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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Lula quer um avião maior e ele será pago com o seu dinheiro - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Lula quer um avião maior e ele será pago com o seu dinheiro - Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Presidente Lula está voando hoje ou já foi para a praia. Vai passar o Corpus Christi, e sexta-feira, e sábado, e domingo, na base naval de Aratu, bem isolado e protegido.

Ele foi convidado por uma igreja evangélica para a Marcha para Jesus, do pastor Hernandes. Sai da Sé às 10 horas da manhã e percorre as ruas de São Paulo, já há vários anos. 
Mas ele não quis. Disse que a deputada Benedita da Silva e o ministro Jorge Messias, daquele telefonema da Dilma, que é da Advocacia da União, poderiam representá-lo.
 
E ele está reclamando, está com intenção de fazer muitos outros voos para o exterior, tanto que quer um avião maior. Ele tem um Airbus 319, e claro que não vai querer o 350, né? Que custa 12 vezes mais.  
Custou para os nossos impostos, o equivalente a 167 milhões de dólares em 2005. Foi ele que comprou. 
Agora está achando pequeno e está com a intenção de viajar muito mais. Vai para Paris agora, na segunda quinzena de junho, será a décima primeira viagem para o exterior. Dá uma média de uma viagem para o exterior por quinzena.
 
Bom gente, tem esse programa aí do carro popular. Querem desovar estoques que estão aí nos pátios das montadoras e das concessionárias de mais de 100 mil carros
Eu passei dois meses em Portugal e lá eu vi os anúncios de carros 0 quilômetro, mas modelo do ano passado, por um preço de liquidação mesmo, e não tem governo metido nisso. 
Aqui no Brasil tudo é patrocinado pelo governo. 
O governo é o paternalismo que corresponde ao clientelismo.
 
Agora, a Anfavea, que é a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, está dizendo que vai durar um mês, um pouquinho mais de um mês. Aí, como ouvi Claudio Humberto dizendo, né? 
Me engana que eu gosto. Porque, veja só, um problema é o juro. 
O pessoal que comprar um carro de cem mil vai pedir financiado, aí ele vai ter um desconto de seis mil, mas vai pagar de juro muito mais do que isso. E a outra questão é a seguinte, não vai resolver o armazenamento de veículo, porque já estamos há dez dias falando nisso.
 
O ministro Haddad falou em reduzir imposto, acho que foi no Dia da Indústria, dia 25 de maio. Aí já parou o mercado. O comprador de carro já decidiu esperar o desconto. 
 Já não foi mais, então está há dez dias parado e vai estar mais 10 dias parado até estar tudo liberado para fazer a venda com desconto. 
Aí se vai durar 30 dias ou um pouco mais, 20 dias já se foram. Então como disse Claudio Humberto, é um me engana que eu gosto.

Marco temporal
Só pra avisar o pessoal que é proprietário de imóvel - quero dizer, solo, proprietário de terreno, de terra -, que o Supremo ainda não deslindou o caso e está perigando, porque o voto de Alexandre Morais não tem marco, mas a gente tem que indenizar os que vão ter que entregar a terra para os índios, essa foi a solução.

O André Mendonça levou um susto e pediu vistas. Aí ele tem seis meses para examinar o assunto e pôr em julgamento. 
Enquanto isso, o projeto da Câmara foi aprovado e está lá no Senado. 
Não sei se o Pacheco vai aguentar segurar seis meses. E o projeto diz o seguinte: indígenas que já deixaram a terra pra trás, que saíram da terra, não podem mais voltar pra terra, que eles abandonaram. É a situação no dia 5 de outubro de 1988, o dia que saiu a Constituição. É o que diz a Constituição. 
 
A exceção é terra que já estava em litígio na justiça. Como diz Nunes Marques, no voto dele, não dá pra fazer diferente, porque senão, de 1500 pra cá, absoluto desconhecimento do direito de propriedade. 
Vai aparecer lá um laudo dizendo que aqui tinha índio, que aqui era uma aldeia. Então, "poxa, mas eu fiz o meu prédio aqui!". Eu sinto muito, seu prédio vai passar para os indígenas. Esse é o risco que se corre. 
É uma responsabilidade muito grande a do Supremo, que já fez algo semelhante lá na Raposa Serra do Sol, caso no qual perdemos 5% da produção brasileira de arroz, e deixamos na miséria índios que viviam em simbiose com arrozeiros, e os arrozeiros com um tremendo problema na mão. Então, agora está nas mãos do Senado mais uma vez. 
É mais um grande assunto que está nas mãos do Senado, nas mãos de quem pauta a agenda do Senado, que é o presidente da casa, Rodrigo Pacheco, representante dos mineiros de Minas Gerais.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 14 de agosto de 2022

‘Quero entregar País (a sucessor) bem lá na frente’, diz Bolsonaro - O Estado de S. Paulo

Denise Luna 

Presidente sinaliza em discurso a evangélicos confiança na reeleição; pastor Silas Malafaia, sem provas, ataca urnas eletrônicas e diz que, se elas forem hackeadas, será preciso fazer nova eleição

 [SE: Indica indeterminação; algo ou alguém indefinido: ainda não se sabe o resultado?]

O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, afirmou neste sábado, 13, na Marcha para Jesus no Rio, que pretende entregar o País “lá na frente” em situação melhor à que recebeu, sinalizando confiar na vitória em 2022.

