O Exército Brasileiro presta homenagem ao oficial de nação amiga, Major do Exército Alemão Eduard Ernest Thilo Otto Maximilian von Westernhagen, aluno da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) que, em 1º de julho de 1968, foi brutalmente assassinado no Brasil. Em 1966, como reconhecimento por seu desempenho profissional, foi designado para participar de um intercâmbio de estudos militares no Brasil, sendo matriculado no curso da ECEME. O militar foi o primeiro oficial da Alemanha a realizar esse curso. O Major Otto também tinha a missão de apresentar ao mundo o valor do Exército da Alemanha, tentando desfazer a imagem negativa deixada na 2ª Guerra Mundial.
Naquela época, o curso de Estado-Maior
era realizado em três anos. O Major Otto seguia frequentando as aulas e
dedicando-se aos estudos com desenvoltura. Ao final das instruções do
dia 1º de julho de 1968, o Major Otto von Westernhagen trocou de
uniforme e seguiu sua rotina diária. No caminho de casa, dois assassinos
anônimos tiraram a vida do militar com dez tiros à queima-roupa. O
crime teve grande repercussão em todos os jornais do Brasil da época.
A verdade foi totalmente esclarecida apenas 19 anos após a morte do Major Otto, no livro “Combate nas Trevas”, de Jacob Gorender, Editora Ática, 1987. Pela primeira vez, constava em um registro que terroristas do Comando de Libertação Nacional (Colina) realizaram o atentado. Ainda com pouca visibilidade, integrantes do grupo decidiram vingar a morte do líder guerrilheiro Che Guevara, morto um ano antes na Bolívia, por tropas comandadas pelo Capitão boliviano Gary Prado, que também veio ao Brasil em 1968 para realizar o mesmo curso da ECEME que o Major Otto.
Segundo relatos do General Prado, no dia
1º de julho de 1968, o Capitão teria saído da ECEME com o Major Otto,
companheiro de curso, e pegaram o mesmo ônibus para o Jardim Botânico.
Devido à semelhança entre os dois oficiais estrangeiros, os terroristas
cometeram um engano. O major alemão foi morto no lugar do boliviano. Atualmente, a ECEME possui uma sala de
aula que recebe o nome do Major Otto, com uma placa de bronze em sua
homenagem. Mesmo não tendo concluído o curso, em virtude de sua morte
prematura, o nome do Major Otto está presente nos registros oficiais da
tradicional e centenária escola.
Assim sendo, ao perpetuar a memória do
Major Otto von Westernhagen, o Exército Brasileiro presta uma justa
homenagem ao primeiro oficial da Alemanha a cursar a escola. Um
sobrevivente da 2ª Guerra Mundial e das prisões totalitárias soviéticas,
cuja vida foi encurtada por um ato terrorista insano e covarde. Ao mesmo tempo, o Exército Brasileiro
também homenageia todos os oficiais de nações amigas que abdicam do
conforto de suas terras natais para vir ao Brasil e fortalecer os laços
de amizade e de cooperação entre nossas nações e buscar o
autoaperfeiçoamento.
O nome do Major Otto não permanece
apenas gravado em placas de bronze, mas sempre será lembrado pelo
Exército Brasileiro a fim de fortalecer o princípio constitucional de
repúdio ao terrorismo.
Texto adaptado – autores: Maj Inf João Paulo Diniz Guerra e Maj Art Renato Rocha Drubsky de Campos (alunos do Curso de Comando e Estado-Maior - 1º Ano da ECEME)
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Fonte: Agência Verde-Oliva
Republicado para esclarecer eventuais interpretações maliciosas apresentadas no POST 'mimo póstumo' - que publicamos, apesar de não concordarmos com o seu teor, em respeito ao direito de informação dos nossos dois leitores:'ninguém' e 'todo mundo'.]
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