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quinta-feira, 2 de abril de 2020

Coreia do Norte insiste que não tem nenhum caso de coronavírus

O país isolado tomou rápidas medidas ao fechar as fronteiras em janeiro e adotar um rígido confinamento

A Coreia do Norte continua sem registrar nenhum caso de coronavírus, reiterou o regime de Pyongyang, apesar do crescente ceticismo do mundo, no momento em que a pandemia já afeta quase um milhão de pessoas.  O país isolado, que desenvolveu armamento nuclear, fechou rapidamente as fronteiras em janeiro, quando o vírus foi detectado na vizinha China, e adotou rígidas medidas de confinamento.

[Difícil acreditar no que diz a Coreia do Norte - é um país comunista e a mentira e o comunismo se completam;
Apesar de parecer mentira, tudo é possível. 
Vejamos:
- há alguns países que ainda não registraram o vírus;
- a Coreia do Norte é o país mais fechado do mundo - vive sob um permanente e rígido confinamento - e sob o tacão de uma ditadura tirânica (a maioria das ditaduras são tirânicas, mas as comunistas estão entre as 'piores das piores').

Não seria surpresa se o Kim Jong Un, ao decretar o 'confinamento do confinamento', estabelecesse que qualquer cidadão violador das regras fosse sumariamente executado, pena estendida aos seus familiares - os maiores absurdos, cometidos pela Coreia do Norte, são sempre apoiados, por omissão, pela ONU.

A possível imunidade dos norte-coreanos ao coronavírus e à Covid-19, corrobora o que já sabemos:
- Democracia é prejudicial ao combate à pandemia - Itália, Espanha, Estados Unidos confirmam.
Tem coisa pior a uma 'guerra' em que medidas excepcionais precisam ser promulgadas pelo presidente da República e o Congresso Nacional e o Poder Judiciário impedem?
Não será surpresa se qualquer dias destes uma suprema decisão proibir o presidente Bolsonaro de pensar em governar.]

Pak Myong Su, diretor do departamento que luta contra as epidemias, insistiu que os esforços deram resultado.  "Até o momento, nenhuma pessoa foi infectada com o novo coronavírus no país", declarou Pak à AFP.  "Adotamos medidas preventivas e científicas como inspeções e quarentenas para todas as pessoas que chegavam ao país, desinfetamos os produtos e fechamos as fronteiras e bloqueamos todas as rotas marítimas e aéreas".

Praticamente todos os países do mundo registraram algum caso do novo coronavírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na quarta-feira que quase um milhão de pessoas contraíram o vírus. Além da China, epicentro do coronavírus, a Coreia do Sul registrou um dos piores focos da pandemia, que já matou mais de 45 mil pessoas no mundo.

De acordo com especialistas, o norte da península coreana é particularmente vulnerável ao vírus devido a seu frágil sistema de saúde. Os desertores acusam as autoridades de ocultar um surto da doença. O comandante militar americano na Coreia do Sul, general Robert Abrams, declarou no mês passado que tinha "praticamente certeza" de que o Norte registrava casos do vírus. Em fevereiro, o ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou que enviou a Pyongyang 1.500 kits de diagnóstico após um pedido, dado "o risco existente do Covid-19".

A OMS pretende destinar 900 mil dólares para ajudar Pyongyang a responder ao coronavírus, informou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).

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Correio Braziliense


quarta-feira, 26 de junho de 2019

O autódromo da decadência

Wilson Witzel (Harvard Fake '15) quer um autódromo para o Rio, mas a cidade precisa de outras coisas

Poucas questões refletem a decadência das administrações públicas nacionais como a crueldade embutida no projeto de construção de um autódromo no Rio de Janeiro. A ela associou-se o presidente Jair Bolsonaro. Ganha um fim de semana em Caracas quem for capaz de dizer que o Rio, falido, violento, com escolas e hospitais em pandarecos, precisa disso. Criou-se até mesmo uma hipotética disputa com São Paulo, como se as corridas de automóveis tivessem grande utilidade. Começando pela história do autódromo de Interlagos, é bom lembrar que o nome da região foi associado a um ambicioso projeto imobiliário dos anos 20 do século passado. O empreendimento ruiu e a conta foi para a Viúva. O que deveria ser um bairro ajardinado virou um autódromo murado. Encravado numa região populosa, ele é um pouco menor que o aterro do Flamengo.

Enquanto o Rio deve a Carlos Lacerda e a Lota de Macedo Soares a transformação de pistas para automóveis numa joia da cidade, São Paulo ganhou uma cicatriz da privataria. A ideia de transformar Interlagos num parque renasce a cada dez anos, mas acaba travada pelos interesse sombrios que se movem em torno da corrida. Se o Grande Prêmio de Fórmula 1 for para o Rio, ou para Pyongyang, a cidade de São Paulo ganhará um jardim público facilmente financiável. São Paulo também não precisa da Fórmula 1. A Parada Gay, a Marcha para Jesus e a Virada Cultural atraem muito mais visitantes, com maior participação popular e valor cultural.

