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terça-feira, 19 de abril de 2016

Bolsonaro e Duvivier são dois “clowns” que existem para referendar a ignorância de seus respectivos públicos



A concepção de poder de ambos é fascista; num caso, fascismo de direita; no outro, de esquerda
Eu não tenho receio de patrulha, não! De nenhum tipo. Nem a dos petralhas nem a dos “bolsonarianos”, que resolveram fazer uma corrente para me demonizar. Gente que elogia torturador tem um encontro reservado com a lata do lixo da história. Assim como os terroristas. Como a gente vê, estes, também, cedo ou tarde, dizem a que vieram. Quando a conversão não é verdadeira, o que sobra é a hipocrisia. [esclarecimento: o ‘torturador’ defendido com veemência por Bolsonaro – que endossamos – foi alvo de diversos processos na Justiça,  mas não foi condenado em nenhum.
Portanto, a não ser que a Constituição tenha sido alterada, Bolsonaro não elogiou nenhum torturador e sim um valoroso militar, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, Exército Brasileiro, falecido recentemente e que por diversas vezes arriscou a vida combatendo porcos terroristas – muitos dos quais hoje4 estão no governo que se desmancha.
Já aquela coisa, mais conhecida por ex-BBB, especialista em defender tudo que não presta, quebrou o decoro parlamentar e deve perder o mandato no processo que será aberto nos próximos dias.]

Mandam-me um texto de um imbecil, segundo o qual eu quero ser “aceito pela esquerda”. Pobre idiota! Vá perguntar a um esquerdista de miolos com quem ele aceita debater: se com Bolsonaro ou comigo. O deputado é um conservador “fast food”. Seus seguidores não costumam ter opiniões políticas nem informação: são movidos a ressentimento.

Bolsonaro é um humorista de maus bofes. É o Gregório Duvivier dos ressentidos. E Duvivier é o Bolsonaro dos que se sentem representados pelo status quo. Ambos reduzem problemas complexos a uma caricatura e depois passam a fazer digressões sobre as próprias deformações que dizem ser a realidade. Ocupam-se mais em demonizar o pensamento alheio do que em dizer quais são seus valores.

Se eu temesse correntes organizadas de opinião, não teria batido em Lula quando seu governo era aprovado por 86% dos brasileiros, segundo institutos de opinião. Assim, que os milicianos do Duvivier e do Bolsonaro se assanhem à vontade. A diferença entre eles é apenas de pretensão. O rapazola certamente se acha muito mais instruído do que o outro. No terreno em que ambos opinam, são ignorâncias opostas e complementares.

E isso se prova na prática. A Folha pediu a 23 colunistas que apontassem medidas que o país precisa adotar, independentemente de que seja governo. Duvivier quer isto:  “(…) A primeira coisa seria dissolver o Congresso e pedir novas eleições — sem financiamento empresarial. Enquanto isso não acontece, legalizaria a maconha e impostaria o consumo — a verba gorda iria para saúde. Legalizaria o aborto e ofereceria de forma gratuita e segura pelo SUS. Retiraria a isenção tributária das igrejas —pastores pagariam imposto como todo mundo—, e os impostos iriam para a educação.

Demarcaria terras indígenas e desapropriaria latifúndios. Daria incentivos aos agricultores de orgânicos. Taxaria mais a herança e menos o consumo. Taxaria mais a renda e menos o trabalho. Isentaria de imposto as bicicletas para incentivar o uso. Investiria na infraestrutura ferroviária ao invés da rodoviária. Na energia solar e eólica ao invés da nuclear ou hidrelétrica. Quando finalmente elegessem o Congresso, esse seria muito melhor e mais limpo, porque estaria lá representando o povo, e não bancos ou empreiteiras.”  À parte as firulas para a esquerda do Leblon, é o programa de um fascista. Notem que ele fecha o Congresso para implementar as reformas — como fez a ditadura militar com o Pacote de Abril (pesquisar) — e, como está escrito, “quando, finalmente, elegessem o Congresso, esse seria melhor e mais limpo”.

Na vigência do período reformista — que certamente seria tocado por um Comitê de Salvação Nacional dos Amigos de Duvivier —, seríamos obviamente governados por uma ditadura.

E, claro, Stalin se reviraria no túmulo de inveja. Duvivier causaria fome em massa — com a desapropriação do que chama “latifúndios”, que já não existem mais no Brasil — e o subsídio à agricultura orgânica — cara, de baixa produtividade e incapaz de ter escala para alimentar milhões de pessoas. Pergunte se ele tem noção do peso que tem o agronegócio na pauta de exportações do Brasil. Ele não precisa saber.

É bem verdade que esse período de agruras do Brasil poderia ser minorado pela maconha e pela legalização do aborto. E não pensem que esse rapaz está brincando, não. Hoje, como o principal palhaço ideológico da esquerda, ele tenta falar a sério. Que tirano, tiranete ou tiranófilo não sonha em gozar de um período com poderes absolutos para “consertar o Brasil”? A ditadura que Bolsonaro defende fez isso. A ditadura que Duvivier defende gostaria disso.

Duro mesmo, difícil, complicado, meus caros, é mudar o Brasil com democracia. Mas eu não abro mão dela. Que esses dois “clowns” sigam vida afora fazendo seu “stand up” para plateias que se sentem satisfeitas ao ver que seu líder não lhes cobra nada além daquilo que elas julgam saber.

Só assim a ignorância de suas respectivas audiências e a sua própria podem seguir infinitas e satisfeitas de si. Porque, afinal, aí está o conforto moral do estúpido: ele jamais se pergunta por quê?

