Rodrigo Constantino
Chega a ser hilário ver o grau de delírio na bolha jurídica! Por ossos do ofício, acompanhei quase na íntegra a cerimônia de posse de Alexandre de Moraes no comando do TSE. Escutar a rasgação de seda, os elogios exagerados, e as Fake News de que esse TSE estaria em total sintonia com o povo e que é orgulho nacional, quase me fez cair da cadeira de tanto gargalhar...
Mas não há a menor graça tal espetáculo, eis a verdade. Trata-se de um teatro mequetrefe de fantoches do sistema, cada um alimentando o ego alheio, flertando com a vaidade das autoridades poderosas ali presentes, sem qualquer compromisso com a verdade.
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Na bolha midiática, cúmplice desse teatro, os militantes estavam em polvorosa. Miriam Leitão escreveu: "A posse de Alexandre de Moraes no TSE, e o encerramento do mandato correto de Edson Fachin, está sendo uma forte defesa da democracia. O presidente Bolsonaro tem que ouvir tudo e ver todos os seus desafetos". Risos! Essa turma realmente acredita que basta falar em democracia para defende-la?
Mas não faltam "liberais" pregando voto em Lula, agora que está liberado pedir voto. Um deles, Pedro Menezes, disse que Lula é a única opção contra o "Chávez brasileiro", ignorando que é Lula quem sempre defendeu o modelo venezuelano.
Aliás, como sintetizou um seguidor meu, esse início de campanha foi bem simbólico e coerente: Bolsonaro foi na cidade onde teve uma segunda vida iniciada. Lula foi a um encontro com "juízes" que deram a ele uma segunda vida política, num malabarismo bizarro.
Por fim, ao ver juntos na cerimônia de posse de Alexandre os ex-presidentes Sarney, Lula, Dilma e Temer, sentados lado a lado, questionamos: como o Brasil conseguiu sobreviver apesar deles? Como ainda respiramos ares relativamente democráticos, não obstante tal passado podre? Isso é mesmo um enorme mistério!
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
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