J. R. Guzzo
Mudanças na legislação abrem a porteira para dezenas de figuras iguais a Mercadante, ou piores ainda, assumirem o comando das empresas brasileiras
As empresas estatais brasileiras,
uma peça crítica no conjunto das finanças públicas do país, estão
voltando velozmente à situação de calamidade que viveram nos governos Lula-Dilma
– quando deram os maiores prejuízos de suas histórias, foram arrastadas
para a beira da falência e se viram assaltadas por uma onda de
corrupção sem precedentes em qualquer época.
Agora, antes mesmo de Lula
assumir de novo a Presidência, todo o valioso trabalho de recuperação
feito nos últimos anos em benefício das estatais e dos seus donos
legítimos, a população brasileira, está sendo jogado no lixo.
Como
resultado direto da Operação Lava Jato, da nova Lei das Estatais aprovada no governo Michel Temer,
e da boa gestão que tiveram nos quatro anos do governo Bolsonaro, as
estatais deixaram de ser um câncer e passaram a ser uma fonte de
recursos para a sociedade brasileira. Estão voltando, porém, a ser a
desgraça que foram durante os governos do PT.
A Câmara de Deputados, que aderiu imediatamente a Lula
depois da eleição, e já está funcionando hoje como um serviço de
despachantes do novo governo, acaba de aprovar, sem qualquer motivo
sério e sem nenhuma discussão, mudanças doentias na Lei das Estatais.
Era proibida a nomeação de diretores que tivessem exercido funções
políticas nos três anos anteriores; o prazo passou a ser de 30 dias,
unicamente para permitir que o dirigente petista Aloisio Mercadante
assumisse a presidência do BNDES e do seu caixa bilionário.
O problema
não é só Mercadante – um dos grandes mestres-salas da ruína econômica da
era Lula-Dilma, e promessa viva de novos desastres antes mesmo de
assumir seu cargo.
As mudanças abrem a porteira para dezenas de figuras
iguais a ele, ou piores ainda, assumirem o comando das estatais.
A
presidência da Petrobras,
por exemplo, pode ser entregue a um deputado do PT; não há, nem sequer,
uma tentativa de disfarçar a imediata transformação das empresas
públicas em propriedade privada de Lula, do seu partido e dos seus
amigos.
Leia também
Ministros do novo governo foram avisados de que extremistas tentarão impedir posse de Lula
A Petrobras
teve um lucro líquido superior a R$ 100 bilhões em 2021, o último ano
com números fechados; foi um recorde histórico, que deve se repetir em
2022. No tempo de Lula e Dilma, foi tão roubada e deu tanto prejuízo que
quase quebrou.
Suas grandes obras foram a Refinaria Abreu Lima, que
deveria custar 2 bilhões de dólares, custou mais de 20 e até hoje não
está pronta, e a compra da refinaria americana de Pasadena, uma montanha
de ferro velho que jamais serviu para nada.
Seus diretores foram
grandes estrelas, no banco dos corruptos da Lava Jato; chamaram a
atenção do mundo por confessarem seus crimes e devolverem, junto com as
empreiteiras de obras, bilhões em dinheiro roubado.
É para essa situação
que a Petrobras promete voltar. Lula diz o tempo todo que vai fazer a
Petrobras ser de novo “o que era”. Ela era isso – Abreu Lima, Pasadena e
roubalheira desesperada.
O ex-presidente achou tempo, também,
para informar que “vai acabar privatizações (sic) neste país”. Diz que
agora, sob o seu comando e as suas luzes, as estatais vão “provar” que
podem ser lucrativas.
Do que ele está falando? As estatais, que segundo
Lula foram “destruídas” por Bolsonaro, vão fechar o ano de 2022 com R$
250 bilhões de lucro – cifra que jamais foi atingida antes e sabe lá
Deus se serão atingidas de novo algum dia.
O que Lula e o PT prometem é
exatamente o contrário.
J.R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário