próxima edição do Encontros, evento que vai reunir grandes especialistas no assunto no auditório da Editora Globo, no Rio, no próxima dia 31, às 9h30. As inscrições estão abertas ao público e podem ser feitas aqui.

O Encontros é realizado pelo GLOBO com a curadoria do doutor em Cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e cardiologista do Hospital Pró-Cardíaco, Claudio Domênico. Abaixo, o médico explica como identificar a pressão alta, as dificuldades na adesão ao tratamento e as inovações que podem mudar o cenário.

Quanto exatamente a pressão arterial já se configura como alta?

A pressão é considerada ótima quando está em 120 por 80 (12 por 8). Quando passa de 130 por 85 (13 por 8) já entra na faixa de normal a alta. 
A partir de 140 por 90 (14 por 9), começa a ser pressão alta, e a pessoa é considerada hipertensa. 
É uma doença crônica e multifatorial, com causas genéticas, ambientais e, principalmente, de estilo de vida.

As doenças cardiovasculares causam mais de 350 mil mortes de brasileiros a cada ano. Qual a relação com a pressão alta?

O fator de risco mais importante para elas é a hipertensão, que está diretamente associada a pelo menos 45% dessas mortes. O grande problema é que ela é uma assassina silenciosa. Muitas pessoas têm hipertensão e não sabem, ou então não têm sintomas e por isso não realizam o tratamento corretamente.

Os dados da OMS mostram que 9,4 milhões de pessoas morrem no mundo a cada ano por complicações da hipertensão. 
 A cada hora, são mais de mil pessoas. 
E nos últimos 30 anos, houve um aumento do número de pacientes, praticamente dobrou.

Quais são as complicações diretas da pressão alta?

É muito comum termos hipertensão associada a outras doenças, como diabetes, obesidade e dependência do cigarro. 
Quanto mais doenças, maior é o risco. 
As principais complicações são o que chamamos de lesão de órgão alvo. 
A pressão muito alta no coração, por exemplo, pode deixá-lo hipertrofiado, ou seja, crescido. 
Nas artérias, pode levar a um entupimento, uma cardiopatia hipertensiva. Nos vasos da retina, pode causar uma retinopatia hipertensiva. 
Dentro do rim, uma nefropatia hipertensiva. 
E quanto mais tempo sem tratamento, maiores são as chances de um problema.

O que está por trás do aumento dos casos de hipertensão?

São vários fatores. Tem um componente genético, um lado familiar, que afeta de 25% a 30% das pessoas. Tem fatores ambientais, como temperatura, poluição, barulho. Há fatores regulatórios do nosso próprio organismo, da função renal, da função endocrinológica. Mas as principais causas são o estilo de vida.

Cada vez se come mais comida industrializada, menos fibra, se fuma mais, a ansiedade só piora, o número de obesos aumenta. Há o consumo excessivo de álcool, o sono prejudicado, uma vida com estresse crônico e sedentarismo. Esse estilo de vida nocivo é um dos principais determinantes da hipertensão.

Outro fator importante é o excesso de sal. Devemos consumir em média 5g de sal de cozinha por dia, o que equivale a 2g de sódio. Mas o brasileiro consome em média 9g, quase o dobro.

A OMS aponta que cerca de metade das pessoas sequer sabe que tem hipertensão arterial. Por que isso acontece?

A grande maioria dos casos não tem sintoma nenhum. Normalmente, quando eles aparecem, ela já está estabelecida há algum tempo. A pessoa começa a se queixar de falta de ar, cansaço, espuma na urina, problema na visão. Nessa hora, a pressão alta pode já ter afetado o coração, o rim, a visão, a circulação, já ter causado a lesão alvo.

O que a pessoa deve fazer para evitar um subdiagnóstico de pressão alta?

Todo mundo, pelo menos uma vez por ano, deve verificar a pressão arterial, mesmo não sentindo nada. 
O diagnóstico é fácil, mas por ser silenciosa as pessoas não procuram o médico. 
A mulher tem uma vantagem porque tem o hábito de frequentar o ginecologista, que corretamente verifica a pressão. 
Mas o homem só costuma ir ao médico a partir dos 50 anos, quando fica preocupado com doenças como na próstata.

Além disso, as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) já recomendam que todas as crianças acima de 3 anos tenham a sua pressão verificada anualmente pelos pediatras.

