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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

As prisões não param, mas a repercussão já fez Lula mudar o discurso - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - Vozes

Vandalismo em Brasília



Manifestantes detidos na Academia Nacional de Polícia em Brasília. -  Foto: Reprodução/ Redes sociais


Pelas regras do visto norte-americano, quem entra nos EUA com passaporte diplomático, como foi o caso do ex-presidente Bolsonaro, e depois perde o direito a esse passaporte diplomático porque já não exerce mais a função pública só pode ficar no país por mais 30 dias. Isso quer dizer que seu visto diplomático vence antes do fim de janeiro; se quiser permanecer nos EUA depois disso, Bolsonaro precisará de outro visto, como um de turista.

A última informação que tenho é a de que ele já está saindo do hospital, pois teve uma melhora. Mas ele tem de tomar cuidado com os excessos gastronômicos, porque seus intestinos têm aderências, como resultado de sete cirurgias, além da facada. Mexeram demais nos intestinos dele e Bolsonaro vai carregar isso para o resto da vida: a sequela da facada de um seguidor do PSol, que dizem ter agido sozinho, o que é impossível, já que naquele dia o nome de Adélio Bispo estava na Câmara, algum deputado autorizou uma entrada fictícia para servir de álibi; depois ainda apareceram advogados que certamente alguém chamou.

Prisão generalizada não está pegando bem e já virou notícia no exterior
Alexandre de Moraes continua prendendo. Agora, prendeu um ex-comandante da PM, um coronel, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres que não tinha nem reassumido a Secretaria de Segurança do Distrito Federal –, como se fosse responsável pelo que aconteceu. Enquanto isso, senadores estão se unindo para convocar o ministro da Justiça, para que ele explique por que não houve reação, uma vez que todos os órgãos de segurança pública tinham a informação sobre o que haveria no domingo.
 
Em consequência dos acontecimentos de domingo, houve prisão preventiva de quatro pessoas; muitos dos manifestantes pacíficos já apontavam um homem e uma mulher como principais organizadores da facção extremista que queria arrombar e quebrar tudo – queria e conseguiu, porque teve uns 300 seguidores. Na hora em que fiz essa gravação havia 277 presos, e houve prisão indiscriminada de famílias, idosos, crianças e mães que estavam desmanchando o acampamento na frente do QG do Exército.  
Botaram todo mundo em ônibus, como lá na Alemanha se punha judeu em vagão, e levaram para um campo de concentração, que foi o ginásio da Academia da Polícia Federal
Eram 1,5 mil pessoas lá dentro, imagine se alguém lá tem Covid... 
 
Pessoas reclamando de falta d’água, de comida e outros inconvenientes. 
Gente passando mal, tendo pouca assistência médica, mas eu não vi aparecer o ministro de Direitos Humanos.[ele tem coisa mais importante a fazer = humanizar as cadeias, tornando mais fácil e confortável a vida dos bandidos.] Depois, foram liberadas 599 pessoas por serem idosos ou mães de crianças pequenas; para vermos como tinha muita gente desse perfil. Mas ainda ficaram lá detidos outros 527, decerto à espera de alguma triagem. Mais 277 estão presos temporariamente, além desses quatro com prisão preventiva, para preservar a ordem pública.
 
As prisões foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, mas caíram no colo do presidente Lula. Ele pegou o limão de domingo, fez uma limonada na segunda-feira com esse encontro com governadores, chefes de poder político e ministros do Supremo, mas ficou algo muito grave, que é esse campo de concentração.  
Na terça-feira, ele fez uma declaração em que se podia ver que ele sentiu o impacto, pois isso é notícia que está no exterior e falam até da Convenção de Genebra, que se aplica a prisioneiros de guerra
Lula disse que certamente a maioria dos manifestantes de direita é de pessoas pacíficas, de boa consciência, de boa índole, que não devem ter concordado com os extremistas que fizeram as invasões, o quebra-quebra, etc.

Domingo não houve terrorismo, houve baderna
O nome disso que aconteceu é baderna
; eu ensinaria aos meus alunos de Jornalismo, no tempo que eu lecionei, que terrorismo é outra coisa, não é o que a mídia está dizendo.
Eu cobri terrorismo no Líbano, em Paris, no Chile, na Argentina, em Angola e na África do Sul; sei que é terrorismo, e domingo não houve terrorismo. 

O que houve foi baderna, causada por baderneiros extremistas como aqueles que já quebraram tudo na Câmara em 2006, ou os que jogaram bombas que acabaram matando um cinegrafista da Band. Isso é baderna, e é preciso descobrir aqueles que promoveram a baderna e puni-los exemplarmente. 

