A sorte de Lula depende dela
Ao sintonizarem,
ontem, os canais de televisão que transmitiam a sessão do Supremo
Tribunal Federal, os distraídos podem ter imaginado de início que
assistiam a uma reprise de antigos julgamentos sobre a prisão de
condenados pela segunda instância da Justiça. Os personagens eram os
mesmos, os votos também.
A sessão foi suspensa com
3 votos pela manutenção da prisão em segunda instância contra 1. Será
retomada esta tarde, mas só deverá ser concluída em novembro, em data
ainda a ser marcada. Mas a sessão de logo mais servirá, quando nada,
para que a ministra Rosa Weber, a esfinge do tribunal, leia o seu voto.
Os votos seguintes são
previsíveis. O de Rosa é o único que não é. Primeiro porque ela é de
pouca ou de nenhuma conversa com seus pares quando se trata de temas em
julgamento. Segundo porque ela já votou uma vez favorável à prisão em
segunda instância apesar de ser contra. Filigrana jurídica. Não vale a
pena examinar.
Em resumo: a sorte da
prisão em segunda instância está nas mãos de Rosa. O placar que outra
vez se desenha é o de 6 a 5 – contra ou a favor da prisão em segunda
instância. Lula terá de conter sua ansiedade e esperar mais algumas
semanas para saber se será libertado ou se continuará mofando na cadeia.
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