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segunda-feira, 1 de março de 2021

Adeus à razão - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S. Paulo

A devastação atinge as pessoas, corrói a saúde e produz a miséria. Será esse o nosso destino?

A irresponsabilidade do governo federal, secundado por boa parte dos estaduais, [e também por prefeitos, entre eles o da cidade de S. Paulo, Bruno Covas, que em plena pandemia aumentou o seu próprio salário, violou o distanciamento social viajando com o filho para o Rio para assistir um jogo no Maracanã, reduziu a gratuidade de passagens em transporte coletivo urbano para os idosos (o Joãozinho Doria, estendeu o malefício para o transporte intermunicipal)]    beira o absurdo. São mais de 250 mil mortos, nenhuma previsão de melhora e discussões bizantinas sobre alternativas inexistentes, como a da escolha entre vacina ou trabalho, como se fossem excludentes. Enquanto não houver vacinação maciça não haverá volta à normalidade. [diante do fato que a vacina é uma das alternativas, dada a existência de outras, preferimos dizer que 'enquanto' houver pandemia, não haverá volta à normalidade.]

Os limites da racionalidade são testados diariamente, como se a destruição fosse inevitável, seja da saúde coletiva, seja dos fundamentos da economia. Há, atuante, o que Freud chamava de pulsão de morte, Tânatos, que age “livremente” sem nenhuma contenção. Ou, em linguagem bíblica, a devastação atingindo pessoas, corroendo a saúde e produzindo a miséria. 
Será esse o nosso destino? Um ano já se foi, o de 2020, o outro começa a ir-se. E discutem-se as eleições de 2022! [o mais trágico, o intolerável, é que muitos, os chamados 'inimigos do Brasil', parecem torcer para que a pandemia permaneça = o governo do presidente Bolsonaro não consiga realizar as melhoras que propôs e surja espaço para que eles voltem a 'cuidar' dos cofres públicos.]
 
A incompetência 
A incompetência é o lado mais visível da devastação. Não há vacinas, não há insumos para a sua produção, não há leitos de UTI suficientes, não há oxigênio em algumas cidades. Boa parte do ano foi gasta com declarações inúteis sobre vacinar ou não, como se a vida do outro pudesse ser objeto de escolha. Todas as opções feitas foram erradas, com a exceção do governador João Doria, que tomou a iniciativa de comprar e produzir vacinas, a dita chinesa, que o presidente, enfim, depois de muita tergiversação, decidiu “nacionalizar”. [estranho!!! Doria tomou a iniciativa de comprar e produzir vacinas, acumulou as funções de governador e "adido comercial da embaixada chinesa", convidou brasileiros de todos os pontos do território nacional que desejassem se vacinar e não conseguissem em seus estados, fossem para São Paulo e lá seriam vacinados.
RESULTADO: Do inicio da vacinação até hoje, São Paulo não se encontra sequer entre os cinco primeiros colocados em número de vacinados, ocupa o primeiro lugar em índices negativos = número de infectados, de mortos, em ocupação de leitos de UTI.
Não adianta acusar o presidente Bolsonaro pelo fracasso do 'governador da vacina', sabemos que se um caminhão envolvido com a vacina chinesa furar um pneu,Bolsonaro será considerado o responsável.]
No momento de tomar iniciativas meses atrás, demitiu ministros que tinham noção da gravidade da situação e os substituiu por um que só obedece, dando tempo para o vírus produzir os seus efeitos. Ode à irracionalidade.
 

