O
besteirol do candidato ao Supremo é mais indecifrável que o dilmês
À primeira vista, o parágrafo abaixo transcrito parece pinçado da
mais sofisticada antologia do dilmês erudito. Depois de meia dúzia de
releituras, bate a suspeita de que o trecho de um
artigo do advogado Luiz Edson Fachin é o embrião de um novo subdialeto
concebido em dupla pela filósofa de
hospício Marilena Chauí e pelo poeta onanista Tarso Genro.
Tão
indecifrável quanto o espanto linguístico inventado por Dilma Rousseff, o fachinês lembra um rascunho da bíblia que acabou no lixo
porque nem Deus entendeu o palavrório de hospício. Confira:
“Partindo-se
de uma análise crítica que arrosta a primeira modernidade – entendida como o
legado eurocêntrico de um sistema patriarcal, codificado e arrimado em um
Estado-Nação – a segunda modernidade – identificada em uma sociedade econômica
regulada por leis próprias, na qual os direitos fundamentais deixaram o campo
do debate da efetividade para consubstanciar um hiperconsumo das ideias
destacadas da cidadania e da democracia –, buscar-se-á investigar como a
complexidade do real e a mácula do aparente convivem sob uma Constituição
dirigente, que proclama a emancipação do indivíduo e funda uma ordem pautada em
princípios democraticamente erigidos. Com isso, pretende-se demonstrar que
entre os significados da equidade, democracia e direitos humanos entroniza-se a
compra e venda que tudo transforma em mercadoria, fazendo-se premente a
construção de um novo direito, pautado em novos códigos e novos discursos,
estruturados em uma principiologia axiológica de índole constitucional.” (FACHIN, Luiz Edson. Entre duas modernidades: a constituição da persona e o mercado. Revista
de Direito Brasileira, v. 1, p. 101-110, 2011).
Fachin foi indicado por
Dilma para a vaga aberta no Supremo pela partida precoce de Joaquim Barbosa. Na sabatina a que será
submetido pelo Senado, só escapará da reprovação caso
um parlamentar oposicionista se disponha a desmontar a farsa com dois
disparos letais. O primeiro seria a
leitura em vez alta desse besteirol de rábula de hospício. Ninguém vai
entender nada ─ nem Fachin. O segundo
consistiria na exibiçãodo vídeo em que o
candidato a ministro capricha na
discurseira de cabo eleitoral do PT. Todo mundo entenderia tudo.
O Supremo vai sendo
progressivamente degradado pela politicagem. Mas ainda não virou palanque. Nem liberou o uso de uma estrelinha vermelha para enfeitar a
toga.
Fonte: Veja – Blog do Reinaldo Azevedo
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