Um dos grandes desafios é a baixa adesão ao tratamento, por que isso acontece?

A adesão ao tratamento é muito ruim por uma série de fatores
O paciente para de tomar o remédio porque ele é caro ou porque ele não está sentindo nenhum sintoma, passa a achar que não precisa.
 Às vezes a pessoa nega o diagnóstico, ou até mesmo houve uma comunicação ineficaz por parte dos profissionais de saúde.

No Brasil, os trabalhos apontam que somente de 43% a 67% dos pacientes têm a pressão controlada. Os dados da OMS mostram um cenário ainda pior, com 4 de cada 5 pessoas sem o tratamento adequado no mundo. É um dos problemas mais sérios que enfrentamos.

Como é o tratamento da hipertensão hoje?

O tratamento deve ser sempre individualizado, não é uma receita de bolo. Primeiro, existe a abordagem não farmacológica, as medidas de higiene do sono, o perder peso, parar de fumar, fazer atividade física. 

A SBC já orienta até técnicas de respiração, meditação mindfulness, tudo que pode ajudar a baixar a pressão.

Depois, se não houver resultados, se pensa em utilizar os medicamentos. O grande avanço hoje são formulações que envolvem dois, três remédios em apenas uma pílula. Isso facilita a adesão. Há ainda testes genéticos para tentar identificar marcadores associados ao quadro que auxiliem no tratamento.

Existe uma perspectiva de melhora desse cenário com novas tecnologias que vêm surgindo?

A telemedicina ajudou muito porque ampliou o acesso a pessoas que às vezes não têm um especialista próximo. Além disso, hoje existem smartwatches que conseguem medir a pressão. Ainda são caros, mas a vantagem é que ele verifica durante o dia inteiro, fazendo uma espécie de mapa.

A ideia é que esses relógios forneçam a saturação do oxigênio, a frequência cardíaca, a pressão arterial, a qualidade do sono, quantos passos foram dados, e o paciente envie esse monitoramento para o médico, para uma avaliação mais completa. Isso é muito bom, é para o que devemos caminhar no futuro.

Mas o acesso ainda é restrito. É como as canetas para perder peso, por exemplo, são ótimas, mas são caras e não alcançam todos os pacientes com obesidade. Precisamos pensar também em políticas públicas amplas. A Farmácia Popular, criada em 2004, tem dispensação de remédios para hipertensão arterial e faz muita diferença.


Saúde - O Globo

 


quinta-feira, 15 de julho de 2021

A pandemia silenciosa que mata 5 milhões por ano

Enquanto você lê, a pandemia da covid-19 contabiliza quase 540 mil mortos e mais de 19 milhões de casos confirmados no Brasil. Por isso, uma das medidas mais importantes para frear a pandemia foi o isolamento social. Contudo, o isolamento contribuiu também para reduzir a atividade física e aumentar o sedentarismo, um comportamento que mata 5 milhões de pessoas por ano em todo o mundo.

Pesquisas revelaram uma queda global de 10% a 40% das atividades físicas e um aumento de 126 dólares por pessoa nos gastos anuais em saúde para cada hora adicional de comportamento sedentário. A prevalência de comorbidades como doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão entre outras, que são agravantes para a covid-19, se acentuam com o sedentarismo.

Por essa razão, os benefícios da atividade física durante o isolamento social são muito relevantes. Fato que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a lançar novas diretrizes, enfatizando que todas as pessoas, de todas as idades e em qualquer condição física, podem ser fisicamente ativas e que todo tipo de exercício conta.

Seja como parte do trabalho, um esporte, o lazer, a dança, as brincadeiras, seja como tarefas domésticas diárias: todo movimento conta. Estudos da OMS mostraram que, além dos inúmeros benefícios para a saúde, manter-se fisicamente ativo também beneficia a economia. Estima-se que o custo em assistência médica direta, relacionado ao sedentarismo é de US$ 54 bilhões e a perda de produtividade onera a economia em US$ 14 bilhões em todo o mundo.

(...........)

O número de mortes por covid-19, sem nenhuma dúvida, é aterrorizante e nos faz, quase que sem intenção, não focarmos em outras pandemias, como a do sedentarismo. Estamos atentos às consequências da covid-19 e do longo período de isolamento social ao qual estamos sujeitos. Porém, também estamos com a atenção redobrada nas causas e nos efeitos dilacerantes que a ausência da atividade física tem causado em nossa população. Quando vamos começar a olhar também para essa letargia que assola boa parte dos brasileiros sedentários? Gente que está morrendo diariamente por doenças que poderiam ser evitadas por meio de uma rotina de exercícios.

