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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

A esfinge - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia - VOZES

O presidente do Congresso já convidou os parlamentares para a posse dos novos presidente e vice, às 15 horas do próximo dia 1.º. Faltam 12 dias, aí incluídas as festas de Natal, para Lula ter o ministério de 37 nomes decidido e anunciado, e resta apenas esta semana para aprovar a decisiva PEC da gastança
 E o eleitor de Lula ainda não foi informado exatamente sobre qual é o programa de governo. [e nem será; como informar sobre o que não existe?
De concreto, no intestino do presidente eleito - parte do organismo onde ele elabora e guarda suas ideias de governo - só tem uma obsessão: desmanchar, destruir, tudo que foi realizado após o desastre pt = perda total - interrompido com a defenestração da 'engarrafadora de vento'.]
Mais de 900 pessoas aparecem como integrantes do governo de transição, e a transição está acabando. Imagino a cabeça de Lula nessa acomodação de tanta gente, ministros e cargos de confiança, na bacia das almas da partilha.

Cada vez que sai um anúncio, aparece um problema. Queixa dos preteridos ou até sustos, como com a futura ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes, que dizem ter sido anunciada. Segundo o TCU, ela tem de pagar por irregularidades num contrato com o próprio Ministério da Cultura, ao tempo de Lula presidente, e deve para a Receita Federal e para a Previdência por impostos e contribuições não recolhidas.  

Ou com Aloizio Mercadante, já anunciado presidente do BNDES, mas que, saído da Fundação Perseu Abramo, precisava de umfura-Lei das Estatais” para ter de esperar só 30 dias antes de assumir o cargo, em vez dos três anos exigidos pela lei. Só que o projeto, aprovado às pressas na Câmara, parece que vai ser derrubado pelo calendário no Senado. Lula dissera que não traria de volta o passado, mas Luiz Marinho, Alexandre Padilha, Mercadante, Fernando Haddad, José Múcio Monteiro e Mauro Vieira desmentem isso. Parece não haver novos talentos na equipe.

A cada dia aparece um ministério novo para abrigar o interesse de algum grupo ou partido. Vai ter Ministério dos Povos Originários para o PSol, no país de um índio preso por liberdade de expressão
Ministério de Portos e Aeroportos, sem explicar por que não vai haver um ministério só para as rodovias, que são bem mais populares; 
voltam os ministérios da Pesca, dos Esportes, das Cidades, das Mulheres e aparece o da Igualdade Racial. 
 
O que Paulo Guedes fazia, na Economia, vai ser feito por três ministros: o da Fazenda, o do Planejamento e Gestão e o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para esse último, foi convidado Josué Gomes, filho do ex-vice de Lula José Alencar, mas ele já pensou e ficou fora da partilha. A Educação deve ir para o ex-governador do Ceará Camilo Santana, que é agrônomo, já tendo sido secretário de Agricultura de Cid Gomes
Cada ministério tem sua estrutura de Secretaria-Executiva, Chefia de Gabinete, assessoria parlamentar, Controladoria, com toda a burocracia correspondente. Vai ficar bem caro para o contribuinte sustentar toda essa gente que quer uma carona no poder.
O PT olha desconfiado para os partidos que vão avançando sobre o novo governo; a esquerda raiz olha desconfiada para as concessões que vão ser feitas ao Centrão; 
as centrais sindicais e o MST estão cheios de perigosas esperanças; os economistas que apoiaram Lula estão com medo da gastança, desequilíbrio fiscal, inflação, juros mais altos e dívida pública em elevação; o agro, carro-chefe da economia, está parado em planos e investimentos, à espera de definições. 
 O ministro da Agricultura é um dos que ainda não foram escolhidos. Lula tem um vice ligadíssimo ao ministro Alexandre de Moraes, que está cheio de poder. 
Experiente, ele sabe que foi usado para impedir a reeleição de Bolsonaro. Agora está com uma gigantesca esfinge pela frente, a dizer-lhe: “Decifra-me ou devoro-te”.
 
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campo
 
 Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 
 

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