Fica então uma pergunta: o Rio precisa do autódromo? Se precisasse, não teriam demolido o que existiu até 2012. Argumentando-se que voltou a precisar para receber a corrida de automóveis, cria-se um caso clássico de rabo abanando o cachorro. A cidade teve os jogos da Copa, com a roubalheira da reforma e privatização do Maracanã. Logo depois, veio a fantasia da Olimpíada. A vila dos atletas está encalhada. As arenas e o parque aquático têm menos visitantes e atividades que as ruínas romanas das Termas do imperador Caracala.

O Rio fez sua Olimpíada na Barra da Tijuca e para lá estendeu uma linha de metrô. Quatro anos antes, Londres fizera a sua. Exagerando, as grandes obras dos ingleses foram para as cercanias de um bairro parecido com as terras da Baixada Fluminense (sem tiros) e para lá levou-se o metrô. Criou-se uma nova região, bonita e vibrante. Seu shopping center tem mais movimento que qualquer similar do Rio ou de São Paulo. A Olimpíada de Londres legou progresso, a do Rio sacralizou o atraso. Não é à toa que dois governadores estão na cadeia, onde passou uns dias o presidente do comitê dos Jogos. Já o prefeito maravilha perdeu a eleição do ano passado. Foi derrotado pelo juiz Wilson Witzel (Harvard Fake '15). Afora sair por aí dizendo que quer matar gente, sua ideia mais pomposa veio a ser a da construção do autódromo. Evidentemente, o custo seria coberto pela iniciativa privada. Conta outra.

A ideia de dar pão e circo ao povo foi coisa dos imperadores romanos à época em que a cidade controlava o mundo. Roma teve césares doidos, mas nenhum deles acreditou nisso quando o tesouro não tinha como pagar suas contas.
 
 
 

domingo, 17 de junho de 2018

Que tal fazer turismo na Coreia do Norte?

A ditadura de Kim Jong-un quer aumentar de 20.000 para 1 milhão o número turistas estrangeiros por ano no país

O governo do país mais fechado do mundo aposta, ironicamente, no turismo para atrair moeda forte. As lojas estatais da Coreia do Norte que atendem turistas aceitam yuans (o dinheiro chinês), dólares e euros. Os funcionários já sabem as taxas de conversão de cabeça e dão troco em moeda estrangeira. Vinte agências estatais fazem a recepção dos turistas estrangeiros e os tours. A maior delas tem oitenta funcionários.

Sete hotéis recebem os estrangeiros em Pyongyang. Para a produção da reportagem de capa desta semana, VEJA ficou no Yanggakdo (“Chifre de Carneiro”), o maior e mais “luxuoso” deles, que equivaleria a um três estrelas no Brasil. Lá o estudante americano Otto Warmbier, de 23 anos, que visitava o país como turista, foi acusado de “invadir” um andar reservado aos norte-coreanos e “roubar” um cartaz de propaganda do partido, em janeiro de 2016. Condenado a 15 anos de prisão e trabalhos forçados, ele foi torturado até entrar em coma e repatriado em junho de 2017 para os Estados Unidos, onde morreu em seguida.

A história não é um grande incentivo ao turismo, mas o governo estabeleceu a meta de aumentar de 20.000 para 1 milhão o número de visitantes estrangeiros por ano. Para isso, está terminando a construção de um arranha-céus de aço e vidro, com 105 andares, que será o Hotel Ryugyong (“Salgueiro”).

Dos atuais turistas, 90% são chineses. Os restantes são na maioria alemães, franceses, australianos e japoneses. O regime tenta equilibrar a necessidade de atrair moedas fortes com a de evitar que os estrangeiros entrem no país (ou saiam dele) com informações “perniciosas”. Ao comprar os pacotes, os turistas são avisados de que não podem levar teleobjetivas (lentes fotográficas de aproximação), publicações, símbolos americanos e qualquer conteúdo que possa ser considerado ameaçador.

É proibido fazer imagens de militares e desaconselhável fotografar pessoas de perto. Os motoristas dos ônibus se recusam a parar durante os percursos do hotel aos pontos turísticos. Pedidos para caminhar nas ruas, mesmo trajetos curtos com os guias, são recebidos com suspeição. Árvores grandes foram plantadas na beira das estradas para evitar o registro de cenas de trabalhadores rurais trabalhando com as mãos nuas, ferramentas rudimentares ou tratores obsoletos.

Na saída do país, os policiais verificam as imagens nas câmeras, computadores, cartões de memória, pen drives e discos rígidos de todos os estrangeiros. O que lhes parecer impróprio é apagado. A inspeção é mais rigorosa no aeroporto. Na estação de trem de Sinuiji, na fronteira com a China, o foco maior é nas mercadorias. Fica a dica.