A destruição
O resultado é a destruição. Vidas são perdidas, o medo da morte se generaliza, as pessoas se perguntam pelo amanhã, anseiam pela volta de uma normalidade perdida. E a perda se reflete no emprego, no nível de vida, na miséria hoje vivida por boa parte da população. Se o auxílio emergencial vier – e deveria moralmente vir –, parece que o será por razões eleitorais, e não por compaixão ao próximo. As autoridades responsáveis deveriam mostrar um mínimo de moralidade, de preocupação com o outro, e não se ater a coisas da política mais comezinha, cargos, privilégios e ausência de postura. E não apenas na ordem sanitária a pulsão de morte está presente, mas também no abalo da economia, na irresponsabilidade fiscal, na ausência de alternativas. Quanto mais o País afunda, mais é dito que tudo é fruto de más notícias, da imprensa e da mídia tradicional, como se dizer a verdade, expor o que está realmente acontecendo, fosse o maior dos males. Bem e mal trocaram da posição.[a situação não é das melhores, mas existe uma certa manipulação das narrativas buscando maximizar os malefícios.
VEJAMOS: Brasília, no ápice da pandemia, meados de 2020, dispunha de 597 leitos UTI, com ocupação de 100% - e dezenas de leitos nos hospitais particulares, alguns com alas de UTI, específicas para covid-19.
Atualmente o DF tem 200 leitos UTI na rede pública, com ocupação próxima a 100% e sem a existência nos hospitais particulares de alas destinadas à covid-19.
Se conclui que dispondo atualmente de um terço da capacidade do pico da crise em 2020, o DF está conseguido manter a situação sob controle, no referente  ao atendimento a pacientes graves.
Só que essa interpretação criterioso dos fatos, a mídia militante não faz. ]
 
A poção mágica
O País regrediu a rituais mágicos. Enquanto a devastação progride e a morte se alastra, foi-nos oferecido uma poção mágica, coquetel de medicamentos inúteis para o tratamento da covid-19. Deu-se até um nome a isso, “tratamento precoce”. De tratamento não tem nada e de precoce só a enganação. Voltamos a um mundo medieval de drogas milagrosas com mercadores ambulantes que tudo prometem e nada fazem senão vagar para o próximo embuste. Milhões de reais foram gastos com a tal da cloroquina, que foi distribuída a Estados e municípios, como se algo estivesse sendo feito. Para vacina, nada; para a poção mágica, tudo! Guarda-se a aparência de ciência, transgredindo todos os seus critérios e protocolos. O Brasil tornou-se uma ilha de insanidade no mundo!

A emulação
Governantes devem dar o exemplo, que se multiplica no comportamento dos seus cidadãos. Bons exemplos produzem atitudes correspondentes; maus comportamentos criam os seus próprios. Se a ciência é desprezada ostensivamente, ganha curso um vale-tudo na população. 

Se o presidente não usa máscara, sendo a autoridade máxima, por que o cidadão comum haveria de fazê-lo? [aquele cientista Fauci, dos Estados Unidos, especialista em produzir notícias apavorantes,  agora recomenda o uso de duas máscaras! que fazer???]
Se recomenda a poção mágica, por que as pessoas não deveriam tomá-la? 
[os exemplos são inúmeros, vamos citar apenas um: nenhum governante do Reino Unido  - seja da realeza  ou do 10 Downing Street -  recomenda,  recomendou, o tratamento precoce, nem aglomerações. 
E o número de mortes continua elevado - apesar da vacinação ter iniciado em dezembro/2020 e mais de 15.000.000  - 25% da população - de súditos terem sido vacinados. ] 
Se não respeita aglomerações, por que as pessoas ficariam reclusas e separadas umas das outras? 
 
O bolsonarismo encarna precisamente esse tipo de comportamento, propagando a destruição como se fosse a nova normalidade, o que foi chamado de “nova política”. Essa forma de congraçamento no desprezo do outro, na ausência de solidariedade, tem o seu contrapeso na identificação com o líder e na fraternidade dos companheiros na pulsão de morte.
 
