Haverá quem se sinta atingido com o que direi, no entanto, preciso
desabafar:
- cansei de ler comentários afirmando que só escrever não
adianta, ou que só falar não adianta, ou que só ir para a porta dos quartéis não adianta, ou que mostrar indignação a autoridades
comprometidas com o escândalo em curso não adianta.
A todos, afirmo:
dizer que não adianta também não adianta, ora bolas!
A hegemonia
esquerdista foi construída e ainda hoje se mantém influenciando a
opinião pública mediante a aplicação de todos os meios materiais,
humanos e de toda a ciência que foi desenvolvida com esse intuito.
Como
você imagina que se forma um eleitorado (não importa de quantos milhões)
disposto a trazer uma organização criminosa inteira à cena do crime?
Como você imagina que subsista, mundo afora, público para optar por uma
ideologia incapaz de apresentar um único caso de sucesso entre suas 42
experiências concretas?
Falam em justiça e entregam uma nova elite
corrupta; falam em liberdade e entregam opressão e paredão; falam em
sabedoria e entregam cartilha; falam em pluralismo e entregam histeria e
sanção contra toda divergência; falam em prosperidade e entregam cartão
de racionamento;
falam em democracia e entregam o manjado totalitarismo
de sempre; falam em amor e entregam filhos revoltados chamando
fascistas os próprios pais.
Falam em estado de direito e democracia e chegam com isso que estamos vendo.
Depois de
Georg Luckács, de Antonio Gramsci e da Escola de Frankfurt (Marcuse e
Adorno), a renitente construção da desgraça precisa de todo o espaço
cultural – música, teatro, cinema, literatura, artes plásticas. Precisa
dos púlpitos, dos jornalistas e dos juristas.
Precisa das salas de aula
e, muito especialmente, das universidades.
É por elas que passou a
prepotente expulsão do conhecimento divergente (Luckács), a construção
da hegemonia pela ação do intelectual coletivo (Gramsci) e a superação
das resistências culturais (Escola de Frankfurt). Tudo isso adiantou, e
muito, para sermos arrastados às aflições desta hora!
O despertar
conservador e liberal brasileiro tardou demais! Acordou sob insultos e
ameaças. É dito fascista porque a tanto são ensinados os jovens por
professores que assim qualificam os pais de seus alunos e os que ousam
divergir, ainda que a divergência se expresse em uma bandeirinha do
Brasil.
Não
deveríamos nunca esquecer que o Muro da Vergonha, o Muro de Berlim
construído pelo estado comunista instituído na extinta Alemanha
Oriental, era oficialmente conhecido como “Muro de proteção
antifascista”, como se vê na placa comemorativa de seus 25 anos, em 1986
(AQUI).
A cerimônia
de diplomação levada a cabo ontem transitou sobre longa e pavimentada
rodovia que permite proclamar a legitimidade de absurdos mediante
frenéticos aplausos da plateia e louvações da “imprensa tradicional” a
discursos onde as palavras tomam direção oposta a seu sentido real.
Lênin, Stalin, Hitler e Mussolini foram mestres nisso.
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
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