BC eleva juros básicos para 13,25% ao ano
Foi a quinta alta seguida da Taxa Selic para controlar a inflação [quinta alta seguida para manter a inflação rumo aos 10% mas sem ultrapassar.]
Com as expectativas crescentes para a inflação neste ano, o Banco
Central (BC) decidiu nesta quarta-feira, por unanimidade, aumentar os
juros básicos em 0,5 ponto percentual para 13,25% ao ano. A elevação, já
esperada pelo mercado financeiro, foi a quinta seguida. O BC não deu
sinais de que vai parar por aí. Publicou exatamente o mesmo comunicado
da reunião anterior e deixou a porta aberta para mais aperto monetário.
Com isso, a taxa Selic chegou perto do patamar de 2008, quando o mundo
estava mergulhado na crise econômica. O cenário, entretanto, é bem
diferente do daquela época.
UM ANO PERDIDO
São números muito distantes do teto da meta estabelecida pelo próprio governo. O objetivo determinado pela equipe econômica é que a inflação seja de 4,5%, mas há uma margem de tolerância de dois pontos percentuais. No entanto, 2015 é considerado um ano perdido e o BC já avisou que só conseguirá chegar no alvo no fim do ano que vem. Segundo o economista-chefe da corretora Gradual, André Perfeito, seguir no ritmo de aumento de 0,5 ponto percentual é um sinal de que o BC pretende ancorar as expectativas para o ano que vem. Elas ainda estão longe do centro, em 5,6%, mas um pouco mais comportadas que a inflação deste ano. — O BC quis dizer que já que 2015 está perdido, tem de concentrar seus esforços no controle da inflação do ano que vem — explicou o analista ao lembrar os perigos que podem surpreender como o aumento do preço de commodities, que afeta a inflação daqui.
DÓLAR EM ALTA
Além disso, a valorização do dólar, principalmente, no primeiro trimestre, ainda terá impacto nos preços. E o poder de fogo do Banco Central está reduzido neste ano, já que a maior parte da inflação é de preços administrados, ou seja, das tarifas de serviços públicos como energia elétrica. Esse preços não respondem às altas do juros. Assim, a política do BC tem de frear apenas a parte da inflação dos preços livres. Para fazer com que isso tenha impacto no preço final, é preciso de apertar com mais força a política de controle da inflação. — A ideia é perder esse ano, mas recuperar os outros três, mas não acho que isso vá acontecer — analisa o economista-chefe da Austin Rating.
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