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sábado, 2 de fevereiro de 2019

Melhor assim



Como Bolsonaro é Bolsonaro, sua participação no Fórum Econômico Mundial de Davos foi julgada ‘um fiasco histórico’

Publicado na edição impressa da EXAME  - J R Guzzo

A vida de presidente de país subdesenvolvido tem mais espinhos do que rosas, como é bem sabido, e um desses espinhos é o Fórum Econômico Mundial de Davos. Um chefe de governo da Alemanha ou da Austrália, por exemplo, vai lá quando os seus assessores julgam conveniente que ele vá, cumpre em 24 horas, ou menos, o programa definido por eles e volta para casa. Não lhe passa pela cabeça apresentar alguma demonstração concreta da possível utilidade pública de sua viagem aos Alpes da Suíça, e menos ainda ser julgado pelos “resultados” que obteve. Já o chefe de governo de um país tipo Brasil, digamos, tem de “performar”, como gostam de dizer os executivos de hoje em dia. Começa a ser cobrado antes de desembarcar em Davos, e não tem mais sossego até esquecerem do assunto uns dias depois de sua volta à Brasília.

Quantos bilhões de dólares em investimentos ele conseguiu atrair para a economia brasileira? “Interagiu” direito com os líderes mundiais que estavam ao seu redor? Foi elogiado pelos sábios das ciências econômicas, políticas e sociais presentes? Já é muito difícil, em condições normais de temperatura e pressão, atender às expectativas da banca examinadora. Se o presidente da República se chama Jair Bolsonaro, então, como é o caso no presente momento da nossa história, aí você já pode esquecer: vai voltar de Davos com um zero no boletim, seja lá o que tenha feito ou deixado de fazer durante sua participação no evento.

Bolsonaro, por tudo o que se disse dessa sua estreia no cenário internacional, não conseguiu acertar uma. Levou para Davos uma comitiva pequena demais, o que, segundo a crítica, mostrou o seu pouco caso com a grandiosidade da conferência. Ficou num hotel excessivamente barato, o que seria um desprestígio para a majestade do Estado brasileiro. Foi almoçar num bandejão do centro da cidade, por 19 francos suíços; foi condenado pela prática de “demagogia barata”. Pior ainda: causou, potencialmente, prejuízos econômicos de valor inestimável para o Brasil, já que deveria ter aproveitado a hora do almoço para levar “grandes investidores”, etc., a algum restaurante de primeira classe e, assim, fechar negócios vitais para o interesse público nacional. Que investidores? Que negócios? Não foram fornecidas informações a respeito. Seu discurso, de oito minutos, foi acusado de ser “muito curto”, sem que os inquisidores especificassem qual seria a duração correta, em sua avaliação, da fala presidencial. Quinze minutos? Vinte? Meia hora?

O conselho de sentença se manifestou particularmente chocado com o que considerou a “superficialidade” das palavras de Bolsonaro. Não esclareceu, em nenhum momento, qual o nível de profundidade que o discurso deveria ter atingido, nem fez qualquer comparação com os discursos dos quatro outros presidentes brasileiros que foram a Davos ─ Fernando Henrique, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer. O que teria qualquer um deles dito de útil, inteligente ou inovador para escapar da reprovação por “superficialidade”? De Fernando Henrique ninguém se lembra mais nada. Lula falou que os “países ricos” deveriam se comportar melhor com os países pobres, ou alguma coisa com esse grau de originalidade. Dilma, na prática, entrou muda e saiu calada ─ o que com certeza foi uma grande sorte para todos, levando-se em conta as coisas prodigiosas que costuma dizer a cada vez que abre a boca para falar em público. Temer revelou que era importante “fazer a reforma da previdência” ─ o que, francamente, não impressionou ninguém pela profundidade. Em suma: nada que se possa aproveitar nestes últimos 25 anos. Mas como Bolsonaro é Bolsonaro, sua participação foi julgada “um fiasco histórico”.

Tomando em consideração isso tudo, a melhor coisa que Bolsonaro fez em Davos foi não ter comparecido à entrevista coletiva à imprensa que estava no programa ─ e na qual só iria receber perguntas com o teor de qualidade mental que se percebe acima. Com uma cirurgia altamente complicada para dali a três dias no Hospital Albert Einstein (tanto que acabaria tendo 7 horas de duração), preferiu repousar um pouco. O público não perdeu absolutamente nada com a sua decisão. O presidente poupou seu tempo e saúde. Melhor assim.