O Brasil precisa abrir os olhos de forma urgente para este assunto, caso contrário ainda vamos enfrentar anos com a qualidade de vida cada vez mais deficitária, com os hospitais lotados e com mortes que poderiam ter sido evitadas. Esse não é o país que desejamos para nós nem para nossos filhos. Chegou o momento de darmos as mãos e nos mexermos para tratarmos hoje dos problemas do amanhã. Mas isso só será possível se vencermos essa guerra contra o sedentarismo. Essa é uma batalha em favor da vida.

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA 


sábado, 25 de julho de 2020

87% dos mortos por covid no DF tinham outros males; veja os mais perigosos

Quase 90% das pessoas mortas por complicações da covid-19 no Distrito Federal apresentavam doenças preexistentes. O tratamento e o controle dessas enfermidades podem evitar óbitos de pacientes

Desde o primeiro caso confirmado da covid-19 no Distrito Federal, em 5 de março, mais de mil brasilienses morreram devido à doença. Além disso, a quantidade de infecções, que cresce diariamente, ultrapassa os 90 mil registros. Dados da Secretaria de Saúde mostram que quase 90% das vítimas do novo coronavírus da capital tinham doenças preexistentes, que complicaram o quadro clínico dos pacientes. 
Cardiopatas e acometidos por distúrbios metabólicos, como a diabetes, são os que mais vieram a óbito. Especialistas ouvidos pelo Correio explicam como o vírus age em conjunto com essas enfermidades e que o controle e o tratamento delas podem evitar mortes.

O Distrito Federal atingiu a marca de 1.133 pessoas mortas pela covid-19 ontem. Dos óbitos registrados, 992 tinham comorbidades, ou seja, 87,6% das vítimas da capital apresentavam doenças preexistentes. A mais comum, segundo monitoramento da Secretaria de Saúde, é a cardiopatia. No total, 701 pacientes que perderam a vida para a covid-19 tinham a enfermidade. Em seguida, estão distúrbios metabólicos (447), pneumopatia (173) e obesidade (130).

André Moraes Nicola, médico e professor de imunologia médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), explica que o coronavírus pode agir diretamente em outras partes do corpo, além dos pulmões. “O vírus tem uma ação direta de infectar as células e atrapalha o funcionamento de outros órgãos. Caso eles estejam doentes, aumentam as chances de eles pararem de funcionar. É o caso de enfermidades cardíacas e pulmonares”, detalhou.

Segundo o especialista, outro motivo que pode provocar a morte de pacientes é a inflamação. “O que mata não é o dano que o vírus causa, mas a resposta do sistema imune, que provoca dano no pulmão e leva a pessoa à morte”, explicou. O médico acrescenta que algumas doenças causam o aumento desse fator no corpo, como a diabetes. “Um diabético tem um nível de inflamação que pode aumentar as chances de a pessoa ter uma resposta muito forte contra a covid-19, o que causa complicações”, alertou.

Nicola comenta que estudos sugerem condições como hipertensão e doenças cardíacas como capazes de aumentar a produção de uma proteína na célula, que é receptora do vírus. “Devido a esse fator, a covid-19 consegue entrar mais rapidamente. É como se fosse uma fechadura em que a chave do vírus se encaixa para entrar na célula”, exemplifica.

Idade
Outro fator de risco para o novo coronavírus é a idade. No Distrito Federal, 823 pessoas — 72% do total de óbitos — tinham mais de 60 anos. O grupo etário que mais registrou mortes é o de pessoas com mais de 85 anos (181). O segundo lugar revela-se de pacientes entre 80 e 84 anos (140), e o terceiro, entre 75 e 79 (138). No total, 62 pessoas com menos de 39 anos faleceram por complicações da covid-19.

O parasitologista do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB) Jaime Santana explica que crianças, adolescentes e jovens adultos, dificilmente, têm problemas com o novo coronavírus. De acordo com ele, a covid-19 é uma doença inflamatória e, como qualquer processo desse tipo, o corpo começa a produzir substâncias para destruir o agente invasor e o ambiente onde ele está. “Essa reação natural é importante, porque passa uma informação ao sistema imune para a produção de anticorpos. É como se fosse uma vacina”, comentou.

