Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador IPCA-15. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador IPCA-15. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Prévia da inflação registra menor resultado para fevereiro desde 1994


As quedas nos preços da carne e das passagens aéreas impactaram a desaceleração da inflação. O acumulado anual está em 0,93%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é a prévia oficial da inflação, ficou em 0,22% em fevereiro, menor resultado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. A desaceleração foi significativa, pois em janeiro o mesmo índice estava em 0,71%. 



A soma dos resultados do IPCA-15 de janeiro e fevereiro acumulam alta de 0,93% neste ano. Em 12 meses, a alta total recuou de 4,34% para 4,21%. As informações foram divulgadas, nesta quinta-feira (20/2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Atividades
Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três apresentaram deflação em fevereiro: Vestuário (-0,83%), Saúde e cuidados pessoais (-0,29%) e Alimentação e bebidas (-0,10%).

Após quatro meses de altas, sob o acumulado de 27,95%, o preço da carne caiu 5,4%, impactando a desaceleração da inflação. Outro fator importante para o IPCA 15 deste mês foi a redução na inflação sobre as passagens aéreas, que caiu 6,68%, pelo segundo mês consecutivo. Roupas, perfumes e itens de higiene pessoal também pesaram menos no bolso do consumidor.

(.....)

No ano passado, a inflação fechou o ano no maior nível registrado desde 2016. O indicador ficou em 4,31%, sendo que o centro da meta era de 4,25%.

No Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA


segunda-feira, 29 de abril de 2019

Tempo de aperto e cuidado

O retorno da confiança do consumidor depende da ação organizada do governo


Com dinheiro curto, endividado e sem perspectiva de melhora em pouco tempo, o consumidor continua retraído e pode até diminuir suas compras nos próximos meses. Se isso ocorrer, a economia continuará travada e o crescimento seguirá em marcha lenta como nos últimos dois anos. O risco é tangível e confirmado por novos levantamentos sobre as condições e a disposição das famílias. Entre os empresários do comércio, as expectativas permanecem baixas, enquanto os indicadores de negócios decepcionam e as incertezas políticas se prolongam. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a cair em abril, segundo pesquisa mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Com a queda de 1,9%, o indicador chegou a 96,2 pontos. Em março já tinha havido um recuo de 0,4% em relação ao mês anterior. Depois de abril de 2015, o ICF nunca ficou acima de 100 pontos, linha divisória entre os estados de insatisfação e satisfação.

Aumentos de preços, juros altos e alto endividamento são os principais fatores apontados em nota da CNC para explicar a piora de ânimo das famílias. Desde o começo do ano a renda mensal tem sido consumida mais velozmente do que vinha sendo até o fim de 2018.  A alta da chamada prévia da inflação, o IPCA-15, trouxe o retrato mais atualizado da aceleração dos preços, um dos piores pesadelos das famílias. Chegou a 0,72% em abril o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15. Em março, a variação havia atingido 0,54%, num ritmo já preocupante. Com o avanço de abril, a alta acumulada chegou a 1,91% no ano e a 4,71% em 12 meses, acima, portanto, da meta anual de 4,25%. O IPCA-15 é apurado entre o meio de um mês e o meio do mês seguinte e é usado como sinalizador de tendência da inflação mensal. A pesquisa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A alta de preços deverá perder vigor nos próximos meses, dizem especialistas do mercado e do setor público, e assim a inflação convergirá até o fim do ano para a meta. Essa avaliação pode estar certa, mas o consumidor, sem modelos matemáticos para avaliar tendências, pode apenas sentir o impacto imediato da inflação em seu orçamento e em suas condições de vida. Isso pesa na formação de suas expectativas, assim como o conjunto dos fatos políticos e econômicos. Neste momento, quase nada, nesse conjunto, é muito animador.

O quadro é feio dentro e fora de casa. Fora, há o desemprego, os preços em alta e as confusões de Brasília. Dentro, há os vários fatores de aperto, incluído o endividamento. Este é um dos principais fatores de preocupação. A piora do quadro foi mostrada em pesquisa da Boa Vista SPC, sucessora do Serviço Central de Proteção ao Crédito. No segundo semestre de 2018, segundo a pesquisa, 70% dos entrevistados disseram ter mais de metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas. No primeiro semestre, 56% haviam dado essa resposta. Além disso, 82%, parcela igual à do semestre anterior, afirmaram ter muita dificuldade para manter as contas em dia.

Sem surpresa, o Índice de Confiança do Comércio, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ficou em 96,8 pontos em abril, abaixo do nível 100, fronteira do otimismo. Houve estabilidade na avaliação mensal, mas sem melhora da expectativa. O valor anotado em abril foi o menor desde outubro, quando o índice bateu em 94,4 pontos. O sinal de otimismo observado no início do ano já se extinguiu.
A piora das expectativas tem sido mostrada na pesquisa Focus, atualizada a cada semana pelo Banco Central. Na pesquisa de 18 de abril, divulgada na segunda-feira seguinte, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 chegou a 1,71%. Quatro semanas antes estava em 2% e já em queda. A redução das projeções ocorreu seguidamente a cada semana. Também na última pesquisa o crescimento estimado para a produção industrial chegou a 1,70%, bem abaixo da estimativa de 2,57% coletada um mês antes. O retorno da confiança depende da ação organizada do governo.


Editorial - O Estado de S. Paulo

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Projeto de demolição



O Congresso não vota medidas de ajuste de despesas e ainda aumenta os gastos. A Câmara aprovou um pacote de bondades para o transporte de carga com oito diferentes tipos de renúncia fiscal. O Senado aprovou o regime de urgência para o projeto que mantém benefícios para o setor de bebidas. As duas Casas decidiram que o Tesouro terá que financiar o pagamento de precatórios de estados e municípios.


Basta acompanhar a marcha da insensatez. Diariamente o Congresso faz uma despesa nova e manda para o Executivo, como se os cofres públicos não tivessem limites. O Judiciário também faz das suas, quando dá sentenças que oneram estatais ou governo. Ontem, aqui neste jornal, o jornalista Ascânio Seleme contou a decisão do TST que manda o Serpro pagar R$ 80 milhões a 10 funcionários. A Petrobras também sofreu uma derrota histórica na maior ação trabalhista já vista no país. Terá que pagar aos seus funcionários R$ 17 bilhões por um acordo feito na época do governo Lula.


É exatamente desta forma que se destrói a estabilidade e se contrata uma nova onda de inflação e crise. A inflação descontrolada parece improvável diante de taxas tão baixas. A divulgada ontem, do IPCA-15, é um ponto fora da curva. Ela voltará a cair. O problema, como sabem os economistas, é que um rombo fiscal deste tamanho, uma dívida com esta trajetória, e decisões amalucadas podem desembocar numa crise de insolvência ou inflação, ou ambas.


O governo errou quando concedeu subsídio ao diesel. Amedrontado com a greve, cedeu. Para não desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, cortou alguns benefícios, como forma de compensar. O Congresso quer restabelecer os benefícios retirados e aumentar as vantagens concedidas ao setor transportador. Na quarta-feira, o Senado aprovou o regime de urgência para o projeto que desfaz o corte do governo nos incentivos fiscais concedidos à indústria de bebidas de Manaus. Só dois senadores votaram contra essa urgência, Ana Amélia Lemos e Lasier Martins, do Rio Grande do Sul. E por que tanta pressa? Difícil entender os lobbies porque 80% da renúncia fiscal serão para a Coca-Cola e Ambev. Faz sentido subsidiar essas duas empresas?


No mesmo dia, enquanto no Senado se preparava essa bebida difícil de engolir, a Câmara pavimentava as estradas das transportadoras. As empresas poderão dizer que valeu mesmo a pena fazer a greve. Os empresários não foram punidos pelo locaute e serão agora recompensados. O projeto estabelece inúmeras vantagens como a isenção total de IPI, Pis/Cofins para toda a compra de caminhões e equipamentos novos pelo setor. Além disso, poderão abater no Imposto de Renda os gastos com pedágio, o que significa que a sociedade pagará o pedágio, na prática. As multas por evasão de fiscalização rodoviária serão transformadas em advertência. Eles querem também anistia para as multas concedidas durante a greve. O relator desse caminhão da alegria foi — vejam vocês — um dono de transportadora com 120 caminhões: o deputado Nelson Marquezelli. O mesmo que durante a paralisação gravou um vídeo chamando os caminhoneiros de heróis e prometendo que em 15 dias aprovaria benefícios para o setor. Foi em 20 dias. O governo nem pode dizer que é vítima porque mandou sua base votar a favor, com medo de nova greve dos “caminhoneiros”.


Na terça-feira, o jornal “Valor” trouxe reportagem dos jornalistas Ribamar Oliveira e Cristiano Romero informando que, ao aprovar a Emenda 99, o Congresso embutiu um dispositivo que determina que o Tesouro financie com juros baixos os estados e municípios no pagamento de precatórios. As dívidas não pagas por estados e municípios estavam em 2012 em R$ 94 bilhões. A emenda tratava do aumento do uso dos depósitos judiciais para pagar os precatórios, mas o Congresso usa qualquer projeto para colocar os seus jabutis.