Transcrito de VEJA OnLine 
 


quinta-feira, 16 de março de 2017

Milagre ou estagnação

Ninguém se surpreendeu quando Emílio Odebrecht disse que sua empresa fazia caixa 2 desde os tempos de seu pai

De tempos em tempos, o Brasil arranja um encontro com uma incrível combinação de crise política e econômica. Como essa de hoje. Não que o país seja surpreendido. Os problemas a enfrentar exigem urgência, mas, um paradoxo, são velhos de décadas. Simplesmente ficaram por aí, sempre adiados porque, enfim, são difíceis ou incômodos para muita gente.
 
Caixa dois eleitoral, por exemplo. Ninguém se surpreendeu quando Emilio Odebrecht disse que sua empresa fazia isso desde os tempos de seu pai. Mais, ninguém se surpreende quando os políticos de amplo espectro dizem que caixa 2 é uma coisinha de nada, um crimezinho comum. Por que toda essa gritaria? - como, aliás, repetiam os políticos de antigamente. E parece que de repente, todo o sistema está enrolado no caixa 2, depois que o STF, o Ministério Público, o juiz Moro, todos observaram o óbvio: é roubo, é dinheiro lavado.
 
Reagem em Brasília: precisamos de uma anistia. Agora, que todo mundo já viu a sujeira? Sem chance. E a corrupção em obras públicas? Vários escândalos foram apanhados, pouca gente foi punida e a coisa sempre terminava com conclusões assim: a corrupção é até pequena, quase irrelevante, quando se considera o tamanho das obras feitas. É uma questão moral, não econômica, se dizia, isso significando que estava tudo bem. Mario Henrique Simonsen já percebia que a coisa era mais complicada. E até ofereceu uma solução pragmática, digamos assim. Muitas vezes, observava, é melhor pagar a propina e não fazer a obra; sai mais barato.
 
O que é isso, professor? - tal era a reação. Também faz tempo que todo mundo sabe que o sistema eleitoral é inviável. Que há partidos demais, que as coligações necessárias para governar escancaram as portas do fisiologismo e da corrupção, que as eleições são cada vez mais caras, também criando a oportunidade -  ou necessidade, dizem alguns - de arranjar muito dinheiro por fora. E parece que de repente se percebe que, para pagar por fora, as empresas precisam ganhar por fora, colocando um sobre preço nas obras. Melhor assim, diziam os mais cínicos ou mais realistas, do que economizar no cimento, por exemplo, e fazer estradas e estádios de má qualidade.
 
E acabamos ficando com as duas coisas: obras de qualidade, supercaras, e obras baratas, logo estragadas. Finalmente, a economia. Foi ontem que ouvimos falar do déficit da Previdência? Ou que o sistema tributário brasileiro é o pior do mundo? Ou que a legislação trabalhista só protege o emprego de quem está muito bem empregado, sendo um obstáculo à abertura de novas vagas?* Assim chegamos aos dias de hoje, outra incrível combinação de dificuldades. Há uma tarefa gigantesca pela frente:
 
- reformar o sistema eleitoral às pressas, num momento em que as lideranças políticas foram flagradas fazendo a coisa errada, de um "simples" caixa dois a gordas contas no exterior. (Notem o impasse: está vetado o financiamento eleitoral por empresas e não há dinheiro público suficiente para pagar as campanhas nacionais de 2018).
 
- reformar ao mesmo tempo a Previdência, a legislação do trabalho, o sistema tributário e as regras para obras públicas.
 
- e levar a cabo o combate à corrupção, o que somente será possível com a punição de toda a tropa apanhada.         
 
  Aqui, aliás, há um outro velho problema que parece surpreender: a justiça é lenta, especialmente o STF. Na verdade, a dificuldade aqui é maior, dado o que se ouve de ministros da Corte: é assim mesmo, o STF não está preparado para ações penais, paciência. Mas a população já perdeu a paciência. Talvez ainda não com o STF, mas vai perder se os ministros não arranjarem um meio de acelerar os trabalhos referentes à Lava Jato. Especialmente porque a publicidade dos processos e das delações torna imediato o julgamento popular e político.
 
Imaginemos agora que a descrição acima se referisse a um outro país qualquer e que nós, brasileiros, ficássemos sabendo da história hoje. "Esses caras estão ferrados" - é o que diríamos. É o que muita gente diz lá fora. Mas já houve momentos em que o Brasil se meteu na mesma combinação de problemas e - milagre! - conseguiu sair. Nem faz tanto tempo assim. Na era FHC, contando do tempo em que ele era ministro da Fazenda, o país matou a hiperinflação (que era um problema de quase três décadas); saiu da recessão; fez um enorme ajuste nas contas públicas, inclusive com uma reforma da Previdência; privatizou um monte de bancos, empresas e serviços; fez uma quase reforma tributária, conseguiu uma estabilidade político-eleitoral, que permitiu a ele, FHC, ser, em 42 anos, o primeiro presidente eleito pelo voto popular a passar a faixa para outro presidente eleito. [de todos os feitos da era FHC o que não deveria ter acontecido, não deveria  nem ser cogitado, foi passar a faixa para o 'diabo', que apesar de eleito pela estupidez do eleitorado brasileiro, representou e continua representando enquanto lembrado for - mesmo morrendo ele causará o mal - o pior que poderia ter acontecido ao Brasil, que foi eleger uma coisa chamada Lula, que para piorar foi substituída pela encarnação feminina de satanás.]
 
         Há esperanças, portanto. Mas foram anos de estagnação antes daquelas mudanças. É a alternativa que temos hoje: ou se fazem todas essas reformas ou serão anos de paradeira econômica e social até o milagre.
 
 
 

quarta-feira, 7 de abril de 2021

UNIDOS PELO VÍCIO - Percival Puggina.

No livro “Histórias sem data”, Machado de Assis conta que o Diabo, certo dia, resolveu organizar sua atividade e fundar uma igreja. Seus afazeres mereciam ser valorizados por certa pompa, paramentos, novenas, escrituras etc.. Foi ter com o Senhor para notificá-Lo da decisão. Na conversa, o tinhoso dissertou longamente contra as virtudes e a favor dos vícios, atrativos reais com que contava para fazer prosperar sua iniciativa. O ponto alto deu-se quando discorreu sobre as razões da venalidade. Vale a pena transcrever:

“A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender tua casa, o teu boi, o teu sapato, teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que em todo caso estão fora de ti, como é que não podes vender tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? Não pode, um homem, vender uma parte de seu sangue a um outro homem anêmico? E o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem?”

A conversa segue, abrindo o ventre e eviscerando a miserável falta de escrúpulos com que operam certas instituições nacionais. E não me peçam para dar nomes e sobrenomes aos bois desse cercado porque eu gosto de dormir na minha casa, na minha cama, com minha mulher. Vejam pois, amigos leitores, a impiedosa sina: umas poucas páginas do bom e velho Machado, com quem quis buscar refúgio e proveito estético, me arrastaram de volta ao amado Brasil cuja realidade me traz dor ao peito.

Machado de Assis cortou fundo. Com razão não ficou apenas no dinheiro mal havido, mas quase invadiu o território misterioso das criptomoedas, descortinando as múltiplas moedas da venalidade. “Nem só de pão vive o homem”, disse Moisés e repetiu Jesus. E nem só de dinheiro vive a corrupção.

É assim que eleitores e políticos vendem votos. É assim que muitos deputados trocam convicções morais pelo sorriso afável dos corruptos que se resguardam com leis de autoproteção. E é assim que tantos rasgam compromissos de campanha e se desdobram em agrados ao poder togado do outro lado da praça.

É assim que ministros do STF fazem o mesmo jogo internamente e, para bem servi-lo, rasgam o que escreveram em seus livros, ou desdizem o que tantas vezes repetiram antes, com floreios de saber jurídico e certeza moral. A Constituição é, assim, enviada às urtigas. É assim que se serve a Corte e se desserve a sociedade, prendendo quem ataca a instituição e soltando bandidos socialmente perigosos. É assim que consciências cedem à gratidão e a gratidão se impõe ao dever moral de declarar a própria suspeição.