Veja 
  

terça-feira, 15 de maio de 2018

Coreia do Norte suspende reunião com Sul e ameaça cancelar cúpula com Trump

Agência oficial norte-coreana cita como motivo exercícios militares entre Seul e Washington iniciados na sexta

A Coreia do Norte suspendeu abruptamente uma reunião de alto nível com a Coreia do Sul marcada para esta quarta-feira, citando como razão os exercícios militares iniciados na última sexta-feira entre militares sul-coreanos e americanos. Segundo a agência oficial de notícias norte-coreana, a KCNA, a reunião de cúpula marcada para o dia 12 de junho em Cingapura entre o ditador do país, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também estaria em risco.  "Este exercício, direcionado a nós, que está sendo realizado em toda a Coreia do Sul, é um desafio flagrante à Declaração de Panmunjom e uma provocação militar intencional que vai contra o desenvolvimento político positivo na Península Coreana", afirmou a KCNA, em referência ao documento aprovado na cúpula de 27 de abril entre Kim Jong-un e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.

Chamados de "Max Thunder", os exercícios já estavam previstos antes da cúpula intercoreana de abril, que foi a primeira em 11 anos e marcou a primeira visita de um dirigente norte-coreano ao Sul desde a divisão da península, no pós-Segunda Guerra Mundial. A Declaração de Panmunjom não faz referência à retirada das forças dos Estados Unidos da Coreia do Sul, onde Washington mantém bases militares desde a Guerra da Coreia, que terminou em 1953.

No entanto, a agência oficial norte-coreana chamou de "provocação" os exercícios militares, citando a participação de bombardeiros B-52 e jatos invisíveis aos radares.
"Os Estados Unidos também terão que empreender deliberações cuidadosas sobre o destino da planejada cúpula Coréia do Norte-EUA, à luz deste tumulto militar provocativo conduzido em conjunto com as autoridades sul-coreanas", advertiu a KCNA.
Uma porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, disse que não tinha nenhuma informação sobre a ameaça da Coreia do Norte e que o planejamento da cúpula com Trump estava de pé. A Casa Branca não comentou.  A reunião entre Norte e Sul prevista para esta quarta-feira deveria se concentrar nos planos para implementar a Declaração de Panmunjom, que, entre outros itens, prometeu que os dois países buscariam a desnuclearização completa da Península Coreana e um acordo de paz para pôr fim formalmente à Guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um armistício.

O anúncio norte-coreano causou estranheza porque no início de março, depois de um encontro com Kim Jong-un, o chefe da Segurança Nacional da Coreia do Sul, Chung Eui-yong, disse norte-coreano entendeu que exercícios militares conjuntos "rotineiros" entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos continuariam. Isso foi considerado uma importante concessão da Coreia do Norte, embora Pyongyang nunca tenha suspendido formalmente sua demanda pelo fim dos exercícios.

No último sábado, em um gesto de boa vontade antes da cúpula entre Kim e Trump, a Coreia do Norte havia informado que vai desmantelar seu local de testes nucleares entre os dias 23 e 25 de maio. O governo norte-coreano convidou a mídia internacional para testemunhar a destruição do local, mas não os inspetores técnicos, deixando especialistas em desarmamento e cientistas nucleares desconfiados sobre a eficácia da iniciativa. Nesta terça, imagens de satélite mostraram que o local já havia começado a ser desativado.

O Globo
 


domingo, 28 de janeiro de 2018

Lula tenta a velha mágica do medo da rua



Ele põe sua gente na praça, estimula bandeiras radicais e se oferece como pacificador

Desde que entrou na política, Lula mostrou-se um hábil manipulador do medo que o andar de cima tem da rua. Ele põe sua gente na praça, estimula bandeiras radicais e se oferece como pacificador. Quando os radicais passam a incomodá-lo, afasta-se deles. Essa mágica funcionou durante mais de 30 anos, mas mostrou sinais de esgotamento a partir de 2015, quando milhões de pessoas foram para a rua gritando “Fora, PT!”. Ele quis reagir mobilizando o que supunha ser seu povo, mas faltou plateia.

Agora o mágico reapresentou o truque. Ele informa que não tem “razão para respeitar” a decisão do TRF-4. Sabe-se lá o que isso quer dizer. Se é uma zanga pessoal, tudo bem. Pode ser bravata, pois ele cancelou a viagem à Etiópia e entregou o passaporte à polícia. Isso é coisa de quem respeita juízes.  Enquanto Lula é vago em suas ameaças, João Pedro Stédile, do MST, é mais direto: “Aqui vai o recado para a dona Polícia Federal e para a Justiça: não pensem que vocês mandam no país. Nós, dos movimentos populares, não aceitaremos de forma nenhuma que o nosso companheiro Lula seja preso”. A ver. [os fatos atuais provam e os futuros vão corroborar que Stédile está apenas latindo, apenas  seguindo o exemplo do seu 'guru', o coisa ruim, o sentenciado Lula.

Stédile late, logo esfria quando se lembra da PM do Pará e do destino do seu ex-companheiro Zé Rainha.