“Quero, bem lá na frente entregar para aquele que pegar a Presidência uma situação melhor do que peguei em 2019″, disse Bolsonaro, a uma plateia de milhares de pessoas reunidas na Praça da Apoteose, no Sambódromo, no Centro do Rio, onde assistiam a apresentações de música gospel.

Bolsonaro discursou ao lado do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do pastor Silas Malafaia, e acompanhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mais ovacionada do que o próprio presidente.
Bolsonaro discursou ao lado do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do pastor Silas Malafaia, e acompanhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mais ovacionada do que o próprio presidente. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Bolsonaro discursou ao lado do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do pastor Silas Malafaia, e acompanhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mais ovacionada do que o próprio presidente. Reconheceu que o Brasil passou por momentos difíceis nos últimos três anos e afirmou que nas últimas semanas começou a resolver o que chamou de questões materiais.

Em discurso voltado para o público evangélico e repleto de citações religiosas, Bolsonaro lembrou passagens da Bíblia e afirmou que “se o poder vem do povo é por que o povo escolheu bem seu representante”. Frisou ainda, que o Brasil está “condenado a ser cristão, a ser livre” e disse que é preciso “liberdade para decidir o futuro”. Citou ainda a facada que levou na campanha anterior para a Presidência, em 2018.

“Estive com a equipe médica que me operou em Juiz de Fora e disseram que de cem que levam uma facada como aquela, apenas um escapa”, concluiu. Observou ainda que nunca viu a Marcha para Jesus tão “grandiosa” como a deste sábado. “E olha que já vim aqui mais de dez vezes”, afirmou.

Denise Luna - O Estado de S. Paulo 

 

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Igreja Presbiteriana do Brasil tenta barrar esquerda e abre púlpitos para Bolsonaro - veja vídeo- O Estado de S. Paulo

A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), uma das instituições evangélicas mais tradicionais do País, abriu os púlpitos para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). Disposta a impedir adesão de seus seguidores a candidatos alinhados à esquerda, a igreja quer criar uma comissão interna para definir regras gerais a serem repassadas aos seus pastores. A ideia é que os fiéis sejam orientados a se afastar do “comunismo” e daquilo que os líderes classificam como “nefasta influência do pensamento de esquerda”.

A proposta, compartilhada por evangélicos nas redes sociais, será tratada no Supremo Concílio da igreja, órgão máximo de deliberação da denominação, entre os dias 24 e 31 de julho, em Cuiabá. A cúpula da Igreja Presbiteriana do Brasil é majoritariamente conservadora e alinhada ao governo federal. Já não é mais segredo nos círculos presbiterianos que o comando da instituição está diretamente alinhado com o atual presidente e apoiará Bolsonaro na tentativa de reeleição, em outubro. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, indicado por Bolsonaro, também é da mesma organização.

Na proposta do Supremo Concílio, os líderes da igreja sugerem a criação de uma comissão formada por altos dirigentes “que apresente a contradição entre Marxismo e suas variantes com o Cristianismo Bíblico” e “que essas pastorais orientem os declarados ‘cristãos de esquerda ou progressistas’ de suas inconsistências.”

© Fornecido por Estadão Trecho de documento da Igreja Presbiteriana pregando contra pensamentos de esquerda Foto: Reprodução

O documento precisa ser aprovado na reunião em Cuiabá para se tornar um posicionamento oficial da instituição. Nos bastidores, a proposta é apontada como uma pressão contra fiéis críticos de Bolsonaro e eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não seriam mais bem-vindos no reduto presbiteriano.

O relator da proposta é o reverendo Osni Ferreira, da Igreja Presbiteriana Central de Londrina (PR). No último dia 3, ele usou o púlpito da igreja para pedir apoio à reeleição de Bolsonaro, ignorando regras impostas pela própria instituição, que orienta os pastores a não pedirem votos, mas, na prática, faz vista grossa às manifestações de apoio ao atual governo. ”Nós temos que reeleger Bolsonaro. Irmãos, não tem outro caminho para o Brasil. Olha a América do Sul inteira...”, disse Ferreira no culto. O deputado Filipe Barros (PL-PR), aliado de Bolsonaro e membro da igreja, estava presente e também foi “ungido” pelo reverendo para sua campanha à reeleição na Câmara.

Foi nessa mesma igreja em Londrina que, em janeiro de 2020, o pastor Emerson Patriota, genro de Ferreira, desafiou os fiéis a assinarem uma ficha de apoio à criação do Aliança pelo Brasil, partido idealizado por Bolsonaro, conforme o Estadão publicou. A legenda não saiu do papel e Bolsonaro acabou se filiando ao PL para ser candidato em 2022. Agora, Emerson Patriota também assina a proposta relatada pelo sogro contra as manifestações de esquerda.

A comissão “anti-esquerda deve ter como relator o reverendo Alfredo Ferreira de Souza, da Primeira Igreja Presbiteriana de Roraima, autor de estudos sobre “as raízes satânicas do comunismo”. O grupo também deve ser formado por líderes que têm ligação com Bolsonaro, entre eles o presidente do Supremo Concílio, Roberto Brasileiro Silva. Ele esteve ao lado de Bolsonaro quando aliados do governo comemoraram a aprovação dada indicação de André Mendonça ao STF, em dezembro do ano passado. Na ocasião, ele elogiou o presidente.

