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quarta-feira, 1 de abril de 2015

O duelo Levy-Rousseff

Com ele, Dilma encontra dificuldades dentro e fora do PT e do Governo. 

Sem ele, a nave da economia entraria em águas mais tempestuosas

Há um suspense para saber como terminará o duelo em curso entre o Davi bíblico, Joaquim Levy, e o gigante do Planalto, Dilma Rousseff, que o convocou para reanimar a enferma economia brasileira, assim como entre ele e os gigantes do Congresso, dos sindicatos e do PT, que prefeririam em seu lugar um político mais flexível.

Por enquanto a luta é quase de esgrima. Levy, cuja etimologia em hebraico significa “unir”, mantém um embate verbal com a presidenta, sobre quem afirma que tem boas intenções, mas nem sempre faz as coisas de “forma eficaz”. E começa a encarar políticos de peso, como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, considerado virtual candidato à presidência das fileiras do PMDB, enquanto é aguardado para ser sabatinado no Senado da República.

O maior confronto pode ser entre ele e Rousseff. São duas figuras com personalidade, conscientes de seu valor. Ambos sabem que a disputa não será fácil. A presidenta é sem dúvida suficientemente inteligente [será? com um cérebro baldio pela presença de apenas um neurônio.] para saber que neste momento é Levy, e apenas ele, quem pode salvá-la do abismo. E para isso deve deixá-lo usar o bisturi livremente. E Levy afirma que deseja fazer isso. Até onde, e quem terá o bolso mais afetado?


Uma figura “difícil de dobrar” em suas convicções, foi como o jornal Folha de S.Paulo definiu Levy, que quando aceitou ser o novo capitão da economia que fazia água sabia muito bem que Rousseff também não era mulher fácil de ser curvada. Os brasileiros, inclusive os políticos, conhecem melhor as virtudes e defeitos, o caráter forte e determinado, às vezes excessivo, de Dilma que do banqueiro, que conta a seu favor com a fina ironia típica da cultura judaica, herdada de seu pai, Silvio, cirurgião.

Talvez por esse desconhecimento se comece a criticá-lo, por ser pouco prudente em suas críticas às fórmulas empregadas no passado, que deixaram a economia brasileira combalida, e à presidenta. O que acontece é que Levy, devido a sua formação nos Estados Unidos, na ortodoxa escola de Chicago, e por seu trabalho em ambiente internacional, está menos acostumado a certa cautela na linguagem ao se dirigir ao poder, herdada da antiga pompa portuguesa.

Levy também começa a ser acusado de ser pouco político. É porque ele não o é, nem tem por que ser. É um técnico, e essa foi a razão de ter sido escolhido. Seria como acusar um cirurgião de não ser diplomático. O que o médico precisa é saber usar bem o bisturi, como Levy sabe usar bem as tesouras com os gastos. Ele soube pelo seu pai o que significa cortar e costurar numa sala de cirurgia. E um psiquiatra me disse que os melhores cirurgiões são os que conseguem ser frios na hora de operar. E que precisam até de uma pitada de sadismo.

O banqueiro não é verdadeiramente um polemista nem um caçador de intrigas. Daí que seu linguajar seja franco e ao mesmo tempo suave.

Continuar lendo....................... El País


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