Não é por excesso de confiança e sim baseado no histórico da corja lulopetista e de outros grupos de esquerda; são apenas cães que ladram.
Tem demonstração melhor do que o dado pelos revolucionários de galinheiro: Dirceu, Gleisi e Lindbergh?
Em 2015, Lula defendia a permanência de Dilma Rousseff dizendo que era um homem da paz e da democracia, mas “também sabemos brigar, sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas.” Viu-se que o temível exército de Stédile não existia. Na parolagem catastrófica da época, o presidente da CUT, Vagner Freitas, dizia que “se esse golpe passar, não haverá mais paz no país.” Houve. (A CUT remunerava seus manifestantes. Um deles, imigrante da Guiné, tinha o boné da central, mas não falava português. Estava na Avenida Paulista porque recebera R$ 30.) [além de pagar seus manifestantes a CUT ainda fornecia pão com mortadela; com a crise a o 'lanche' foi substituído por pão com margarina.
Mesmo com as finanças abaladas com o fim dos recursos fartos da roubalheira de Lula e trupe petista, a Central dos TRABALHADORES teve a cara de pau, a falta de consciência e desperdiçar quase R$ 500.000,00, com despesas de Lula e capas pretas petistas na viagem a POA na véspera do julgamento do Lula pelo TRF-4.
A CUT fretou um jato Legacy para levar Lula e bando, gastou mais de R$ 150.000,00 com despesas de hospedagem de Lula e 'nomenclatura', enquanto os babacas dos militontos penavam em barracas e ônibus.]
Nas recentes manifestações dos Trabalhadores Sem Teto em São Paulo, a via Dutra e a Marginal Pinheiros foram bloqueadas com o incêndio de pneus. 

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domingo, 21 de janeiro de 2018

Alarmes falsos de mísseis evocam clima da Guerra Fria

Desde a chegada de Trump à Casa Branca, relações entre potências aprofundaram tom beligerante e trouxeram de volta temor de ataque nuclear
Dois erros de comunicação levaram o mundo à beira de um ataque de nervos nos últimos dias. No sábado retrasado, um alarme falso, fruto de uma trapalhada que seria cômica não fosse a gravidade do episódio, espalhou o pânico ao alertar que um míssil balístico fora disparado contra o Havaí. A mensagem, divulgada nos visores dos celulares dos residentes do estado americano, e confirmada por meio de rádio, TV e alto-falantes, recomendava: “Procure abrigo imediatamente. Isto não é uma simulação”.

Segundo especialistas, um míssil lançado pela Coreia do Norte levaria entre 15 e 20 minutos para atingir o Havaí. Foi com este prazo na cabeça que os havaianos buscaram abrigo. Enquanto o pânico se disseminava, a população corria pelas ruas sem saber ao certo para onde ir, escondendo-se em banheiros, garagens e hotéis. A notícia falsa só foi corrigida 38 minutos depois. Estado americano mais próximo de Pyongyang, o Havaí reinstalou alertas e sirenes da época da Guerra Fria, além de realizar testes com a população. Mas, ao que parece, um funcionário, que acabou afastado, apertou um botão errado, causando a confusão. Isto gerou dúvidas sobre a eficiência do sistema de alerta.

Alguns dias mais tarde, na última terça-feira, foi a vez da emissora pública japonesa NHK emitir um alarme falso sobre lançamento de míssil pela Coreia do Norte. O aviso foi desmentido alguns minutos mais tarde, com um pedido formal de desculpas da emissora, mas sem uma explicação sobre como ocorreu o erro.  O pânico foi certamente amplificado pela crescente troca de ameaças entre o regime norte-coreano e os EUA. Mais do que isso, ele é um exemplo de como a política externa de Trump trouxe de volta o clima beligerante da Guerra Fria.

De fato, a chegada de Donald Trump à Casa Branca, há um ano, marcou uma guinada importante não apenas na diplomacia americana, mas igualmente nas relações internacionais entre as principais potências do planeta. Ao mover uma guerra contra o legado do seu antecessor, Barack Obama, o atual presidente americano ajudou a empurrar os EUA — e o mundo — de volta ao clima de temor de uma hecatombe nuclear.

Trump também tenta minar o acordo nuclear entre Irã e o bloco de países composto por EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Rússia e China. O tratado prevê a limitação do programa nuclear iraniano à produção de energia, sujeito à inspeção internacional, em troca da suspensão do embargo econômico contra o país persa. Os EUA querem rever o acordo e voltar a impor sanções, mas enfrentam a oposição dos aliados europeus.Trump de fato enterrou a política de soft power de Obama e colocou o país pronto para usar a força. O Pentágono, por exemplo, apresentou a Trump nos últimos dias um plano de estratégia militar que prevê o uso de armas nucleares contra ataques cibernéticos de hackers. Um retrocesso perigoso.

Editorial - O Globo


segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Coreia do Norte prepara novo lançamento de míssil, diz Coreia do Sul

Em demonstração de força, Seul simula ataque à base nuclear de Kim Jong-un

A Coreia do Sul alertou nesta segunda-feira que a Coreia do Norte prepara um novo lançamento de míssil, que poderia ser um artefato balístico intercontinental. O Ministério da Defesa de Seul vem detectando sinais sobre a provável nova ofensiva desde domingo, quando o regime de Kim Jong-un realizou o seu sexto teste nuclear. Em forte demonstração de força, o governo sul-coreano simulou um ataque à base nuclear da nação vizinha com exercícios do Exército e das Forças Aéreas. 