Hernandes Dias Lopes e Augustus Nicodemus Lopes, conhecidos como dois pastores “pop” por terem milhões de seguidores nas redes sociais e influenciarem o pensamento presbiteriano no Brasil, também foram indicados para compor a comissão. Bolsonaro aposta no apoio de evangélicos para a campanha de reeleição. Pesquisas de intenção de voto têm indicado que o eleitor com esse perfil religioso é mais propenso a votar no presidente do que no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. [o descondenado petista é ateu e um enviado de 'satã' - e para vencê-lo vale o esforço.]

Nos últimos meses, Bolsonaro esteve ao lado de líderes religiosos, participou de cultos e subiu em trios elétricos da Marcha para Jesus em capitais como São Paulo, Curitiba e Fortaleza. “Todo dia eu dobro os joelhos, me concentro, rezo um Pai Nosso e peço a Deus que vocês não experimentem as dores do comunismo”, disse Bolsonaro no último sábado, 16, no evento organizado por evangélicos em Fortaleza. Procurada, a igreja ainda não se manifestou.

Política - Daniel Weterman - O Estado de S. Paulo 


domingo, 10 de julho de 2022

Bolsonaro: ‘rezo para que o nosso povo não experimente as dores do comunismo’ - O Estado de S. Paulo

Vinicius Lemos

Depois da Marcha para Jesus em São Paulo e no caminho para Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve agenda no Triângulo Mineiro em nova motociata e participação de outra marcha, desta vez em Uberlândia (MG), neste sábado, 9. Em um discurso rápido, ele comparou indiretamente as eleições de 2022 com uma guerra.

Bolsonaro chegou a Uberlândia perto das 16h em sua segunda motociata na cidade, que partiu de ponto perto do aeroporto. Visivelmente com menor adesão do que no primeiro evento do tipo em agosto de 2021 na cidade, ele circulou por cerca de meia hora.  O fim do trajeto foi o Estádio João Havelange, onde fez corpo a corpo com apoiadores e discursou por cerca de cinco minutos. O tom foi o mesmo utilizado pela manhã na Marcha para Jesus em São Paulo.

“Todos os dias dobro meus joelhos e rezo para que o nosso povo não experimente as dores do comunismo”, disse Bolsonaro sob aplausos. O presidente ainda citou ser contra aborto, ideologia de gênero, legalização de drogas e de jogos de azar.

Ao dizer indiretamente que a eleição de outubro é uma “guerra do bem contra o mal”, Bolsonaro afirmou que não cabe apenas a uma pessoa vencer esse conflito. “Cabe a todos nós entrar em campo e nos afastarmos cada vez mais daqueles que querem nos afastar do nosso Criador e querem roubar a nossa liberdade.”

Boa parte do público vestia camisetas da seleção brasileira de futebol ou com estampas com o nome do presidente Bolsonaro. No caminhão de som, ao iniciar a marcha, saindo do estacionamento do Estádio Parque do Sabiá em direção às ruas da cidade mineira, chamou a atenção o fato de os hinos cantados terem algumas letras alteradas para inclusão do nome do presidente em meio aos louvores.

Política -  O Estado de S. Paulo

 

domingo, 3 de julho de 2022

Marcha para Jesus une religião e polícia e confirma respaldo à Bolsonaro

Expoentes do bolsonarismo também participaram do evento, entre eles o ex-ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni

(crédito: Victor Correia/CB/D.A Press)

 (crédito: Victor Correia/CB/D.A Press)

A Marcha para Jesus, realizada ontem, em Brasília, tornou-se um evento de apoio a Jair Bolsonaro (PL) — que, na mesma hora, faziam uma motociata em Salvador. O presidente não compareceu nem mandou um vídeo aos presentes, mas foi representado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, que manteve o tom antipetista.

“Nenhuma armadilha prosperará contra a nossa nação. Amém?”, indagou a primeira-dama. E prosseguiu: “Nós declaramos que esta nação é santa, edificada, liberta, curada pelo sangue precioso de Jesus. E as portas do inferno não prevalecerão contra a nossa família. Que o reino do Senhor se estabeleça sobre o Executivo, o Judiciário e o Legislativo”, exortou.

No discurso para os participantes da marcha, Michelle disse que estava ali em nome do marido. “Hoje, o nosso presidente não pôde estar presente, está com agenda. Mas nós estamos aqui para representá-lo. Vocês estão aqui para representá-lo. E esse é um dia profético para nossa nação”, disse.

Outros expoentes do bolsonarismo também participaram do evento, que percorreu o Eixo Monumental. Entre eles estavam o ex-ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni, pré-candidato do PL ao governo do Rio Grande do Sul; a ex-ministra da Mulher e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos), que pleiteia uma das vagas do Distrito Federal no Senado; e os deputados federais Júlio César Ribeiro (Republicanos-DF), João Campos (Republicanos-GO) e Celina Leão (PP-DF).

50 mil
A Marcha para Jesus em Brasília foi realizada pelo Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (Copev). A organização esperava, inicialmente, um público de 50 mil pessoas e garantiu que desde o início do evento, às 9h, passaram pelo evento aproximadamente 25 mil pessoas. Procurada, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) afirmou que não fez a contagem de pessoas.

O trajeto original da marcha era da Praça do Buriti até a Praça dos Três Poderes. Mas a concentração final foi realizada na Esplanada dos Ministérios, pouco antes do Congresso. Por volta das 13h30, os participantes do evento tinham se dispersado. Discursando nos trios elétricos, pastores que organizaram a Marcha defenderam que “daqui para outubro é o vale da decisão” e que “estão em guerra”. Grande parte do público usava camisetas com o rosto de Bolsonaro, além de roupas verdes e amarelas, e carregavam bandeiras do Brasil.