O juízo final 
O espetáculo é aterrador. O vírus avança, sem limites, “contente da vida”, encontrando nos humanos a sua melhor forma de reprodução. Ele encontra uma “solidariedade” do avesso nos governantes que lhe deixam agir livremente, como se a liberdade fosse a devastação generalizada. Tânatos se propaga, enquanto as pessoas festejam nas ruas e praias, em bares e cafés, como se nada mais restasse senão dançar e cantar antes que a destruição encontre o seu ápice. A imagem bíblica que vem à mente é a de uma espécie de juízo final se aproximando, como se nada mais pudesse ser feito, como se nada mais fosse digno de esperar, como se ainda fosse possível uma “imunidade de rebanho”, na verdade um rebanho de humanos tomados pela insanidade.

A esperança hoje reside na volta à racionalidade.

Denis Lerrer Rosenfield, Professor de Filosofia  - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 20 de julho de 2020

Medo e insegurança - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S.Paulo

Há um sentimento muito importante de perda de dignidade humana, de abandono

O cenário da pandemia é o da incerteza, não se sabe exatamente quando será o seu fim e, quando vier, como se voltará ou não à normalidade anterior. E mesmo lá a experiência atual ainda se fará fortemente presente, veiculando seus próprios valores. Neste meio tempo, estamos vivendo uma situação que, apesar de ser dita transitória, está se constituindo numa nova normalidade. É o aprendizado de algo novo.

Na vivência desta nova normalidade, os valores estão sofrendo profunda mutação. Os fatores são múltiplos: 
1) as pessoas estão mais reclusas, isoladas, voltadas para seus núcleos familiares, matrimoniais ou de amizade; 
2) enquanto a vida familiar e matrimonial é presencial, a vida profissional é virtual, estabelecendo dois tipos de comunicação e de relacionamento; 3) ao saírem, as pessoas usam máscaras, mantêm distância umas das outras, o que significa que o outro é uma ameaça, alguém que pode transmitir a doença e, talvez, a morte; 
4) a própria noção de consumo sofre forte transformação, porque a atenção se volta para o necessário para viver nestas circunstâncias, e não para o que passa a ser considerado supérfluo; 
5) as pessoas passam a se vestir mais simplesmente, com menor preocupação com a aparência, estabelecendo uma distinção entre a vestimenta presencial e a virtual, ou mesmo uma tomando o lugar da outra.

A linha divisória, aqui, é o medo da morte, que pode acontecer a qualquer momento pela ação de um inimigo invisível, mas bem real, o coronavírus, que a qualquer momento pode atacar. O medo da morte comunica-se, assim, a outra pessoa, vista como uma ameaça, por mais que a estimemos, amemos ou a desprezemos. A cara do outro, por sua vez, é uma máscara. Não assusta como num filme de terror, porém não deixa de aterrorizar, na medida em que ela é vista como uma proteção contra um inimigo que ali pode estar.

As pessoas querem distância umas das outras, diferentemente do que acontecia antes da pandemia, quando havia a proximidade, o cumprimento e o toque. É o medo que estipula a distância. 
Vejamos algumas situações
1) uma criança verá na outra, na escola, não mais somente um(a) colega ou amigo(a), mas alguém também ameaçador. Quais serão os reflexos disso mais adiante? 
2) Num shopping ou numa loja de rua, a relação estabelecida não é somente a de compra e venda, produto e consumo, mas de desconfiança. 
- Posso confiar que as mãos do(a) vendedor(a) estão limpas? 
- Será que sua máscara tem a espessura suficiente de proteção? 
- Estará ela higienizada? 
3) Num ponto de ônibus ou num metrô, as pessoas olham desconfiadas umas para as outras, como se o local e o veículo pudessem ameaçá-las. 4) Como se faz um namoro nestas circunstâncias, como as pessoas se aproximam, se a distância deve ser a regra? 
- As pessoas passarão a pedir testagem antes de estabelecerem uma relação? 
- E quanto tempo vale a testagem? 
- Como ficam o beijo e a relação sexual? 
5) Sob quais condições de confiança se compra um imóvel num estande, se a desconfiança ali predominar? 
De um lado, a pessoa deve ter confiança ao comprar um imóvel, de outro, porém, se vê na desconfortável situação de desconfiar do vendedor. 
6) Como fica o comparecimento a um templo, a uma igreja, se olho com desconfiança para o lado, para a frente e para trás, verificando se as distâncias de proteção sanitária são cumpridas no momento mesmo em que a pessoa se entrega à oração e a Deus?