A ideia de que a União é uma terra de ninguém que tem um cofre inesgotável resiste contra todas as provas em contrário. As mais estranhas alianças se formam no Congresso quando é para tirar dinheiro do Estado. Se o projeto é aprofundar a crise fiscal, os parlamentares estão indo bem. É exatamente assim, criando despesas, distribuindo benefícios fiscais, rejeitando ajustes, que se destrói uma economia.



segunda-feira, 23 de maio de 2016

Gasolina fica 10% mais barata com intervenção do Cade

Combustível chegou a ser vendido a quase R$ 4 o litro. Agora, com a maior rede sob controle do Cade, pode ser encontrado por R$ 3,59. Com a redução dos valores nas bombas, a inflação no Distrito Federal cedeu e é a menor do país em maio

Demorou, mas a decisão do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) de intervir nos postos de combustíveis do Distrito Federal está dando resultados. Desde o início de março, quando o órgão decidiu nomear um administrador para a maior rede da capital federal, a Cascol, os preços da gasolina já registram queda de até 10%. Na média, o litro do derivado de petróleo era vendido a R$ 3,935. Agora, é ofertado, por R$ 3,624. Mas quem pesquisar bem pode encher o tanque a R$ 3,590 o litro.


Como os combustíveis têm peso importante no cálculo da inflação de Brasília, o custo de vida cedeu. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), divulgado na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a carestia na capital do país cravou alta de 0,55% em maio, contra 0,86% da média nacional. No acumulado do ano, a taxa está em 2,76%, ante 4,21% do Brasil. Em 12 meses, o indicador aponta alta de 8,73% frente aos 9,62% do país. A tendência é de que a gasolina continue contribuindo para o alívio no bolso dos brasilienses.

Na avaliação de técnicos do Cade, não havendo nenhum fator atípico, como aumento de impostos, ainda há espaço para que o combustível fique mais barato. O órgão regulador calcula que, na média, os preços da gasolina praticados no Distrito Federal antes da intervenção nos postos estavam 20% acima do normal. Eles chamam a atenção para o recuo mais forte dos preços nas bombas a partir de abril, quando o interventor Wladimir Eustáquio Costa assumiu a gestão da Cascol. Aos poucos, ele está desmontando o cartel que sempre foi característico no DF.

Concorrência
A percepção dos técnicos do Cade é sustentada pelo IBGE. De acordo com o IPCA-15, nos 30 dias terminados em 15 de maio, os combustíveis ficaram, na média, 3,05% mais baratos na capital federal. Somente a gasolina apontou queda de 2,99%, o maior tombo entre as 11 capitais pesquisadas. “A situação melhorou bem. Mas a gasolina ainda continua cara. Acredito que os preços podem cair mais”, afirma o assistente financeiro Daniel Fernandes, 22 anos. “O cartel não foi desmontado por completo”, acrescenta.

A intervenção no grupo Cascol foi um desdobramento da Operação Dubai, deflagrada pela Polícia Federal em 24 de novembro de 2015. Sete pessoas foram presas, suspeitas de participação no cartel dos combustíveis. Como consequência, a Cascol assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). “O acordo serviu como um limitador contra os abusos”, avalia Alisson Proazzi, gerente de um posto. Segundo ele, mesmo os revendedores que não fazem parte do grupo, que detém quase 30% do mercado de combustíveis do DF, acompanham o movimento forçado pelo Cade e pelo MPDFT.

Os consumidores querem mais. Mesmo tendo reduzido em 15% os gastos mensais com gasolina entre março e maio, o empresário Luís Aires, 30 anos, vê o alívio como insignificante. “Durante muito tempo, fomos explorados pelos postos, arcando com valores muito acima do real”, diz. Para ele, é importante que a queda continue para que, ao longo do tempo, a economia realmente valha a pena. “Cansamos de ser enganados. O cartel que foi desbaratado nunca mais deve voltar. As autoridades não podem nos decepcionar”, ressalta.

Transparência
Para especialistas, os combustíveis mais baratos dão um refresco no orçamento das famílias, que estão sofrendo com o desemprego e o elevado nível de endividamento. “Os preços administrados, nos quais se incluem os da gasolina, do álcool e do diesel, vinham subindo muito. Tanto que o consumo desses produtos caiu bastante”, afirma Fábio Bentes, economista-sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ele ressalta que o recuo dos curtos dos combustíveis deve se refletir por toda a economia, já que o grosso do transporte de mercadorias pelo país é feito por estradas. “Veremos fretes mais baratos. Essa, pelo menos, é a expectativa”, acrescenta.

Segundo o servidor público Célio Rodrigues, 41, o Cade e o Ministério Público deveriam usar a intervenção nos postos para dar maior transparência aos preços. “Hoje, não se sabe ao certo o que estamos pagando. O que é o valor real do derivado do petróleo, o que é imposto federal e quanto de tributos pagamos para estados e municípios. É uma caixa-preta”, afirma. Na avaliação dele, será um erro se, num momento como esse, o governo de Michel Temer elevar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre os combustíveis.

Fonte: Correio Braziliense