"Pesquisa" !?! brasileiro rebaixa Moro sem elevar Lula
[após a leitura deste POST, sugerimos ler excelente matéria '
"Caim, que Brasil queremos? O parto de uma calúnia", transcrito da Folha e que mostra de forma magistral o real valor das 'conversas' divulgadas pelo intercePTação.
Não deixe de ler: Maiacompara vazamentos contra Moro à divulgação de áudio de Lula e Dilma
Será a oportunidade de constatar o presidente da Câmara e primeiro-ministro exercendo, também, a função de juiz. ]
Embora nem sempre seja visto por autoridades e políticos como um
observador esperto, o brasileiro emite sinais de que enxerga todas as
espertezas ao redor. Pesquisa Datafolha revela que, no caso da comunicação do
então juiz Sergio Moro com os procuradores da Lava Jato, a plateia não está
disposta a comprar gato por lebre. Nem isentou Sergio Moro de culpa nem
transformou Lula em inocente. É alta a taxa dos entrevistados que tiveram
conhecimento das mensagens que pingam em ritmo de conta-gotas sobre a reputação
do agora ministro da Justiça: 63%. Nesse universo, 58% avaliaram como
inadequada a parceria que Moro estabeleceu com procuradores na época em que era
juiz da Lava Jato. Entretanto, 54% responderam que, a despeito da exposição das
mensagens tóxicas, continuam achando justa a condenação que resultou na prisão
de Lula no caso do tríplex.
[curiosidade: quando os números de uma pesquisa são favoráveis ao nosso presidente Bolsonaro ou algum integrante de sua equipe de governo, ou as ruas mostram a preferência pelo presidente, logo a imprensa diz que não é o povo que governa, quem manda é o Congresso, e coisas do tipo - concordamos que o Congresso é quem representa o povo, mas, não consideramos o atual Congresso (especialmente devido ao presidente do Senado e o da Câmara) competente para ser o executor da 'democracia representativa'.
Mas, quando os números são desfavoráveis ao presidente ou a um dos seus ministros eles são destacados, passam a ter importância ou, no mínimo, não é citado que são números que não governam, não julgam e nem condenam.
Da mesma forma, para as eleições de 2022, números favoráveis ou não, nada significam. Em 2017, nem Bolsonaro acreditava no êxito de sua candidatura a presidente, em 2018 foi eleito com quase 60.000.000 de votos.
Que importa que 59% ache que se as conversas roubadas e até agora sem comprovação de autenticidade, resultarem autênticas (sem que até agora tenham sido entregues para perícia e nada garante que estejam sendo preservadas, tal qual foram, ou estão sendo, entregues aos receptadores) os processos devem ser revistos.
Será que os 'pesquisadores' informaram aos 'pesquisados' que tribunais superiores e o próprio Supremo validaram todo o processo?
Quem garante que Moro ter 59%, 20% ou 98%, significa que em 2022 ele sendo vice do presidente Bolsonaro, vai prejudicar ou beneficiar a chapa?
Se números favoráveis ao Governo são desvalorizados os desfavoráveis devem receber o mesmo tratamento - ou devemos lembrar os erros gigantescos que os institutos de pesquisa cometem em todas as eleições?
A Lava Jato será extinta quanto a taxa de aprovação ficar abaixo dos 50%.]
Quer dizer: a maioria da opinião pública não leva a sério o trololó de
Moro segundo o qual não há nada de errado no bate-papo que travou no escurinho
do Telegram com procuradores de Curitiba, sobretudo Deltan Dallagnol. A maioria
tampouco engole a conversa mole de que Lula é mesmo um perseguido e tudo o que
está na cara não passa de uma conspiração da lei das probabilidades contra um
inocente. O índice de aprovação pessoal de Moro, que era de 59% em abril, caiu
para 52%. Mas 55% disseram não vislumbrar por ora motivos para que o ex-juiz
deixe o posto de ministro da Justiça. Ficou entendido que os admiradores de
Moro não se converteram em cães raivosos, capazes de atacá-lo. Mas uma parte do
grupo já não abana o rabo.
Para 59%,
se forem comprovadas irregularidades nas decisões de Sergio Moro como juiz, as
sentenças devem ser revistas. A taxa de aprovação da Lava Jato, que era de 61%
em abril, caiu para 55%. Ou seja: embora abomine a corrupção, o brasileiro não
parece conviver bem com a ideia de que o Estado possa recorrer ao vale-tudo
para prevalecer no combate aos larápios. Dito de outro modo: ninguém ignora que
a principal regra do jogo da oligarquia corrupta é a violação das regras. Mas a
maioria acredita que, na perseguição aos criminosos, as regras estabelecidas em
lei são sempre menos perigosas do que a criatividade que pulsa no aplicativo de
bate-papo.
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