Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

domingo, 20 de junho de 2021

O recado dos mortos - Merval Pereira [Já que mortos mandam recados, que sejam efetuados despachos, sessões espíritas, etc]

O Globo

Impeachment de Bolsonaro

[a liderança do capitão é de tal de ordem que o criticam quando exige o voto impresso - dizem que defende o atraso, que quer voltar no tempo; só que imitam o capitão quando pretendem se valer da    mediunidade = recurso bem antigo = em uma inútil tentativa para conseguir o impeachment do presidente.


 

Prezado articulista! antes de iniciar a sessão com os mortos, dê graças a DEUS pelos quase  17.000.000 que se recuperaram. Também renda graças a DEUS pelos mais de 90% dos brasileiros que não foram contaminados ou tiveram a maldita peste na forma mais branca.]

Quantos milhares de mortos mais teremos que enterrar antes que nos convençamos de que um governo que, por incúria ou projeto, deixou morrer mais de 500 mil pessoas, não pode continuar tendo o comando do país em meio a essa verdadeira guerra que estamos perdendo por falta de comando ?. Em pouco mais de um ano, o Brasil perdeu para a COVID-19 o equivalente ao número de vidas que perde para violência a cada dez anos, um dos nossos maiores problemas sociais.

Somos também o segundo país, atrás só do Peru, com maior número de mortes por milhão entre os com população acima de dez milhões de habitantes, o que tira da classificação distorções por questão de escala. Mas corremos o risco de passar o numero de mortos dos Estados Unidos, que tem uma população maior.  Um gráfico com base nos dados do Our World in Data mostra que a vacinação começou em 15 de dezembro de 2020 em países como Israel, Canadá, Rússia e China. O Brasil só começou a vacinar quando Estados Unidos e China já tinham vacinado cerca de 30 milhões de doses cada um, Reino Unido já alcançava 10 milhões  e Israel e Índia chegavam a cerca de 5 milhões de doses.

O Brasil aparece no dia 1º de fevereiro com cerca de 2 milhões de doses, logo abaixo de Rússia e Alemanha. No dia 14 de junho, o Brasil já surge nas estatísticas em quarto lugar, com perto de 79 milhões de doses, atrás apenas de Índia, Estados Unidos e China. Mas esse número representa apenas cerca de 11% da população vacinada, menos que o Reino Unido (45%), Estados Unidos (45%), Chile (48%) e República Dominicana (20%). [não podemos esquecer: Reino Unido e Estados Unidos, são países que sediam produtores de vacinas e possuem  grande poder econômico; 
Rússia é um produtor de vacina; 
Israel tem uma população inferior à da cidade de São Paulo; 
República Dominicana população de 10.000.000 de habitantes = vacinou apenas 2.000.000 - tiro no pé de quem a escolheu para  ser citada como exemplo; 
Chile a vacina andou bem, só que a pandemia está com força total, lockdown geral;

Brasil já vacinou um número equivalente à soma da população total
de Israel + República Dominicana + Chile;
O Brasil é o quarto colocado no ranking dos que mais aplicaram vacinas no mundo:
Ranking dos 10 países com maior número absoluto de doses aplicadas
1 – China – 945,15 milhões
1 – Estados Unidos – 312,9 milhões
2 – Índia – 258,33 milhões
4 – Brasil – 81,54 milhões
5  – Reino Unido – 72,46 milhões
6 – Alemanha – 63,65 milhões
7 – França – 45,59 milhões
8 – Itália – 43,60 milhões
9 – México – 38,25 milhões
10 – Turquia – 37,74 milhões
Nosso Brasil  é o sexto país do mundo em população, só que os quarto e quinto colocados -  Indonésia e Paquistão - sequer constam entre os dez que mais vacinaram. Se um país tem uma população elevada, é óbvio que precisa de um número absoluto maior de vacinas.
Outro lembrete: a CPI Covidão (presidida por um senador enrolado com corrupção na área de Saúde, tem como relator um especialista em venda de bovinos - venda interestadual, quando as fronteiras de Alagoas, seu estado, estavam fechadas devido um surto de febre aftosa - o vice-presidente é um senador que só cria caso, além da participação de outro integrante do Senado Federal, que atende pelo vulgo 'drácula' = devido a quando era ministro da Saúde no governo do criminoso petista, se envolveu em desvio de recursos em 'bancos de sangue = operação sanguessuga) = quer, a qualquer custo, envolver o presidente Bolsonaro em omissão na compra de vacinas = um dos argumentos é que o Instituto Butantan, ofereceu em meados de 2020 vender ao Governo Bolsonaro 50.000.000 de doses da CoronaVac - na ocasião, em desenvolvimento e sem aprovação da Anvisa; (óbvio que o governo não comprou). O irônico da acusação é que até o inicio deste mês o Butantan não conseguiu produzir, considerando a época da oferta como inicio da contagem do prazo, 50.000.000 de doses.] 

