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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Confundem operações de GLO - solicitação de competência dos governadores - com ações de garantia do processo eleitoral - requisição de tropas de competência da Justiça Eleitoral.

Exército teme ‘politização’ de pedidos de ajuda em ano eleitoral

A cúpula das Forças Armadas teme a “politização” dos pedidos de socorro para reforçar a segurança pública nos Estados durante as eleições deste ano. Os militares consideraram o pedido feito na semana pelo prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), de apoio durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 24, uma “banalização” do uso das tropas. [o prefeito quis aparecer e escolher ficar em evidência falando bobagem; a manutenção da ordem pública durante o julgamento no TRF-4 ficará a cargo das policias civil e militar do RS, com apoio da PF - mais que suficiente para conter alguns gatos pingados.
Se necessário é só pedir apoio a Polícia Militar do Pará, especializada em 'cuidar' de 'sem terra'.
O número de militontos presentes não justifica o emprego de tropas federais.
A Justiça Federal, TRF-4, também pode optar, caso o condenado Lula continue atiçando a militância petista, pelo encarceramento do réu - garantia da ordem pública.]

O petista terá seu recurso julgado pela 8.ª Turma Criminal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Movimentos sociais prometem realizar atos em defesa do ex-presidente e há também articulação de manifestações contra Lula. Marchezan alegou que há uma “invasão” em Porto Alegre. O ex-presidente foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).

Em ano eleitoral, de acordo com oficiais-generais ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, há o perigo e o risco de estes pedidos se multiplicarem, como uma espécie de salvo-conduto dos governadores. Ao menor sinal de problema, ou até preventivamente, o governador pede ajuda das Forças Armadas na segurança a fim de passar a mensagem para a população, e seus potenciais eleitores, de que age para protegê-la.

Os militares destacam, porém, que o chamado de tropas federais só deve ocorrer em cenário de descontrole da ordem. Nesse sentido, a cúpula das Forças Armadas descarta ações preventivas, como o pedido feito pelo prefeito de Porto Alegre. Apesar disso, como o jornal revelou na edição de sábado, o serviço de inteligência dos militares está “em alerta” em razão de manifestações marcadas em defesa do ex-presidente.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, já afirmou que é contra o emprego do Exército em Porto Alegre. O ministro considerou “absurdo” o pleito por ter sido feito por um prefeito, que não tem competência para isso, e de forma preventiva. A solicitação de ajuda é uma prerrogativa de governadores.

Na semana passada, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, expressou preocupação, em seu Twitter, com o emprego da corporação em “intervenções” por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos Estados, como está sendo feito agora no Rio Grande do Norte. Segundo o comandante, “a segurança pública precisa ser tratada pelos Estados com prioridade ‘zero'”. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O refúgio da esquerda

A queda do Muro de Berlim foi uma linha divisória. O sonho esquerdista esvanecera, expondo o pesadelo que tinha engendrado. Talvez nenhum país mostre melhor o sucesso do capitalismo e o fracasso do socialismo. Enquanto a Alemanha Ocidental era uma amostra de um Estado de bem-estar social, com todas as liberdades garantidas, a Alemanha Oriental, dita democrática e socialista, obrigava seus cidadãos a compartilharem a penúria, sufocando todas as liberdades. Não eram propriamente cidadãos, mas súditos do Estado.

Podemos também comparar, a modo de exemplo, a próspera e capitalista Coreia do Sul, Estado democrático, com a totalitária e socialista Coreia do Norte, que vive da opressão de seus súditos, da fome, e aterroriza o planeta com suas armas nucleares. Ou se pense, ao nosso lado, na ditadura de Maduro e em seu apoio em Cuba e no PT, no Brasil. Esses parecem não ter nada aprendido com a História, embora, talvez como galhofa, queiram reivindicá-la. Note-se que nem lhe sobrou a defesa dos pobres e do então dito proletariado, pois os Estados que mais conquistaram direitos sociais são os capitalistas, seja em suas vertentes social-democrata (países nórdicos), trabalhista (Grã-Bretanha) ou democrata-cristã (Itália e Alemanha). Aliás, neste último país o consenso era de tal ordem que a alternância entre os partidos cristãos e social-democrata em nada alterou, se não implementou, os ganhos sociais por todos reconhecidos. À esquerda não restou nem o social, salvo em sua face social-democrata, tida por direita pelos comunistas, socialistas e, entre nós, petistas.

