Vozes - J. R. Guzzo
Eis aí o governo, enfim, com a sua nova e fabulosa estrutura de 37 ministérios aprovada pelo Congresso Nacional,
após sucessivos pagamentos de resgate.
A partir de agora, passam a ter
existência legal aberrações como o “ministério do índio”, ou do
“desenvolvimento agrário”, e outros ralos pelos quais o seu dinheiro vai
sair nos próximos anos.
Custou caro. Lula,
em mais uma exibição da genialidade política que lhe é atribuída pela
mídia amiga, montou no início do seu governo o que foi descrito como um
“esquema de apoio” junto ao “centrão” e outras regiões escuras do baixo
mundo político.
Mas o que estava fazendo, mesmo, era
um ato de submissão à chantagem. Desde então, o “esquema de apoio” vem
extorquindo verbas públicas e cargos para aprovar as propostas do
governo – a última delas foi a nova estrutura ministerial.
Mesmo pagando
caro, a coisa ainda não saiu como o governo queria.
O projeto aprovado
pela Câmara dos Deputados eliminou poderes essenciais de ministérios como os do Meio Ambiente, por exemplo; Lula teve de engolir do jeito que ficou.
Até agora, em seu governo, os “pobres” não viram um tostão das fortunas que seriam entregues a eles. Quem está ganhando, como sempre, é o Brasil Velho dos políticos mercenários.
A
“governabilidade” do governo Lula está custando caro. Só nesta semana,
para resolver a questão dos ministérios, foi preciso entregar 1,7 bilhão
de reais em “emendas” dos deputados.
Desde o começo do governo, em
janeiro, já foram queimados quase 5 bilhões de dinheiro público para
atender as exigências da “base de apoio” – ou seja, a coisa está rolando
na base de 1 bilhão de reais por mês.
Onde estará essa conta no fim do
ano? Eis aí o “orçamento dos pobres”, tão prometido por Lula.
Até agora, em seu governo, os “pobres”
não viram um tostão das fortunas que seriam entregues a eles.
Quem está
ganhando, como sempre, é o Brasil Velho dos políticos mercenários, dos marajás
do serviço público e de todos os outros parasitas que prosperam com o dinheiro
dos impostos – ou seja, com o trabalho do povo brasileiro.
Os 5 bilhões de reais
queimados até agora para garantir a “governabilidade” não resultam em nada de útil
para a população que está pagando por tudo isso. Não geram um único emprego.
Não respondem por um decimal de crescimento econômico.
Não fornecem nenhuma oportunidade
a quem precisa.
Não melhoram em nada a saúde, a educação ou a segurança do país.
Só produzem um governo ainda mais obeso, mais inepto e mais caro do que já é.
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E
agora, chantagem vai parar? Será que os chantagistas vão dizer: “Chega;
já está bom assim”? Ou vão pedir mais, e de novo?
Parece cada vez mais
claro, com cinco meses completos de governo, que Lula ainda não começou a
governar o Brasil – e nem pretende começar. Passou este tempo todo
torrando milhões em viagens inúteis ao exterior, para brincar de
“estadista mundial”, o seu novo fetiche, e para a mulher fazer turismo internacional em hotéis com 40 mil reais de diária – pagos com o seu dinheiro.
Enquanto isso, o país fica entregue à paralisia da equipe mais incompetente que jamais foi levada a um governo – e às exigências de uma “base de apoio” que sente fraqueza e cobra cada fez mais pelos seus votos.
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
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