A força-tarefa da Operação Lava Jato, no Paraná, pediu ao juiz
federal Sérgio Moro que autorize a Secretaria de Administração do
Planalto a incorporar uma parte das “tralhas” do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ao patrimônio da Presidência da República. Os bens estavam no cofre-forte de uma agência do Banco do Brasil,
em São Paulo, segundo a Operação Aletheia – que levou o ex-presidente
para depor de forma coercitiva no dia 4 de março de 2016.
Na ocasião, a Polícia Federal achou moedas, espadas, adagas,
canetas, condecorações e outros objetos de valor que estavam armazenados
no cofre do BB desde 2011, sem custo, segundo informou o gerente da
agência. Lula afirma ter recebido o que ele classificou como “tralhas” de
presente quando exerceu os dois mandatos (2003/2010). Segundo a
Procuradoria da República, os objetos estavam em nome de Fábio Luis Lula
da Silva, filho do ex-presidente, e da ex-primeira dama Marisa Leticia
Lula da Silva – que morreu no dia 3 de fevereiro -, “conforme
documentação que havia sido anteriormente apreendida por ocasião do
cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do
ex-presidente”.
Em ofício de 17 de fevereiro, a força-tarefa da Lava Jato afirmou
a Moro que a Secretaria do Planalto apresentou relatório e discriminou
quais objetos devem ser incorporados ao patrimônio da Presidência.O documento solicita ainda “autorização para a tomada das
providências necessárias para incorporação dos bens em testilha ao
patrimônio da Presidência da República”.
O pedido da Procuradoria destaca que os bens estão descritos no
“item 61” de um documento da Secretaria de Administração da Presidência.
“O Ministério Público Federal requer que seja autorizada a Secretaria
de Administração da Presidência da República a adotar as providências
necessárias à incorporação, ao patrimônio da Presidência da República,
dos bens descritos no item 61 Relatório Final da Comissão Especial”,
solicitam os procuradores.
Depoimento
No mesmo dia em que foram feitas as buscas no cofre, Lula foi
conduzido coercitivamente para depor e, irritado, disse que não sabia
onde estavam as inúmeras “tralhas” que ganhou quando presidente e que
iria entregar tudo para o Ministério Público. Antes disso, ele havia sido flagrado em um grampo com um advogado
fazendo críticas às investigações sobre os presentes e dizendo que iria
mandar tudo para um prédio do Ministério Público Federal em Brasília.
Defesa
“O pedido feito pela Força Tarefa da Lava Jato para que o juiz da
13ª Vara Criminal de Curitiba retire bens do acervo que Lula recebeu da
Secretaria da Presidência da República, no final do seu segundo
mandato, é mais um exemplo gritante dos abusos e da perseguição imposta
ao ex-Presidente”, diz a defesa do ex-presidente por meio de nota.
“A única interpretação possível é a de que a Lava Jato busca
destruir a imagem e a história de Lula. A tentativa de retirar bens de
seu acervo presidencial agora posta em curso é parte dessa estratégia
impatriótica. Isso porque o processo de recebimento, catalogação e
entrega dos bens relativos ao acervo de Lula seguiu os mesmos parâmetros
aplicados para os demais ex-Presidentes da República desde 1991, quando
entrou em vigor a Lei no. 8.394, que disciplina o assunto”, continua o
texto.[a situação de Lula em relação a dos demais ex-presidentes da República é totalmente diferente.
Nenhum dos ex-presidentes confundiu a coisa pública com a privada e fez da apropriação indevida de BENS PÚBLICOS e da VENDA DE FAVORES meio de vida.
O único a usar expedientes tão vis foi o Ignorantácio Lula da Silva. Inclusive envolvendo seu filho Lulinha - que aliás foi o primeiro membro da 'famiglia' Lula a fazer da corrupção meio de vida.]
O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso prestou depoimento ao
juízo da 13a. Vara Federal Criminal de Curitiba, em 09/02/2017, e esclareceu que também mantém em seu acervo presentes recebidos de
chefes de Estado e em eventos oficiais, exatamente o que a Força Tarefa
quer retirar de Lula”.
“Registra-se ainda que, se houvesse vício no processo
administrativo que resultou na entrega do acervo de Lula, essa discussão
deveria ser feita em Brasília, onde tramitou o processo administrativo.
Ademais, somente poderia ser conduzida por um órgão cível da Justiça
Federal, uma vez que a matéria é estranha à competência reservada às
Varas Criminais”. A nota é assinada pelo advogado Cristiano Zanin
Martins. [FHC e outros presidentes respeitaram os limites estabelecidos em Lei para o presente recebido se tornar propriedade do ex-presidente ou do Erário.
Lula não seguiu limites, se tornou dono de tudo.]
As informações são da Isto É e do Estado de S. Paulo
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