Entretanto, segundo Jaime, quanto mais avançada a idade, mais processos inflamatórios são encontrados no corpo: as placas de gordura vão se depositando nas placas de artérias e veias, como no coração e nos pulmões. “Esse processo ocorre a partir dos 30 ou 40 anos e vai se agravando. Por exemplo, pessoas entre 70 e 80 anos têm vasos sanguíneos muito entupidos. Quando chega o coronavírus, ele provoca outra reação inflamatória no corpo humano, o que gera uma exacerbação, que pode comprometer os órgãos”, salientou.

Devido a esses riscos, o parasitologista alerta que pessoas com comorbidades devem tratar bem essas doenças. “Apenas evitar a infecção do coronavírus pode não ser o ideal, porque ela pode acontecer a qualquer minuto. As pessoas precisam se preparar e procurar atendimento médico e seguir as orientações”, aconselhou. Segundo o especialista, quanto maior o cuidado com as enfermidades preexistentes menos receptivo o paciente será ao coronavírus.

Superação
Apesar de ter diabetes e estar no grupo etário considerado de risco para o novo coronavírus, o morador da Asa Norte Joel Carreiro dos Santos, 64, superou a doença. Em 7 de maio, ele deu entrada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) com sintomas da covid-19. “Antes de receber o diagnóstico, o protocolo usado foi o do tratamento de pneumonia. Quando testei positivo, fui para a ala específica. Precisei ficar nove dias internado e de oxigênio em um deles. Graças a Deus, o meu quadro evoluiu bem e fui para a UTI (unidade de terapia intensiva)”, lembrou.

Joel conta que precisou ajudar o irmão dele, de 70 anos, também acometido pela doença. Dias depois, ele começou a sentir os sintomas. “Tive dores no corpo, perdi o apetite e, em seguida, começou a febre. O primeiro exame de coronavírus deu negativo e chegaram até a suspeitar de dengue”, contou. Apesar de ter superado a doença, Joel relata que continua tomando cuidados. “A gente não sabe se está imune, então, precisa continuar preservando a saúde. Fui muito bem tratado no hospital e agradeço a Deus por essa bênção”, ressaltou.

Risco
São doenças que podem levar ao aumento de risco de problemas cardiovasculares. Pressão alta, alterações no colesterol, triglicérides e glicemia são alguns exemplos dessa síndrome.

Cidades - Correio Braziliense


quinta-feira, 19 de março de 2020

Coronavírus: como hipertensos e cardíacos devem se cuidar? Cardiologista responde - O Globo


Médicos orientam isolamento imediato e não descontinuar tratamento com medicamentos controlados

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No Brasil, a primeira vítima do novo coronavírus — um porteiro de 62 anos, em São Paulo, tinha doenças pré-existentes, como diabetes e hipertensão. Por isso, médicos reforçam a recomendação de que esse grupo fique em casa e se isole imediatamente em caso de sinais respiratórios. O cardiologista Cláudio Domênico ressalta que evitar o contato social é a melhor medida de prevenção.

Entenda:  Diabetes aumenta risco de complicações do novo coronavírus em até três vezes

Ele alerta que os pacientes não devem, de forma alguma, interromper o uso de medicamentos conhecidos como inibidores de enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores de receptores de angiotensina (BRA), sem consultar um médico.

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Essas classes de drogas têm emprego no tratamento de insuficiência cardíaca e no controle da hipertensão. São remédios de amplo uso, como captopril, losartana e enalapril. Uma série de estudos recentes sugere que essas drogas poderiam agravar a Covid-19. Mas tanto a Sociedade Brasileira de Cardiologia quanto as demais sociedades internacionais da área não recomendam a interrupção sem prescrição.
— Esses estudos são preliminares e esses medicamentos fundamentais para o paciente cardíaco e os hipertensos de forma geral controlarem a doença. Interromper o uso agravará a condição que já têm e aumenta o risco de infarto e outros problemas graves — afirma Domênico.
Segundo ele, a aspirina também não deve ser descontinuada sem que um médico mande, a não ser em caso de dengue.

