Análise Política
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil criou em outubro 395 mil vagas a mais de emprego formal do que eliminou. Um recorde absoluto para um mês na série histórica que vem desde 1992 (leia).
Mas segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), o
desemprego já aflige 14,6% dos brasileiros. É o resultado do 3º
trimestre de 2020. Uma alta de 1,3 ponto percentual sobre o trimestre
anterior. Também é a maior taxa da série histórica com a metodologia
atual, iniciada em 2012 (leia).[oportuno lembrar que o presidente Bolsonaro recebeu o governo com um índice de desemprego superior aos 13% e está enfrentando uma pandemia, boicote e outras mazelas = 14,6% - índice que só agrada aos inimigos do Brasil e do presidente - não é o índice dos sonhos, mas para conjuntura tão adversa, está no suportável.]
O governo bate bumbo com o primeiro número, e naturalmente a oposição cuida de divulgar o segundo. Mas quem está certo, afinal? Provavelmente ambos. A retomada dos empregos em carteira parece robusta, e há alguma possibilidade de 2020 acabar zerado na criação versus destruição de empregos formais. Mesmo que o saldo final seja algo negativo, se o número for pequeno será uma conquista e tanto em ano de Covid-19 descontrolada por aqui.
Mas o desemprego também cresce, porque tem mais gente procurando emprego e o mercado não absorve. É uma consequência da metodologia. O fato é que a economia parece retomar. A dúvida é se, e quanto, ela vai resistir no pós- pandemia ao fim do auxílio emergencial e das demais medidas de emergência
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político
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