O Globo -Alvaro Gribel
(*A colunista está de férias)
No setor elétrico, a posição do governo brasileiro em relação a
Itaipu — de aceitar sem questionar o rompimento pelos paraguaios do
acordo feito em maio — foi vista como uma decisão política. É que a
ameaça de impeachment do presidente Mario Abdo Benítez, com quem
Bolsonaro tem boa relação pessoal, poderia conduzir novamente a esquerda
ao poder no país vizinho. “Nos governos do PT, Itaipu foi usada para
baixar tarifas aos paraguaios e ampliar a influência da esquerda na
região. Agora, vemos um governo de direita recuar de um acordo técnico
para evitar a queda de um presidente também de direita. Não faz sentido o
Brasil subsidiar a tarifa dos paraguaios”, afirmou um especialista do
setor. [vale qualquer esforço legal,. para neutralizar em definitivo a esquerda.]
PERGUNTA NO AR
A pergunta que fica é se o comportamento do governo brasileiro seria o mesmo caso um partido de esquerda governasse o Paraguai. O próprio Itamaraty, em nota, afirmou que a “elevação sem precedentes do relacionamento Brasil-Paraguai se deve, mais do que a qualquer outro fator, à excelente relação pessoal entre os Presidentes Mario Abdo e Jair Bolsonaro e à coincidência de visões estratégicas.” [excelente resposta, tendo em conta que o presidente Bolsonaro foi eleito com quase 60.000.000 de votos para neutralizar toda a esquerda, começando pelo PT - missão praticamente concluída e com êxito total e não teria o menor sentido, nem tem e nem terá, apoia, em detrimento dos interesses brasileiros, qualquer governo de esquerda.] Bolsonaro segue Donald Trump, que dá grande peso às relações pessoais em assuntos de diplomacia.
MÁGOA ELÉTRICA
Do lado paraguaio, há uma represa cheia de mágoas em relação ao Brasil. O argumento lá é que a energia mais barata, chamada de adicional e que custa US$ 6, deveria ser dividida meio a meio, mas o Brasil entende ter direito a cerca de 85% dela, mesma proporção que consome da produção mais cara, de US$ 44. “Grande parte da demanda aqui é domiciliar. São dois picos, um ao meio-dia e outro no fim das tardes mais quentes. A turbina não precisa trabalhar o dia inteiro. Por isso o Paraguai puxa mais a energia adicional”, conta Manuel Ferreira, da consultoria MF, de Assunção. No Brasil, a demanda maior é da indústria, que necessita de uma carga constante e previsível. Haverá uma guerra de argumentos até a revisão do tratado.
FATOR TRUMP
O dólar subiu R$ 0,12 em uma semana, cotado a R$ 3,89. O primeiro repique veio após o banco central americano não se comprometer com novos cortes nos juros. O segundo, com a fala de Donald Trump acirrando a disputa com a China. O temor é que a guerra comercial tenha impacto no crescimento do PIB mundial. “Trump pressiona cada vez mais a China e afeta até o comércio entre os países da Ásia. FMI e OCDE já estimam um corte de 0,7 ponto do PIB global de 2020. E o crescimento menor da China afeta os preços das commodities, por exemplo. O minério de ferro teve um tombo de 6% em um dia”, conta Pedro Galdi, analista da Mirae. A perspectiva preocupa. Trump está em campanha e parece que esse modelo agressivo será o padrão.
IMPULSO MAIOR
O efeito dos saques do FGTS sobre a economia pode ser maior do que o estimado pelo governo, segundo estudo da LCA Consultoria. Pelas contas do economista Vitor Vidal, o PIB poderia crescer até 0,55 ponto a mais nos próximos 12 meses, acima da projeção de 0,35 ponto da equipe econômica. Esses números mantêm a estimativa da consultoria de alta de 1% do PIB este ano e de 2,5% no ano que vem. “O FGTS reforça nossas projeções, que estão acima da mediana do mercado. Acho que vamos ver os números subirem no Boletim Focus nas próximas semanas, para se aproximarem dos nossos”, afirmou Vidal.