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A recomendação é que, se o paciente apresentar sinais de infecção respiratória, deve ligar para o médico para orientações. E só deve ir ao hospital se realmente tiver um quadro de agravamento de infecção respiratória, como falta de ar. Nesse caso, deve ir direto para a emergência: — Neste momento, essas pessoas têm que ficar em casa. Ir ao médico aumenta o risco de contrair o vírus. Só saia de casa se realmente tiver sinais de agravamento. Aí, a orientação é buscar a emergência — diz o médico.
Outra orientação é tomar a vacina contra a gripe. A campanha nacional começa em 23 de março. O cardiologista ressalta o cuidado em não cair na cilada das fake news:  — Fake news em saúde pode matar. Não confie no que lê nas redes sociais e grupos de Whatsapp —  destaca.

O Globo - Sociedade


quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Utilidade Pública - Excesso de sal prejudica a flora intestinal, mostra estudo

Segundo pesquisa alemã, o excesso de sódio reduz a diversidade de bactérias da flora, sendo os micro-organismos ligados ao sistema imunológico os mais afetados

Os malefícios do consumo excessivo de sal, principalmente o surgimento de problemas cardíacos, são atestados pela ciência. Uma equipe de pesquisadores da Alemanha decidiu investigar os efeitos da substância com outro foco: a flora intestinal. Em experimentos com ratos, identificaram que uma dieta rica em sódio não só reduz a quantidade de bactérias na microbiota, como propicia o surgimento de doença inflamatória e cardiovascular. Os achados foram publicados na última edição da revista britânica Nature.

Uma vez que todos comemos sal todos os dias, em cada refeição, ficamos surpresos com o fato de que ninguém ainda havia feito essa pergunta simples: o sal pode afetar os micróbios intestinais, já que ele atinge o intestino?”, conta ao Correio Dominik Muller, autor principal do estudo e pesquisador do Centro Max-Delbrück de Medicina Molecular. Para esclarecer essa dúvida, Muller e sua equipe compararam amostras fecais de ratos alimentados com uma dieta com quantidade normal de sódio e de roedores que seguiram um regime com alto teor de sódio.

Os investigadores colheram e analisaram as amostras das cobaias diariamente, durante três semanas. A partir do 14º dia, descobriram redução significativa de espécies microbianas na flora de roedores alimentados com sal em excesso. Por meio de técnicas de sequenciamento de DNA e análises computacionais, identificaram as bactérias Lactobacillus murinus, do gênero
Lactobacillus, como o grupo mais atingido. “Como esse grupo de bactérias também é conhecido por afetar o sistema imunológico, resolvemos nos aprofundar nele e desvendar os detalhes envolvidos em sua redução”, relata Muller.

Em uma nova etapa de testes com roedores, observou-se que a administração de Lactobacillus murinus reduziu a quantidade de células TH17, relacionadas à hipertensão, e impediu o agravamento de encefalomielite autoimune experimental, um modelo de inflamação do cérebro relacionada ao excesso de sal. “Curiosamente, descobrimos que o Lactobacillus atuou como um tipo de inibidor de TH17 em camundongos, algo que nos surpreendeu bastante”, ressalta o líder do estudo.

Na terceira fase da pesquisa, a equipe contou com a participação de um pequeno grupo de humanos nas intervenções. Dessa forma, os investigadores descobriram que o aumento da ingestão de sal reduziu a sobrevivência intestinal de múltiplas espécies de Lactobacillus, aumentou a quantidade de células TH17 e a pressão arterial.

Apesar de otimistas com os resultados, os cientistas acreditam que mais estudos com humanos são necessários a fim de comprovar a relação das bactérias Lactobacillus murinus com os problemas inflamatórios e cardiovascular. “Precisamos analisar um número maior de pacientes para confirmar essa suspeita, esse é um dos nossos planos. Realizaremos ensaios clínicos maiores, controlados com placebo, que analisarão o efeito de bactérias do gênero Lactobacillus sobre a pressão arterial e a polarização com as células TH17”, adianta Muller. “Essa função imunomoduladora pode ser interessante para tratar doenças inflamatórias, o que poderá trazer ganhos na área médica”, complementa.


Dieta
Hermes Aguiar Júnior, gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília, e membro titular da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia, avalia que a pesquisa enriquece um campo que tem sido muito estudado. “Já sabemos dos malefícios da ingestão excessiva do sal em fatores renais e no sistema nervoso, por exemplo. Mas a sua relação com a microbiota intestinal ainda não havia sido avaliada. De uma forma geral, esse é um tema que tem sido bastante explorado, pesquisas estão relacionando a causa e os possíveis tratamentos de enfermidades com a diversidade da microbiota”, explica.