Fonte: Reinaldo Azevedo  - Blog na Veja


STF mantém indiciamento do governador Fernando Pimentel



Petista é investigado por suposto recebimento de vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o BNDES

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou nesta terça-feira habeas corpus apresentado pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e manteve a autorização dada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o indiciamento do petista pelos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Aliado da presidente Dilma Rousseff, Pimentel é o principal alvo da Operação Acrônimo e, segundo a Polícia Federal, teria favorecido uma grande revendedora de veículos.

O governador é investigado por suposto recebimento de vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pasta que ele comandou de 2011 a 2014. O indiciamento do governador foi autorizado pelo ministro Herman Benjamin, do STJ em fevereiro. O ministro argumentou que, se os policiais responsáveis pelo caso cumpriram as etapas necessárias à investigação e não havia motivo para impedir o indiciamento.

No inquérito policial, indiciar corresponde a imputar a algum suspeito a autoria de determinado ilícito penal. Não significa, contudo, que o Ministério Público Federal (MPF) concordará com os argumentos e apresentará denúncia contra o suspeito.

Em sua decisão, o ministro Celso de Mello considerou que o habeas corpus era inviável porque ainda cabem recursos no próprio STJ contra a autorização de indiciamento. O magistrado afirmou ainda que o pedido do governador petista não tem densidade jurídica para ser atendido e alegou que o fato de Pimentel possuir foro privilegiado no STJ não garante a ele uma blindagem contra indiciamentos. "Torna-se importante destacar que a realização do ato de indiciamento, quando este for promovido com observância dos pressupostos essenciais à sua legitimação, (...) não constitui, por si só, situação configuradora de constrangimento ilegal impugnável mediante habeas corpus nem reveladora de comportamento policial abusivo, tal como tem advertido o magistério jurisprudencial dos tribunais", afirmou o ministro.

Fonte: Revista VEJA


Delcídio relatou conversa com Dilma sobre liberação de Marcelo Odebrecht, diz delator

Ex-chefe de gabinete do senador confirmou a ofensiva do governo para tentar interferir na Operação Lava Jato
Em delação premiada, o ex-chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), Diogo Ferreira, confirmou a ofensiva do governo para tentar interferir na Operação Lava Jato por meio da nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ferreira disse que o parlamentar relatou a ele conversas com a presidente Dilma Rousseff nas quais a petista pediu "compromisso de alinhamento" de Navarro com o governo e citou o caso do presidente da Odebrecht preso preventivamente pelo juiz Sérgio Moro, Marcelo Odebrecht.

O delator afirmou que, depois de uma reunião entre o parlamentar e o desembargador - que ocorreu após encontro de Delcídio com Dilma -, Marcelo Navarro despediu-se do senador dizendo: "Não se preocupe, está tudo entendido". A delação de Diogo Ferreira, colhida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no dia 30 de março, foi homologada pelo ministro Teori Zavascki do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele entregou aos investigadores trocas de mensagens no Whatsapp nas quais mantinha contato com Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, a pedido de Delcídio.
"Que a partir daí o Senador Delcídio Amaral e o Ministro José Eduardo Cardozo passaram a ter contato muito mais frequente; que, em determinado fim de semana, não distante no tempo da reunião que anteriormente narrada, o depoente se encontrou com o Senador Delcídio do Amaral no hotel Golden Tulip, onde este residia, e contou ao depoente haver tido, no mesmo fim de semana, encontro particular com a Presidente Dilma Roussef, a qual lhe pedira, na ocasião, que obtivesse de Marcelo Navarro o compromisso de alinhamento com o governo para libertar determinados réus importantes da Operação Lava Jato; que, segundo o Senador Delcidio Amaral, a Presidente Dilma Roussef falou expressamente em Marcelo Odebrecht", consta do termo de depoimento do ex-chefe de gabinete.

A procuradores da República, o ex-assessor de Delcídio disse que o senador teve uma reunião com o atual advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, então ministro da Justiça, próximo ao mês de julho do ano passado. Depois do encontro, Delcídio teria dito que ele e Cardozo precisavam "atentar" para a importância da nomeação ao STJ, que envolvia a relatoria dos habeas corpus da Lava Jato.

Por duas vezes, Delcídio disse a Diogo Ferreira que, segundo Cardozo, o desembargador era um nome ligado ao presidente do STJ, ministro Francisco Falcão, que estaria alinhado com o governo federal. Apesar de não participar das reuniões com autoridades, o ex-assessor disse que, na época da nomeação de Navarro, foi chamado por Delcídio ao interior do gabinete de Cardozo. O senador pediu, na frente do então ministro da Justiça, os números dos habeas corpus no STJ em favor os ex-dirigentes da Petrobras Nestor Cerveró e Renato Duque. "O senador esclareceu ao depoente, posteriormente, que havia a intenção de obter de Marcelo Navarro prestação jurisdicional favorável aos pacientes nesses habeas corpus", disse Ferreira na delação.

Com base na delação de Delcídio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avalia a possibilidade de pedir a abertura de uma investigação pelo que classifica como "trama espúria" envolvendo a indicação de Navarro. A presidente Dilma Rousseff pode ser um dos alvos deste possível inquérito. A partir da homologação, a delação de Diogo Ferreira pode servir para reforçar eventuais pedidos de investigação. O ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas afirma nunca ter tratado de questões ligadas à Lava Jato com Delcídio. Quando a divulgação da delação do senador foi realizada, Cardozo negou qualquer interferência dele e da presidente Dilma nas investigações da Lava Jato.

Fonte: Isto É – Estadão