Seul não revelou o momento em que poderia acontecer o novo disparou de Pyongyang, mas anunciou que reforçará suas táticas de proteção militar (o escudo de defesas antimísseis THAAD) junto com Washington. Embora tenha conduzido os recentes exercícios sozinho, o Sul planeja novas manobras conjuntas com os Estados Unidos, numa tentativa de lembrar o Norte do seu poder militar, segundo autoridades.

"Muito em breve serão deslocados temporariamente outros quatro lançadores restantes, após consultas entre Coreia do Sul e Estados Unidos, para contra-atacar as crescentes ameaças nucleares e de mísseis procedentes do Norte", disse o governo sul-coreano.

Pyongyang provocou uma grande consternação na comunidade internacional no domingo ao executar o seu teste nuclear mais potente até hoje. Especialistas estimaram que a explosão tenha chegado aos 100 kiloton —  ou seja, cinco vezes mais potente do que a bomba nuclear lançada contra a cidade japonesa de Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial, que instantaneamente matou 70 mil pessoas —, além de ter provocado um terremoto de magnitude 6,3.

O regime afirmou ter testado com sucesso uma bomba de hidrogênio, cuja capacidade de destruição é muito elevada em comparação às bombas de fissão. Se confirmada a declaração, que analistas já prevêem como verdadeira, a Coreia do Norte terá alcançado um nível de tecnologia até então exclusiva de apenas cinco potências militares: EUA, Reino Unido, China, França e Rússia (à época, União Soviética) — que, atualmente, são os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Outros países, embora desenvolvam aparatos explosivos, possuem apenas bombas atômicas, e não as de hidrogênio.

ONU DEBATE MAIS SANÇÕES
Também nesta segunda-feira, o Sul disse acreditar que o Norte conseguiu miniaturizar com sucesso uma arma nuclear para o tamanho de uma ogiva. Se confirmado, isso significa que Pyongyang seria capaz de colocar disparar uma bomba nuclear, possivelmente para o território dos EUA.  A Coreia do Sul acredita que a Coreia do Norte miniaturizou com sucesso uma arma nuclear, ao tamanho de uma ogiva, declarou nesta segunda-feira o ministro da Defesa, Song Young-Moo. "Acreditamos que entra em um míssil balístico intercontinental", afirmou Song Young-Moo aos deputados no Parlamento, um dia depois do teste nuclear mais potente de Pyongyang até o momento.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas terá uma reunião de emergência nesta segunda-feira para discutir a aplicação de novas sanções contra o isolado regime de Kim Jong-un. No entanto, especialistas questionam quão efetivas novas punições podem ser, uma vez que diversas medidas semelhantes já foram tomadas antes, mas não são capazes de frear o avanço nuclear da Coreia do Norte, um regime altamente isolado na comunidade internacional e aliado à China

O presidente dos EUA, Donald Trump, cogita recorrer a uma reação militar e já pediu aos seus assessores que o informem sobre suas opções, segundo o Departamento de Defesa americano. Ontem, o Pentágono ameaçou uma resposta militar maciça às ameaças norte-coreanas, evocando seu poder de provocar "aniquilação total" do país asiático. Além disso, no domingo, levantou a possibilidade de um embargo total à Coreia do Norte: "Os Estados Unidos consideram, além de outras opções, parar todas as suas trocas comerciais com qualquer país que faça negócios com a Coreia do Norte", disse Trump pelo seu Twitter.


Em 4 de julho, Dia da Independência dos EUA, Pyongang lançou o seu primeiro míssil balístico intercontinental. O projétil Hwasong-14 aterrissou na Zona Econômica do Mar do Leste no Japão, após sobrevoar 933 km por quase 40 minutos. Segundo especialistas, o artefato poderia atingir o Alasca. A Coreia do Norte, por sua vez, anunciou que poderia inserir uma bomba de hidrogênio na sua ogiva. Após 24 dias, o regime disparou mais um míssil balístico intercontinental.

Além disso, no início de agosto, após o Conselho de Segurança da ONU ter decidido, por unanimidade, ampliar as sanções à Coreia do Norte, Pyongyang afirmou que revisava planos de atacar alvos militares em Guam, um território dos Estados Unidos na Micronésia que abriga bases da Marinha, Guarda Costeira e Força Aérea americanas. As ameaças levaram Trump a ameaçar responder às provocações com "fogo e fúria" jamais vistas pelo mundo.

Fonte: O Globo


domingo, 3 de setembro de 2017

O novo Hitler?

Felizmente, o ditador norte-coreano Kim Jong-un não é tão perigoso quanto o líder nazista – mas já é capaz de provocar estragos de dimensões globais

Numa manhã de céu aberto do verão nipônico, milhões de japoneses acordaram sob o som de alarmes de bombardeios. A cena fez lembrar a 2ª Guerra Mundial, mas ocorreu às 6 horas de terça-feira 29, horário local. “Lançamento de míssil. Lançamento de míssil. Um míssil foi disparado pela Coreia do Norte. Encaminhem-se a prédios resistentes ou porões”, dizia o alerta emitido pelo governo a 12 prefeituras da ilha de Hokkaido, norte do País, e divulgado em rádios, TVs, celulares e alto-falantes. O projétil passou sobre a região minutos depois, caindo nas águas do Pacífico. Os moradores foram pegos de surpresa, porém é possível que eles se acostumem à infeliz situação. Isso porque o responsável pelo foguete é Kim Jong-un, o excêntrico ditador norte-coreano que vem aumentando mais e mais suas apostas – e já é comparado com os líderes mais infames da história. “A ação imprudente de lançar um míssil sobre o Japão é uma ameaça séria, grave e sem precedentes”, afirmou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.



