Criança de 8 anos desmaia de fome em escola pública no Cruzeiro
Após atendimento por equipe da Samu, a escola acionou o Conselho Tutelar. Menino relatou que não comia desde domingo
Uma
criança de 8 anos sofreu um desmaio enquanto estava na escola. O caso ocorreu
Escola Classe 8 do Cruzeiro. Segundo o Serviço de Atendimento Médico de
Urgência (Samu), que prestou socorreu o aluno, o desmaio ocorreu por falta de
alimento no organismo. O estudante relatou ter se alimentado mal desde o dia
anterior. O Conselho Tutelar foi acionado pela escola após o atendimento
médico.
Em nota,
a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informou que,
segundo a diretora da instituição, o menino já chegou na escola passando mal. A
pasta ainda esclareceu que o estudante estava com o corpo mole quando a equipe
hospitalar chegou ao local. Após exames, o técnico em enfermagem não
identificou problema — o que corrobora a suspeita de falta de alimentação.
Depois de a escola oferecer alimento à criança, ela se sentiu melhor e foi
buscada pelo pai.
"A
barriga dói e chega até encolher", conta um estudante de 9 anos que também
alega se sentir fraco em alguns dias da semana. Relatos como esse são comuns na
sala de aula Ana Karolline. "Pelo menos quatro estudantes sempre reclamam
de estar com fome. Eu pego umas frutas na cantina para tentar enganar o
estômago", explica a professora. "Uma vez um aluno me disse que não
tinha almoço em casa, mas ele não podia me contar isso porque se não ia apanhar
dos pais. O que a gente faz? O Conselho Tutelar não responde nossos
questionamentos", comenta.
O lanche
para os alunos do período vespertino é servido às 15h30 e, na segunda-feira
(13/11), dia em que o estudante passou mal, era de bolacha de água e sal e
suco. [o suco não é natural; é aquele suco de pacote, água e açúcar - tudo racionado, não esqueçam que no DF, devido a incompetência do Rollemberg (ele quando assumiu o governo já sabia que havia 99% de chances de ter que racionar água no DF) até água é racionada.] A mãe de uma das alunas da mesma sala do menino que passou mal defende os
professores e afirma que a culpa é do Estado. "É revoltante e
triste", classifica.
Os
professores se organizam para conseguir suprir as necessidades dos alunos por
meio de doações, mas nem sempre é o suficiente. Os estudantes do turno
vespertino moram no Paranoá ou Itapuã, trajeto de 30km até a escola. Em nota,
Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que a construção de escolas
no Paranoá Parque e no Itapoã constam no plano de obras 2015/2018, entretanto
não há recurso financeiro disponível para as obras. [vejam o que a estupidez e a incompetência são capazes de produzir: qual a razão de crianças do Ensino Fundamental ter que frequentar uma escola a 30kg de casa? desde 2015 que escolas na região em que moram as crianças constam do plano de obras e dizem não ter dinheiro;
Fingem esquecer que os milhões gastos em publicidade - tentando levar os incautos a acreditar que existe governo no DF, que Rollemberg é competente e outros absurdos - seriam suficientes para construir mais de uma escola próxima do local onde as crianças moram.]
Os terrenos adquiridos
estão parados e aguardam verba para que as escolas sejam levantadas.[terrenos adquiridos? os terrenos no DF em áreas como o Itapuã são de propriedade da Terracap que é a 'imobiliária' estatal do GDF;
não há o que adquirir, basta uma mera transferência entre entes estatais.]
A
diretora do Sindicato dos professores (Sinpro-DF) Rosilene Corrêa afirma que a
entidade luta há anos para a melhoria da qualidade da alimentação dos alunos.
"A gente tem esse assunto em pauta pelo menos há 8 anos. Vai e vem governo
e o problema persiste”, relata.
O
Ministério da Educação determina que o cardápio escolar atenda a pelo menos 20%
das necessidade nutricionais diárias para os alunos matriculados em período
parcial. Também em nota, a Secretaria de Educação lamentou o ocorrido informou
que encaminhou nutricionistas à escola para averiguar a possibilidade de
disponibilizar almoço aos estudantes. A pasta também detalhou ainda que a
família do garoto recebe benefícios dos programas Bolsa Família — no valor de
R$ 520 — e do DF Sem Miséria — R$ 400.
Leia a
íntegra da nota da Secretaria de Educação
Em
relação ao caso do aluno que passou mal na Escola Classe 8 do Cruzeiro, na
última segunda-feira (13), segue a verdade dos fatos:
• A
criança foi atendida por uma equipe do Samu formada por um técnico em
enfermagem e o motorista. Segundo relato do técnico em enfermagem, a criança
estava “molinha” quando a equipe chegou. Ao examiná-la, o técnico não verificou
nenhum problema. A criança, no entanto, relatou durante o atendimento que não
vinha comendo bem desde domingo. A escola ofertou, então, um alimento e, após
comer, a criança sentiu-se melhor. Durante o atendimento no local, a criança
não sofreu qualquer desmaio. Após o atendimento, o pai foi chamado e levou o
menino para casa. Na sequência, a escola acionou o Conselho Tutelar para verificar
a situação da família. [devido a miséria que os malditos governos Lula e Dilma deixaram o Brasil, a merenda escolar passou a ser para grande números de estudantes a principal refeição do dia (pão com suco) e muitas vezes a única.
É só analisar com isenção e todos vão comprovar que a criança saiu de casa após o meio dia sem ter almoçado, contando com o 'nutritivo' lanche da Escola, lanche que descumpre a determinação do MEC, já que não atende nem 10% das necessidades nutricionais diárias das crianças, imagine 20%.]
• A
diretora da escola afirmou à Regional de Ensino que o aluno já chegou à escola
passando mal e, enquanto ela acompanhou a criança, ele não desmaiou. A diretora
também relatou à Regional que o aluno saiu de casa após às 12h.
• Os
ônibus que transportam os alunos do Paranoá ao Cruzeiro são contratados pela
Secretaria de Educação. São duas linhas especiais que realizam este
atendimento. A que atende a escola em questão sai do Paranoá às 12h20 e retorna
do Cruzeiro às 18h.
• A
família recebe o Bolsa Família (R$ 520) e o DF Sem Miséria (R$ 400), de acordo
com relato do Conselho Tutelar.
Correio Braziliense - *
Estagiários sob supervisão de Mariana Niederauer