É assim que a opinião vai ao mercado em busca do melhor preço ou do maior número de cliques. É assim que, para tantos, a fé erguida à condição de sacramento da Ordem se corrompe e se torna utilidade política, o sermão vira discurso e o discurso torna “a casa dividida contra si mesma”. E servem a dois senhores.

Em seu devaneio criativo, Machado de Assis foi apocalíptico.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 5 de dezembro de 2017

ESTUPRO ENTRE MULHERES - Fora do tema, mas, aconselhável publicar para mostrar a degradação comum à turma LGBT



Cantora Melanie Martinez é acusada de estuprar a amiga

A ex-melhor amiga da cantora contou em uma carta no Twitter que Melanie a estuprou após obrigá-la a consumir maconha 

A ex-melhor amiga da cantora norte-americana Melanie Martinez, de 22 anos, Timothy Heller, divulgou uma carta aberta, na noite de segunda-feira (4/12), acusando a cantora de estupro. A longa carta com o desabafo foi postada no Twitter e a repercussão do caso foi tanta que Melanie entrou para os trending topics do Twitter, se tornando o assunto mais comentado mundialmente no microblog. O tweet de Timothy com as acusações sobre Melanie já teve mais de 68 mil retweets e 117 mil curtidas.



Tudo teria acontecido em um relacionamento abusivo entre as amigas, na qual Heller se via como dependente e submissa às vontades de Melanie. “Quando eu me abria sobre quanta ajuda eu precisava, ela me fez sentir culpada. Eu tive que me desculpar com ela sobre um ataque de pânico que tive e tinha arruinado a noite dela”, conta Heller na carta.

(...) 

Leia a carta de Timothy Heller na íntegra




“Eu mantive isso em segredo por anos, me convencendo que não era uma grande coisa e que eu não estava magoada. O pensamento de aceitar que minha melhor amiga me estuprou me parece insano. Até escrever isso não parece real a mim. Eu comecei a contar essa história aos mais próximos a mim de certa forma como uma piada, ‘haha, você pode acreditar nessa noite louca?’. Mas eu comecei a ter respostas que não estava esperando. Algumas preocupadas. É difícil dizer que alguém que você amou te estuprou. Alguém que você AINDA ama. Pensar em escrever isso e ter o mundo inteiro ciente me apavora. Especialmente por causa de quem é essa pessoa. Esta era a minha melhor amiga.

Ela me aceitou e eu agradeci. Senti que devia a ela a minha vida. E minha vida começou a se desenvolver ao redor dela. Eu tinha meus próprios problemas, mas eu conseguia focar na vida dela, eu conseguia segurar minhas próprias turbulências por um pouco mais. Alguns dos amigos dela viraram meus amigos, mas a lealdade deles nunca se distanciou dela. Eles são dedicados. Ela é perfeita. Para o público, ela não erra. Ela está ali para seus fãs. Ela entende, ela é diferente.



Quando eu encontrei um amigo que realmente me ajudou eu posso honestamente dizer que ela me desapontou. Durante o período mais difícil da minha vida, meu fundo do poço. O poder dela e controle sobre mim cresceu e cresceu. Eu fui silenciada. Enquanto eu comecei a me abrir sobre perceber o quanto de ajuda precisava, eu fui direcionada a me sentir culpada. Eu tinha que pedir desculpas por todo ataque de pânico quando eu achava que iria morrer. Porque arruinou a noite. Incidentes infinitos iguais a esse, eu me tornei mais um problema. Apesar de tudo eu a amava. A codependência trabalha de maneira estranha. No meu relacionamento com esta amiga, eu estava dependente de ajudá-la com a vida dela. Assim que eu precisasse de um pouco mais de foco e apoio da minha melhor amiga, não havia nada entre nós. Nossa amizade era sobre ela.



O poder que ela tinha sobre mim cresceu até chegar ao ponto que era difícil dizer não a ela. Eu faria qualquer coisa por ela. Uma noite durante uma dormida fora de casa, ela insistiu sobre minhas preferências sexuais. Como alguém que já foi abusada antes, falar sobre sexo é algo difícil. Eu estava obviamente desconfortável, mas ela era a minha melhor amiga então tentei me abrir. A conversa nunca parecia ter fim. Ela começou a me perguntar, na cama, se eu faria sexo com ela. Desconfortável com a oferta, eu tentei rir. Eu tinha um namorado na época e ela sabia. ‘Ele não precisa saber, não é nada demais!’. Isso aconteceu por horas. Me perguntando POR QUE eu não queria e que seria divertido. Eu repetidamente disse não. Estava exausta. Eu tentei dormir, mas ela continuou a noite inteira me implorando para dormir com ela. Parecia estranho, mas ela era a minha melhor amiga. Eu disse não e eu pensei que podíamos superar isso.