MILITARISMO Demonstração de força na capital Pyongyang (Crédito: AFP PHOTO)

Essa foi a mais recente demonstração de força da Coreia do Norte, e também a mais preocupante. Desde que subiu ao poder, em 2011, Kim realizou mais de 80 testes balísticos. Em julho, o país lançou um míssil com capacidade de alcançar os Estados Unidos. É raro que o regime de Pyongyang dispare foguetes sobre o Japão. Nas duas ocasiões em que isso ocorreu, em 1998 e 2009, foi alegado que eles carregavam satélites. 

Dessa vez, nenhuma explicação foi dada. O míssil Hwasong-12 não é o mais potente dos coreanos, mas foi lançado numa trajetória mais realista do que os anteriores (que eram disparados para o alto, ao invés de para frente). Também é simbólico que o projétil tenha sido atirado na direção dos EUA, considerado seu principal inimigo. “A Coreia do Norte não deve desistir de seu programa nuclear e balístico”, diz Gary Samore, diretor-executivo do Centro de Relações Internacionais da Universidade de Harvard, além de chefe de programas para armas atômicas das administrações Clinton e Obama. “É possível conseguir acordos menores, mas Kim Jong-un não parece estar interessado num tratado nesse momento.”

O autoritário Kim já se encontra no rol de lideranças extravagantes que, na busca de sonhos megalomaníacos, causam desastres à humanidade. Felizmente, não está no mesmo nível do mais perigoso deles, Adolf Hitler – mas já é capaz de provocar desgraças globais. Se a guerra estourasse (o que certamente envolveria as Coreias, os EUA e possivelmente o Japão) 1 milhão de vidas seriam perdidas, segundo os cálculos mais conservadores. A produção tecnológica mundial sofreria um abalo. Donos de celulares Samsung, cuja sede fica em Seul, por exemplo, ficariam sem novos aparelhos por bastante tempo. As consequências indiretas são imprevisíveis. “A Índia fez suas reformas liberalizantes nos anos 90 por conta da subida do preço do petróleo provocada por Saddam Hussein”, afirma Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo. “Kim Jong-un não é um Hitler, mas pode causar mais prejuízos que Saddam.”

Apesar de escalar rapidamente, o conflito é evitável. O presidente americano Donald Trump disse que faria chover “fogo e fúria” sobre a Coreia, mas amenizou o tom depois da semana passada. O regime de Pyongyang quer mostrar que late alto, mas ainda não deu indicações de que morde. O mais provável é que se trate de uma estratégia para não acabar apeado do poder como outras lideranças ditatoriais subservientes à comunidade internacional, como o líbio Muammar Gaddafi. “Nenhum dos lados quer a guerra”, afirma Samore. “Para a Coreia um conflito seria fatal e para os EUA custaria um alto preço em vidas e propriedades. Assim, ambos se engajam em retórica belicosa para intimidar o outro – mas ninguém fala sério em usar força militar a não ser que sejam atacados.”
 
Informação por balão
Uma iniciativa curiosa vem ajudando milhares de norte-coreanos a se libertarem do controle obscurantista do regime de Kim Jong-un. Trata-se da campanha promovida pela organização Human Rights Foundation que contrabandeia pen drives repletos de informação para dentro do País, o mais fechado do mundo. Os dispositivos – recheados com páginas da Wikipédia, cenas da vida em outras nações e filmes de Hollywood – atravessam as fronteiras por drones ou balões. Lá, são coletados por aliados escondidos e distribuídos à população. A ideia é que o conhecimento faça com que as pessoas rejeitem a ditadura e implodam o governo por dentro.

Fonte: Isto É


terça-feira, 1 de agosto de 2017

Como seria uma guerra com a Coreia do Norte?

Na península da Coreia, já houve uma guerra. Foi em 1950, quando o então líder norte-coreano, Kim Il-sung (o avô do atual mandatário Kim Jong-un) decidiu invadir seu vizinho do Sul.  Os Estados Unidos intervieram para conter a invasão e o conflito, que durou três anos e causou muitas mortes e muito prejuízo material. Hoje, mais de seis décadas depois, as tensões na península estão mais fortes do que nunca. King Jong-um continua desafiando a comunidade internacional com seus testes nucleares. 
O exército da Coreia do Norte é o quarto maior do mundo 
Na última sexta-feira, o país fez mais um deles com um míssil balístico intercontinental, que "viajou" por cerca de 45 minutos e caiu em águas da zona econômica exclusiva do Japão, a menos de 200 milhas náuticas da costa.  No início deste mês, o governo norte-coreano declarou que havia lançado com sucesso um míssil balístico intercontinental capaz de chegar ao Alasca.  O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu que existe a possibilidade de um "grande, enorme conflito" com a Coreia do Norte.  Como seria hoje em dia um confronto na península quando as maiores potências nucleares do planeta têm interesse na região. 