Política - Correio Braziliense
 

sábado, 10 de agosto de 2019

Bolsonaro diz que ideologia de gênero é do 'capeta' em Marcha para Jesus

Durante o discurso, que durou 14 minutos, Bolsonaro criticou a esquerda e a imprensa, e ainda declarou que a ideologia de gênero é do "capeta"

O presidente da República, Jair Bolsonaro, chegou aplaudido pelas pessoas que acompanham a Marcha para Jesus — pela família e para o Brasil, que iniciou às 9h em frente do Palácio do Buriti e desde 10h30 se concentra ao lado do Clube do Choro. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também está presente no evento e teceu apoio ao chefe do Executivo Federal. A Polícia Militar do DF informou que não contabilizou o número de pessoas presentes, mas organizadores estimam 15 mil pessoas.  Até às 10h30, três faixas do Eixo Monumental, lado Sul, estiveram fechadas. Depois deste horário, todo o tráfego de veículos foi impedido. Motoristas tiveram que mudar o trajeto para o Parque da Cidade. Bolsonaro chegou pouco depois das 11h e ficou até às 11h40, mas a marcha continuou até o Museu Nacional, com três faixas bloqueadas.

O presidente foi chamado de “mito” pelos apoiadores em diversas ocasiões e foi apresentado pelos organizadores como o único na história do Palácio do Planalto que “reconhece que Jesus é Jesus”. Ele beijou a camisa do evento, com a escritura “Marchando para Jesus” e foi aplaudido.  A Marcha para Jesus é um evento organizado pelo Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (Copev/DF) e conta com o apoio da Federação Nacional de Igrejas Cristãs (Fenaic), da Federação dos Cantores Evangélicos do Distrito Federal (FACEV), do Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp) e da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab).  Durante o discurso, que durou 14 minutos, Bolsonaro criticou a esquerda e a imprensa, e ainda declarou que a ideologia de gênero é do “capeta”. Ele relembrou do apoio dos evangélicos durante a campanha eleitoral.

“Além do milagre da minha vida, o milagre da nossa eleição. Tive apoio de grande parte dos evangélico no período inicial das eleições. Isso foi decisivo. O que eu falava durante a campanha eu já falava anos antes. Desde 2010, quando apareceu nos governo que nos antecedeu as questões de multifamílias”, afirmou Bolsonaro. “Se querem que eu acolha isso, apresente uma Emenda Constitucional e modifique o artigo nº 226, que diz que família é homem e mulher. E mesmo mudando isso, como não dá para emendar a bíblia, eu vou continuar acreditando na família tradicional”, acrescentou, aplaudido. 

O presidente ainda parabenizou todos os pais do Brasil, já que será Dia dos Pais neste domingo (11/8). “Amanhã, como todos os dias, é o dia da família”, declarou. Bolsonaro ainda enfatizou que, apesar do Brasil ser um estado laico, a maioria das pessoas são cristãs. No trio elétrico, onde discursou, havia a bandeira de Israel, porque, segundo ele, é preciso agradecer às tradições judaico-cristã. “Vocês tem pela primeira vez na história do Brasil um presidente que está honrando o que prometeu na campanha, que acredita da família e que vai respeitar a inocência das crianças nas salas de aulas. Não existe conversinha de ideologia de gênero. Isso é coisa do capeta. Tenho certeza que o governador Ibaneis não vai admitir isso no DF”, disse, ao lado do chefe do Executivo distrital. 
 
Fé e imprensa
De acordo com Bolsonaro, “a todo momento” a população brasileira escuta que a “esquerdalha do PT, PCdoB, PSOL, nojenta” defender que o estado é laico. “Mas eu, Jonnie Bravo, sou cristão. Aqui, nesse carro e pátio, somos cristãos”, disse, antes de ser ovacionado com gritos de “mito”. Respeitamos todas as religiões e quem não é cristão. Mas a maioria dos brasileiros é cristão e ponto final. O Brasil é um só povo, uma só raça e um só coração. É uma bandeira e meia: Brasil e Israel”, apontou.
Bolsonaro também alfinetou a imprensa e relembrou que assinou, “com a caneta bic”, uma medida para que as empresas não sejam obrigadas a publicar balancetes nos jornais. De acordo com ele, não é retaliação à mídia e vai em direção à modernização, já que os dados empresariais poderão ser acessados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e no Diário Oficial da União, de forma gratuita. “Não estamos desafiando nenhuma instituição, mas não aceitaremos pressão para manter nichos qualquer que seja em causa própria”, afirmou no início do discurso. “Levantamento preliminar os jornais vão deixar de ganhar R$ 1,2 bilhão. Estamos atacando nichos que oprimiam a sociedade”, acrescentou Bolsonaro. 

O chefe do Executivo ainda afirmou que o governo está facilitando a vida de todos e que está em luta com o Judiciário para acabar com os pardais no Brasil. “Tenho certeza que o governador vai brigar. Ninguém consegue andar no DF sem ser multado. Isso é covardia. Vai acabar com essa roubalheira em Brasília”, disse ao lado de Ibaneis. 
 