Na noite seguinte infelizmente aconteceu de novo. Mesmo com minha resposta na primeira noite, ela não desistiu. Se ela compreendeu isso, ela não ligava. Eu estava exausta. Ela me convenceu a fumar maconha e como eu tinha dificuldade em dizer não a ela, eu aceitei pensando que talvez a gente apagasse e evitasse toda aquela situação. A mesma conversa começou. Ela continuou tentando me convencer que estava tudo bem, que seria legal e que eu me sentiria bem. Eu dizia que meu namorado iria se chatear! Eu realmente precisava dormir! Tinha que trabalhar pela manhã. Eu disse ‘não’ de todas as formas que eu consegui lembrar. Enquanto eu deitava para dormir ela começou a tocar meu braço. Eu permiti que isso acontecesse. Talvez ela desistisse. Isso rolou por talvez uma hora. Eu comecei a ficar cada vez mais desconfortável. Eu comecei a rir dizendo que fazia cócegas. De forma alguma eu achei que isso dava abertura para sexo. ‘Posso apenas fazer isso? Tocar seu braço? Posso apenas tocar seus seios?’. Ela começou essa barganha comigo. Tudo o que eu queria era ir dormir. Ela começou a falar sobre a aparência dos meus seios e suplicou para APENAS tocá-los. Nós não precisávamos fazer mais nada. Eu estava tão exausta e confusa e chapada que eu permiti que isso acontecesse. Isso levou para que ela tocasse o resto do meu corpo. Eu nunca disse sim, eu disse não repetidamente. Mas ela usou seu poder sobre mim e me quebrou. Então não há confusão. Eu fui molestada pela minha melhor amiga. Ainda deitada, em choque, não recíproca. Eu odeio falar abertamente sobre isso porque me sinto muito desconfortável, mas ela fez sexo oral em mim e depois eu fui penetrada com um brinquedo sexual sem ser perguntada. Isso foi o que aconteceu.



No final eu tenho que me lembrar sempre que: eu disse não. Por DUAS NOITES INTEIRAS. Não importa se eu não consegui resisti durante a ação. Eu fui despedaçada. Ela sabia que eu não queria, eu deixei isso bem claro. Eu não quis gritar com ela, eu não a empurrei. 1, porque eu a amava. 2 porque eu queria que aquilo acabasse. Nós nunca conversamos sobre esta noite. Isso completamente acabou com minha cabeça, de forma alguma eu poderia ter sido ESTUPRADA pela minha melhor amiga, certo?



Nossa amizade acabou porque ela decidiu que não tinha tempo para nós. Para se preocupar comigo. Ela se importava tanto comigo que estava a atrasando. Não sei como terminar essa história. Estou aterrorizada com a resposta que eu terei. A única razão pela qual eu faço isso agora é porque espero que por causa dos recentes eventos, as pessoas acreditem em mim. Se você começar a duvidar do abuso dessa história, eu imploro que você imagine o papel dela como o de um homem. Garotas podem estuprar garotas. Melhores amigos podem estuprar melhores amigos. A amizade não é igual a consentimento. Eu só queria que não tivesse sido tão difícil para mim acreditar nisso."



Leia a íntegra da resposta de Melanie




"Estou horrorizada e triste com as declarações e a história contadas hoje à noite pela Timothy Heller. O que ela e eu compartilhamos foi uma amizade próxima por um período de tempo. Nós nos encontramos na vida uma da outra no início das nossas carreiras como artistas e tentamos ajudar uma a outra. Nós duas sofremos parar lidar com nossos demônios individuais e os novos caminhos que estávamos criando, mas eu realmente senti que estávamos tentando levantar uma a outra. Ela nunca disse não a algo que decidimos a fazer juntas. E apesar de estarmos distantes, eu estou mandando a ela amor e luz sempre."