A primeira invasão
A guerra coreana começou em 1950, quando as então superpotências, Estados Unidos e União Soviética, passaram a "dividir" o mundo após a Segunda Guerra Mundial.  Os soviéticos haviam ficado com o controle da parte norte da península, e os americanos com a parte sul. 

No dia 25 de junho, a Coreia do Norte, apoiada pela União Soviética e pela China, invadiu a Coreia do Sul. E imediatamente os Estados Unidos enviaram suas forças militares para ajudar o país a combater a "invasão dos comunistas". Com a ajuda de Washington, Seul, capital sul-coreana, foi recuperada em dois meses.  A China, por sua vez, preocupada com a decisão dos Estados Unidos de mobilizar suas forças até o Norte para tentar a reunificação da península, interveio no conflito. 

Foi aí que todas as partes envolvidas começaram a falar sobre usar armas atômicas e bombas nucleares. E o que começou como uma batalha para reunificar a Coreia ameaçou se tornar uma terceira guerra mundial nuclear.  Três anos depois, o conflito chegou a um impasse e permaneceu sem acordo - enquanto o que restava na região era apenas uma enorme destruição. "Houve cerca de 3 milhões de coreanos mortos, 100 mil órfãos, uns 10 milhões de desabrigados e uma completa devastação", disse à BBC Sue Terry, ex-analista de assuntos da Coreia na Agência Central de Inteligência americana (a CIA), e professora da Universidade Nacional de Seul.
"Pyongyang ficou destruído. Não havia um prédio em pé", descreveu. 

No dia 27 de julho de 1953, as duas partes decidiram firmar um armistício que foi criado como uma medida temporária para assegurar o fim das hostilidades.  Hoje, 64 anos depois, os dois países seguem tecnicamente em guerra. Com a crescente hostilidade na região, e as tensões entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, alguns especialistas acreditam que bastaria um erro de cálculo para dar início a esta guerra. "A zona desmilitarizada (que divide as duas Coreias) é uma das áreas mais fortemente armadas do mundo", disse á BBC David Maxwell, coronel aposentado do exército dos Estados Unidos e analista do Centro de Estudos para Segurança da Universidade de Georgetown. "O Norte tem um exército com 1,1 milhões de membros em serviço ativo e 70% das forças estão concentradas entre Pyongyang e a zona desmilitarizada", explica Maxwell, que ajudou a planejar uma resposta americana para uma potencial segunda invasão da Coreia do Norte ao Sul.  "O exército norte-coreano é enorme, disse o especialista. Eles têm uns 6 milhões de membros em suas forças de reserva. Acredito que seja o quarto maior exército do mundo."
A zona desmilitarizada que divide as Coreias é uma das áreas mais fortemente armadas do mundo 
Erro de cálculo
Maxwell considera que os recentes testes nucleares da Coreia do Norte e seus lançamentos de mísseis aumentam cada vez mais a probabilidade de um ataque preventivo dos Estados Unidos. "Se Kim Jong-um pensar que estão preparando um ataque contra ele, pode ordenar seus comandantes para que iniciem uma guerra."
"Os comandantes norte-coreanos teriam ordens para abrir fogo de toda sua artilharia e provocariam a maior destruição possível na Coreia do Sul."   "Nas primeiras horas, haveria centenas de milhares de disparos de projéteis e lançamentos de mísseis contra o Sul, principalmente dirigidos a Seul", disse o especialista.

E só seriam necessários alguns minutos para que esses projéteis chegassem do norte até Seul. Com 25 milhões de pessoas na capital e na área metropolitana, não seria uma tarefa fácil mobilizar os habitantes até as áreas protegidas. "As projeções de vítimas no início do combate indicam que poderia haver 64 mil mortos somente no primeiro dia de uma guerra assim", disse David Maxwell.  "O nível de sofrimento que isso provocaria é algo que não podemos imaginar", completa.

O objetivo do governo norte-coreano, assim como fizeram nos anos 1950, seria mobilizar as forças até o sul e obrigar o governo em Seul a firmar a paz e permitir a unificação da península sob o controle da Coreia do Norte. Esse foi o objetivo do confronto em 1950, quando eles não esperavam que os Estados Unidos fossem acudir a Coreia do Sul. Desta vez, no entanto, não há dúvidas de que Washington está totalmente disposto a intervir de imediato no conflito para apoiar Seul. 

Reforços
"Os Estados Unidos não permitiriam de maneira alguma que os norte-coreanos assumissem o controle de Seul", disse à BBC o professor Bruce Bechtol, do Departamento de Estudos para a Segurança e a Justiça Criminal da Universidade de Angelo State, no Texas, Estados Unidos. "Na primeira semana de conflito, nossos pilotos não poderiam dormir muito", afirma Bechtol, que foi um dos principais analistas de assuntos do noroeste da Ásia do Pentágono. "Nossa tarefa inicial seria usar toda a nossa potência aérea para impedir que os norte-coreanos avancem, enquanto esperamos que chegue o armamento mais pesado na região."