As pessoas estão muito mais inseguras. Algumas perdendo o emprego, outras sofrendo redução salarial, outras trabalhando só na metade do tempo. O desemprego e a queda da renda, numa situação de pandemia, são em muito agravados, porque as pessoas se sentem ainda mais desguarnecidas. 
Como vão conseguir um novo trabalho nesta situação? 
Qual o risco de sair de casa para buscar um novo emprego? 
Como alimentar os seus? 
Há um sentimento muito importante de perda de dignidade humana, de abandono, o que se traduz não apenas psicologicamente, mas também familiar e existencialmente.

Os núcleos familiares são muito diferentes entre si. Uns constituem casais heterossexuais com filhos numa situação econômica estável. Outros numa condição econômica precária. Outros constituem casais homossexuais. Outros têm relações amorosas abertas, acostumados com outro tipo de vida social, e assim por diante. Isso significa que os sentimentos que nascem de tais relações podem ser moralmente mais elevados quanto mais baixos, uns baseados em Eros, outros em Tânatos, outros na solidariedade, outros na agressividade. Tais valores e formas de conduta se reconfiguram diferentemente em pandemias, nesta nova normalidade, dadas as condições de reclusão, medo, desconfiança e insegurança.

Nas sociedades modernas, as pessoas estão muito voltadas para si mesmas, na busca do desejo, na procura incessante do prazer, nos entretenimentos que podem extrair da vida. 
- O que acontece, porém, se outras dimensões da vida/morte se fazem presentes? 
- E se as pessoas aprenderam a viver diferentemente?

Denis Lerrer Rosenfield, professor de filosofia - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 11 de maio de 2020

Denis Lerrer Rosenfield - Responsabilidade militar

O Estado de S.Paulo

Uma situação, diria, patológica: os filhos do presidente atacando e mandando em generais!

O presidente Bolsonaro, ao assumir, manteve uma política de confronto incessante com seus adversários, como se todo aquele que a ele se opusesse fosse um inimigo a ser abatido. Progressivamente, à maneira de Tânatos, o deus da morte na mitologia grega (editorial do Estado de 25/4), ou a pulsão de morte segundo Freud, fez a destruição reger as relações políticas. Amigos e inimigos passaram a caracterizar suas posições, ambos constituindo uma definição volúvel segundo as circunstâncias.

De inimigos objetivos da campanha (Lula e o PT) passou o mandatário para os políticos em geral, para o “sistema”, para os velhos amigos tornados inimigos, como generais do mais alto prestígio, e, enfim, as próprias instituições democráticas, como o Supremo Tribunal e o Legislativo. O resultado foi o isolamento presidencial, recluso em sua própria família, recorrendo, em manifestação recente, a um suposto apoio das Forças Armadas ao seu governo.

Ora, as Forças Armadas devem obediência exclusivamente à Constituição e à defesa nacional. Constituem uma instituição de Estado, não estão a serviço de nenhum governo. Note-se que desde a redemocratização do País, também por elas liderada, juntamente com os adversários de então, como o MDB, e aliados, como o novo PFL, foram o sustentáculo deste mais longo período de democracia no Brasil.

Se observarmos mais atentamente a composição militar do governo, constataremos que as Forças Armadas não constituem um bloco único, há oriundos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, sendo esta última a mais afastada do governo, enquanto o primeiro é o mais próximo, com a segunda ocupando posição intermediária. Mais particularmente, generais do Palácio do Planalto são militares que fizeram parte de sua “turma”. Isso significa também que a sua “turma” não é necessariamente a de outras turmas do Exército, muito menos da Marinha e da Aeronáutica.