O problema é que os outros, que não tiveram nada a ver com isso e queriam fazer apenas uma manifestação lá na frente da Praça dos Três Poderes, acabaram envolvidos.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Uma aventura insólita na Coreia do Norte


No país isolado, turistas seguem regras rígidas, e presença do Estado é forte no dia a dia dos cidadãos

[não pode ser esquecido que maus brasileiros - incluindo Dilma Rousseff, Zé Dirceu, Genoíno, Pimentel - pretendiam transformar o nosso Brasil em um misto de Coreia do Norte e Cuba.
FRACASSARAM. Graças a coragem dos brasileiros do BEM, especialmente os militares, que estabeleceram em 1964 o Governo Militar e sem vacilar cumpriram com o DEVER e derrotaram a corja de traidores.
Entre estes brasileiros, verdadeiros HERÓIS, figura o nome do coronel Carlos Alberto Brilhante USTRA.]
Um barulho alto mas não histérico, como uma espécie de sirene afônica, me acordou antes das 7h. Em qualquer outro hotel do mundo, eu teria ligado para a portaria, com mais curiosidade do que apreensão, para saber do que se tratava; mas eu estava no Yangakddo, no coração de Pyongyang — e, na Coreia do Norte, qualquer barulho fora do normal ativa sinais de alarme. Abri a porta do quarto — tudo parecia tranquilo no corredor. O vizinho do lado também pôs a cara para fora. Esperamos para ver o que acontecia, mas depois de alguns minutos o barulho diminuiu. Quando acabou, sem que nada de excepcional houvesse ocorrido, nos despedimos como velhos amigos e voltamos cada qual para a sua toca, para dormir os últimos momentos de um dia que prometia ser cheio.


Smartphone limitado. Militar checa o telefone: o país tem - Picasa / Cora Ronai

ÁRDUO TRABALHO DE OBTER VISTO
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Dez de outubro é o aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores, e a septuagésima comemoração da data seria feita em grande estilo. Haveria uma gigantesca parada militar, festas populares, um show inédito nas águas do Taedong. Desde o dia anterior, grupos de crianças e adultos ensaiavam movimentos coreografados nas praças pelas quais passávamos. Excepcionalmente, a cidade estava cheia de estrangeiros, vários deles jornalistas, convidados pelo governo para os festejos. Não era o meu caso: eu era apenas uma turista em férias.
 
Chegar à Coreia do Norte é relativamente fácil para a maioria dos viajantes, mas quase impossível para sul-coreanos e jornalistas. O visto é obtido pela internet através da meia dúzia de agências que organizam viagens ao país, mas todas avisam, de saída, que não atendem a jornalistas. Mandei muitos e-mails para cá e para lá até convencer a Koryo Tours a abrir exceção para uma colunista de tecnologia que, às vezes, atua como cronista de viagens. No fim consegui o visto como travel writer, mas para isso precisei me comprometer a falar apenas da minha experiência como turista, e a manter meu texto dentro de linhas gerais mais ou menos bem comportadas.

A Coreia do Norte se preparou com esmero para receber as visitas. Todos os edifícios de Pyongyang, e todos os prédios e casas das estradas pelas quais fomos autorizados a passar, receberam uma mão de tinta. Na capital, centenas de árvores foram plantadas nas ruas, novos parques foram criados e uma loja de departamentos e um bateau mouche foram inaugurados pelo comandante supremo Kim Jong-un. Ficamos sabendo disso ainda no avião da Koryo Air através do “Pyongyang Times", jornal em língua inglesa para visitantes.

A viagem para a Coreia do Norte é ao mesmo tempo curiosa e frustrante. O turista tem acesso, afinal, a um país sobre o qual pouquíssimo se sabe, e vive, em primeira mão, experiências relativamente raras num mundo em que cada vez mais gente disputa as mesmíssimas vistas e selfies. Por outro lado, nenhuma viagem é tão controlada e vigiada.

Quem acha que chegando a Pyongyang vai desvendar o mistério norte-coreano e descobrir toda a verdade sobre o país engana-se redondamente. Ainda em Pequim, recebemos instruções minuciosas sobre o que fazer e, sobretudo, sobre o que não fazer — não fotografar nada que não seja expressamente permitido, por exemplo, é uma instrução várias vezes repetida. Os grupos de turistas, em geral entre 15 e 20 pessoas, ficam sob vigilância constante: não é possível nem ir ao banheiro sem um guia atrás. A primeira consequência disso é que passamos a desconfiar de tudo o que nos é mostrado, e lendas urbanas acabam colorindo a realidade mais prosaica. 
 Turistas seguem regras rígidas no país - Picasa / Agência O Globo
O dia da grande parada foi uma aula de campo sobre os meandros da misteriosa burocracia do regime. Saímos do hotel sem destino certo e sem saber se poderíamos ou não assistir ao desfile; nossa sorte dependia de telefonemas aflitos que os guias davam e recebiam. Mas nem eles sabiam com certeza a que horas começaria o espetáculo. O dia amanhecera chuvoso, e as autoridades estavam esperando o tempo melhorar. 

Fomos levados a uma exposição de flores e a um parque aquático, demos voltas intermináveis de ônibus e, no fim, passamos a tarde em pé, enregelados, numa esquina por onde passaria a dispersão, junto com todos os outros 300 turistas que estavam na cidade. Do outro lado, uma multidão de coreanos esperava também. Já era noite fechada quando, enfim, os primeiros tanques apareceram no horizonte.

‘SIRENE’ ERA APENAS ÁGUA NOS CANOS
Durante mais de uma hora, a terra tremeu sob os nossos pés, enquanto uma banda tocava e o cheiro da fumaça do escapamento das máquinas empesteava o ar. Para quem esperava ver a maior parada militar do mundo, foi uma decepção só; mas o que vimos foi, apesar de tudo, uma cena única, que rendeu lembranças inusitadas e belas fotos.

Mais tarde, de volta ao Yangakddo, um funcionário nos explicou o que havia sido a estranha sirene que nos acordara pela manhã. Era a água correndo pelos velhos canos do hotel, reclamando de tantos turistas tomando banho ao mesmo tempo.

Por:  Cora Rónai - O Globo