O médico ressalta ainda a necessidade de estudar melhor o tema, com um número maior de pacientes, mas destaca que o artigo alemão pode ser considerado importante por mostrar mais um motivo para o consumo controlado de sal. “Sabemos que ainda é um estudo experimental, mas, ainda assim, o efeito na microbiota é mais uma razão para tirar o sal da dieta. A diversidade das bactérias é algo importante. Sabemos que alguns carboidratos complexos presentes em verduras, como o brócolis e a cenoura, são melhores para o intestino por serem mais difíceis de ingerir. Isso beneficia a flora intestinal, diferentemente de alimentos menos complexos, como a batata, o macarrão e o pão”, ensina.

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Palavra de especialista

Vasto campo a explorar

“Um estudo maior, que inclua pessoas com pressão arterial normal e alta, compare várias doses de sal e um placebo, levando, assim, a várias leituras funcionais da microbiota ao longo do tempo, é algo que aguardamos ansiosamente. A lista de doenças complexas em que a microbiota intestinal pode desempenhar um papel importante está crescendo, mas uma atenção cuidadosa aos fatores envolvidos nessa relação é necessário ao testar hipóteses. Dúvidas existentes que estudos futuros, sem dúvida, esclarecerão. Mesmo efeitos considerados ‘modestos’ atualmente são mais do que dignos de novos estudos devido ao profundo potencial para benefícios à saúde global.” 


David A. Relman,  pesquisador da Universidade de Stanford, em artigo opinativo divulgado na revista Nature

Correio Braziliense
 

 

domingo, 20 de agosto de 2017

UTILIDADE PÚBLICA: Colesterol, o limite mudou

Duas novidades dão maior rigor à prevenção de doenças cardíacas: a taxa do LDL tem que ser ainda menor para pacientes de risco e a perda de peso é obrigatória para todos. Não existe obesidade saudável

Duas novas medidas anunciadas na semana passada deixaram mais apertadas as metas a serem alcançadas para uma prevenção eficaz de doenças cardiovasculares. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou diretrizes segundo as quais os limites aceitáveis do colesterol ruim, o LDL, devem ser ainda mais baixos para pessoas de alto e altíssimo risco. O LDL é nocivo porque entope as artérias, contribuindo para a ocorrência de infarto ou de acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com a entidade brasileira, indivíduos de alto risco são aqueles que apresentam mais de um fator de risco para essas doenças. Entre eles, hipertensão, diabetes e obesidade. Os pacientes de altíssimo risco já tiveram um desses eventos e/ou foram submetidos à colocação de pontes de safena ou de stents (artefato que mantém a artéria aberta).

Até agora, a taxa ideal de LDL para o primeiro grupo era de 100 mg/dL. O limite passou a ser de até 70 mg/dL. Nesses pacientes, o risco de morte por doença cardiovascular em dez anos supera os 20% (homens) e os 10% para mulheres. A nova recomendação para os indivíduos com maior chance de sofrerem algum problema é de LDL de no máximo 50 mg/dL. Antes, admitia-se uma concentração de até 70 mg/dL. Entre esse grupo, a probabilidade de morte nos próximos dez anos supera os 20% para ambos os sexos.

O rigor no controle do LDL nos casos de maior vulnerabilidade obedece a uma tendência mundial. “É preciso ser mais agressivo no trabalho de prevenção voltado para as pessoas de maior risco”, afirma o cardiologista Raul Dias dos Santos Filho, diretor científico da SBC e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Nos Estados Unidos, eles são ainda mais rigorosos.”  A mudança vem ancorada em evidências científicas recentes de que a redução nos níveis de LDL oferece benefícios importantes. Pacientes de altíssimo risco que chegam na marca dos 50 mg/dL manifestam uma diminuição de 15% na chance de serem vítimas de um novo evento cardiovascular ou de morrer.


A outra novidade na área da prevenção veio da Inglaterra. Um trabalho do Imperial College London e da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, derrubou o mito de que existe obesidade saudável. Segundo os cientistas, pessoas acima do peso com índices normais de colesterol, pressão arterial e de açúcar no sangue apresentam 28% mais chance de manifestar alguma doença cardíaca em comparação a um indivíduo no peso certo. Durante muito tempo, correu no meio científico a ideia de que era possível alguém ser obeso e, apesar disso, ser saudável. “Nossa pesquisa mostra que esse conceito não existe”, disse Ionna Tzoulaki, uma das coordenadoras do artigo, publicado na última edição do European Heart Journal.

