Em meio a especulações sobre sua saída, Levy
cancela participação na reunião do G20
Ministro
da Fazenda ficará no Brasil para encontro com Dilma e os ministros Nelson
Barbosa e Aloizio Mercadante, mas mantém compromissos na Europa na próxima
semana
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
cancelou sua viagem à Turquia, prevista para hoje, após ser convocado para uma
reunião com a presidente Dilma Rousseff e os ministros Nelson Barbosa
(Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). Levy participaria da reunião de ministros da Fazenda do G20, que
começa nesta sexta-feira, em Ancara. A convocação ocorreu na manhã desta
quinta-feira e a assessoria de imprensa do ministro não informou a pauta. O
embarque do ministro ocorreria em Guarulhos, em São Paulo, e estava previsto
para 16h30. [vamos e venhamos que uma reunião
entre Dilma, Mercadante, Barbosa e Levy não decide nada de importante – mesmo
que decidam alguma coisa Dilma não tem suporte político para implementar nada
em regime de urgência.
Essa condição tira a reunião com
Dilma do rol de justificativas para a ausência de Levy à reunião do G 20.
Indicativo certo que Levy vai saltar
do barco.]
Mesmo com
o cancelamento da viagem à Turquia, o ministro manteve a agenda na Europa na
semana que vem. Na segunda-feira, ele participa de seminário do jornal El País, em Madri,
e na terça, estará em Paris, para reunião com investidores e membros da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
[a natureza desses compromissos
dispensa formalidades para cancelamentos
além do FATO que Levy pode ser substituído por qualquer aspone.]
O cancelamento ocorre em meio a
rumores sobre a saída do ministro, depois de diversas derrotas acumuladas ao longo
das últimas semanas. Não só o ajuste fiscal desenhado
por Levy mostrou-se incompleto e insuficiente, como também suas tentativas de entregar um texto orçamentário com
previsão de superávit no ano que vem foram vencidas pela estratégia de "déficit transparente" de
Mercadante e Barbosa. A última derrota do ministro ocorreu na noite de
quarta-feira, quando um dos itens da "pauta-bomba", que
amplia a abrangência do Supersimples e reduz a arrecadação da Receita, foi aprovado na Câmara dos Deputados.
Também na
quarta, o ministro falou com a presidente Dilma
Rousseff, queixando-se da "fritura"
à qual vem sendo submetido tanto por setores do PT
e do próprio governo. A ala do PT
mais alinhada ao ex-presidente Lula (e,
consequentemente, a Nelson Barbosa) trabalha
em uma nova proposta de política econômica para tentar reavivar a economia.
Barbosa tem se fortalecido no governo não só por ter apoio da ala próxima de
Lula, mas também do ministro Mercadante, que chancela as propostas de Barbosa e
lhe dá apoio perante a presidente. Nos bastidores, nem mesmo os aliados do
presidente do Senado, Renan Calheiros, que vinham apoiando as medidas de ajuste
do ministro e a construção da "Agenda
Brasil", acreditam que ele consiga recuperar
as rédeas da condução da política econômica. Peemedebistas próximos de Renan têm apoiado a proposta de orçamento
deficitário de Barbosa e se mostram cada vez mais descrentes na eficácia
das medidas de ajuste propostas até o momento.
A
participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nos eventos do
G20 na Turquia está confirmada, segundo o Diário Oficial. A publicação informa
que Tombini ficará afastado de hoje até o dia 8 de setembro. Além dos
compromissos do G20, Tombini ainda
cumprirá agenda na reunião bimestral do Banco de Compensações Internacionais
(BIS).
Fonte: Estadao.com
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