Servidor da 2ª vice-presidência da Câmara soltou
ratos na CPI da Petrobras
Márcio Martins
Oliveira foi interrogado pelo Depol e será exonerado
O servidor da Câmara Márcio Martins
Oliveira foi detido na manhã desta quinta-feira durante sessão da CPI da
Petrobras. Ele foi identificado como
responsável por soltar ratos durante a sessão e gritar que a comissão é um "circo”. Márcio foi interrogado
pelo Departamento de Polícia Legislativa (Depol). O servidor é lotado na 2ª
Vice-Presidência da Câmara. A assessoria do segundo-vice presidente, deputado
Fernando Giacobo (PR-PR), confirmou que o funcionário será exonerado.
RATOS
Segundo a
assessoria, Giacobo não tinha conhecimento do
acontecido, não responde pelos atos de outros e não tem nada a declarar sobre
isso. Márcio trabalhou como secretário parlamentar no gabinete do
deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP). Ele
ganhou o cargo de secretário parlamentar em abril de 2012, e foi exonerado da
função no último dia 9 de março. O salário como secretário parlamentar era de
R$ 2.190. Agora, o funcionário ocupa um cargo de natureza especial na 2ª
Vice-Presidência, com salário de R$ 2.315. No mesmo mês ele ainda recebeu R$
839,50 como secretário parlamentar de Paulinho da Força.
De acordo
com a assessoria de imprensa, foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), que determinou que se tomasse providência para a exoneração do servidor. O cargo que ele
ocupa é de assistente técnico de gabinete e ele está na função desde 9 de março
deste ano.
Presidente
da Frente Parlamentar em Defesa dos
Animais, o deputado Ricardo Izar
(PSD-SP), esteve no Departamento de Polícia Legislativa para ver como estavam os ratos que foram soltos.
O deputado Laudivio Carvalho (PMDB-MG) acompanhou Izar na visita ao Depol.
Segundo Izar, foram soltos dois ratos,
dois hamsters e um esquilo da Mongólia.
Os dois deputados farão um requerimento ao Depol para serem os "fiéis depositários" pelos cinco
animais até que o processo seja concluído.
Deputados
do PT e PSDB batem boca
Dois deputados do PT - Paulão (AL) e Adelmo Leão (MG) - acompanharam o depoimento de Mário no Depol.
Seguranças ameaçaram impedi-los de entrar, o que não aconteceu. Os petistas argumentaram que desejavam acompanhar o
depoimento porque o PT foi constrangido na sessão.
Após os
animais serem soltos, ocorreu bate-boca entre os deputados Jorge Solla (PT-BA)
e o Delegado Waldir (PSDB-GO). No calor da discussão, um xingou o outro.
— Quero saber se ele está armado?! - disse Solla, sobre Waldir, que
respondeu:
— Não estou armado, mas se tivesse algemas aqui e
prendia. Algema para prender bandidos e corruptos aqui presentes.
— O único bandido aqui é você - rebateu Solla.
A deputada Professora Marcivânia (PT-AP) acompanhou
o depoimento de Márcio Martins Oliveira aos policiais do Depol e, segundo ela,
o funcionário foi evasivo, não disse o porquê decidiu tomar a atitude e nem se
foi a mando de alguém ou algum deputado. O funcionário não quis nem mesmo dizer
por onde entrou na Câmara com a caixa em que estavam os animais. A deputada
disse que decidiu acompanhar o depoimento para ver se havia interesse político
de ferir a imagem do partido.
—Eu quis acompanhar o depoimento, ver se tinha
interesse de ferir a imagem do partido. Viemos resguardar. Ele não quis dizer
nem por onde entrou, disse que não se lembrava. Deu vários telefonemas, não
explicou porque fez isso e não disse se foi a mando de alguém. Estava um pouco
nervoso. Parece que tem 42 anos - disse Marcivânia.
A
deputada contou que estava acompanhando a CPI e presenciou o momento em que uma
policial tentou se aproximar do funcionário por suspeitar da caixa preta que
ele estava segurando. Segundo a deputada, o funcionário reagiu quando ela
tentou imobilizá-lo e os dois caíram no chão. —Eu fiz perguntas, ele não respondeu. Disse a ele que, infelizmente, a
corda sempre arrebenta do lado mais fraco e que iria arrebentar para o lado
dele - disse Marcivânia.
Fonte: O Globo
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