Correio Braziliense



quarta-feira, 26 de junho de 2019

O autódromo da decadência

Wilson Witzel (Harvard Fake '15) quer um autódromo para o Rio, mas a cidade precisa de outras coisas

Poucas questões refletem a decadência das administrações públicas nacionais como a crueldade embutida no projeto de construção de um autódromo no Rio de Janeiro. A ela associou-se o presidente Jair Bolsonaro. Ganha um fim de semana em Caracas quem for capaz de dizer que o Rio, falido, violento, com escolas e hospitais em pandarecos, precisa disso. Criou-se até mesmo uma hipotética disputa com São Paulo, como se as corridas de automóveis tivessem grande utilidade. Começando pela história do autódromo de Interlagos, é bom lembrar que o nome da região foi associado a um ambicioso projeto imobiliário dos anos 20 do século passado. O empreendimento ruiu e a conta foi para a Viúva. O que deveria ser um bairro ajardinado virou um autódromo murado. Encravado numa região populosa, ele é um pouco menor que o aterro do Flamengo.

Enquanto o Rio deve a Carlos Lacerda e a Lota de Macedo Soares a transformação de pistas para automóveis numa joia da cidade, São Paulo ganhou uma cicatriz da privataria. A ideia de transformar Interlagos num parque renasce a cada dez anos, mas acaba travada pelos interesse sombrios que se movem em torno da corrida. Se o Grande Prêmio de Fórmula 1 for para o Rio, ou para Pyongyang, a cidade de São Paulo ganhará um jardim público facilmente financiável. São Paulo também não precisa da Fórmula 1. A Parada Gay, a Marcha para Jesus e a Virada Cultural atraem muito mais visitantes, com maior participação popular e valor cultural.

Fica então uma pergunta: o Rio precisa do autódromo? Se precisasse, não teriam demolido o que existiu até 2012. Argumentando-se que voltou a precisar para receber a corrida de automóveis, cria-se um caso clássico de rabo abanando o cachorro. A cidade teve os jogos da Copa, com a roubalheira da reforma e privatização do Maracanã. Logo depois, veio a fantasia da Olimpíada. A vila dos atletas está encalhada. As arenas e o parque aquático têm menos visitantes e atividades que as ruínas romanas das Termas do imperador Caracala.

O Rio fez sua Olimpíada na Barra da Tijuca e para lá estendeu uma linha de metrô. Quatro anos antes, Londres fizera a sua. Exagerando, as grandes obras dos ingleses foram para as cercanias de um bairro parecido com as terras da Baixada Fluminense (sem tiros) e para lá levou-se o metrô. Criou-se uma nova região, bonita e vibrante. Seu shopping center tem mais movimento que qualquer similar do Rio ou de São Paulo. A Olimpíada de Londres legou progresso, a do Rio sacralizou o atraso. Não é à toa que dois governadores estão na cadeia, onde passou uns dias o presidente do comitê dos Jogos. Já o prefeito maravilha perdeu a eleição do ano passado. Foi derrotado pelo juiz Wilson Witzel (Harvard Fake '15). Afora sair por aí dizendo que quer matar gente, sua ideia mais pomposa veio a ser a da construção do autódromo. Evidentemente, o custo seria coberto pela iniciativa privada. Conta outra.

A ideia de dar pão e circo ao povo foi coisa dos imperadores romanos à época em que a cidade controlava o mundo. Roma teve césares doidos, mas nenhum deles acreditou nisso quando o tesouro não tinha como pagar suas contas.
 
 
 

terça-feira, 25 de junho de 2019

O capitão bate na mesa

Bolsonaro mostra aos generais quem manda e imobiliza adversários de 2022

Enquanto novas pesquisas de popularidade não vêm, o presidente Jair Bolsonaro bateu na mesa, mostrou aos generais quem manda, manteve seus filhos nomeando pessoas-chave e, engrenando uma segunda, na contramão do que dissera na campanha, deixou claro que vai disputar a reeleição.  [detalhes: 
- o presidente Bolsonaro declarou na campanha que se fosse apresentada uma emenda acabando com a reeleição ele não seria contra;
- apesar do presidente ser um capitão do Exército, diante dos principios de hierarquia e disciplina os militares - o que  inclui os oficiais quatro estrelas, da ativa e mesmo os  com comando de tropas - ele é considerado  não um capitão e sim o presidente da República =  comandante supremo das Forças Armadas;
- provando que o ditado ninguém é perfeito, errar é humano - ressalvando que persistir no erro é diabólico - vale para todos o presidente Bolsonaro insistem em aceitar que seus filhos se intrometam no exercício da função para qual ele foi eleito e não os filhos.] 
 
Os ambientes e a oportunidade do lançamento à reeleição foram escolhidos a dedo: na cidade onde cresceu, a pequena Eldorado (SP), e na Marcha para Jesus, na capital paulista. Dos 57 milhões de votos que Bolsonaro teve, em torno de 22 milhões são atribuídos aos evangélicos. As imagens só poderiam ser o que foram: festa, aplausos, apoio emocionado. Quanto à oportunidade: quando o governador João Doria começa a botar as manguinhas de fora, o ministro Sérgio Moro está na palma da mão do presidente e o vice Hamilton Mourão anda quieto como nunca. Detalhe: Bolsonaro falou em reeleição dele, não da chapa dele. Assim, demarcou território, botou os potenciais adversários nos devidos lugares e jogou a isca para seus eleitores e seu rebanho.

