Revista Oeste
Além da picanha, graças ao agronegócio, a bebida não faltará [lembrete: a picanha também é bebida = é suco de picanha moída, vem naqueles envelopes de refresco de antigamente, diluído em água. O eleito encomendou 2.000.000 de envelopes com 20g cada.]
com a opinião das ovelhas.”
O lúpulo (Humulus lupulus L.) é uma liana, uma trepadeira perene da família Cannabaceae, a mesma da maconha e do cânhamo. Lupulus, em latim, significa lobinho, pequeno lobo (lupus). Plínio, o Velho, escritor e naturalista romano, morto ao tentar observar a erupção do Vesúvio, devastadora de Pompéia no ano 79 d.C., referiu-se ao lúpulo como condimento. Ele chamou a planta de Lupus Salictarius (hoje nome de uma bela cerveja). E assim a descreveu: “Quando a planta se desenvolve entre os salgueiros, ela os estrangula, envolvendo-os com seus abraços, como faz o lobo a uma ovelha…”. Daí o nome popular e o dos botânicos: lobinho.
A história da cerveja, et pour cause do lúpulo, está intimamente ligada aos mosteiros católicos, desde a Idade Média. Até hoje, os monges trapistas belgas mantêm essa tradição. No ano 822, o abade Adelardo de Corbia, neto de Carlos Martel, mencionou o uso do lúpulo em um de seus escritos. É uma das mais antigas menções de lúpulo na cerveja.
Em 1067, a monja beneditina Hildegarda Von Bingen, santa e doutora da Igreja, médica, mística e naturalista, entre seus muitos títulos, descreveu as qualidades do lúpulo na fabricação de cervejas. Santa Hildegarda identificou e difundiu as propriedades antissépticas e de agente de conservação do lúpulo. Estudou-o meticulosamente e o utilizou na fabricação de suas cervejas. Em Physica Sacra, de 1150, ela teceu considerações sobre o lúpulo e sua adição ou não nas cervejas: “…em razão de seu amargor, ele (o lúpulo) protege de certas putrefações as bebidas, às quais ele deve ser adicionado afim de que possam durar muito mais tempo”. Ou ainda, “Se vós desejais preparar cervejas com aveia sem lúpulo… deveis agregar uma grande quantidade de folhas de freixo”.
Em todo o planeta, variações em ingredientes e processos de fabricação deram origem a uma grande diversidade de cervejas. Nessa diferenciação, o lúpulo tem um papel central. Nas duas últimas décadas houve um aumento significativo na oferta dos tipos de cervejas no Brasil. Como se diz: quem não gosta de cerveja, ainda não encontrou o tipo certo.
Leia também “Mais boi, menos pasto e mais picanha”
Nenhum comentário:
Postar um comentário