VALE O ESFORÇO
O levantamento é o mais extenso feito até hoje sobre o tema. Os pesquisadores usaram os dados de 500 mil pessoas, de dez países europeus, acompanhados por doze anos. Após o período, 7,6 mil participantes tiveram algum problema cardíaco. A obesidade apareceu como uma ameaça importante, tendo elevado, sozinha, a chance de ocorrência dos eventos. “Se um paciente está com sobrepeso ou obeso, todos os esforços devem ser feitos para que ele volte ao peso saudável”, completou Camille Lassale, líder do trabalho. Isso é importante não só para minimizar os riscos cardíacos. “A obesidade eleva o risco para outras doenças, como o câncer e as dificuldades articulares”, explica a médica Maria Edna de Melo, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

NOVAS METAS
As taxas de colesterol ruim (LDL) aceitáveis segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia agora são:

• Até 130 mg/dL para pessoas de BAIXO RISCO (não apresentam fator de risco para doenças cardíacas)
• Até 100 mg/dL para indivíduos com MÉDIO RISCO (manifestam apenas um fator de risco)
• Até 70mg/dL para pacientes de ALTO RISCO (têm mais de um fator de risco)
• Até 50 mg/dL para indivíduos com ALTÍSSIMO RISCO (já tiveram infarto, AVC, colocação de ponte de safena ou stent)


O PERIGO DA BALANÇA
Pessoas acima do peso têm 28% maior chance de sofrer um infarto mesmo se apresentarem índices normais de pressão arterial, colesterol e açúcar no sangue

 Fonte: Cilene Pereira - Isto É


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Dirceu admite que o comportamento de Lula ao abandoná-lo segue o adotado pelos ratos quando o navio começa a afundar: abandonar a embarcação



Ressentido, Dirceu sente abandono até de Lula
Ex-ministro fica sem defesa do PT e se queixa da falta de apoio público. Mesmo assim, amigos garantem que não há hipótese de delação premiada
Dias antes de ser preso na 17ª fase da Operação Lava-Jato, o ex-ministro José Dirceu, de 69 anos, se mostrava vencido. Ligava para a família pedindo que o visitassem porque poderia “ser preso a qualquer hora”. Na semana que antecedeu a prisão, em conversa com amigos, chegou a calcular que ficaria preso por pelo menos “seis ou oito meses”. A tensão resultou em uma crise de hipertensão, com pico de pressão arterial de 19 por 12 (o normal é 12 por 8).

Nos últimos tempos, Dirceu se mostrava ressentido com lideranças do PT, sobretudo com Lula, com quem não fala desde antes de sua condenação no mensalão. Queixava-se da falta de apoio público por parte da cúpula do partido. Como esperava, sua defesa não foi feita, mais uma vez, na reunião de terça-feira da Executiva Nacional do PT. Desde que começou a cumprir pena, ele deixou de participar dos destinos políticos do partido e pouco foi visitado pelos “companheiros”. Em março deste ano, seu almoço de aniversário, antes marcado pela presença de políticos de todos os calibres, contou com poucas pessoas e nenhum figurão da legenda.

Há tempos a base de apoio de Dirceu deixou de ser sua corrente interna do partido, a Construindo Um Novo Brasil, e passou a ser o “setorial” da juventude. São esses jovens que organizam manifestações de apoio e gritam, em eventos petistas, “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”. O grito de guerra, no entanto, não foi entoado no último congresso nacional do partido, em junho passado. E a julgar pela reação dos petistas depois da revelação das evidências de que o ex-ministro teria recebido benesses pessoais como uma milionária reforma em sua casa e o aluguel de um jato particular talvez não volte a ser ouvido tão cedo. 

Integrantes do partido dizem que a suspeita de ter usado um esquema de corrupção para “enriquecimento pessoal” feriu a sensibilidade dos militantes.

CONTABILIDADE FICAVA POR CONTA DO IRMÃO
Mesmo com o faturamento de quase R$ 40 milhões de sua empresa, a JD, Dirceu nega ter enriquecido e diz ter dívidas de R$ 3 milhõesacumuladas com a defesa em processos e as atividades políticas. Em conversas com amigos antes da prisão, Dirceu admitiu erros: deixar que a Jamp, do operador Milton Pascowitch, pagasse suas despesas diretamente e pedir pagamentos adiantados, operação típica de lavagem de dinheiro.