Demite um general daqui, outro dali, o capitão presidente está preocupado mesmo é com sua base eleitoral, incluídas as tropas, não os chefes militares. Quando o general Santos Cruz (defenestrado da Secretaria de Governo) acusou o governo de ser “um show de besteiras”, muitos concordaram plenamente, mas Bolsonaro deu de ombros.  Personagem central já na campanha, o também general Augusto Heleno tinha a missão de dar conselhos, segurar os excessos e corrigir erros do presidente como a tal base militar dos EUA. Era assim. Agora, Bolsonaro manda, Heleno escuta. Para completar, Bolsonaro empurrou o general Floriano Peixoto para os Correios e pôs no seu lugar na Secretaria-Geral da Presidência o major PM Jorge Oliveira, amigão da família e ex-assessor do gabinete do “03”, deputado Eduardo Bolsonaro. Trocar um general do Exército por um major da PM na mesma função é esquisito, mas o presidente deu o seu recado: o governo é dele, ele faz o quer.

Outra mudança curiosa foi na articulação política:
sai o deputado e chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, entra o general de quatro estrelas da ativa Luiz Eduardo Ramos, outro amigão do presidente. Ninguém aposta um tostão furado na permanência de Onyx por muito tempo no Planalto.  O ministro, porém, não tem do que reclamar. Diferentemente do general Juarez Cunha e do economista Joaquim Levy, ele não foi demitido pela imprensa. E, diferentemente dos generais Santos Cruz e Franklimberg de Freitas, ex-Funai, nem mesmo foi demitido. Vai ficando, comemorando a troca da articulação política pelo PPI, o programa de parceria de investimentos, bem estruturado, com cronograma definido e bilhões de reais à mão. A troca foi boa? Há controvérsias.
De toda forma, Onyx se livrou de um abacaxi, porque, seja um deputado, seja um general da reserva, seja um da ativa, não adianta. O problema da articulação política não é do titular, mas no presidente, que passou 28 anos na Câmara, mas se recusa a fazer política, a boa política.  No Congresso, a pergunta que não quer calar é: por que o presidente descarta o “banco de talentos” indicado por parlamentares, mas um só deputado, o “03”, já nomeou o chanceler, o primeiro e o segundo ministro da Educação, o presidente do BNDES e, agora, o secretário-geral da Presidência?

Câmara e Senado trabalham a pleno vapor, como, justiça seja feita, algumas áreas técnicas do governo. Enquanto isso, o presidente está no palanque, com criancinhas no colo, fazendo flexões, envolto por multidões e metido em camisas do Flamengo. Se a economia se recuperar, pode até dar certo. Se não, parece pouco para garantir a reeleição.


Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

 




sexta-feira, 21 de junho de 2019

Uma operação sensacional

Para o antipetismo, as ações de Moro foram sensacionais [só a corja lulopetista e os militância petista imbecil é que condenam Moro.

A trupe lulopetista concentrou todas suas esperanças, incluindo a libertação do presidiário Lula, nos diálogos publicados pelo IntercePT; 

só que o resultado foi 'o escândalo que encolheu.']

No depoimento de quase nove horas no Senado, o ministro da Justiça, Sergio Moro, usou a palavra "sensacionalismo" 45 vezes para se referir à série de reportagens do site "The Intercept" que revelam suas conversas com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato. Foi a maneira de desqualificar as suspeições de parcialidade como então juiz federal responsável pela força-tarefa. Moro defendeu que tantos diálogos entre magistrado e acusação é algo absolutamente normal. Mas, enquanto titular da 13ª Vara Criminal de Curitiba, Moro formou com Dallagnol um casal sensacional.

Com a ajuda do procurador, tornou-se herói nacional do combate à corrupção para uma parte da população politicamente mobilizada. Para outra parte da opinião pública, Moro foi juiz punitivista, inquisitório e parcial. Até o momento, as mensagens hackeadas de celular, individualmente, não causaram estrago capaz de derrubar a imagem do ministro. Mas, em conjunto, formam o quadro do ator político em busca de espaço. Tem minado.

Se Moro não quisesse causar sensação, não teria feito de uma condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de março de 2016, um espetáculo midiático. Não teria retirado, menos de duas semanas depois, o sigilo do grampo telefônico entre Lula e Dilma, decisão inconstitucional segundo o então relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki - o vazamento do áudio acabou com as chances do governo petista de reagir às pressões pelo impeachment. Não teria divulgado a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, às vésperas do primeiro turno, no ano passado.  Para o antipetismo, as ações de Moro foram sensacionais. Se parciais, pouco importa. A Justiça serviu à política. Os fins justificaram os meios. O juiz abandonou a toga e aderiu ao presidente favorecido pela condenação que tirou da disputa o principal adversário eleitoral. Ao aceitar o convite para ocupar o ministério da Justiça e Segurança Pública, Moro passou a servir a um grupo político - não a um qualquer, mas o que conduz o governo de perfil ideológico mais radical desde a redemocratização. A história do juiz que prendeu Lula [quando Moro prendeu o ladrão Lula, Bolsonaro sequer era candidato - quase todos consideravam sua possível candidatura apenas um projeto fadado ao fracasso  - então, qual o interesse de Moro em condenar Lula para agradar Bolsonaro? 
Lula foi condenado por ser um criminoso e abundarem provas - validadas por várias instâncias do Judiciário - da culpa do presidiário petista.]  e virou ministro de Bolsonaro não precisaria de hacker para ser contada. Moro deixa suas intenções transparentes.


A moldura geral está dada à pintura. Cada revelação eventual de novos diálogos do Telegram, se não for explosiva como um Pollock, tem o potencial de ser o pontilhismo de um Seurat que retrata a paisagem e o personagem. Talvez não chegue ao estardalhaço do esquemático PowerPoint de um Dallagnol, promotor de motivos para vincular Lula ao esquema de corrupção na Petrobras. Não se tem registro de que Moro viu ali sensacionalismo, embora tenha alertado ao colega: "A reação está ruim". [estava; agora, a cada nova publicação das 'conversas', o escândalo desejado encolhe a Moro cresce.]