Os aviões de combate, explica, se encarregariam de bombardear as forças norte-coreanas enquanto se redobram os reforços da máquina militar americana na região.
Segundo Bechtol, nos primeiros minutos do ataque norte-coreano, seria enviado à região um vasto arsenal americano que está espalhado pelo mundo.  Do Japão, do Texas e de várias outras partes do globo, seriam enviados barcos de guerra carregados com tanques, caminhões, veículos blindados, artilharia pesada e todo o material de guerra que seria necessário para uma missão como essa. 

Reunir todo esse equipamento militar na península coreana poderia demorar três semanas, e esse seria o momento decisivo do conflito.  "Os norte-coreanos só têm entre duas ou três semanas de suprimentos, como munições, alimento, combustível, etc, para fazer a guerra", assegura Bechtol. Assim, explica o especialista, o plano de guerra norte-coreano deve ser cumprir todos os seus objetivos nesse curto período de tempo, porque depois disso, eles ficariam sem sustento - inclusive faltaria alimento para mais de um milhão de soldados norte-coreanos."

Uma vez que o arsenal americano chegasse à região, sua missão seria fazer as forças norte-coreanas recuarem. Essa também não seria uma tarefa fácil, disse Bruce Bechtol. O exército da Coreia do Norte hoje é 11 vezes maior do que era na guerra de 1950. Mas ainda assim, não existem dúvidas de quem sairia vitorioso. No entanto, uma vez que as forças norte-coreanas começarem a sucumbir diante dos ataques dos americanos, as coisas podem ficar ainda piores. A guerra poderia se tornar um conflito nuclear.
"Quando Kim Jong-un e seus cerca de 5 mil aliados da elite norte-coreana que o apoiam se derem conta de que têm pouco tempo para sair do país, não teriam nenhuma razão para não usar mísseis nucleares e eliminar centenas de milhares de americanos."  "E esse é o cenário mais provável no qual a Coreia do Norte usaria esse tipo de míssil que testou há algumas semanas", garante o especialista da Universidade de Angelo State. 

Ainda assim, mesmo que armas nucleares não fossem usadas nessa possível guerra, o conflito na região seria sem precedentes. E veríamos uma enorme perda de vidas.
"Vou te falar os números prováveis: entre 300 mil e 400 mil mortos na primeira semana, tanto civis, quanto militares", disse Bruce Bechtol.  "E quem sabe uns 2 milhões de mortos depois de três semanas."
Mas este não seria o fim. Porque em um cenário semelhante, não seria permitido ao regime norte-coreano continuar e, diferente da primeira guerra realizada na década de 1950, neste confronto eles realmente tentariam a reunificação da península. 

A transição
O período mais complexo e caótico neste conflito seria a etapa de transição, segundo Balbina Hwang, professora de política e economia asiática da Universidade de Georgetown.  "E não podemos saber se a Coreia do Sul, por si própria, poderia ser capaz de administrar isso", diz ela, que trabalhou no Departamento de Estado Americano e está analisando as consequências imediatas de uma guerra.
"Estamos falando de algo entre 60 milhões, 70 milhões de pessoas que tentariam se mudar. Vamos lembrar que a metade dos 50 milhões de sul-coreanos que vivem atualmente em Seul e na área metropolitana."
"O instinto humano é fugir dos bombardeios e mísseis. Some-se a isso outros 20 milhões de norte-coreanos que supostamente seriam 'liberados' e que também estariam se deslocando para o Sul."
"Entre eles haverá gente desesperada, faminta, e aqueles que foram treinados para combater estarão dispostos a qualquer coisa para sobreviver."

Claro que, como visto depois da guerra de 1950, ambas as Coreias foram reconstruídas.  E Coreia do Norte, mesmo sob o regime mais isolado do mundo, conseguiu sobreviver.  Balbina Hwang acredita que, a longo prazo, seria possível que os países conseguissem a reunificação. O que é mais preocupante, diz ela, são os efeitos de curto prazo.  "A criança média sul-coreana de 5 anos de idade é 9 cm mais alta que a criança média norte-coreana da mesma idade", explica a especialista.
"Não há dúvidas de que haveria enormes diferenças: os norte-coreanos são mais baixos, mais magros, mas o mais importante é que a falta de nutrição afeta o desenvolvimento tanto físico quanto mental e emocional."
"Assim, não estamos só falando de altura, estamos falando de 20 milhões de pessoas que, durante 70 anos, não conseguiram se desenvolver da mesma maneira que seus vizinhos do sul."

E a especialista conclui: "Isso teria enormes consequências no momento de fazer a reunificação dos povos, que há muito tempo foram uma só cultura e uma só sociedade."
Esse cenário, no entanto, não inclui a possibilidade de a China ou a Rússia intervirem nesta guerra do lado norte-coreano.  Sendo assim, a resposta para a pergunta 'como seria uma nova guerra na península coreana?' só pode ser uma: assustadora. 

Fonte: BBC Brasil