Vozes - Gazeta do Povo
Confluência de fatores positivos, muitos deles alheios à vontade de Lula, levaram a elevação da nota do Brasil pela agência Fitch.
A agência internacional Fitch, uma das mais prestigiadas no setor de “rating” financeiro, subiu a nota do Brasil.
Agora somos BB – o que não é lá essas coisas, mas é melhor do que ser menos, e muito melhor do que a classificação de Argentina, Venezuela e outras economias em processo de extinção.
Na Alemanha ou no Canadá ninguém se importaria com a notícia, porque eles não precisam da Fitch para saber se vão bem ou mal, mas aqui é coisa de primeira página – país de Terceiro Mundo é isso mesmo, sempre ligado no que os ricos dizem a seu respeito de tempos em tempos. No caso da Fitch e do Brasil a avaliação foi indiscutivelmente positiva. Temos um país solvente, e isso é essencial para todo o resto.
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A
nota da Fitch não é um julgamento sobre o desempenho geral da economia
brasileira.
A Fitch é uma agência de avaliação de risco, e o que faz é
exatamente isso: avalia quais são os riscos, para um investidor
estrangeiro, de não receber de volta o dinheiro que aplicou no Brasil.
Quanto mais alta a nota, menor o risco. Considera-se, no momento, que
esse risco baixou – o que não significa que os investidores
internacionais vão começar a despejar bilhões de dólares no Brasil daqui
a cinco minutos.
O governo simplesmente não existe. Mas, do ponto de vista da estabilidade financeira, as coisas estão em ordem até agora.
Na
verdade, nunca o nível de investimento externo esteve tão baixo como
agora. Mas é muito melhor do que se o risco tivesse aumentado.
A grande
vantagem disso tudo é que não se trata de palpite de economista, desses
que a mídia fica entrevistando dia sim dia não.
É uma análise lógica que
vem da observação dos fatos. Só isso: dos fatos como eles são.
A
avaliação da capacidade do Brasil para pagar seus compromissos externos
melhorou, de cara, pelo volume das reservas internacionais que vêm
sendo acumuladas há anos, e que o atual governo está conseguindo manter –
350 bilhões de dólares pelas últimas contas, o que nos coloca entre os
dez países do mundo com maiores caixas em moeda forte. A inflação,
nesses primeiros sete meses de governo Lula, continua baixa. O dólar
está valendo menos do que valia no ano passado; o real, aliás, [que o presidente apedeuta quer trocar pelo sur...]é uma das
moedas mais estáveis da América Latina, e mesmo além dela.
O
dinheiro não perde o seu valor – e isso é um elemento vital para a
saúde da economia. Não há missões do FMI negociando esmolas por aí. O
Brasil fez grandes reformas que outros países não fizeram, como a
reforma da Previdência Social, e está colhendo agora os frutos das
decisões corretas que soube tomar.
O Banco Central é independente [e continuará sendo] da
intromissão política do governo e das gangues que operam no Congresso,
as duas maiores ameaças de assalto que existem para o Tesouro Nacional –
e uma garantia fundamental para a estabilidade da moeda.
Há uma
pressão maligna para o aumento explosivo do gasto público. O ritmo do
crescimento é ruim. Não há investimento, nem melhora no emprego, nem
aumento na renda. O governo simplesmente não existe – conseguiu, desde
janeiro, não abrir uma única bica d’água em todo o território nacional.
Mas, do ponto de vista da estabilidade financeira, as coisas estão em
ordem até agora.
Para continuarem assim, o governo nem precisa de
grandes ideias ou grandes decisões. Basta não levar adiante as repetidas
propostas de suicídio econômico feitas da discurseira colérica do
presidente da República e da sua multidão de puxa-sacos.
J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
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