A CPI da Covid-19, apesar de excessos em alguns momentos e de uma certa desorganização nos interrogatórios, está conseguindo montar um quebra-cabeças que revela um quadro aterrador. [imaginar - já que provas não existem; ] Todos os 14 nomes incluídos na lista de investigados da CPI da COVID recentemente, depois de depoimentos pífios, mentiram muito, esconderam deliberadamente ações internas do ministério da Saúde, como o “gabinete paralelo”, as decisões para forçar a imunidade de rebanho e de atrasar a compra das vacinas, a insistência no tratamento precoce com cloroquina e outros medicamentos, mesmo depois que a polêmica sobre suas validades no combate à pandemia foi encerrada por declaração oficial da Organização Mundial da Saúde.

Mas, para os bolsonaristas, todos os organismos internacionais são dominados por comunistas, e a  orientação da OMS não tem valor, pois a soberania do país deve prevalecer sobre as regras gerais. A política de governo, contra o distanciamento social, contra o uso de máscara, contra a vacinação em massa, matou mais do que o número de mortes inevitáveis pela pandemia. [o governo tem uma opinião contrária ao uso de máscaras, contra a política de vacinação = sem vacinas (só no inicio de 2021 é que as vacinas começaram a aparecer, tanto que em quatro meses incompletos o Governo já aplicou mais de 80.00.000 de doses) mas, não adotou  nenhuma medida de força para que sua opinião fosse imposta à população.] 

Enquanto o presidente Bolsonaro, irresponsavelmente, chancela um estudo paralelo desqualificado em termos científicos que apontava para uma superestimação do número de mortes, estudos acadêmicos apontam em outra direção. Haveria, na realidade, uma subnotificação de mortes, que pode chegar a 20%. Esse é um caso exemplar de improbidade administrativa.  Essas decisões conjuntas representam um erro de avaliação, ou uma política criminosa ?

É uma definição que a CPI pode ajudar a dar. Se um governo tem projeto de combate a uma pandemia que vai contra todas as recomendações dos órgãos oficiais, desde a OMS até organizações cientificas internas e externas, não é um simples erro. É um projeto político, uma atitude criminosa. As autoridades tinham todas as informações e sabiam o que poderia acontecer.

Pode-se dizer que não é um crime doloso, com a intenção de matar, mas pode ser enquadrado como dolo eventual, que é aquele em que o autor conhece o risco, e mesmo assim age temerariamente. Ou, no mínimo, crime culposo. Que houve crime, já não há dúvida. O caminho para a abertura do processo de impeachment é amplo, as mais de 500 mil mortes exigem ações urgentes, e as ruas estão advertindo o presidente da Câmara, Arthur Lira, de que não há mais tempo a ganhar à espera de uma melhora econômica, que não recuperará nossos mortos.[as mortes são lamentáveis, sejam as decorrentes da covid-19 e as de outras causas, até as que vitimam os inimigos do Brasil e dos brasileiros, mas jamais conseguirão atribuir que foram causadas pelo governo do presidente Bolsonaro,  e a razão é simples: ter opinião não é crime.]

Merval Pereira, colunista - O Globo


Nenhum comentário: