Governo propõe nova CPMF, eleva IR sobre ganho de capital e adia o reajuste dos servidores
Ministros Levy e Barbosa anunciam cortes de gastos de R$ 26 bilhões e alta de impostos. Programas sociais e o PACo são atingidos
Governo corta R$ 26 bi, propõe CPMF, eleva IR sobre ganho de capital e adia reajuste dos servidores
Nova contribuição deve tributar em 0,2% todas as transações financeiras e se destinará à Previdência
[a regra é simples. Para derrotas fragorosamente Dilma, Levy, Barbosa e o resto dessa corja basta que o Congresso Nacional NÃO APROVE nada. Dilma precisa ser derrotada de cabo a rabo.
O Senado Federal e a Câmara dos Deputados tem o dever de destruir este desgoverno e para tanto basta que nada que for proposta seja aprovado.
Sequer deve ser votado.
Aliás, pago para ver um Senado liderado por uma coisa como o Delcídio Amaral e a Câmara liderada por um traste quanto o Zé Guimarães, 'capitão cueca', aprovar seis Medidas Provisórias, duas Propostas de Emenda
Constitucional (PEC) e um projeto de lei. No caso da CPMF, o governo
terá de encaminhar uma Proposta de Emenda à Constituição.
O mais importante é não aprovar nada proposto pelo governo. Este desgoverno tem que ser destruído a qualquer custo e usando os meios necessários.]
O governo decidiu cortar R$ 26 bilhões em seus gastos. Por ordem da
presidente Dilma Rousseff, o número foi anunciado em entrevista coletiva
pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).
O governo quer o retorno da CPMF como forma de aumentar as receitas e
tentar minimizar o aumento de impostos cobrados diretamente dos
contribuintes. A alíquota proposta, de 0,2%, deve gerar R$ 32 bilhões
para os cofres do governo, dinheiro que irá abastecer a Previdência
Social. Segundo Levy, o objetivo é que "não dure mais do que quatro
anos".
Levy tentou minimizar o impacto que o novo imposto terá sobre o bolso
dos contribuintes. Ele ressaltou que a maior parte das medidas depende
do apoio do Congresso, que terá de aprová-las. O governo precisa da
aprovação de seis Medidas Provisórias, duas Propostas de Emenda
Constitucional (PEC) e um projeto de lei. No caso da CPMF, o governo
terá de encaminhar uma Proposta de Emenda à Constituição. Posteriormente
seria editado um decreto normalizando o tributo. O imposto, explicou,
está sendo criado para ajudar nas contas da Previdência até que medidas
estruturantes sejam implementadas. — Foi considerado que diante de todas as alternativas de tributo, a
CPMF traria menor distorção à economia, menor impacto inflacionário,
seria o mais distribuído. Incide tanto às atividades de lazer quanto à
atividade produtiva. Estamos pagando dois milésimos do valor que você
vai comprar. Você vai comprar um ingresso para o cinema com o cartão e
teria 2 milésimos entrando para ajudar a cobrir o rombo da Previdência. É
uma contribuição provisória — justificou o ministro.
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Levy disse que o próximo governo pode revogar o imposto. — Nosso objetivo é que a CPMF não dure mais que quatro anos. A gente
está projetando superávit de 0,7% e não pode continuar com 0,7% a vida
toda, terá que ser gradual ao crescimento da economia. O próximo governo
pode revogar a CPMF — afirmou Levy.
Na tentativa de explicar a proposta do governo de recriar a CPMF com
100% dos recursos indo para a União, sem distribuição da fonte de
receita com os estados, o ministro Joaquim Levy afirmou que o dinheiro
vai para o caixa da Previdência para pagar as aposentadorias dos
beneficiários do regime geral do INSS, cujo déficit ultrapassa os R$ 100
bilhões. — Vamos prorrogar a cobrança dessa contribuição destinando todos os
recursos para o pagamento das aposentadorias do regime geral da INSS. É
uma contribuição com prazo determinado, com objetivo determinado, que é
pagar as aposentadorias e dar tranquilidade a Previdência Social —
disse.
Na apresentação das medidas pelo governo, o ministro do Planejamento
disse que o governo já vem, desde janeiro, fazendo cortes nos gastos do
governo. Essa introdução foi uma forma de justificar os novos cortes e
os novos impostos que estão por vir. Segundo Barbosa, o esforço fiscal
que já feito pelo governo foi de R$ 134 bilhões, dos quais 81% com
cortes de gastos e 19% com aumento de receita.
SUSPENSÃO DE REAJUSTE DOS SERVIDORES
A
primeira proposta do governo apresentada para reduzir os gastos é o
adiamento do reajuste dos servidores: em vez de janeiro, o aumento será
pago em agosto de 2016. Com isso, o governo economiza R$ 7 bilhões.