Segundo amigos, até recentemente ele não sabia como a questão financeira era gerida. A contabilidade ficava por conta do irmão Luiz Eduardo, também preso. Luiz Eduardo foi escolhido justamente por características que agora podem complicar Dirceu: é um sujeito simples, completou só o ensino médio, nunca teve relação com a política ou vida pública e pode não saber como responder aos investigadores. De antemão, Dirceu acredita que será condenado. E diz lamentar não ter mais 50 anos para ter tempo de cumprir a pena e tentar redimir a biografia. Segundo amigos, não há hipótese de que ele aceite delação premiada.

O ex-ministro sustenta que o dinheiro que recebeu não era propina, mas resultado do trabalho como consultor internacional. Diz que valores recebidos enquanto preso vinham de taxas de sucesso dos negócios que intermediava. E afirma que o jatinho à sua disposição não era luxo, mas necessidade — ele quase apanhou algumas vezes em saguões de aeroportos pelo Brasil. A despeito do ostracismo no partido, fazia sempre um diagnóstico de política, assunto do qual declinava apenas para assistir ao desenho “Peppa Pig” com a filha Maria Antonia, de cinco anos.

Fonte: O Globo



segunda-feira, 1 de junho de 2015

Tragédia na Saúde Pública do DF

Três mulheres morrem no Distrito Federal contaminadas por superbactéria

Outros oito pacientes estão internados após contaminação; Secretaria de Saúde descarta surto

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou nesta segunda-feira que oito pacientes estão contaminados com superbactéria. Cinco deles, estão internados no Hospital de Taguatinga (HRT) com enterococo e outros três no Hospital Regional do Guará (HRG). 
 
No último domingo, três mulheres que morreram no HRT também estavam infectadas, e em uma delas foi detectada a bactéria do tipo KPC. Os contaminados foram isolados em uma enfermaria especial para evitar o alastramento do contágio e o pronto-socorro do hospital, onde eles eram atendidos, foi interditado. Todos os pacientes são idosos. A primeira vítima, de 79 anos deu entrada no hospital por conta de uma fratura no fêmur e as complicações da infecção da KPC contribuíram para o óbito, segundo a Secretaria de Saúde. As outras duas mulheres, de 70 e 80 anos, estavam contaminadas pelo enterococo, e tinham problemas cardiovasculares como hipertensão. Outras vinte pessoas que tiveram contato com a primeira paciente a apresentar a bactéria passaram por exames e foram liberadas depois que o teste deu negativo. 
  Desde a última quinta-feira, quando um exame de sangue acusou a presença de bactéria no sangue de uma das doentes, os atendimentos no pronto-socorro foram suspensos. Quem procurava a emergência do HRT tinha de buscar tratamento em hospitais de cidades próximas, já que as alas de ortopedia, cardiologia e clínica médica também foram isoladas, pois ficavam perto do pronto-socorro. Agora, todo o setor de emergência, que atende a cerca de 400 pessoas por dia, passa por uma limpeza para desinfecção e só deve ser reaberto para a população nesta terça-feira. 

A coordenadora de infectologia da Secretaria de Saúde do DF, Maria de Lordes Lopes, afirma que o uso exacerbado de antibióticos favorece que as bactérias da própria flora corporal desenvolvam resistência a esses medicamentos. Os hospitais seriam os principais locais de contaminação, que ocorre por meio do contato físico. A especialista descartou a possibilidade de surto, mas reconheceu que a proliferação é endêmica.— Não estamos vivendo surto. Em todos os hospitais temos uma situação endêmica: há endemia de KPC e casos pontuais de enterococos, que adquiriu resistência aos medicamentos. 

Os três pacientes internados no Hospital do Guará também estão em leitos isolados. Apesar de não terem desenvolvido a infecção, os testes mostraram que eles têm um outro tipo de superbactéria, a ahietobacterea. Ainda não há previsão de alta para nenhum dos pacientes isolados nos dois hospitais. 

No ano passado, no Hospital Materno de Brasília (HMIB), três bebês foram isolados na UTI neonatal pois foi havia sido detectada a presença de KPC.