Durante o discurso, que durou 14 minutos, Bolsonaro criticou a esquerda e a imprensa, e ainda declarou que a ideologia de gênero é do "capeta"
O presidente da República, Jair Bolsonaro, chegou aplaudido pelas pessoas que acompanham a Marcha para Jesus — pela família e para o Brasil, que iniciou às 9h em frente do Palácio do Buriti e desde 10h30 se concentra ao lado do Clube do Choro. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também está presente no evento e teceu apoio ao chefe do Executivo Federal. A Polícia Militar do DF informou que não contabilizou o número de pessoas presentes, mas organizadores estimam 15 mil pessoas. Até às 10h30, três faixas do Eixo Monumental, lado Sul, estiveram fechadas. Depois deste horário, todo o tráfego de veículos foi impedido. Motoristas tiveram que mudar o trajeto para o Parque da Cidade. Bolsonaro chegou pouco depois das 11h e ficou até às 11h40, mas a marcha continuou até o Museu Nacional, com três faixas bloqueadas.O presidente foi chamado de “mito” pelos apoiadores em diversas ocasiões e foi apresentado pelos organizadores como o único na história do Palácio do Planalto que “reconhece que Jesus é Jesus”. Ele beijou a camisa do evento, com a escritura “Marchando para Jesus” e foi aplaudido. A Marcha para Jesus é um evento organizado pelo Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (Copev/DF) e conta com o apoio da Federação Nacional de Igrejas Cristãs (Fenaic), da Federação dos Cantores Evangélicos do Distrito Federal (FACEV), do Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp) e da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab). Durante o discurso, que durou 14 minutos, Bolsonaro criticou a esquerda e a imprensa, e ainda declarou que a ideologia de gênero é do “capeta”. Ele relembrou do apoio dos evangélicos durante a campanha eleitoral.
“Além do milagre da minha vida, o milagre da nossa eleição. Tive apoio de grande parte dos evangélico no período inicial das eleições. Isso foi decisivo. O que eu falava durante a campanha eu já falava anos antes. Desde 2010, quando apareceu nos governo que nos antecedeu as questões de multifamílias”, afirmou Bolsonaro. “Se querem que eu acolha isso, apresente uma Emenda Constitucional e modifique o artigo nº 226, que diz que família é homem e mulher. E mesmo mudando isso, como não dá para emendar a bíblia, eu vou continuar acreditando na família tradicional”, acrescentou, aplaudido.
O presidente ainda parabenizou todos os pais do Brasil, já que
será Dia dos Pais neste domingo (11/8). “Amanhã, como todos os dias, é o
dia da família”, declarou. Bolsonaro ainda enfatizou que, apesar do
Brasil ser um estado laico, a maioria das pessoas são cristãs. No trio
elétrico, onde discursou, havia a bandeira de Israel, porque, segundo
ele, é preciso agradecer às tradições judaico-cristã. “Vocês
tem pela primeira vez na história do Brasil um presidente que está
honrando o que prometeu na campanha, que acredita da família e que vai
respeitar a inocência das crianças nas salas de aulas. Não existe
conversinha de ideologia de gênero. Isso é coisa do capeta. Tenho
certeza que o governador Ibaneis não vai admitir isso no DF”, disse, ao
lado do chefe do Executivo distrital.
De
acordo com Bolsonaro, “a todo momento” a população brasileira escuta
que a “esquerdalha do PT, PCdoB, PSOL, nojenta” defender que o estado é
laico. “Mas eu, Jonnie Bravo, sou cristão. Aqui, nesse carro e pátio,
somos cristãos”, disse, antes de ser ovacionado com gritos de “mito”.
Respeitamos todas as religiões e quem não é cristão. Mas a maioria dos
brasileiros é cristão e ponto final. O Brasil é um só povo, uma só raça e
um só coração. É uma bandeira e meia: Brasil e Israel”, apontou.
Bolsonaro
também alfinetou a imprensa e relembrou que assinou, “com a caneta
bic”, uma medida para que as empresas não sejam obrigadas a publicar
balancetes nos jornais. De acordo com ele, não é retaliação à mídia e
vai em direção à modernização, já que os dados empresariais poderão ser
acessados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e no Diário
Oficial da União, de forma gratuita. “Não
estamos desafiando nenhuma instituição, mas não aceitaremos pressão para
manter nichos qualquer que seja em causa própria”, afirmou no início do
discurso. “Levantamento preliminar os jornais vão deixar de ganhar R$
1,2 bilhão. Estamos atacando nichos que oprimiam a sociedade”,
acrescentou Bolsonaro.
O chefe do Executivo
ainda afirmou que o governo está facilitando a vida de todos e que está
em luta com o Judiciário para acabar com os pardais no Brasil. “Tenho
certeza que o governador vai brigar. Ninguém consegue andar no DF sem
ser multado. Isso é covardia. Vai acabar com essa roubalheira em
Brasília”, disse ao lado de Ibaneis.
Correio Braziliense
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