JUROS MAIS BAIXOS
Vidal entende que a Caixa Econômica, como operadora do FGTS, poderia sair na frente em relação aos outros bancos e diminuir juros das operações de empréstimos que têm o fundo como garantia. Pelas estimativas do economista, o banco poderia oferecer taxas entre 20% e 35% ao ano, bem abaixo de outras modalidade de crédito pessoal. “O impacto disso sobre o PIB é mais incerto e não entrou na nossa conta. Mas teremos uma melhora no perfil do endividamento de muitas famílias, que terão acesso a crédito mais barato. Acho que a Caixa, por administrar o FGTS, terá bastante segurança para ser competitiva nessa nova linha”, diz.
Coluna da Míriam Leitão - (COM MARCELO LOUREIRO) O Globo
PERGUNTA NO AR
A pergunta que fica é se o comportamento do governo brasileiro seria o mesmo caso um partido de esquerda governasse o Paraguai. O próprio Itamaraty, em nota, afirmou que a “elevação sem precedentes do relacionamento Brasil-Paraguai se deve, mais do que a qualquer outro fator, à excelente relação pessoal entre os Presidentes Mario Abdo e Jair Bolsonaro e à coincidência de visões estratégicas.” [excelente resposta, tendo em conta que o presidente Bolsonaro foi eleito com quase 60.000.000 de votos para neutralizar toda a esquerda, começando pelo PT - missão praticamente concluída e com êxito total e não teria o menor sentido, nem tem e nem terá, apoia, em detrimento dos interesses brasileiros, qualquer governo de esquerda.] Bolsonaro segue Donald Trump, que dá grande peso às relações pessoais em assuntos de diplomacia.
MÁGOA ELÉTRICA
Do lado paraguaio, há uma represa cheia de mágoas em relação ao Brasil. O argumento lá é que a energia mais barata, chamada de adicional e que custa US$ 6, deveria ser dividida meio a meio, mas o Brasil entende ter direito a cerca de 85% dela, mesma proporção que consome da produção mais cara, de US$ 44. “Grande parte da demanda aqui é domiciliar. São dois picos, um ao meio-dia e outro no fim das tardes mais quentes. A turbina não precisa trabalhar o dia inteiro. Por isso o Paraguai puxa mais a energia adicional”, conta Manuel Ferreira, da consultoria MF, de Assunção. No Brasil, a demanda maior é da indústria, que necessita de uma carga constante e previsível. Haverá uma guerra de argumentos até a revisão do tratado.
FATOR TRUMP
O dólar subiu R$ 0,12 em uma semana, cotado a R$ 3,89. O primeiro repique veio após o banco central americano não se comprometer com novos cortes nos juros. O segundo, com a fala de Donald Trump acirrando a disputa com a China. O temor é que a guerra comercial tenha impacto no crescimento do PIB mundial. “Trump pressiona cada vez mais a China e afeta até o comércio entre os países da Ásia. FMI e OCDE já estimam um corte de 0,7 ponto do PIB global de 2020. E o crescimento menor da China afeta os preços das commodities, por exemplo. O minério de ferro teve um tombo de 6% em um dia”, conta Pedro Galdi, analista da Mirae. A perspectiva preocupa. Trump está em campanha e parece que esse modelo agressivo será o padrão.
IMPULSO MAIOR
O efeito dos saques do FGTS sobre a economia pode ser maior do que o estimado pelo governo, segundo estudo da LCA Consultoria. Pelas contas do economista Vitor Vidal, o PIB poderia crescer até 0,55 ponto a mais nos próximos 12 meses, acima da projeção de 0,35 ponto da equipe econômica. Esses números mantêm a estimativa da consultoria de alta de 1% do PIB este ano e de 2,5% no ano que vem. “O FGTS reforça nossas projeções, que estão acima da mediana do mercado. Acho que vamos ver os números subirem no Boletim Focus nas próximas semanas, para se aproximarem dos nossos”, afirmou Vidal.
JUROS MAIS BAIXOS
Vidal entende que a Caixa Econômica, como operadora do FGTS, poderia sair na frente em relação aos outros bancos e diminuir juros das operações de empréstimos que têm o fundo como garantia. Pelas estimativas do economista, o banco poderia oferecer taxas entre 20% e 35% ao ano, bem abaixo de outras modalidade de crédito pessoal. “O impacto disso sobre o PIB é mais incerto e não entrou na nossa conta. Mas teremos uma melhora no perfil do endividamento de muitas famílias, que terão acesso a crédito mais barato. Acho que a Caixa, por administrar o FGTS, terá bastante segurança para ser competitiva nessa nova linha”, diz.
Coluna da Míriam Leitão - (COM MARCELO LOUREIRO) O Globo
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