Note-se que, aos olhos da sociedade, os militares são responsáveis pelo atual governo e seus fiadores, ela não faz a distinção entre militares da ativa e da reserva, com destaque para o Exército. Isso significa, politicamente, que sua responsabilidade é ainda maior. Seria tentado a dizer que, para além dos fanáticos militantes das redes sociais, eles constituem sua única base de sustentação. Se houvesse uma mudança de posição, o presidente Bolsonaro não teria condições de permanecer no poder.

As redes sociais são influenciadas e tuteladas pelo dito gabinete do ódio, extensão do clã familiar, em cujas mãos parece estar o destino do País. São da estrita confiança presidencial, participam das decisões. A anomalia é gritante! Estamos aqui totalmente afastados do exercício republicano do poder.

Pior ainda, o clã presidencial tem dado mostras de que manda no governo e no Palácio do Planalto. Não apenas indica ministros, como os controla, decide até quando devem ou não ficar. Generais que o confrontaram foram banidos do governo, após indignos ataques nas redes sociais. Estamos numa situação que diria patológica: os filhos do presidente atacando ou, mesmo, mandando em generais! [talvez o 'mando' - jamais comando - não seja ainda em grau tão elevado,  quanto  deixa transparecer o articulista.
O mais grave é que agora,no presente, se constata o risco de oficiais generais que exercem cargos ministeriais no Governo Bolsonaro, serem submetidos à execração pública,  a tortura medieval, por recomendação de um ministro do Supremo.
Até que a tortura é crime, foi esquecido. Também é proibida pela Constituição Federal,que está sob a guarda do Supremo.] 
Os descontentes que se retirem voluntariamente ou serão obrigados a sair.

Atualmente, o País enfrenta uma crise epidêmica, uma crise econômica e uma crise política. A primeira, potencializada pela conduta presidencial, dando exemplo do que não deveria ser feito, em desprezo pelo bom senso e pela ciência. Governadores atuam responsavelmente no sem-rumo da liderança presidencial. A situação da economia já não era boa antes da epidemia, com as reformas avançando muito lentamente, pela ausência de diálogo com o Legislativo. E, agora, a crise política, conduzida “exemplarmente” pelo presidente e seu clã! Em apenas duas semanas dois ministros foram “renunciados”, Mandetta, por fazer um trabalho muito bom no combate ao coronavírus, seguindo diretrizes científicas e da OMS; e Moro, por não concordar com as ingerências presidenciais na Polícia Federal. Muita luz ofusca o presidente.

Ainda mais isolado, o presidente redobra a aposta no ataque: o Supremo  torna-se o novo inimigo, após as contundentes acusações do ex-ministro da Justiça, símbolo da Lava Jato e da luta contra a corrupção. Ele recorre a alguns políticos do Centrão, os mesmos que ontem atacava como representantes do “toma lá dá cá”, na tentativa de evitar o impeachment. Destrói, assim, a sua própria narrativa!

A situação é crítica. Uma alternativa seria o presidente “converter-se”,isto é, afastar o seu clã dos assuntos governamentais, destituir ministros ideológicos, combater o coronavírus ao lado da ciência, usar o diálogo e a moderação. [indiscutível a necessidade do presidente Bolsonaro não aceitar a interferência dos filhos, juntamente com a do guru de Virginia e falar menos (o hábito de conceder entrevistas de corredor que o presidente cultua, deve ser substituído pela norma de só se manifestar via porta-voz  - entrevistas só em situações excepcionais.] Outra, os militares mais diretamente engajados retirarem o seu apoio, com as Forças Armadas deixando claro que não pactuam com a polarização atual. Exerceriam a responsabilidade que lhes cabe, dada a sua participação. Ou o impeachment como solução última.

A pior saída seria nada acontecer: um governo incapaz de seguir com o seu programa de reformas e o presidente, um “pato manco”, no meio da algazarra de seus filhos.

Denis Lerrer Rosenfield - Professor - O Estado de S. Paulo