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domingo, 6 de junho de 2021

Ramos diz que Mandetta aterrorizou STF com previsão de 400 mil mortos - Blog do Josias

Ramos diz que Mandetta aterrorizou STF com previsão de 400 mil mortos ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2021/06/06/ramos-diz-que-mandetta-aterrorizou-stf-com-previsao-de-400-mil-mortos.htm?cmpid=copiaecola
Crítico das medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos, o general Luiz Eduardo Ramos, chefe da Casa Civil, acha que os ministros do Supremo Tribunal Federal estavam aterrorizados quando reconheceram os poderes de estados e municípios para agir na pandemia. Atribuiu o pânico a Henrique Mandetta. Em entrevista ao jornal O Globo, o general contou que, em reunião na Suprema Corte, Mandetta previu que a Covid-19 mataria "400 mil pessoas" no Brasil.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2021/06/06/ramos-diz-que-mandetta-aterrorizou-stf-com-previsao-de-400-mil-mortos.htm?cmpid=copiaecola

Crítico das medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos, o general Luiz Eduardo Ramos, chefe da Casa Civil, acha que os ministros do Supremo Tribunal Federal estavam aterrorizados quando reconheceram os poderes de estados e municípios para agir na pandemia. Atribuiu o pânico a Henrique Mandetta. Em entrevista ao jornal O Globo, o general contou que, em reunião na Suprema Corte, Mandetta previu que a Covid-19 mataria "400 mil pessoas" no Brasil. [fosse Mandetta apoiador de Bolsonaro, teria sido preso por espalhar notícias aterrorizantes; Só que apesar de na época ser ministro de Bolsonaro todos o viam como um traidor do capitão.

Mandetta foi conservador em seu vaticínio. O número de mortos já ultrapassou a casa dos 470 mil. Mas Ramos parece analisar os fatos como se vivesse uma realidade paralela. "Se sou ministro do Supremo e vejo aquilo ali, fico assustado", disse o general. "Faltou um debate. Faltou a gente conversar. Não houve isso. Foi goela abaixo." Segundo o relato de Ramos, o advogado-geral da União André Mendonça testemunhou a conversa de Mandetta com os ministros do Supremo. Definiu o encontro como "uma sessão de terror." Sobre a constante ameaça de Bolsonaro de editar um decreto para suspender as restrições baixadas por governadores e prefeitos, Ramos ecoou o chefe: "É prerrogativa dele. E ele usa isso dentro das quatro linhas da Constituição, que, em seu artigo 5º, garante o direito de ir e vir."

O general desconsidera a necessidade de tomar o texto constitucional como um todo, não em fatias. Não há bem jurídico mais valioso do que a vida. E a Constituição praticamente ordena aos gestores públicos que adotem restrições contra o vírus ao informar, no artigo 196, que a saúde é "direito de todos e dever de União, estados e municípios." Instado a falar sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, Ramos Ramos declarou que "há um uso demasiado político da CPI, para atingir o presidente Bolsonaro." Acrescentou: "Não vão conseguir porque o presidente fez a coisa correta." Faltou definir o que é correto. 
A correção estaria na aposta que o presidente fez nos poderes curativos da cloroquina? 
Foi correto retardar a compra de vacinas? [não houve nenhuma ação do governo Bolsonaro buscando retardar a compra de vacinas.
Mais uma vez vamos ser recorrentes:
- o próprio Dimas disse quando depôs na CPI Covidão que na ocasião da oferta pelo Butantan ao governo Bolsonaro  de 50 milhões de doses da CoronaVac, o imunizante estava em desenvolvimento e não tinha autorização da Anvisa = quando um produto está em desenvolvimento, especialmente se tratando de medicamento, não pode ser considerado DISPONÍVEL PARA USO. Além do mais a legislação proíbe a venda em territórios nacionais de fármacos não autorizados pela Anvisa.
 
- quanto ao imunizante da Pfizer, ainda que esqueçamos as cláusulas abusivas, draconianas, que a farmacêutica tentou impor ao Brasil, aquele imunizando não estava disponível no Brasil, e por exigir, na ocasião, a temperatura de -75º C para armazenamento e transporte seguro, era o produto da Pfizer o mais inadequado  par ao Brasil, tendo em conta que temperaturas entre 30ºC a 40ºC são as predominantes no Brasil. Só este ano, em abril ou maio foi que a farmacêutica reduziu a necessidade de frio extremo para armazenar suas vacinas.
COMPRAR O QUE NÃO EXISTIA no caso da  CoronaVac - de época em que começou a fabricar o imunizante até o inicio de junho/2021 o Butantan havia produzido 47.000.000 de doses - seria, para dizer o mínimo uma irresponsabilidade do governo do capitão; 
COMPRAR O QUE NÃO EXISTIA E NÃO TINHA CONDIÇÕES DE ARMAZENAR, seria uma irresponsabilidade do governo Bolsonaro.]
Onde começa a correção e termina a negligência na na recusa em adquirir os 130 milhões de doses oferecidos pela Pfizer e pelo Butantan em agosto de 2020, com entregas a partir de dezembro? 

No país alternativo em que o general Ramos decidiu viver, o colega de farda Eduardo Pazuello fez uma boa gestão no Ministério da Saúde. "O Pazuello fez o trabalho que podia fazer dentro das condições. A gestão dos estados, o problema no oxigênio... Pergunto o seguinte: na história dessa pandemia, onde estão os prefeitos? Onde estão os governadores? Os secretários municipais de Saúde, os secretários estaduais? Foi tudo o Pazuello? É fácil culpar uma pessoa. Vários erros cometidos." De fato, o raciocínio do general comprova que é mais fácil gastar saliva e energia terceirizando culpas do que resolvendo os problemas. O chefe da Casa Civil de Bolsonaro revelou-se capaz de tudo na entrevista, só não conseguiu descer do Mundo da Lua.

O governo rendeu-se ao centrão. Mas o general rebatizou o fisiologismo. Chama a promiscuidade de alinhamento. "Não é velha política. [Antes] era toma lá, dá cá. Eu te dou um cargo, você vai fazer isso pra mim. Havia desvios de recursos. No governo Bolsonaro não foi assim. Foi um alinhamento de base para poder permitir votações. [...] Quem está alinhado ao governo tem direito a ter espaço no governo. Não foi toma lá, dá cá. Foi uma decisão do presidente, e acertada." 

A impunidade assegurada pelo Exército a Pazuello enviou para a lata do lixo as regras que proíbem militares de participar de atos políticos. Mas Ramos sustenta que Pazuello estava fantasiado de paisano quando virou um general de palanque. "O general Pazuello estava ali como civil. [...] O presidente da República é o comandante supremo das Forças Armadas. Isso tem que ficar bem claro. Ele é o comandante supremo. Trocou o ministro da Defesa, trocou os comandantes..." Então, tá!...[se o respeitável articulista ler com atenção, e imparcialidade, o Capítulo II do RDE, há de concordar que Pazuello não cometeu nenhuma transgressão disciplinar -  a aplicação do recurso JUSTIFICAÇÃO previsto no RDE - favorece o ex-ministro da Saúde.

 

Josias de Souza, jornalista - Blog do Josias - UOL

 

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