OS ÚLTIMOS DIAS – E Janot pede mesmo o inquérito específico para Dilma, Lula e Cardozo
Procurador-geral pede que se investiguem fatos que têm como centro a nomeação de Lula para o ministério: desvio de finalidade para a obstrução da Justiça
Não perca a
conta aí, caro leitor. O passado está começando a bater à porta de Luiz
Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff e de José Eduardo Cardozo, hoje
advogado-geral da União.
Falemos do
grande demiurgo, do Babalorixá de Banânia. Agora ele já é um
denunciado. Rodrigo Janot, procurador-geral da República, pediu a
inclusão de seu nome no inquérito que apura a tentativa de comprar o
silêncio de Nestor Cerveró. Se a Segunda Turma do Supremo aceitar, ele
se torna réu. A decisão está nas mãos dos ministros Teori Zavascki,
Gilmar Mendes, Carmen Lúcia, Dias Toffoli e Celso de Mello.
O
procurador-geral também quer Lula investigado no grande inquérito que
apura múltiplos crimes cometidos pela organização criminosa na
Petrobras. Ao todo, Janot quer incluir 31 novos nomes no grupo: além de
Lula, os petistaços Jaques Wagner, Edinho Silva, Ricardo Berzoini e José
Sérgio Gabrielli.
A reversão
da fortuna continua para Lula. A Procuradoria-Geral da República pede a
abertura de um segundo inquérito contra Lula — aí em companhia de Dilma
e Cardozo. Ao nomear
Lula para a Casa Civil, Dilma teria praticado desvio de finalidade com o
objetivo de obstruir o trabalho da Justiça. Gravações que vieram a
público revelaram que a intenção era mesmo tirar o chefão petista da
alçada da 13ª Vara Federal de Curitiba, protegendo-o de uma eventual
ação de Sérgio Moro.
O pedido
de Janot leva em conta a delação de Delcídio, segundo quem o governo
teria iniciado gestões junto a tribunais superiores para interferir na
Lava Jato. Entre elas, estaria a nomeação do ministro Marcelo Navarro
para o Superior Tribunal de Justiça. O pedido
de inquérito deve incluir também o ministro Aloizio Mercadante
(Educação). Em conversa gravada com um assessor de Delcidio, ele oferece
ajuda ao senador em troca, tudo indica, do seu silêncio.
Como o
caso envolve a presidente da República, Janot pode apelar ao pleno do
Supremo para decidir se abre ou não o inquérito contra Dilma.
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