É certo que, pela legislação brasileira, o juiz que profere a sentença é o mesmo que dirige investigações - característica institucional que favorece a confusão de papéis. Mas um dos pontos que chamam a atenção nas conversas é que Moro e Dallagnol tratam de cálculos e estratégias políticas - e não jurídicas, o que já seria impróprio - para dar cabo a objetivos definidos. Vem daí a importância do controle dos humores da opinião pública, de estancar a capacidade de sobrevivência do governo federal e de escolher líderes e grupos políticos aliados, como sugere o alerta de Moro sobre a possibilidade de se investigar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: "Melindra alguém cujo apoio é importante".

Juntando os pontos, fica difícil não observar que a atuação da Lava-Jato foi além da arena jurídica. Ultrapassar as fronteiras não significa que a força-tarefa não tenha acertado quando se ateve ao que deveria ser seus limites - pela primeira vez, prendeu representantes de uma elite política e econômica e reduziu a percepção de impunidade crônica no país. Também não significa que tenha errado ao responder, estrategicamente, ao sistema político, por uma questão de preservação. Ninguém espera que um juiz ou promotor seja naïf. Mas lhe faltou comprovada a ação indiscriminada e de uma operação isenta em momentos críticos da disputa política nacional.

A Lava-Jato não favoreceu o apaziguamento das tensões políticas, em alta voltagem desde 2014. Tornou-se ela mesmo objeto de paixão. Buscou ancorar sua legitimidade no sentimento popular de aprovação. Enredou-se na conjuntura e nos destinos eleitorais como partido a dar e tirar cartas da manga. Levou à decapitação parte expressiva da classe política. Baniu líderes corruptos, ainda que experientes. Abriu uma estrada para a histeria e o radicalismo. A cruzada pela Justiça não fez o país reencontrar o seu centro. Pelo contrário.

O combate à corrupção teve como efeito colateral desarrumar a economia e a política, ambas mergulhadas num caldo de rápida transformação de comportamentos e de tecnologia. O avanço das redes sociais mostrou-se compatível com a regressão da civilidade. Os algoritmos que criam bolhas de opinião aproximaram os marginais do pensamento. Nenhuma posição é vergonhosa e incorreta, desde que seja curtida e compartilhada. O vale-tudo das ideias pouco ilustradas e reacionárias, das fake news e da promiscuidade de mensagens trocadas por aplicativos desenha o cenário de um país que terá um longo caminho para voltar ao seu eixo. A política precisa se reconfigurar, se reconciliar, se desintoxicar - o que parece longe do objetivo de um presidente sem noção da missão necessária.

Se Bolsonaro, um dogmático, diz querer seguir "a verdade", de forma fundamental, Moro, Dallagnol e Cia adotam a lógica da convicção. Na Marcha para Jesus, ontem, a base social evangélica - e igualmente doutrinária - foi adulada pelo presidente que pretende fazer esse amálgama em que há uma "nação de escolhidos" dentro do Brasil, para que ele mesmo seja o escolhido por ela. Disse que tentará a reeleição em 2022, "se o povo quiser".

 Cristian Klein - Valor Econômico 


sábado, 6 de junho de 2015

Religiosos criticam propagandda pró gay do Boticário, mas, consideram boicote um exagero

Religiosos criticam a propaganda, mas consideram pedido de boicote "exagerado demais"

Boicote ao Boticário na Marcha para Jesus? Não, prefiro meu perfume

Amanda Ornelas e o namorado, Luis Henrique, decidiram aproveitar o feriado de sol em São Paulo para acompanhar milhares —340.000, de acordo com a Polícia Militar—,  na Marcha para Jesus 2015, uma tradicional passeata anual convocada por denominações evangélicas, o grupo religioso que mais cresce no Brasil. Na zona norte da cidade, Amanda, 18, e Luis Henrique, 21, vestidos com a camisa do evento em azul forte, comentaram o tema que deflagrou disputa nas redes sociais nesta semana: a propaganda do Boticário com casais gays. Acho que é errado passar em um horário que crianças possam ver”, lançou Luis Henrique, que não gostou do comercial. “Mas a verdade é que tem coisa bem pior na TV.” “Mesmo se o meu pastor pedisse, eu não faria, não penso em deixar de usar os produtos deles”, disse ela, sobre a decisão do pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus, uma das mais fortes e influentes denominações evangélicas do Brasil, de gravar um vídeo conclamando os fiéis a boicotar a marca de cosméticos. “Se alguém quiser me dar um desodorante deles eu aceito, porque estou precisando”, brincou o pai de Amanda, Orlando.

O tom mais ameno da família, em comparação à agressiva disputa virtual em torno do tema, foi o que prevaleceu. A pedagoga Renata Ferreira Dauta, 43, que frequenta a igreja Renascer em Cristo, disse apoiar a presença de gays em comerciais. “Achei [a propaganda de O Boticário] atual. Hoje em dia tem que abordar de tudo, não dá para deixar a questão do homossexualismo de fora”. Quanto ao boicote ao Boticário, Renata diz que “por mais que o Malafaia peça, os fiéis não vão deixar de comprar. Até porque, se for para boicotar empresas que apoiam gays, teria que deixar de lado muitas marcas”.