Fracassada, a questão colocada à esquerda foi: onde refugiar-se? Parece não ter tido outra opção senão refugiar-se nos costumes, nos valores sociais ou em políticas ditas progressistas, que só mascaram seu próprio afã de uma nova hegemonia política. O politicamente correto é, nesse sentido, uma expressão dessa sua nova máscara, mais palatável para quem ignora ou compartilha todos os crimes perpetrados pela esquerda no poder. Entre nós, em experiência recentíssima, observamos o PT levar o País praticamente à bancarrota, não fosse, para evitar o pior, o impeachment da ex-presidente Dilma. Nem as conquistas sociais foram mantidas, com o desemprego avassalador e a inflação corroendo os salários dos mais desfavorecidos.

A esquerda fracassada procura, agora, reinventar-se. Escolheu para cavalo de batalha os que ela considera conservadores”, em particular mira o MBL, por ter-se insurgido contra duas exposições, uma no Santander, em Porto Alegre, com imagens de zoofilia e pedofilia, e a outra no MAM, com mostra de um homem nu sendo tocado por uma criança. Para tentar capturar a classe média usa palavras como censura, arte e ditadura, numa sequência de bobagens capaz de atormentar qualquer pessoa sensata.

Foquemos a questão. O problema não está nas exposições em si, mas em crianças que se encontram face a face com situações de eroticidade precoce, incapazes que são, em sua idade, de juízos morais. Ficam expostas, vulneráveis


O que garante que uma criança que se acostume a tocar em homens nus não o faça com outro homem qualquer na rua ou que queira tocar seu órgão sexual? Seria a liberdade dos progressistas?

Que adultos apreciem tais tipos de eventos é meramente uma escolha pessoal, que deve, evidentemente, ser garantida. Se isso é “arte”, problema deles. Não há censura. Cada um escolhe suas visitas a exposições, assim como a forma que mais lhe parecer apropriada para desfrutar o sexo. Trata-se de uma questão individual de pessoas adultas no uso – ou desuso – de seu desejo e de sua razão. Outra coisa, muito diferente, é permitir ou obrigar uma criança a fazer o mesmo.  Na exposição do Santander, crianças eram levadas por escolas a visitar a exposição, como se se tratasse de algo pedagógico. Qual pedagogia? A da erotização das crianças? A de as impulsionar para relações sexuais precoces? A de considerar animais como objetos sexuais? Se isso for considerado liberdade, só pode ser em sua acepção muito particular de completa ausência de limites, conduzindo, depois, ao mais completo desregramento moral.

O que parece mais incomodar essa esquerda sem bússola, contudo, é o fato de estar perdendo a batalha pela opinião pública. Artistas desocupados ou que não têm o que dizer chegaram a falar em “ditadura”. Qual, aliás? A do Estado, que não se imiscuiu nesse assunto senão sob a forma de uma recomendação do Ministério Público para que a exposição em Porto Alegre fosse reaberta? O banco, sensatamente, teve juízo para não seguir essa “recomendação”. O que, na verdade, pretendem os prosadores da ditadura é que o Estado intervenha para defender as suas concepções. Pretendem implantar a ditadura do “progressismo” e do “politicamente correto”, enquanto formas compensatórias do fracasso de suas concepções esquerdistas.

O MBL, ao defender a ideia de que crianças não se submetam a essa ideologia, foi o seu alvo preferido. Não foi o Estado. Por quê? Pela simples e boa razão de que os autointitulados progressistas estão perdendo a luta pela conquista da opinião pública. Observe-se que não se trata de uma disputa entre sociedade e Estado, mas uma interna à própria sociedade. Um setor desta não suporta mais a “ditadura” do politicamente correto, que lhe é imposta goela abaixo. Decidiu dar um basta. E tem legitimidade para tal.
A onda dita conservadora no Brasil é uma reação a esses excessos e arbítrios. É como se não existisse a liberdade de escolha entre ser conservador, liberal ou “progressista”. Valeria somente esta última opção. Tudo o mais seria “ditadura”. Pretendem impor a sua hegemonia a uma sociedade que passou a rejeitá-los. Não podem mais suportar este outro fracasso. Estão desnorteados e vociferam. É a pobreza mesma do pensamento!


Fonte:  Denis Lerrer Rosenfield - O Estado de S. Paulo

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A política aperta a tecla "pause..." em janeiro



A crise tirará férias oficialmente. Mas não haverá descanso. Fora de Brasília, as articulações em torno do impeachment seguirão
Na noite de segunda-feira, dia 21 de dezembro, a presidente Dilma Rousseff ofereceu no Palácio da Alvorada um coquetel de final de ano para ministros, auxiliares mais próximos e um restrito grupo de aliados no Congresso. Numa clássica blusa de renda preta, acompanhada de colar de pérolas, Dilma circulou com o semblante aliviado. Permitiu-se inclusive uma piada inusual com o líder do PT na Câmara, Sibá Machado, a quem chamou de “crítico de arte”, depois que o petista lhe presenteou com um quadro da artista plástica mineira Gri Alves.

