Valor do benefício é de R$ 4.377,73 mensais, sem necessidade de comprovar pagamento de aluguel
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
liberou para a pauta de julgamentos do plenário um processo sobre a
legalidade do pagamento de auxílio-moradia a juízes. Em setembro de
2014, o ministro Luiz Fux determinou o pagamento do benefício a
magistrados de todo o país que moram em cidade onde não há residência
oficial disponível. A decisão foi tomada por liminar e, até hoje, Fux
não liberou o processo para o julgamento em plenário. Agora, a discussão
definitiva deve ser travada em outro processo, da relatoria de Barroso.
Caberá à presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, agendar uma
data para o julgamento.
A decisão de Fux autorizou o pagamento de auxílio-moradia no valor de R$ 4.377,73 mensais, sem a necessidade de comprovar que usou o dinheiro no pagamento de aluguel. Mesmo que o magistrado pague menos com a moradia, ou que não tenha custo algum, recebe o benefício. Segundo os cálculos do governo federal, a decisão implica em gastos de R$ 289 milhões dos cofres públicos por ano. Benefícios como esse levaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a criar uma comissão para identificar vencimentos superiores ao teto do funcionalismo público, hoje em R$ 33,7 mil.
Nesta segunda-feira, em reunião com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, alguns presidentes de Tribunais de Justiça aproveitaram para reclamar da comissão criada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para passar um pente-fino nos supersalários do Judiciário. A atitude foi vista como retaliação aos magistrados, em resposta às investigações da Lava-Jato contra parlamentares.
Nem todos concordaram. O presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, desembargador Cláudio Santos, criticou o alto custo do Judiciário e defendeu a regularização do auxílio-moradia como forma de melhorar a imagem dos juízes perante a sociedade.
Cármen Lúcia não teria se pronunciado sobre o assunto no encontro, que contou com a participação de 25 presidentes de tribunais.
Fonte: O Globo
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