“O pastor Silas é muito rígido. É óbvio que não gostei da propaganda, mas deixar de comprar uma marca por isso também não é o caso”, concordou Ideli Maria de Souza, 50, também na Marcha para Jesus. Ela conta que uma sobrinha de seis anos viu a propaganda e lhe perguntou o porque de dois homens trocando presentes: “Eu não soube responder. Pedi para que ela fosse perguntar para os pais dela”.


O grupo que mais cresce no Brasil
A rejeição ao boicote, apesar do incômodo provocado pelo reclame, pode ser lido como um sinal de alento para o Boticário, que resolveu testar, em propagandas na TV aberta, o risco de tomar posição num tema que desagrada as lideranças dos evangélicos. Segundo o levantamento do Censo 2010, os dados mais recentes disponíveis, a população evangélica no Brasil passou de 15,4% em para 22,2% em dez anos. São 42,3 milhões de pessoas, um eleitorado considerável, menor apenas que os católicos, que movimentam um mercado que se segmenta para agradá-los, de roupa à música e até experimentos em redes sociais.

Na loja de O Boticário da rodoviária do Tietê, não muito longe da Marcha para Jesus, os funcionários não estavam interessados —ou autorizados— a comentar a polêmica. Durante a visita do EL PAÍS, o casal Steffani Ortiz e Jessica Thawani, as duas de 17 anos, mostraram a outra ponta da história. “Comprei um presentinho de Dia dos Namorados para ela”, afirma Jessica, que é evangélica. Ela e Steffani gostaram da propaganda, mas com ressalvas. “Eu por exemplo, que tenho uma identidade de gênero e um jeito de me vestir mais masculino, não me sinto muito representada”, seguiu Jéssica.


[o importante é que ficou bem claro o repúdio a propagando pró gay; obviamente, o Boticário não vai assumir uma postura - é comércio e para os comerciantes o dinheiro, venha de fontes limpas ou sujas, será sempre dinheiro. 
Mas, o tempo vai comprovar que aquela empresa vai evitar entrar em temas polêmicos.
O repúdio ao Boticário pelo seu  estímulo aos portadores do homossexualismo ficou patente.]  

"Não vou mentir: me desagrada ver gays se beijando, a bíblia fala que é errado. Mas também é errado agredi-los”, diz, distraída com a vitrine, Josida Maria da Silva, 57, frequentadora  da igreja Assembleia de Deus, a de Malafaia. Sobre o pastor, ela diz: "Como eu disse para você, eu gosto da marca".

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Fonte: El País
 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Marcha para Jesus começa com orações pelo fim da corrupção


Marcha para Jesus começa com orações pelo fim da corrupção

[mesmo sendo um evento evangélico, os católicos também são cristãos e agora mais do que nunca é necessária a UNIÃO DE TODOS OS CRISTÃOS para derrotar definitivamente:
- o ABORTO - assassinato de seres humanos inocentes e indefesos;
- o DITADURA GAY - se não agirmos com energia logo ser gay ou um desses desviados sexualmente será obrigação de todo brasileiro;
- DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA, dos VALORES MORAIS, CRISTÃOS e BONS COSTUMES.
Só a nossa união contra as pragas acima propiciará a VITÓRIA da FAMÍLIA, MORAL, BONS COSTUMES.
Precisamos nos unir para combater e vencer todas as desgraças citadas.]

Milhares de fiéis deram início na manhã desta quinta-feira (4) à Marcha Para Jesus em São Paulo, evento de igrejas evangélicas neopentecostais. A organização do ato ainda não tem uma estimativa de público, mas é grande a concentração de pessoas desde a estação da Luz até a rua Tiradentes, na região central. 

A marcha começou com orações pelo fim "da miséria, da prostituição e da corrupção" no país. O evento é presidido pelo apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer. O senador Magno Malta (PR-ES), que é evangélico, acompanha o ato do carro principal, assim como o deputado Marcelo Aguiar (DEM-SP). Um total de 14 carros de som acompanham os fiéis que participam da marcha. Nas pregações, Hernandes ressaltou a adesão à Marcha. "É a maior marcha da história de São Paulo". 

EXPECTATIVA DE PÚBLICO
A expectativa dos organizadores é mobilizar um público maior que os registrados nas edições anteriores. Considerada pelos organizadores o maior evento popular cristão do mundo, o evento reuniu, segundo o Datafolha, cerca de 335 mil em 2012. No ano seguinte, em medição científica feita com os mesmos critérios, a apuração contou 200 mil participantes. O instituto de pesquisa não fez contagem em 2014 e nem fará neste ano. 

Com o tema "Exaltando o Rei dos Reis", o evento, liderado pela Igreja Renascer em Cristo, tem como principal bandeira neste ano a defesa da união das diferentes denominações evangélicas em torno da crença em Jesus Cristo. Entre os músicos e bandas programados estão Renascer Praise, Ao Cubo, Banda DOPA, Thalles Roberto, Marcelo Aguiar, Pregador Luo, Gui Rebustini, Bruna Karla e Aline Barros. 

TRÂNSITO
Os ônibus de caravanas poderão estacionar na rua Olavo Fontoura, ao lado do Hospital da Aeronáutica. A Prefeitura de São Paulo alterou o itinerário de 20 linhas de ônibus municipais, que terão trajetos alternativos das 23h de quarta (3) até as 4h de sexta-feira (5) para facilitar o acesso ao local e dar fluidez ao transporte coletivo.

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Fonte: UOL/Notícias