As primeiras digitais de Vaccari
Tesoureiro é investigado desde 2004 por golpe contra 4 mil bancários lesados em R$ 100 milhões
A 12ª etapa da operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira 15 e que levou para a cadeia o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, bem que poderia se chamar “Teu Passado Te Condena”. Endossam a tese desse título pelo menos dois depoimentos de autoridades federais e uma infinidade de bancários lesados em mais de R$ 100 milhões. “João Vaccari Neto vem sendo investigado há bastante tempo. Já temos uma denúncia de doações oficiais que, na verdade, escondem operações de lavagem de dinheiro relativas a valores da corrupção da Petrobras. Nós verificamos que ele tem uma reiteração de conduta que vem desde 2004”, afirmou o procurador de Justiça Carlos Fernandes Santos Lima. Fala agora o delegado federal Igor Romário de Paula: “A característica de reiteração criminosa dele é bem clara”.O procurador e o delegado, ao constatarem reincidência e reiteração delituosas, têm atrás de si um coro de aproximadamente quatro mil funcionários de bancos que depositaram periodicamente suas economias na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) na esperança da comprarem a casa própria e se viram literalmente tungados – tem gente até hoje esperando que as obras brotem do chão, tem gente que não consegue a escritura definitiva do apartamento que adquiriu porque outras torres do mesmo empreendimento imobiliário não foram concluídas.
Aqui surge o Vaccari do passado ou o passado do Vaccari, o que dá mesma: ele era diretor do conselho fiscal da Bancoop. E foi ISTOÉ, com exclusividade, que primeiro mostrou no início dos anos 2000 que havia digitais do tesoureiro do PT em negócio sujo. Em dezembro de 2014 a Associação de Vítimas da Bancoop entregou ao Ministério Público Federal um documento que relaciona o caso da cooperativa com a Lava Jato – e o elo na cadeia evolutiva da tungada (a “reiteração” da qual o MPF de Curitiba fala) é o tesoureiro petista. “O João Vaccari Neto, que está sendo processado por estelionato, é o responsável por esse pesadelo dos associados da cooperativa dos bancários.
"O mínimo que lhe pode acontecer é a cadeia”, declarou na ocasião Marcos Sérgio Migliaccio, presidindo a associação. A Bancoop, atualmente, alega que lhe falta dinheiro em caixa para tocar as obras. O Ministério Público de São Paulo, que em 2004 denunciou Vaccari à Justiça, estima que os associados da cooperativa tiveram um prejuízo de no mínimo R$ 100 milhões. Somando o Vaccari do passado da Bancoop com o Vaccari do presente do petrolão com certeza cobre-se esse rombo e ainda sobra muito troco graúdo.
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e na IstoÉ: o laranja da Bancoop
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