O jeito mais leve que Dilma tem mostrado nos últimos dias é de quem acredita que a ameaça do impeachment, pelo menos por ora, não pesa tanto sobre seus ombros. A presidente acredita, assim como os principais assessores no Palácio do Planalto, que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que fez retroagir a denúncia por crime de responsabilidade que corre na Câmara, enfraqueceu o processo de afastamento. “Eu mesmo acho que terminamos o ano melhor do que prevíamos”, diz um dos ministros mais próximos de Dilma.

A crise política terá uma pausa forçada e desejada em janeiro – não por obra de algum talento ou melhora súbita na situação, mas devido à inércia da obrigação legal do recesso parlamentar e da vontade de ambos os lados, governo e oposição, de interromper a disputa. Será apenas uma parada técnica. As articulações só deixarão de ocorrer no palco central, em Brasília, e acontecerão em outros palcos ou coxias – espalhados por todos os Estados. Em encontros longe dos refletores, com o país em “pause”, governo e oposição se armarão para o que virá em fevereiro.

Nesse cenário, Dilma abdicou da temporada na praia e fará apenas uma pequena pausa para passar as festas de fim de ano com a família, em Porto Alegre. Dilma crê que terá condições de esboçar alguma reação em janeiro para começar a tirar sua administração das cordas
. [a única forma de Dilma tirar sua administração das cordas é enrolando as cordas em seu pescoço.] O entorno de Dilma não quer desperdiçar a trégua.  

Sem dinheiro, sem a oposição do Congresso e sem o Judiciário para tornar operacional a Lava Jato, o Planalto espera colocar em ação em janeiro o que mais gosta de fazer: uma ofensiva midiática para tentar reverter a péssima imagem do segundo mandato de Dilma entre os brasileiros. A massa de propaganda tentará vender a mensagem de que a administração não está totalmente paralisada. O Planalto acredita que, ao falar sozinho, conseguirá reduzir um pouco seu sufoco. 

Trata-se, no entanto, de uma verdade parcial. Se é unânime a avaliação de que Dilma ganhou um surpreendente respiro no fechar das cortinas de 2015, também é certo que a reviravolta do jogo pouco ou em nada se deveu a ações dela e de seu governo. Não fosse o Supremo em uma ponta da Praça dos Três Poderes e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em outra, o mandato de Dilma continuaria por um fio. Renan enxergou na fraqueza de Dilma um porto seguro para escorar-se depois da última etapa da Operação Lava Jato, que atingiu pessoas próximas a ele. 

Frequentador dos mais privilegiados corredores do poder em Brasília desde os tempos de líder do governo Fernando Collor no Congresso, Renan foi, fora do mundo jurídico, o principal responsável pela operação que reanimou Dilma. O senador adotou um discurso de paz e mandou recados claros ao vice-presidente, Michel Temer, de que não quer mais conflitos no PMDB e nem pretende discutir impeachment com as várias alas da legenda. “Não há mais conversa”, afirma um aliado de Renan. “Agora, ele espera um gesto do Temer para unificar o partido.” Ao contrário de seu vizinho de corredor, Eduardo Cunha, igualmente na mira da Lava Jato, a ordem de Renan é pacificar, em vez de partir para o embate. 


Renan passará os próximos dias entre sua casa de praia de Barra de São Miguel, perto de Maceió, e em Murici, no interior de Alagoas, seu berço político. O refúgio, no entanto, não o afastará das articulações. É comum que políticos façam uma peregrinação até Alagoas para pedir sua bênção. Com o impeachment em suspenso e com eleições à vista, neste janeiro a peregrinação será ainda mais intensa. Renan também conversará com aliados sobre o que se fará em Brasília a partir de fevereiro. Em seu caso, não se trata apenas de estratégia, mas de sobrevivência.

A regra para os líderes e parlamentares mais graduados será a mesma: trabalhar bastante em janeiro – mas, ao contrário de Dilma, sem estratégia de marketing e longe dos holofotes. Se há a desvantagem de cada um estar em um Estado diferente, há a enorme vantagem de haver tempo livre das obrigações regimentais das sessões – além da discrição dos encontros fora de Brasília, longe das atenções. Ninguém acredita que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um workaholic assumido, entusiasta do impeachment e acossado pelo medo de perder o cargo e o mandato devido a seu envolvimento no petrolão e a um processo no Conselho de Ética, passará o mês de férias sem articular com seus aliados

Cunha já planeja como procrastinar ainda mais seu processo no Conselho. Planeja também como a Câmara colocará sob teste as novas regras prescritas pelo Supremo para o impeachment.

Fonte: Revista Época