Apenas para o funcionalismo do Poder Executivo, o gasto com aumentos
chega a R$ 13,15 bilhões. O governo também anunciou a suspensão dos
concursos em 2016, gerando uma economia de R$ 1,5 bilhão.
Barbosa também informou que o governo vai renegociar contratos do
governo de aluguéis, segurança, manutenção e outros serviços, gerando
uma economia de R$ 1,6 bilhão no ano que vem. Além disso, haverá um limite estipulado com o gasto com servidores
com diárias, passagens aéreas, auxílio moradia e telefone, o que vai
impactar em R$ 200 milhões por ano a menos para o governo. O teto
salarial do servidor também será disciplinado, rendendo R$ 800 milhões
de economia.
REDUÇÃO DE CARGOS DE CONFIANÇA
Já com a
redução de ministérios e cargos de confiança o governo espera economizar
R$ 200 milhões. Outra medida tomada é o fim do abono de permanência
pago aos servidores que têm idade para se aposentar, mas permanecem no
serviço público, uma economia de R$ 1,2 bilhão por ano. — Não é uma economia elevada do ponto de vista econômico, mas é
economia necessária para melhorar a eficiência do governo — afirmou o
ministro Barbosa.
PROGRAMAS DO GOVERNO
O governo vai cortar R$
4,8 bilhões do orçamento de R$ 15,6 bilhões previstos para o programa
Minha Casa Minha em 2016. Mas, em contrapartida, passará a conta para o
FGTS. Segundo Nelson Barbosa, será editada uma Medida Provisória que vai
ampliar a participação do FGTS para todas as faixas de renda do
programa. Atualmente, o Fundo concede subsídio (desconto a fundo perdido
no valor do financiamento) somente para as famílias de mais baixa renda
(chamada faixa 2). Na faixa 1, a moradia é praticamente financiada com
recursos da União. Com a medida, o FGTS poderá financiar famílias com
renda acima de R$ 6 mil. — O governo quer que o FGTS aumente a sua participação nos
financiamentos habitacionais em todas as faixas de renda — destacou o
ministro.
Ele também anunciou corte de R$ 3,8 bilhões no PACo e, para evitar que
os programas sejam comprometidos, o Executivo quer direcionar aos
projetos recursos de emendas de parlamentares. As obras que vão receber
os recursos da emendas impositivas, disse o ministro, serão escolhidas
pelos próprios políticos.
Barbosa informou ainda que os subsídios para manutenção de preços
mínimos dos produtos agrícolas cairá de R$ 1,1 bilhão para R$ 600
milhões. As medidas fazem parte do pacote de nove ações, que somam corte
no orçamento de R$ 26 bilhões.
RECEITAS
Os brasileiros que vendem imóveis
também serão alvo de mais tributos. O aumento será escalonado. Quem
vende um imóvel de até R$ 1 milhão continuará pagando uma alíquota de
imposto de renda de 15%. Quem vende imóvel de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
pagará uma alíquota de 20%; para a venda de imóveis de R$ 5 a 20
milhões o imposto será de 25% e imóveis acima de R$ 20 milhões pagarão
imposto de 30%. Com isso, o governo espera arrecadar R$ 1,8 bilhão. [só que ninguém está conseguindo vender imóveis; quero ver este governo estúpido arrecadar impostos sobre vendas que não ocorrem.] — Todo imposto novo implica mudanças de hábitos. É difícil estimar
exatamente a arrecadação, mas estimamos que possamos arrecadas R$ 1,8
bi. É uma contribuição modesta, mas guarnece o conjunto de medidas
necessárias — afirmou Levy.
O pacote foi discutido esta manhã, no Palácio do Planalto, em reunião
de coordenação política, da qual participou a presidente Dilma
Rousseff, líderes da base governista no Congresso e uma vários de
ministros. Na semana passada, Dilma convocou seus principais ministros para
ordenar que seja feito um pente-fino em todos os benefícios sociais
concedidos pelo governo. A ideia é identificar e estancar fraudes e
desperdícios. Um participante da reunião disse que possivelmente haverá
um recadastramento dos beneficiários, para que seja verificado se todos
os que recebem atualmente renda do governo cumprem todas as exigências.
A crise econômica, que já era grave, ficou pior na última quinta-feira, quando a agência de risco Standard& Poor's rebaixou o Brasil,
tirando-lhe o chamado grau de investimento. Reservadamente, a avaliação
do Ministério da Fazenda é que a perda dessa espécie de atestado de
país bom pagador acabou reforçando os argumentos de Levy de que é
preciso que o governo corte na própria carne, para dar exemplo de
austeridade fiscal.
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