Dilma consegue nos brindar com a vitória de Picciani e com o rebaixamento do Brasil. É o buraco!
O que vocês acham que acontece agora? É evidente que a percepção dos agentes econômicos, nesta quinta, será a de que Dilma ficou um pouquinho mais forte, embora, segundo a S&P, a situação do país esteja piorando... Ora, esses dois elementos, juntos, conduzirão ao otimismo ou a o pessimismo? Servirão para aumentar ou para diminuir a confiança no Brasil? Qual é a conclusão óbvia a que se chega quando se constata que aumentou a chance de permanecer no poder uma governanta que conduz o país ao desastre?
A
presidente Dilma ficou um pouquinho mais forte na quarta-feira e, por
isso mesmo, ela está mais fraca. A vitória de Leonardo Picciani (RJ)
sobre Hugo Motta (PB), por 37 a 30, na disputa pela liderança da Câmara,
me deu a certeza de que, com efeito, o Planalto conseguiu trincar a
unidade possível do PMDB. E, por isso mesmo, a presidente não vai
conseguir aprovar a CPMF, a reforma da Previdência ou qualquer coisa
relevante para o país.
Como se a
realidade tivesse um particular gosto pela ironia, um pouco antes de
Picciani se consagrar sobre o nada, a agência de classificação de risco
Standard & Poor’s rebaixava de novo a nota do Brasil, fazendo o país
descer mais um degrau na escala do risco.
Pois é…
Querem uma análise convencional? Pois não! As forças pró-impeachment do
Congresso ficam mais fracas, o governo está retomando a sua capacidade
de articulação, e, a partir de agora, Dilma vai ampliar o eixo de
governabilidade, derrotando tanto Eduardo Cunha (RJ) como Michel Temer,
vice-presidente da República e presidente do PMDB. Eis uma análise convencional e errada.
Querem uma
um pouco mais afinada com a dialética do mundo, onde as antíteses também
existem? Pois não! Digamos que o Planalto não se metesse na disputa e
que Hugo Motta, o antigovernista, tivesse vencido… Os que hoje já estão
afinados com o governo assim continuariam, e o grupo contrário teria de
necessariamente se aproximar para alguma articulação. Agora não! Dilma
resolveu entrar na briga para fazer derrotados e vai colher inimigos.
A condução
política da presidente é burra e não percebe que é possível ganhar
perdendo e perder ganhando. Quem poderia ensinar-lhe isso não é Marina
Silva, mas o general Pirro, não é? Ela venceu, mas a que custo? Há uma
evidência frequentemente desprezada nas análises: Dilma não precisa do
PMDB pela metade. Precisa do partido inteiro. E não terá. Se o tema,
então, é a reforma da Previdência, aí, meus caros, nem o PT ela consegue
juntar.
O que vocês
acham que acontece agora? É evidente que a percepção dos agentes
econômicos, nesta quinta, será a de que Dilma ficou um pouquinho mais
forte, embora, segundo a S&P, a situação do país esteja piorando…
Ora, esses dois elementos, juntos, conduzirão ao otimismo ou a o
pessimismo? Servirão para aumentar ou para diminuir a confiança no
Brasil? Qual é a conclusão óbvia a que se chega quando se constata que
aumentou a chance de permanecer no poder uma governanta que conduz o
país ao desastre?
A síntese é a seguinte: não pensem que, a partir de agora, as coisas vão melhorar para Dilma e para o governo. Vão piorar.
A pena que eu sinto é que Dilma nos arrasta a todos em sua pantomima triste. E os mais pobres pagam ainda mais caro.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
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